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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Lula, o estadista de galinheiro e sua morte que nunca acaba






O estadista de galinheiro que resolveu virar passarinho e voar para longe da Lava Jato pode estar batendo asas na rota da gaiola


Anunciada na entrevista à rádio Itatiaia e reiterada horas depois num palavrório em São Bernardo, a novidade foi confirmada nas escalas que o palanque ambulante fez no Paraguai e na Argentina: Lula resolveu ser passarinho. Embora seja sempre uma proeza, essa não tem nada de mais. Quem resolveu em oito anos todos os problemas acumulados em mais de 500 nem precisa de muito esforço para fazer o que Hugo Chávez anda fazendo quando precisa dar conselhos ao filhote Nicolás Maduro.


É também improvável que alguma ave possa alcançar as alturas históricas atingidas por personagens a que o ex-presidente se comparou. Ele já se apresentou, por exemplo, como uma reencarnação melhorada de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jesus Cristo, Tiradentes, Abraham Lincoln e Nelson Mandela. O estadista de galinheiro interrompe o sono eterno de qualquer um sempre que precisa de ajuda para escapar do tribunal, de fiascos eleitorais ou quaisquer outras enrascadas cabeludas em que vive se metendo.

A primeira vítima foi exumada para abafar os estrondos decorrentes da descoberta do Mensalão. “Em 1954, Getúlio Vargas teve a coragem de dizer ao Brasil que a gente iria fazer a Petrobras e foi achincalhado como eu”, fantasiou Lula em 4 de agosto de 2005. Hoje, a Petrobras é, sem dúvida nenhuma, a empresa brasileira de maior orgulho para todos os 186 milhões de brasileiros. É por isso que a elite quer fazer comigo o que fez com Getúlio”. (A Petrobras é que seria alvejada no peito por disparos de Lula e seus bucaneiros).

Em março de 2006, tangido pelo medo de ver o segundo mandato sair pelo ralo das ladroagens mensaleiras,  Lula escolheu o alvo da comparação infamante depois de assistir a um capítulo da minissérie da Globo inspirada na figura de Juscelino Kubitschek. Hoje, JK está sendo vendido como herói, mas a novela mostra como é que os que estão me atacando hoje atacavam JK”, ensinou num falatório em Salvador. (Nem Carlos Lacerda ousaria enxergar semelhanças entre o construtor de Brasília e o inventor do Brasil Maravilha).


No fim do inquilinato no gabinete presidencial, quando fazia o diabo para eleger Dilma Rousseff, incorporou simultaneamente o filho de Deus e o mártir da Inconfidência Mineira. “Todo santo dia eu sou perseguido por aqueles que não se conformam com um presidente operário que pensa só nos pobres”, recitava o animador de comício antes de invocar uma das estações do seu calvário malandro: “Diziam que eu era comunista porque tinha barba comprida, mas Jesus também tinha, Tiradentes também tinha”.

Em fevereiro de 2013, ainda convencido de que seria secretário-geral da ONU depois de contemplado com o Nobel da Paz, começou a violar sepulturas em terra estrangeira. “A imprensa batia no Abraham Lincoln em 1860 igualzinho batem em mim”, descobriu o médium de botequim. (Nem o mais feroz antagonista do presidente americano ousaria acusar Lincoln de ser um lula). Meses mais tarde, sobrou para Nelson Mandela.

 
“Tive uma grata satisfação de fazer parte de uma geração que lutou contra o apartheid”, reincidiu em 5 de dezembro. “Não tinha sentido a maioria negra ser governada pela minoria branca lá. Aqui, acontecia comigo a mesma coisa”. (O gigante sul-africano que acabara de morrer daria um jeito de viver mais alguns séculos se desconfiasse que reencarnaria no Brasil como camelô de empreiteira e caso de polícia).  Foi para afastar-se das arapucas da Operação Lava Jato, aliás, que Lula providenciou a mais recente metamorfose. “Você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no mesmo galho”, explicou ao anunciar o advento do Lula alado. “Se ele ficar pulando, é difícil. Então é o seguinte: eu voltei a voar outra vez. Eu agora vou falar, vou viajar, vou dar entrevistas”.


Dado o recado, foi bater asas longe da Lava Jato (e do governo em decomposição da herdeira Dilma Rousseff). Estava na Argentina quando chegou ao Supremo Tribunal Federal o documento em que o delegado da Polícia Federal Josélio Sousa pede autorização para incluir Lula na devassa do Petrolão. Trecho da petição:
“(…) a presente investigação não pode se furtar de trazer à luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que, na condição de mandatário máximo do país, pode ter sido beneficiado pelo esquema em curso na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu Governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal”.
 

“Pode ter sido beneficiado” é muita gentileza. Aí tem — e como!, sabe até o distintivo do delegado. Pelo que já confessaram comparsas convertidos em colaboradores da Justiça, pelo que a Polícia Federal já descobriu, pela montanha de provas acumuladas em Curitiba, pelo que logo se saberá sobre as maracutaias em Pasadena, na Refinaria Abreu e Lima, no Itaquerão e no Instituto Lula, fora o resto, pode-se afirmar que o passarinho espertalhão escolheu a rota errada.

Está voando perto demais da gaiola.

Enquanto os brasileiros estão cansados desta morte que nunca acaba, Lula, mesmo já tornado cadáver, continua onipresente. A onipresença é constitutiva da tirania e Lula é figura tirânica, como todo ególatra. Para tentar entender o fenômeno pelo qual a Alemanha se submeteu por um homem ridículo e obtuso como Hitler, o brilhante filósofo alemão, Eric Voegelin, se vale do spoudaios estabelecido por Aristóteles.

Evitando o insustentável paralelo entre nazismo e lulopetismo, pois, além de outras razões, o lulopetismo não passa de uma esculhambação vigarista reprimível por alguns camburões, talvez seja interessante contemplar pelo spoudaios a figura obtusa do passarinho vigarista. O modelo de Aristóteles é o homem que, tendo desenvolvido suas potencialidades, aprendeu que para governar e comandar é necessário governar a si mesmo, principalmente dominar as paixões. Mas Lula sucumbe à paixão pelo poder e por si próprio, em dramático autodesconhecimento.
 
O spoudaios desceu ao inferno do autoconhecimento de onde voltou com o desvelamento da própria alma. Assim, é capaz de conhecer a alma de seus governados, compreendendo as necessidades deles. Mas o Lula que só pensa nos pobres jamais se pôs ao lado deles se comparando a homens simples, preferindo paralelos com Jesus ou estadistas como JK e outros porque só pensa nos pobres sim, mas como objeto do populismo truculento que enriquece e perpetua no poder o pai dos pobres que os traiu incansavelmente.

O spoudaios é lúcido e humilde perante o real. Mas a arrogância de Lula repele a lucidez e, com a ajuda da compulsão pela mentira, combate a realidade. O spoudaios não é um condutor de homens como um peão que tange gado; é um líder autêntico, mais do que institucional e político, à frente de homens preenchidos de consciência e alma, não de um rebanho acrítico que o segue por necessidade, conveniência ou convicção insana. Em Lula vê-se o oposto: o líder néscio de uma ralé que, com a autoridade da ignorância, é governante medíocre e cruel.

No réquiem prolongado cujo final será na cadeia, a cria parva do passarinho-jeca contribui declarando que “não faço essa renúncia porque não devo nada, não fiz nada de errado”. Certamente Dilma não deve nada ao projeto soterrado pelas ruínas da nação arruinada por ele; também não fez nada de errado além de mentir, fraudar, trapacear e trombar com as leis. Tudo contornado com a adesão um Brasil primitivo guiado pela figura imaginária de líder até que a matasse o ladrão miserável que a habita.

Na progressão do réquiem, o Lula que nunca foi esquerdista nem direitista para ser apenas oportunista e nem elite ou povo para ser apenas escória, faz o que sabe: vadiar enquanto mente jactando-se de vadiar enquanto mente. Agora de galho em galho, esperando interromper sua descida ao inferno. Descobrirá que, conforme Anaxágoras ensinou para quem pretende driblar a realidade – e no caso do passarinho vigarista, a cadeia –, a descida ao inferno é a mesma de qualquer lugar.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes

sábado, 15 de agosto de 2015

O negócio milionário de Lula - casa começa a cair

Relatório de órgão de fiscalização do governo mostra que a empresa de Lula faturou 27 milhões de reais — sendo 10 milhões apenas das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras

Lula, o maldito 
ELITE - Desde que deixou o governo, em 2011, Lula abriu uma empresa e se dedicou a dar palestras pagas no Brasil e no exterior. Em quatro anos, juntou uma fortuna(Ueslei Marcelino/Reuters)
Para um presidente da República de qualquer país, é enaltecedor poder contar que teve origem humilde. O americano Lyn­don Johnson mostrava a jornalistas um casebre no Texas onde, falsamente, dizia ter nascido. A ideia era forçar um paralelo com a história, verdadeira, de Abraham Lincoln, que ganhou a vida como lenhador no Kentucky. Lula teve origem humilde em Garanhuns, no interior de Pernambuco, e se enalteceu com isso. Como Johnson e Lincoln, Lula veio do povo e nunca mais voltou. É natural que seja assim. Como é natural que ex-presidentes reforcem seu orçamento com dinheiro ganho dando palestras pagas pelo mundo. Fernando Henrique Cardoso faz isso com frequência. O ex-presidente americano Bill Clinton, um campeão da modalidade, ganhou centenas de milhões de dólares desde que deixou a Casa Branca, em 2001. Lula, por seu turno, abriu uma empresa para gerenciar suas palestras, a LILS, iniciais de Luiz Inácio Lula da Silva, que arrecadou em quatro anos 27 milhões de reais. Isso se tornou relevante apenas porque 10 milhões dos 27 milhões arrecadados pela LILS tiveram como origem empresas que estão sendo investigadas por corrupção na Operação Lava-Jato.

Na semana passada, a relação íntima de Lula com uma dessas empresas, a empreiteira Odebrecht, ficou novamente em evidência pela divulgação de um diálogo entre ele e um executivo gravado legalmente por investigadores da Lava-Jato. O alvo do grampo feito em 15 de junho deste ano era Alexandrino Alencar, da Odebrecht, que está preso em Curitiba. Alexandrino e Lula falam ao telefone sobre as repercussões da defesa que o herdeiro e presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, também preso, havia feito das obras no exterior tocadas com dinheiro do BNDES. Os investigadores da Polícia Federal reproduzem os diálogos e anotam que o interesse deles está em constituir mais uma evidência da "considerável relação" de Alexandrino com o Instituto Lula.

Fora do contexto da Lava-Jato, esse diálogo não teria nenhuma relevância especial. Como também não teria a movimentação financeira da LILS. De abril de 2011 até maio deste ano, a empresa de palestras de Lula, entre créditos e débitos, teve uma movimentação de 52 milhões de reais. Na conta-corrente que começa com o número 13 (referência ao número do PT), a empresa recebeu 27 milhões, provenientes de companhias de diferentes ramos de atividade. Encabeçam a lista a Odebrecht, a Andrade Gutierrez, a OAS e a Camargo Corrêa, todas elas empreiteiras investigadas por participação no esquema de corrupção da Petrobras. Essas transações foram compiladas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda. O Coaf trabalha com informações do sistema financeiro e seus técnicos conseguem identificar movimentações bancárias atípicas, entre elas saques e depósitos vultosos que podem vir a ser do interesse dos órgãos de investigação

Neste ano, os analistas do Coaf fizeram cerca de 2 300 relatórios que foram encaminhados à Polícia Federal, à Receita Federal e ao Ministério Público. O relatório sobre a LILS classifica a movimentação financeira da empresa de Lula como incompatível com o faturamento. Os analistas afirmam no documento que "aproximadamente 30%" dos valores recebidos pela empresa de palestras do ex-presidente foram provenientes das empreiteiras envolvidas no escândalo do petrolão.
 
O documento, ao qual VEJA teve acesso, está em poder dos investigadores da Operação Lava-Jato. Da mesma forma que a conversa do ex-presidente com Alexandrino Alencar foi parar em um grampo da Polícia Federal, as movimentações bancárias da LILS entraram no radar das autoridades porque parte dos créditos teve origem em empresas investigadas por corrupção. Diz o relatório do Coaf: "Dos créditos recebidos na citada conta, R$ 9  851 582,93 foram depositados por empreiteiras envolvidas no esquema criminoso investigado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-­Jato". Seis das maiores empreiteiras do petrolão aparecem como depositantes na conta da empresa de Lula.

O ex-presidente tem uma longa folha de serviços prestados às empreiteiras que agora aparecem como contratantes de seus serviços privados. Com a Odebrecht e a Camargo Corrêa, por exemplo, ele viajava pela América Latina e pela África em busca de novas frentes de negócios junto aos governos locais. Outro ponto em comum que sobressai da lista de pagadores da empresa do petista é o fato de que muitas das empresas que recorreram a seus serviços foram aquinhoadas durante seu governo com contratos e financiamentos concedidos por bancos públicos. Uma delas, o estaleiro Quip, pagou a Lula 378 209 reais por uma "palestra motivacional". Criada com o objetivo de construir plataformas de petróleo para a Petrobras, a empresa nasceu de uma sociedade entre Queiroz Galvão, UTC, Iesa e Camargo Corrêa - todas elas investigadas na Lava-­Jato. No poder, Lula foi o principal patrocinador do projeto, que recebeu incentivos do governo. Em maio de 2013, ele falou para 5 000 operários durante 29 minutos. Ganhou 13 000 reais por minuto.

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