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sábado, 30 de maio de 2020

Zé Dirceu virou “advogado” do STF? - Alerta Total

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.netPor Jorge Serrão - serrao@alertatotal.netSiga-nos no Twitter - @alertatotal

Crise econômica, desemprego e pandemia são problemas imediatos que o Presidente da República tem de resolver, ou acabará detonado politicamente no meio do mandato. Esta tem de ser a verdadeira e máxima prioridade estratégica de Jair Messias Bolsonaro. O povo, que hoje ainda o apóia, tem baixa capacidade de análise e processamento de informação, além de ser volúvel e pragmático. Exige resultado imediato... Mas a realidade cruel não ajuda...

Um genial amigo apresentou uma máxima revisada para contrariar a famosa tese de Ruy Barbosa, segundo a qual “a pior ditadura é a do Poder Judiciário”. Advertindo que o princípio original do aforismo correto vem dos gregos, o jovem sábio brasileiro sentenciou: “A pior ditadura é a do povo ignorante”. Neste caso, o Brasil tem um problemão cultural-civilizatório, de difícil solução. Por isso, Bolsonaro corre contra o tempo e com inimigos que aparelharam a máquina estatal.

A Turma do Mecanismo, seus parasitas e operadores corruptos têm altíssimo poder de fogo. A oligarquia e seu establishment jogam, com truculência institucional, na ofensiva. A situação ainda está sob controle deles. Até agora, a “zebra eleitoral” Jair Bolsonaro, em pouco mais de 500 dias na Presidência da República, atuou mais na defensiva tática que na ofensiva estratégica. Infelizmente, a guerra de todos contra todos os poderes não se ganha apenas no grito ou em declarações polêmicas.

A queda do incompetente e corrupto governo de Dilma Rousseff trouxe lições básicas que deveriam ser aprendidas por Bolsonaro e pelo núcleo de generais que cuidam da consolidação de seu “Centro de Governo”
1) Não dá para governar sem articulação eficiente com o Congresso Nacional, sobretudo o Senado. 
2) Não dá para governar com a oposição política sistemática do Supremo Tribunal Federal, controlador de uma máquina mortífera chamada Constituição de 1988 – que sustenta o Estado Capimunista.   

A sorte de Bolsonaro é que todo mundo está vendo que ele virou vítima de perseguição pela Turma do Mecanismo – facilmente identificável por qualquer cidadão de bem, com no mínimo dois neurônios funcionando corretamente. Outra sorte do Presidente é que a crise pós-coronavírus revelou toda a canalhice e debilidade estrutural do regime estatal tupiniquim. Incompetentes e corruptos, infestando e parasitando o setor público, ainda determinam o destino das pessoas de bem.

A terceira ventura do Bolsonaro talvez seja a mais relevante: ele foi eleito pelos segmentos da classe média baixa, a maioria sobrevivente na economia informal, que luta para trabalhar, estudar, empreender, educar os filhos e sustentar a família tradicional. Estas pessoas desejam e exigem reformas e mudanças reais. Defendem a liberdade porque a praticam no dia-a-dia, enfrentando o Estado-Ladrão ou driblando suas armadilhas. Este grupamento, que briga contra a ignorância, cobra resultados econômicos. Bolsonaro não pode, nem deve, deixá-los na mão ou a ver navios naufragando em meio à tempestade.

Outro ponto a favor de Bolsonaro é a completa debilidade política de seus opositores. Até agora, eles têm se mostrado incompetentes para desenhar a tão pregada confecção de uma alternativa de centro-esquerda para tentar retornar à Presidência da República em 2022. Até agora, o oposicionismo destrutivo sequer apresentou alternativas para melhorar o Brasil. Seu populismo canalha se limita a reclamar do “populismo do Bolsonaro” – como se fossem crianças que perderam o brinquedo para o coleguinha rival (no caso, inimigo).

(.....)

Enquanto a resposta certa não vem, os midiotas continuam abrindo espaço editorial para figuras politicamente desprezíveis. O UOL entrevistou o stalinista-mor do petralhismo, o ideólogo milionário José Dirceu de Oliveira e Silva produziu mais uma façanha: atacando impiedosamente Bolsonaro e os militares, Zé Dirceu se transformou em advogado gratuito do STF, pregando uma “aliança para tirar o Bolsonaro” via impeachment. Na prática, Zé defende um golpe político-jurídico idêntico ao que derrubou sua companheira Dilma Rousseff.

O “advogado” informal do STF reclamou ao UOL, produzindo fake news: “Ano passado, ele (Bolsonaro) aparelhou Receita, Coaf e MP (Ministério Público). Ele vai para cima da imprensa. A oposição, ele não reconhece legitimidade. Por ele, a esquerda estava presa, assassinada, torturada, banida do Brasil”. Zé acrescentou mais mentiras à narrativa: “Agora, ele faz uma operação para neutralizar a Câmara e o Supremo. Está na expectativa de nomear um ministro (no STF) e, com pressão, no grito, blefando, ele acha que vai fazer o Supremo se ajoelhar para ele, se humilhar para ele. Vai fazer o quê? Fechar o Supremo? Mandar prender os ministros?”...

José Dirceu, uma fake news ambulante, não tem legitimidade para teatralizar como “advogado” de um Super Supremo que se perde institucionalmente, na medida em que interroga, julga e condena – claramente agindo como órgão político-ideológico, e não como guardião judiciário da Constituição (por pior que ela seja). Perde legitimidade e atenta contra a Democracia (Segurança do Direito Natural) uma instituição cujos membros se outorgam a função de polícia judiciária, ministério público e de órgão de primeira instância judiciária.

Lamentavelmente, por tais posturas nada democráticas, o conjunto de membros do Supremo é alvo fácil de críticas do povo. Em vez de tentar retaliar quem promove críticas (muitas vezes até exagerando no exercício da liberdade de expressão), os ministros do STF deveriam fazer uma autocrítica e colocar um ponto final na perigosa guerra contra o Poder Executivo e seus militares. Confrontos radicais acabam em desastre institucional. Os deuses supremos, com certeza sabem disto...

(....) 
Se a chapa Bolsonaro-Mourão for cassada ainda neste ano pelo TSE, novas eleições deverão ser convocadas. Caso o Presidente e o vice sejam cassados pelo tribunal em 2021 ou 2022, o Congresso fica com a escolha do novo chefe do Executivo. Até hoje, o TSE jamais cassou um presidente da República. Os militares já cansaram de avisar que preferem que a coisa siga assim...

Bronca é ferramenta de otário, pessoal... Começar uma guerra estúpida sempre é fácil... A esquerdalha revolucionária tem feito isso há dezenas de anos. Os apoiadores de Bolsonaro não podem embarcar nesta furada. Até porque prever, institucionalmente, como ela termina é tarefa para adivinhos, estrategistas ou sábios de alta capacidade...

Necessitamos de uma repactuação político-jurídica, com depuração democrática. O presidente do STF, Dias Toffoli, já acenou para a pacificação várias vezes. Mas alguns de seus pares destoam desta imperiosa atitude. Pós-Kung Flu, o Brasil tem recuperar a economia e se pacificar institucionalmente. Os ministros do STF precisam colaborar com isto, de verdade.

Por tudo isso, imploro ao Acima de Todos que nos presenteie com um STF digno da Nova Constituição que será produzida inevitavelmente, conforme os mais legítimos princípios democráticos.

A saudável atividade Política tem de ser desjudicializada! Este Alerta Total acredita em milagres!
Judas Sacaneado...
Montagem infame juntando o famoso vídeo da reunião presidencial de 22 de abril sincronizado com a versão cinematográfica da traição durante a Santa Ceia. Pura sacanagem com o Iscariotes.
Silêncio Obsequioso
Inimigos de Bolsonaro interpretaram como um sinal de fraqueza do Presidente que na quinta-feira proclamou: “Acabou, porra”!

Mas Abraham Weintraub prestou depoimento à Polícia Federal, no prédio do MEC, apelando ao direito de ficar calado. A diligência foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do esquisito inquérito das "fake news", que, na verdade, investiga ataques e ofensas aos integrantes da Corte.

Matéria completa no Alerta Total


terça-feira, 25 de dezembro de 2018

O real peso do Brasil

Atitudes intempestivas, movidas não por uma sólida política de Estado, mas por idiossincrasias dos ocupantes temporários do poder, podem danificar a imagem do Brasil

O multilateralismo está gravado na tradição diplomática brasileira desde o início do século 20, pouco depois da instauração da República. De acordo com o espírito republicano, o Brasil passou a advogar a igualdade entre as nações e o respeito ao Direito Internacional como premissas para o entendimento entre os países. O multilateralismo isola os Estados delinquentes ou belicosos e, no âmbito das organizações internacionais, garante condições para que todos os Estados-membros, em algum momento, se beneficiem desse arranjo, mesmo que haja profundas assimetrias entre eles.

O mesmo não acontece nas relações bilaterais, em que geralmente as assimetrias ditam os termos das negociações. Logo cedo, o Brasil republicano notou que não tinha poder suficiente para impor-se em relação às grandes potências e, em alguma medida, nem mesmo em relação a alguns de seus vizinhos sul-americanos. Pode-se dizer, portanto, que a opção pelo multilateralismo foi natural para o Brasil. "Não somos um País poderoso o bastante a ponto de chutar o balde quando alguma regra internacional não nos beneficia", disse o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, em entrevista ao Estado. Ele se referia especificamente à anunciada intenção do futuro governo de Jair Bolsonaro de mudar a Embaixada do Brasil em Israel da cidade de Tel-Aviv, reconhecida internacionalmente como capital israelense, para Jerusalém, disputada por Israel e pelos palestinos como capital. A mudança serviria para demonstrar alinhamento do Brasil aos Estados Unidos, cujo governo também moveu sua embaixada em Israel para Jerusalém, desafiando a comunidade internacional. [alinhamento do Brasil aos Estados Unidos é aceitável, se e quando apresentar vantagens para o Brasil;
a mudança da embaixada, apenas para atender mero capricho de Trump e de Israel em NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, atende aos interesses do Brasil, só trazendo prejuízos comerciais.
Se tiver de escolher entre Israel ou os parceiros comerciais árabes, Bolsonaro terá uma única alternativa que favorecerá o Brasil: escolher os parceiros árabes.] Para o chanceler Aloysio Nunes, a mudança da Embaixada do Brasil em Israel, se acontecer, nada acrescentará ao interesse nacional, e as consequências negativas irão muito além dos problemas que o País terá com parceiros comerciais árabes. Trata-se de arranhar a imagem de "respeito do Brasil à lei internacional", imagem essa que há mais de um século garante que o País seja ouvido nas grandes questões internacionais.

O chanceler Aloysio Nunes argumenta que, ao contrário do que parecem acreditar seu futuro sucessor, Ernesto Araújo, e o presidente eleito Jair Bolsonaro, "a cooperação (internacional) não contradiz a soberania do País" e que, "em alguns temas, os interesses do País são mais eficientemente tutelados quando há cooperação com outros países”. Ele citou o caso específico do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular, ao qual o Brasil aderiu, mas que será “denunciado" esse foi o termo usado por Bolsonaro – pelo próximo governo. "A pauta do combate à imigração pode ser dos Estados Unidos, da França, da Itália, da Hungria, mas não é pauta brasileira", disse o chanceler Aloysio Nunes. [não se trata de adotar por adotar a pauta dos Estados Unidos ou qualquer outra nação e, sim, de considerar que um país com mais de 12.000.000 de desempregados não pode adotar uma política de que transfere empregos dos brasileiros para estrangeiros.
E, partindo desse principio adotar as medidas necessários para conter qualquer fluxo migratório, estilo venezuelano, haitiano, para o Brasil - até que nossa Pátria tenha condições de receber  migrantes, sem prejudicar os brasileiros.
Entre receber e privilegiar emigrantes, em prejuízo dos seus naturais, qualquer país optará por não receber estrangeiros.] Ou seja, o Brasil, ao reproduzir o discurso xenofóbico do presidente americano, Donald Trump, e da direita europeia, terá muito mais perdas, do ponto de vista diplomático, do que eventuais ganhos políticos a partir desse alinhamento.

Apesar disso, o chanceler Aloysio Nunes entende que o próximo governo tem total legitimidade para implantar uma política externa condizente com os valores defendidos por Bolsonaro na campanha eleitoral – valores esses que representam "uma cultura política diferente daquela que predominou da redemocratização para cá". "A eleição do presidente Bolsonaro foi triunfal, essa é que é a verdade. É uma vitória incontestável, que não representa apenas uma rejeição ao PT", disse o ministro.

Ainda assim, o chanceler lembrou que o Brasil precisa "ser conduzido com prudência", de acordo "com a Constituição, as leis, o bom senso e a altivez". [as leis são feitas para melhorar para os brasileiros, não o contrário.] Atitudes intempestivas, movidas não por uma sólida política de Estado, mas por idiossincrasias dos ocupantes temporários do poder, podem danificar a imagem do Brasil. Hostilizar organismos multilaterais, abandonar pactos globais, seguir cegamente o governo americano e romper relações com países como Cuba e Venezuela são atitudes que farão o Brasil perder a importância conquistada no concerto internacional, sem nenhum ganho que compense tamanho prejuízo. [qual a importância da manutenção de relações com Cuba? Venezuela? e alguns outros?]

Editorial - O Estado de S. Paulo

 

sábado, 26 de maio de 2018

Palocci afunda o PT - Palocci revela em detalhes a trilha do dinheiro da propina até os petistas

Revelações do ex-ministro Antônio Palocci, feitas em sua delação premiada, explodem uma nova bomba no PT e aniquilam os ex-presidentes Lula e Dilma, além de Gleisi Hoffmann. 

Ele revela em detalhes a trilha do dinheiro da propina até os petistas

Na primeira vez em que ficou frente a frente com o juiz Sergio Moro, em abril de 2017, o ex-ministro e ex-todo-poderoso do PT Antônio Palocci já completava sete meses na cadeia. Foi quando resolveu dar o primeiro passo em busca de um acordo de delação premiada. Ao final de seu interrogatório como réu da Lava Jato, Palocci mandou um recado: “Eu tenho informações para mais de um ano de Lava Jato e entrego tudo: operações realizadas, nomes, endereços”. Desde então, Palocci foi condenado a 12 anos de prisão, denunciado mais três vezes pelo Ministério Público Federal e teve sucessivos pedidos de habeas corpus negados pela Justiça. Agora, Palocci já está preso há 20 meses. A perspectiva de não sair tão cedo da cadeia levou-o ao desespero: emagreceu dez quilos e mergulhou em depressão profunda. Por isso, resolveu escancarar seu explosivo baú de confidências à Polícia Federal.

 ISTOÉ apurou que a delação contém elementos suficientes para dinamitar o PT, partido que ele ajudou a fundar. Suas revelações, feitas em longos depoimentos à PF em abril, envolvem principalmente os ex-presidentes Lula e Dilma, a quem acusa de práticas de corrupção estratosféricas. “A delação de Palocci destrói o PT”, diz um delegado da PF que participou das oitivas do ex-ministro. O roteiro está concluído e deve servir de base, nas próximas semanas, para novas condenações dos protagonistas do esquema. Como coordenador das campanhas que elegeram Lula e Dilma, Palocci detalhou à PF como eles usaram e abusaram de recursos das empreiteiras, desviados da Petrobras, para financiar as milionárias campanhas eleitorais e também utilizar o dinheiro sujo para o enriquecimento pessoal. E tudo armado dentro do gabinete presidencial no Palácio do Planalto.

A rota da propina
No depoimento, Palocci indicou a rota da propina, não se limitando a revelar como funcionava o esquema de corrupção. Ele citou valores, as empresas que pagavam as propinas e explicou como o dinheiro chegava às mãos dos petistas. Detalhadamente. Forneceu até o nome do motorista que fazia o transporte do dinheiro e as senhas que Lula usava na hora de se referir ao pagamento da propina. Como não dirigia seu próprio carro, Palocci mandava seu motorista particular levar os valores. Na delação, o ex-ministro apresentou datas, horários e locais onde o dinheiro era entregue. Um pacote chegou a ser deixado na sede do Instituto Lula em São Paulo por “Brani” ou Branislav Kontic, assessor direto do ex-ministro, num final de semana, fora do horário do expediente. No total, o ex-presidente, segundo Palocci, recebeu mais de R$ 10 milhões em dinheiro vivo das mãos de Brani. No apagar das luzes de 2010, quando Lula estava na iminência de deixar o Palácio do Planalto, o assessor transportou várias remessas de dinheiro vivo ao petista, em quantias que somavam R$ 50 mil cada pacote. Lula demonstrava discrição. Às vezes, mandava deixar o malote num local previamente combinado. Em outras ocasiões, escalava Paulo Okamotto para o serviço sujo.

As necessidades de lula
Esse dinheiro, de acordo com o depoimento de Palocci, servia para o ex-presidente custear suas próprias despesas. Todos os valores milionários estavam “depositados” na conta “Amigo”, mantida no departamento de propinas da Odebrecht.

A conta chegou a ter R$ 40 milhões para atender as necessidades do ex-presidente. Os valores só podiam ser movimentados com autorização de Palocci, o “italiano”. O dinheiro era uma contrapartida à facilitação das operações da Odebrecht no governo Dilma, com quem Marcelo não tinha boa relação. Na delação, Palocci conta que, entre o final de 2013 e início de 2014, sacou da conta “Amigo” R$ 4 milhões para cobrir um rombo nas contas do Instituto Lula.

 Dessa vez, o ex-presidente designou Okamotto para cumprir a tarefa. Não teria sido a primeira nem a última. As expressões “resolve com o Okamotto” ou “o Okamotto vai lhe procurar” eram a senha para o recebimento da propina.“O Paulo Okamotto (presidente do instituto) me disse que tinha um buraco nas contas e me pediu ajuda para resolver”, explicou Palocci. Okamotto falava em nome de Lula. Autorizado por ele. Sempre.


 (...)

As malas de diamantes de Cabral
PF rastreia dinheiro desviado por Sérgio Cabral e encontra indícios de que a propina foi usada para comprar a preciosa pedra, depositada hoje num banco em Nova York. Palocci sabia de esquema
Ao contrário dos corruptos convencionais, acostumados a guardar propina em mala de dinheiro, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral criou um esquema ainda mais sofisticado para camuflar o dinheiro sujo da corrupção. Como os árabes, Cabral cultivava o hábito de usar os bilionários recursos desviados para adquirir malas e malas de diamantes. A Polícia Federal suspeita que as maletas contendo as pedras preciosas estejam depositadas numa instituição financeira norte-americana dentro de um cofre. Eram recorrentes as viagens de Cabral para Nova York a bordo de dois jatinhos: um de propriedade de Eike Batista e outro cujo dono era Andre Esteves, do BTG. Há indícios de que o dinheiro para compra de diamantes teria sido transportado pelas duas aeronaves.

Quando pousava em Nova York acompanhado de sua entourage, Cabral invariavelmente se hospedava no luxuoso St. Regis localizado na 55th street. Segundo apurou ISTOÉ, o ex-ministro Antonio Palocci era um dos que tinham conhecimento do esquema. E poderá esclarecê-lo caso haja interesse por parte do Ministério Público e da PF.  Como se sabe, cerca de 90% dos diamantes nos Estados Unidos entram por Nova York. A capital norte-americana dos diamantes, que abriga em Manhattan o Diamond District, entre a quinta e a sexta avenida, só perde em importância para Antuérpia, na Bélgica, onde são comercializados 80% dos diamantes brutos e 50% dos lapidados no mundo. O bairro cresceu em importância quando os nazistas alemães invadiram a Holanda e a Bélgica, forçando milhares de judeus ortodoxos a seguirem pelo caminho dos negócios de diamantes, no intuito de fugir de Antuérpia e Amsterdã e se estabelecer em Nova York.

A maioria deles permaneceu após a Segunda Guerra Mundial, e continuam a ser uma influência dominante. Com a investigação, que pode contar com a contribuição de Palocci, a PF espera encaixar a última peça do quebra-cabeças do bilionário esquema de Cabral: para onde ele mandou a maior parte da propina que amealhou. A cada avanço na apuração, a PF reforça a convicção de que o dinheiro lapidado por Cabral acabou convertido em reluzentes diamantes.

 MATÉRIA COMPLETA em IstoÉ

 Germano Oliveira e Tábata Viapiana 

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Senadora critica vídeo do PT à TV árabe e provoca discussão no Senado



Para a Ana Amélia conteúdo poderia ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional; Gleisi rebate e diz que há ‘preconceito e xenofobia com os árabes’




 O debate no plenário do Senado esquentou na tarde desta quarta-feira depois que a senadora Ana Amélia (PP-RS) subiu à tribuna para acusar a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR) de violar a Lei de Segurança Nacional, ao pedir, em vídeo gravado para a rede de TV Al Jazeera, que o povo árabe se juntasse à luta em apoio ao ex-presidente Lula, condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A senadora Ana Amélia (PP-RS) - Agência Senado 18/04/2018




No vídeo veiculado nesta terça-feira pela emissora de TV do Qatar, Gleisi diz que Lula é um grande amigo do mundo árabe e ao longo da história, o Brasil recebeu milhões de árabes e palestinos, mas Lula foi o único presidente que visitou o Oriente Médio. Da tribuna, Ana Amélia pediu ao presidente da sessão, senador João Alberto, que inscrevesse nos anais da Casa como documentos históricos, o vídeo de Gleisi e o editorial do jornal “O GLOBO”: “Aécio convertido em réu abala teoria persecutória do PT”.

Nesse vídeo a presidente do PT faz uma exortação ao povo árabe, com afirmações graves, denegrindo a imagem do STF, do Ministério Público, atacando a imprensa do país, violando preceitos constitucionais e ignorando que estamos vivendo em um estado democrático de direito. Chegou ao cúmulo de dizer que nossa política externa é guiada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos — discursou Ana Amélia, lembrando que os próprios senadores lulistas haviam visitado o ex-presidente e atestado que ele estava bem instalado e bem tratado na cela em Curitiba.

No discurso, Ana Amélia disse que o conteúdo do vídeo de Gleisi Hoffman poderia ser enquadrado no Artigo 8º da Lei de Segurança Nacional, que diz: “aliciar indivíduos de outra Nação para que invadam o território brasileiro, seja qual for o motivo ou pretexto”.
— Perderam o poder em 2016, o apoio popular na decretação da prisão de Lula e agora perdem a compostura ao atacar a Imprensa, o Judiciário, e o Ministério Público! É possível que queiram o apoio do Exercito Islâmico para livrar Lula da cadeia disse Ana Amélia.

No plenário, o líder da Minoria, senador Humberto Costa (PT-PE) saiu em defesa de Gleisi, até então ausente.  — Reconheço que é uma boa senadora, mas ultimamente tem se concentrado em fazer ataques frontais ao PT e a Lula, em espezinhar uma pessoa presa, condenada injustamente, fazendo espezinhamento e humilhação. Vossa Excelência não precisa disso. Retome a boa linha do seu mandato que sempre teve aqui — rebateu Humberto Costa.

Em resposta a Humberto Costa, Ana Amélia disse que o ex-presidente Lula fez avanços em seu governo, mas isso não lhe dava o direito de não reconhecer os crimes que praticou. E disse que, ao contrário do que tinha sido apregoado, o país não parou pela prisão de Lula, mas apenas manifestações feitas em Curitiba e no Rio Grande do Sul pelos movimentos sociais ligados ao PT.  — No meu estado, com os trancamentos das rodovias, hoje impediram que uma família levasse o filho para fazer quimioterapia. Como ex-ministro da Saúde o senhor sabe o que isso significa — disse Ana Amélia.

Nesse momento a senadora Gleisi Hoffmann adentrou o plenário e foi ao microfone para responder Ana Amélia, mas como seu nome não foi citado explicitamente na fala da senadora gaúcha, o presidente da Mesa, João Alberto de Souza (MDB-MA), não permitiu que falasse. — Fui ofendida, quero falar. Que outra presidente nacional do PT tem aqui? — insistiu Gleisi, sem sucesso.

Gleisi então respondeu em sua conta no Twitter: “A senadora que incentivou a violência contra a caravana do Lula no Sul do país, mandando erguer o relho, agora externa seu preconceito e xenofobia com os árabes, ao me criticar por ter falado com a TV Al Jazeera. Entrevistas que dei com o mesmo conteúdo a BBC, RTP, EFE não a incomodaram”.
Mais tarde, falando como líder do PT, Gleisi contra-atacou Ana Amélia, acusando-a de xenofobia e preconceito.  — O incômodo daquela senadora não foi com o conteúdo, mas com o veículo. Só pode ser por ignorância, preconceito e xenofobia com o povo árabe — rebateu Gleisi, acusando Ana Amélia de ter praticado um ato de “desvio de caráter”.

Ana Amélia ainda tentou rebater, mas como seu nome não foi citado nominalmente, João Alberto também não permitiu que ela aparteasse Gleisi.  — Senhor presidente, eu não tenho desvio de conduta — tentou Ana Amélia, sendo cortada por João Alberto.

O vídeo continuou provocando bate boca durante toda a sessão. O senador José Medeiros (Podemos-MT), reagiu com irritação ao líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), que o chamou de ignorante quando dizia que houve uma mensagem subliminar de Gleisi a fundamentalistas. — Perdoem a ignorância — aparteou Lindberg.
— Eu estou com a palavra. Aqui Vossa Excelência não vai ganhar no grito! Se tiver um atentado aqui, ele terá o nome e o CNPJ. Porque não foram a uma embaixada reclamar? Querem transformar um país pacífico numa zona de guerra — reagiu Medeiros.

— Eu só queria falar: perdoem a ignorância — continuou Lindbergh.
O líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), disse que o vídeo é uma "verdadeira afronta à soberania nacional" e um "crime de lesa-pátria". Para Caiado, é uma grande irresponsabilidade a parlamentar petista pedir a intervenção de outros países sob uma democracia consolidada.  — E querer agora lançar uma campanha mundial para tentar vitimizar o ex-presidente Lula? Olha, é uma afronta ao Judiciário e à Procuradoria Geral da República. Até ao decoro do Senado Federal uma atitude como essa — criticou Caiado. — O que eles queriam é imaginar que podiam amanhã aqui entrar com seus cubanos, que hoje praticam os assassinatos de todo grau de violência contra o povo venezuelano, que são conhecidos como os coletivos — protestou.

O Globo