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domingo, 29 de outubro de 2023
Autoridades erram feio na Segurança e transformam Rio de Janeiro em território ocupado pelo crime - O Estado de S. Paulo
J. R. Guzzo
Governos
ficam lamentando, falam em mandar ‘tropas’, mas sabem que tudo o que
tem de fazer é simular atividade e ficar esperando o tempo passar
O Congresso Nacional,
o supremo sistema judiciário e as classes intelectuais, que querem
pensar por todos os brasileiros, transformaram o Brasil num território
livre para o crime.
Tomaram 30 anos atrás, ou algo assim, uma decisão
fundamental: ficar ao lado dos criminosos e contra os cidadãos.
Com o
apoio da maior parte da mídia, dos “movimentos sociais” e dos advogados
criminalistas mais bem pagos, o Poder Legislativo passou a aprovar sistematicamente, nestas três décadas, leis em benefício direto da bandidagem e dos bandidos.
A
grande teoria é que o crime, no fundo, é um “problema social”, causado
pela pobreza, pela incompetência dos governos e pela “sociedade”.
Enquanto não se resolver isso tudo, sustenta o “campo progressista”, a
prioridade do poder público não pode ser a repressão aos atos
criminosos.Tem de ser a recuperação moral dos bandidos, a oferta de
oportunidades para que possam viver honestamente e, acima de tudo, a
multiplicação permanente dos seus direitos diante da Justiça.
O
trabalhador ficou sem transporte. É o “novo normal” do Rio.
Regiões
inteiras da cidade não fazem mais parte do território nacional; é como
se tivessem sido ocupadas por uma tropa estrangeira, que não reconhece a
existência da República Federativa do Brasil, nem do “Estado”.
Nos
episódios mais recentes de violência, inclusive, as quadrilhas
capricharam em esfregar na cara dos governos que no país controlado por
elas existe a pena de morte – e que estão dispostas a continuar
aplicando suas sentenças.
As autoridades ficam lamentando; falam em
mandar “tropas”, mandar “verbas”, mandar o Batman. Sabem que tudo o que
tem de fazer no momento é simular atividade e ficar esperando o tempo
passar. Daqui a pouco as pessoas esquecem – e o Rio de Janeiro voltará
às suas condições normais de temperatura e pressão.
Os
brasileiros que cumprem a lei sabem, há muito tempo, que o Estado
deixou de assegurar o seu direito constitucional à vida.
Sabem, também,
que os peixes graúdos do aparelho público que controlam as suas vidas,
além dos milionários, vivem num país onde não há crimes, nem qualquer
ameaça para a sua segurança pessoal – rodam em carros blindados, têm
esquadrões armados em sua volta e não precisam chegar a menos de 50
metros de distância da população. Sua única preocupação é condenar a até
17 anos de cadeia os acusados de um quebra-quebra que consideram
“golpistas”.
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