País
comandou principal órgão das Nações Unidas durante o mês de outubro,
mas não deve permanecer no colegiado depois de dezembro [claro que não pode, nem deve, ficar - envergonhou o Brasil pelo desempenho medíocre nos 31 dias que o presidiu e o Conselho de Segurança envergonha a ONU por ser a expressão mais completa da ditadura que representa e expressa quando acata a vontade de apenas um dos seus membros permanentes. O Conselho tem cinco membros permanentes com direito a veto - um único veto impede qualquer decisão ainda que aprovada pelos 14 membros restantes do CS = a vontade de um permanente prevalece sobre a dos demais e se torna decisão do Conselho sobre aquele tema e que tem que ser acatada pelas demais nações integrantes da ONU.]
Apenas cinco países, não eleitos, são integrantes permanentes do colegiado desde 1945 têm direito a veto: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China e França.
Ao assumir a presidência rotativa do Conselho, em 1º de outubro, o Brasil resgatou a proposta de reforma do órgão, que vem sendo duramente criticado por não encontrar soluções para conflitos como a guerra entre Rússia e Ucrânia. Seis dias depois, o grupo terrorista Hamas atacou os israelenses de surpresa, atravessando o que antes era conhecido como um dos mais fortes sistemas de segurança e inteligência do mundo. A diplomacia brasileira jamais esperou estar diante de uma questão tão complexa. Na manhã de sábado, dia do ataque, e diante da perplexidade geral do que ocorreu, o Itamaraty divulgou uma nota condenando o ato e convocou uma reunião de emergência do Conselho para o dia seguinte. Desde então, foram rejeitadas quatro propostas de resolução, incluindo uma apresentada pelo Brasil, aprovada por 12 dos 15 membros permanentes e não permanentes, mas vetada pelos Estados Unidos.
Interlocutores do governo e de representações estrangeiras ouvidos pelo GLOBO avaliam que o Brasil pagou um preço alto ao não atender ao pedido dos EUA de esperar por algumas horas antes de apresentar sua proposta de resolução. Os americanos queriam que a delegação brasileira esperasse terminar a visita que o presidente Joe Biden fazia a Israel, enquanto o texto era debatido no Conselho.
Especialistas em direito internacional e assuntos militares afirmam ao GLOBO que, apesar da dificuldade para qualquer país buscar um consenso no Conselho, devido à grande dependência do aval dos cinco membros permanentes, o Brasil tem se esforçado para cumprir seu papel.
Flavia Loss, doutora em relações internacionais e professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, diz que presidência do colegiado de um membro não permanente, de forma geral, é mais burocrática e quase protocolar. — Porém, o Brasil conseguiu uma boa articulação na proposta de resolução que apresentou, apesar do veto dos americanos, bem dentro da tradição da política externa brasileira, com a busca de uma solução negociada, o pacifismo, o respeito aos tratados internacionais e o pragmatismo — afirma Loss, acrescentando que, em novembro, a presidência do conselho será assumida pela China.
Para Alexandre Peres, doutor em direito Internacional e professor da Escola de Magistratura da Justiça Militar da União, independentemente das críticas que o Brasil possa estar sofrendo pela sua atuação, a diplomacia brasileira age com seriedade e diligência.— O fato de não reconhecer expressamente o Hamas como um grupo terrorista não expõe o Estado brasileiro, que possui uma vocação diplomática reconhecida internacionalmente — afirma Peres.
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Jorge Lasmar, professor de relações internacionais da PUC de Minas Gerais, destaca que a reação do Brasil, com a divulgação de um comunicado e a convocação do Conselho, ocorreu cerca de duas horas depois dos ataques.— O Brasil mostrou boa capacidade de articulação, mas não conseguiu aprovar sua resolução, que pedia a criação de corredores humanitários para a saída de civis de Gaza, incluindo 32 brasileiros, porque não colocou no documento o direito de Israel e defender.
Mundo - O Globo
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