Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Tiradentes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tiradentes. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Ópera dos farsantes - Augusto Nunes

Revista Oeste

Lula e Maduro espancam os fatos para ocultar o verdadeiro rosto da ditadura venezuelana

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante reunião com presidentes de países da América do Sul, no Palácio Itamaraty | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ópera dos farsantes

Lula e Maduro espancam os fatos para ocultar o verdadeiro rosto da ditadura venezuelana

“Chorei de emoção!”, derreteu-se no Twitter o presidente Hugo Chávez no começo da madrugada de 16 de julho de 2010. “Que momentos impressionantes vivemos esta noite! Vimos os ossos do grande Bolívar! Aquele esqueleto glorioso é de Bolívar, pois sua chama pode ser sentida! Bolívar vive!”. Como prometera aos venezuelanos, o militar que se considerava a perfeita reencarnação do herói nacional resolveu exumar os restos sepultados numa tumba em Caracas para provar que El Libertador não morreu de tuberculose, como afirmam todos os historiadores. 
Na cabeça do presidente, foi assassinado por conspiradores liderados por um general colombiano. 
Durante uma semana, dezenas de especialistas em distintas ciências perseguiram a verdadeira causa mortis e, por determinação do chefe, examinaram com especial empenho a hipótese de envenenamento. Ao fim de sete dias, o bolívar de hospício informou que as investigações haviam sido “inconclusivas” e devolveu à sepultura a ossada original.
 
Abatido pelo câncer, Chávez avisou meses antes da morte que seu sucessor seria Nicolás Maduro. Em 2 de abril de 2013, descobriu-se que continuava por aqui, mas em forma de ave. “Eu estava sozinho numa sala quando, de repente, entrou um passarinho pequenininho que me deu três voltas por cima”, contou Maduro, girando o anular sobre a cabeça. “Parou numa viga de madeira e começou a cantar. Então eu disse: ‘Se você canta, também canto’. Comecei a cantar. O passarinho me estranhou? Não. Cantou mais um pouquinho, deu uma volta e foi embora. Eu senti o espírito de Hugo Chávez.” O fenômeno alado foi reprisado pelo menos cinco vezes. Não é pouca coisa. Mas não seria tudo: graças aos conselhos do padrinho, Maduro sentiu-se pronto para façanhas muito mais audaciosas. Em 20 de janeiro de 2019, por exemplo, procurou tranquilizar venezuelanos atormentados pelo presente com a informação animadora: “Já fui ao futuro. Vi que tudo estava bem e voltei. A união cívico-militar garante a paz e a felicidade ao nosso povo”.
 
Conversa de vigarista. A taxa de miséria é desesperadora, a inflação alcança dimensões siderais, milhões de habitantes cruzaram as fronteiras em busca da sobrevivência. A consolidação da ditadura chavista eliminou direitos humanos, liberdades democráticas, partidos de oposição, imprensa independente. Centenas de adversários do regime foram executados, outros continuam encarcerados sem julgamento. O que parecia sólido nos anos 1970 desmanchou-se no ar. Conheci a Venezuela Saudita. Não existe mais. Decidido a permanecer no trono até o fim, Maduro recorre ao petróleo para assegurar o apoio de militares corruptos, milícias homicidas, burocratas assassinos, policiais. O país está subordinado a uma ditadura sórdida. Sabem disso até os ossos de Simón Bolívar. Só Lula não sabe de nada. Nesta semana, enquanto procurava um ângulo que aumentasse seu 1,68 metro de altura, e reduzisse a diferença de 22 centímetros que acentua o status de anão diplomático, o presidente brasileiro repetiu a obscenidade: tudo o que se diz de ruim sobre a Venezuela não passa de “narrativa”. Ou “desinformação”. Ou fake news. Ou ato antidemocrático. Ou coisa de golpista.
 
“Narrativas” são versões. Há muitas. A verdade é uma só, e se ampara em fatos. O animador de auditório fantasiado de presidente não sabe disso — ou finge não saber, o que dá na mesma. De cinco em cinco minutos, reiterava o convite: “Apresente a tua narrativa, Maduro”. O visitante mentia: tudo vai bem por lá
O sorriso de Lula berrava que as coisas por aqui não param de melhorar. Ele não conseguiu ressuscitar a Unasul e deixar Maduro melhor no retrato dos governantes sul-americanos. 
Em contrapartida, estreitaram-se os laços entre a Presidência da República e o Supremo Tribunal Federal. 
 Num churrasco na Granja do Torto, ficou acertada a transferência para o Egrégio Plenário do principal advogado do ex-presidiário.
Outras combinações guilhotinaram o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol, colocaram na mira do STF o presidente da Câmara e mandaram recados a parlamentares oposicionistas. A sede da cúpula do Poder Judiciário agora enxerga no espelho o prédio do Congresso.
 
Aos ouvidos dos dois parceiros, a “narrativa” dos deserdados é armação de lacaio do imperialismo norte-americano. Para os compassivos, é um soco no peito. “Ansiedade e repulsa”, resume o costureiro Ricardo Seijas, 26 anos, quando lhe perguntam o que sentiu ao saber da chegada de Maduro ao Brasil. “Foram inevitáveis as lembranças de um passado que me machuca bastante”, disse o jovem que, aos 21 anos, abandonou o sonho de ser dentista na cidade natal para livrar-se da repressão feroz. “Meu mundo caiu quando a diretora da universidade informou que eu estava numa lista de procurados, por participação em protestos estudantis.” Seijas arrumou as malas, despediu-se às pressas da mãe e juntou-se à diáspora venezuelana. Hoje ele é costureiro em Brasília, perto da mãe, que chegou em 2020. “Ela não tinha condições de continuar por lá”, explicou Seijas. “A crise econômica é brutal.” 
 Em 2011, quando era adolescente, o pai comprou um apartamento. 
Com tudo pago e a chave nas mãos, recebeu por telefone o aviso do governo Chávez: como ele tinha outros imóveis, a propriedade fora confiscada para cumprir a obrigatória “função social”.
 
“Eu me senti tremendamente desrespeitada, porque o que o ditador faz na Venezuela é desumano”, lamentou a dona de casa Elizabeth Jimenez, 39 anos. “Fico mais indignada ainda ao ver que isso é ignorado pelo presidente do país que escolhi para ser meu refúgio. Ao receber Maduro e declarar publicamente que o que se passa na Venezuela é ‘narrativa’, Lula legitima todas as violações aos direitos humanos que ocorrem lá.” Elizabeth aparentemente ignora que, se as duas faces dos governos do PT são escuras, é sempre mais sombria a que escancara a política externa da canalhice, que vigorou de 2003 a 2015 e foi ressuscitada no primeiro minuto deste ano.
 
Juscelino Kubitschek afirmava que fora poupado por Deus do sentimento do medo. No caso de Lula, defeitos de fabricação revogaram o sentimento da vergonha e proibiram qualquer espécie de remorso
Em abril de 2006, numa discurseira em Curitiba, Hugo Chávez pediu à plateia que reelegesse “o herói do Brasil”. Em novembro, num comício na Venezuela, Lula recomendou aos espectadores que mantivessem Chávez no poder. Em outubro de 2009, Chávez comparou Lula a Jesus Cristo e virou cabo eleitoral de Dilma Rousseff. Em abril de 2013, o candidato Nicolás Maduro animou a turma no palanque em Maracaibo com a apresentação do vídeo em que Lula afirma que a vitória do sucessor era essencial para a consolidação da Venezuela sonhada pelo bolívar de hospício. Comovido, Maduro agradeceu a Lula “por todo o apoio que deu a Chávez, por todo o apoio que deu à revolução bolivariana”. Em fevereiro de 2017, Lula e Dilma apoiaram publicamente a candidatura de Maduro. Nos anos seguintes, o coração de Dilma Rousseff sempre bateu em descompasso nos encontros com o topete desprovido de cérebro a 1,90 metro de altitude. 
 
“Se Cuba não tivesse o bloqueio dos Estados Unidos, poderia ser uma Holanda”, garantiu o torturador de fatos. Fruto do acasalamento de stalinistas farofeiros do PT e nacionalistas de gafieira do Itamaraty, esse aleijão subiu a rampa do Planalto em 1° de janeiro de 2003. 
Nos oito anos seguintes, fantasiado de novo-rico caridoso, o Brasil acoelhou-se com exigências insolentes do Paraguai e do Equador, suportou com passividade bovina bofetadas desferidas pela Argentina, hostilizou a Colômbia democrática para afagar os narcoterroristas das Farc, meteu o rabo entre as pernas quando a Bolívia confiscou ativos da Petrobras e rasgou o acordo para o fornecimento de gás. Confrontado com bifurcações ou encruzilhadas, Lula fez invariavelmente a escolha errada e curvou-se à vontade de parceiros abjetos.  
 
Quando o Congresso de Honduras, com o aval da Suprema Corte, destituiu legalmente o presidente Manuel Zelaya, o Brasil se dobrou aos caprichos de Hugo Chávez. Decidido a reinstalar no poder o canastrão que gostava de combinar chapelão branco-noiva com bigode preto-graúna, convertido ao bolivarianismo pelos petrodólares venezuelanos, Chávez obrigou Lula a transformar a embaixada brasileira em Tegucigalpa na Pensão do Zelaya.
 
Em 2007, para afagar Fidel Castro, o governo deportou os pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, capturados pela Polícia Federal quando tentavam fugir para a Alemanha depois de abandonarem o alojamento da delegação que participava dos Jogos Pan-Americanos do Rio. Entre a civilização e a barbárie, o presidente da República sempre cravou a segunda opção. 
Com derramamentos de galã mexicano, prestou vassalagem a figuras repulsivas como o faraó de opereta Hosni Mubarak, o psicopata líbio Muammar Kadafi, o genocida africano Omar al-Bashir, o iraniano atômico Mahmoud Ahmadinejad e o ladrão angolano José Eduardo dos Santos. Coerentemente, o último ato do mitômano que se julgava capaz de liquidar com conversas de botequim os antagonismos milenares que sangram o Oriente Médio foi promover a asilado político o assassino italiano Cesare Battisti. 

Herdeira desse prodígio de sordidez, Dilma manteve o país de joelhos e reincidiu em parcerias pornográficas. Entre o governo constitucional do Paraguai e o presidente deposto Fernando Lugo, ficou com o reprodutor de batina. Juntou-se à conspiração que afastou o Paraguai do Mercosul para forçar a entrada da Venezuela. Rebaixou-se a mucama de Chávez até a morte do bolívar de hospício. Para adiar a derrocada de Nicolás Maduro, arranjou-lhe até papel higiênico. Ao preservar a política obscena legada pelo padrinho, a afilhada permitiu-lhe que cobrasse a conta dos negócios suspeitíssimos que facilitou quando presidente, em benefício de governantes amigos e empresas brasileiras financiadas pelo BNDES. Disfarçado de palestrante, o camelô de empreiteiras que se tornariam casos de polícia com a descoberta do Petrolão ganhou pilhas de dólares, um buquê de imóveis e agradecimentos em espécie de países que tiveram perdoadas suas dívidas com o Brasil. Enquanto Lula fazia acertos multimilionários em Cuba, Dilma transformava a Granja do Torto na casa de campo de Raúl Castro, também presenteado com o superporto que o Brasil não tem. 
 
Juscelino Kubitschek afirmava que fora poupado por Deus do sentimento do medo. No caso de Lula, defeitos de fabricação revogaram o sentimento da vergonha e proibiram qualquer espécie de remorso. Essa conjunção de avarias talvez explique a naturalidade com que Lula reincide na louvação de regimes liberticidas. 
 
Ele pertence à subespécie dos criminosos que voltam assoviando ao local do crime. Faz sentido: faltam adversários capazes. Sobram aliados capazes de tudo
E tem ao lado a conselheira Janja. 
É por isso que já não se compara a ninguém. Nossa metamorfose delirante já foi Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Tiradentes, Nelson Mandela e Jesus Cristo
Parece ter descoberto que, no paraíso dos culpados impunes, nada é melhor que ser Lula.[o único personagem ao qual o presidente petista pode se comparar é a Judas Iscariotes - quando posava de líder sindical, deixava os companheiros em assembleia no estádio da Vila Euclides e se dirigia para a FIESP para conversar com empresários, após passava no DOPS para cumprir a função de informante do delegado Romeu Tuma - tanto que seu codinome era 'boi']
 
(Com reportagem de Cristyan Costa)
 
 
 
 
Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste 


terça-feira, 11 de outubro de 2022

Carta de um cidadão mineiro ao povo de sua terra - Idico Luiz Pellegrinotti

Povo da nossa grande Minas Gerais, terra de grandes heróis como "Joaquim José da Silva Xavier, também conhecido pelo apelido de "Tiradentes", consagrou-se por sua participação ativa na Inconfidência Mineira."

Agora, neste momento de extrema sensibilidade eleitoral, vocês elegeram para governá-los o honesto e competente Romeu Zema, salvando mais uma vez o Estado das mãos dos obscurantistas e do atraso.

Neste 2º turno das eleições voltem a se posicionar votando no nosso Presidente Jair Bolsonaro, salvando-o das mãos dos difamadores e da velha e mentirosa grande mídia. 
Não deixem que eles façam com Bolsonaro o que fizerem com o grande Tiradentes.

Neste momento, os brasileiros necessitam do povo mineiro que conheceu de perto a desatenção dada aos prefeitos pelo PT, pois esteve nas mãos do partido e sabe das intenções obscuras e devastadora da administração petista.

A Pátria brasileira nunca precisou tanto dos mineiros. Os que faltaram no primeiro turno, compareçam no segundo turno, os que por algum motivo votaram no candidato do PT, votem em Bolsonaro no dia 30/10/22, para conquistar para sempre a liberdade de todos.

Povo das Minas Gerais, sua terra que além de Tiradentes, deu Juscelino Kubitschek de Oliveira e Tancredo Neves como excelentes políticos da liberdade; o Grande Rei Pelé que encantou o mundo com sua arte e Santos Dumont que venceu a gravidade e voou.

Agora chegou o momento de fazer eclodir a valentia desse povo de grandes heróis, votando no Bolsonaro com a glória do dístico de sua bandeira: "Liberta Quae Sera Tamen" - Liberdade mesmo que tardia.

Os nomes dos quatro mineiros citados, realça com o Rei Pelé que veio do município mineiro denominado Três Corações.

Neste momento de sensibilidade política, os patriotas deste imenso Brasil pedem a junção de todos os corações mineiros para levar o Presidente Bolsonaro a dirigir nosso país rumo a felicidade de milhões de corações livres.

Não esmoreçam desse compromisso, O Brasil pede em nome dos mineiros heróis, a votação de todos ao nosso presidente Bolsonaro, que teve sua vida salva nesse chão abençoado por Deus.

Idico Luiz Pellegrinotti - amante da liberdade.


domingo, 21 de agosto de 2022

Em SP, Lula [descondenado e desesperado] ataca pastores e diz que tem ‘demônio sendo chamado de Deus’

Ex-presidente também diz que Bolsonaro está ‘comprando voto’ e ‘tentando enganar o eleitor’ com benefícios sociais

No seu primeiro comício em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, região central da capital paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou os pastores que estão “fazendo da igreja palanque político ou empresa para ganhar dinheiro”, criticou as fake news que estão sendo divulgadas por religiosos e disse que há “demônio sendo chamado de Deus”. “Tem muita fake news religiosa correndo por esse mundo. Tem demônio sendo chamado de Deus e gente honesta sendo chamada de demônio”, afirmou.


 O ex-presidente Lula no Vale do Anhangabaú Reprodução/Reprodução [a foto é de Lula em um comício - fácil perceber que está cheio de espaço vazio e na plateia também faltou povo.]

Em seguida, disse que, em um eventual novo governo seu, o estado será laico. “Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, defendo estado laico, o estado não tem que ter religião, todas as religiões têm que ser defendidas pelo estado”, afirmou.

A reação do ex-presidente ocorre em razão de uma ofensiva de pastores e lideranças evangélicas contra a sua candidatura nos templos e nas redes sociais. “Igreja não deve ter partido político, tem que cuidar da fé, não de fariseus e falsos profetas que estão enganando o povo de Deus. Falo isso com a tranquilidade de um homem que crê em Deus”, disse.

Ele também afirmou que as pessoas podem satisfazer suas necessidades espirituais sem ter que passar pelos líderes das igrejas. “Quando quero conversar com Deus, eu não preciso de padres ou de pastores. Eu posso me trancar no quarto e conversar com Deus quantas horas eu quiser sem precisar pedir favor a ninguém”, declarou. “Eu não sou obrigado a ficar escutando pessoas falando mentiras em vez de cuidar da fé”, completou.

VEJA: Malafaia tritura Lula, a quem chama de cachaceiro

Elites
Durante o seu discurso, Lula também citou Tiradentes mais de uma vez e disse que o herói da Inconfidência Mineira, preso e morto pela Coroa portuguesa após ter sido traído, é um exemplo de como o poder e as elites brasileiras sempre atuaram contra o povo e contra a independência efetiva do país. “O Brasil criou a sua primeira universidade em 1920, porque a elite brasileira não queria que pobre aprendesse nada, não queria que pobre fosse para a escola, não queria que pobre virasse doutor. O país foi o último a abolir a escravidão, foi o último a fazer a independência, foi o último a dar direito de voto ao analfabeto, a dar direito de voto à mulher”, disse.

Lula também atacou várias vezes diretamente o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Governar é cuidar das pessoas, não é fazer propaganda de armas, não é fazer propaganda de violência, não é divulgar fake news, não é cuidar dos ricos ou dos banqueiros, é cuidar do povo trabalhador”, afirmou.

Ele também disse que o presidente está “comprando voto” com o reajuste do Auxílio Brasil e a concessão de outros benefícios sociais porque está com medo dele, Lula. Também lembrou que as concessões valem só até dezembro e pediu ao eleitor que pegue o dinheiro, compre comida para casa, mas não vote em Bolsonaro. [Lula quer que o povo passe fome.]

“Ele está tentando enganar o leitor, pensa que o eleitor é gado, que ele pode ser levado aonde ele quiser. Meu caro capitão, esse povo não é besta como você pensa que é. Esse povo sabe quem gosta de povo e quem odeia povo”, discursou. [Lula tem raiva da classe média,não gosta de polícia e por aí vai.]

 Política - Revista VEJA


domingo, 25 de abril de 2021

Que Parlamento é este? - Percival Puggina


O ANIVERSARIANTE

Eu, porém, me sinto herdeiro dessa fé, dessa história e dessa cultura. Louvo, com Camões, “o peito ilustre lusitano, a quem Netuno e Marte obedeceram”. Por isso, discretamente, no retiro de minha casa, nesta noite de outono, brindo o aniversário de minha amada e mal tratada Terra de Santa Cruz.

Há muitos anos assisti a um filme em que o personagem principal entrou numa confeitaria e encomendou um bolo de aniversário, bem enfeitado, que contivesse a frase “Feliz Aniversário”. No final do expediente, retirou o bolo, levou para casa, ajeitou-o metodicamente sobre a mesa e sentou-se para comemorar consigo mesmo.

Essa representação cênica de solidão e esquecimento me vem à mente quando cai a noite sobre este 22 de abril e a data passa longe dos registros e celebrações. Ontem fizemos feriado no separatismo mineiro representado pela execução de Tiradentes e, hoje, esquecemos do Descobrimento, malgrado seu belo registro oficial na Carta de Caminha.

O 22 de abril de 1500 representa, na História Universal, o ponto culminante de uma das mais significativas aventuras humanas. O Descobrimento do Brasil foi o mais bem sucedido empreendimento ultramarino português, a longa epopeia dos lusíadas, iniciada por Dom João I com a conquista de Ceuta em 1415.

Na gravação para a série “A última Cruzada” produzida pelo Brasil Paralelo, afirmei que as Grandes Navegações, no início do século XV, como aventura e ousadia, superam as viagens que ficaram conhecidas como a “Conquista do Espaço”. Estas, note-se, não envolviam superstições, contavam com excelente informação, base tecnológica e, salvo acidentalmente, não produziram vítimas. Viagens espaciais não justificam versos como os que Fernando Pessoa dirige ao mar salgado lembrando o pranto das famílias enlutadas: “Quanto de teu sal são lágrimas de Portugal!”.

A propaganda esquerdista, porém, intoxicou o Descobrimento. Desvirtuou os feitos portugueses como condição para a velha estratégia de suscitar sentimento de culpa, gerar dívidas e produzir forças antagônicas em ausência das quais se asfixia. Parece não haver mérito em o pequenino Portugal haver descoberto, povoado, protegido e defendido este imenso continente brasileiro contra cobiçosas invasões francesas, inglesas e holandesas.

A ocupação dita extrativista e aventureira da descoberta era chamada povoamento nos textos portugueses. Tratava-se de povoar um continente e os portugueses foram ativos nessa tarefa, originando um fenótipo que hoje corresponde a 33% da população brasileira. Contudo, os descobridores desrespeitaram condições essenciais para que esse quase inacreditável feito merecesse reconhecimento dos lixeiros da história. D. João III e seus sucessores não eram comunistas. 
As caravelas portuguesas não traziam a bordo sociólogos, antropólogos, assistentes sociais, ambientalistas e psicólogos
Os donatários das capitanias hereditárias não eram sem-terra. 
Não duvido de que até as posteriores senzalas seriam bem-vistas se se chamassem gulags.
A ideologização da história do Brasil, toda ela concebida segundo uma teoria dita “crítica”, acabou por comprometer o amor à Pátria no coração de muitos brasileiros. 
Mesmo entre os católicos não falta quem considere o Descobrimento e a subsequente obra de evangelização como o assassinato de uma cultura.  
E isso persiste mesmo depois de o Papa haver canonizado o padre José de Anchieta por haver exercido com sabedoria e discernimento seu sacerdócio entre os nativos.

Eu, porém, me sinto herdeiro dessa fé, dessa história e dessa cultura. Louvo, como Camões, “o peito ilustre lusitano, a quem Netuno e Marte obedeceram”. Por isso, discretamente, no retiro de minha casa, nesta noite de outono, brindo o aniversário de minha amada e mal tratada Terra de Santa Cruz.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 14 de junho de 2020

A desastrada canetada militar do capitão - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo 

Pandemia ensina que sociedade não funciona direito com milhões de excluídos

Como colocou um general no Ministério da Saúde, presidente deveria escolher um médico para aconselhá-lo em assuntos militares

Tendo colocado um general no Ministério da Saúde, Jair Bolsonaro deveria escolher um médico para aconselhá-lo em assuntos militares. Fazendo isso, evitaria lambanças como a que produziu assinando um decreto que permitia ao Exército operar com aeronaves de asa fixa. Assinou o decreto no dia 2 e revogou-o uma semana depois. No escurinho de Brasília e na confusão da pandemia, passava-se uma boiada que criaria a aviação do Exército.

A incorporação de aeronaves às forças de terra e de mar é uma velha encrenca doutrinária. Caxias usou balões fixos na Guerra do Paraguai, antes do voo do primeiro avião. O Exército teve uma aviação, e seu patrono é o tenente Ricardo Kirk , que em 1915 morreu ao cair em Caçador (SC), combatendo os revoltosos do Contestado.

A Força Aérea não gosta da ideia de aviões com a Marinha ou com o Exército. Em 1964  o marechal Castelo Branco teve que descascar o abacaxi da aviação embarcada que tripularia o navio aeródromo Minas Gerais. Nessa crise, um capitão da FAB metralhou o rotor de um helicóptero da Marinha que pousou na base gaúcha de Tramandaí. Esse foi o único incidente em que os desentendimentos militares ocorridos durante a ditadura tiveram tiros. Em todos os outros as questões foram resolvidas por telefone. O presidente Castelo Branco viu no episódio “um deplorável estado de espírito” de “vários elementos da Marinha e da FAB”. Em poucos meses caíram dois ministros da Aeronáutica e um ministro da Marinha.

Finada a ditadura, durante o comando do general Leônidas Pires Gonçalves, sem quaisquer atritos, o Exército organizou uma força de helicópteros que vai muito bem, obrigado. Iam assim as coisas até que alguém teve a ideia do decreto que daria aviões à tropa terrestre. Como era previsível, a FAB incomodou-se e certamente a Marinha também não gostou. Se uma iniciativa desse tamanho tivesse sido tomada com algum debate público, cada lado teria bons argumentos. Depois da canetada, o melhor caminho foi pegar a Bic para revogá-la.

Bolsonaro fala em “minhas Forças Armadas”. Elas não são suas, mas o capitão precisa saber o que fazer com elas. Vá lá que batalhe pela cloroquina, que ouvisse seu ministro da Educassão e tentasse passar a boiada das nomeações de reitores. A ideia de equipar a aviação do Exército é velha. Tratar essa questão com uma canetada foi um despropósito, tanto assim que nunca havia sido tentado. Se Bolsonaro tivesse consultado um médico antes de assinar o decreto, certamente teria sido dissuadido.

Estupidez e sabedoria
Está em curso um momento de cretinismo das massas inebriadas pela paixão política. Nos Estados Unidos. decapitaram uma estátua de Cristóvão Colombo. Na Inglaterra, jogaram num rio o bronze de um comerciante de escravos do século XIX. Estupidez nada tem a ver com manifestação política, é apenas estupidez.  Racistas vandalizaram estátuas de Martin Luther King e, em 1871, a Comuna de Paris derrubou a coluna da Praça Vendôme que celebrava a vitória de Napoleão na batalha de Austerlitz. (Felizmente ela foi reconstruída).

Dói ver a polícia protegendo a magnífica estátua de Winston Churchill em Londres e em Praga, em cujos pedestais picharam que ele era racista. Era, mas ajudou salvar a civilização ocidental quando parecia que o nazifascismo dominaria o mundo. O traficante de escravos não deveria ser homenageado e sua estátua não deveria ter sido jogada no rio. Não era preciso. Os russos ensinaram ao mundo como lidar com esse problema. Depois do colapso da União Soviética, as estátuas dos dirigentes comunistas foram retiradas de seus pedestais e colocadas num parque. (Um dos bons negócios do início do século foi comprar a preço de banana quadros de alguns pintores do realismo socialista soviético.)

Na Cidade do México, há uma estátua do rei espanhol Carlos IV e, no seu pedestal, uma placa informa que ela está ali pelo seu valor artístico. Fizeram melhor os brasileiros. Dona Maria I, rainha de Portugal, mandou enforcar o alferes Joaquim José da Silva Xavier. Seu neto homenageou o pai (D. Pedro I) com uma linda estátua equestre na praça da Constituição. Veio a República e a Casa dos Bragança foi desterrada, mas a estátua de D. Pedro ficou lá, na praça à qual foi dado um novo nome, o de Tiradentes.

(.......)
Os Invisíveis

A última reunião do Ministério podia ser transmitida para casas de família. Nela, o ministro Paulo Guedes revelou que a pandemia ensinou muitas coisas ao governo e disse o seguinte: “Aprendemos durante toda essa crise que havia 38 milhões de brasileiros invisíveis e que também merecem ser incluídos no mercado de trabalho.”

Ninguém aprendeu que existiam milhões de brasileiros sem proteção. Todo mundo sabia disso, inclusive Paulo Guedes. O que a epidemia poderá ensinar é que esse tipo de sociedade não funciona direito. A nova moda é fingir que esse problema foi revelado pela pandemia. Passada a crise sanitária, vai-se fingir que ele também se foi. Quando isso acontecer, o capitão poderá repetir: “E daí?”

PT assustado
O PT começa a acordar para um pesadelo: terminada a eleição municipal, estará fora do segundo turno no Rio e em São Paulo.

(.....)

MATÉRIA COMPLETA Folha de S. Paulo  - O Globo - Coluna Elio Gaspari


sábado, 1 de fevereiro de 2020

Limite ao direito de impor tributos - José Pio Martins

Daqui a algumas semanas, o Congresso Nacional retorna com o tema da reforma tributária. Uma coisa aprendi com a história política do país: nunca houve uma reforma tributária que tenha diminuída a carga de impostos pagos pela população. Por mais que o sistema tributário seja caótico, disforme, complicado, caro e injusto, não vejo como desta vez será diferente.  Aliás, tem havido aumentos de impostos no Brasil inteiro quase silenciosamente.
Citemos dois exemplos. Um, a elevação do imposto sobre veículos (o IPVA) de 2,5% para 3,5%, que representou aumento de 40% no total a pagar. Na conta de energia, quase metade do valor são tributos, e chegou a esse ponto sem a população perceber claramente, pois os impostos sobre energia são principalmente indiretos, estão embutidos (escondidos) no preço.
Nas mais importantes revoluções ao longo da história, a revolta contra os impostos esteve presente. A Revolução Inglesa (1689), A Revolução Americana (1776) e A Revolução Francesa (1789) tiveram, como uma das causas, a revolta contra o excesso de tributação interna ou contra a tributação imposta pelo império sobre a colônia. Aqui mesmo no Brasil, tivemos movimentos sangrentos contra a pesada tributação imposta por Portugal. Tiradentes morreu por lutar contra a “derrama”, a cobrança forçada dos impostos atrasados, o chamado “quinto”.
Na Revolução Inglesa, chamada de “gloriosa”, houve grande revolta contra os altos impostos e o direito do rei de elevar tributos a qualquer momento e em qualquer medida. A Inglaterra vivia sob a monarquia absoluta, o rei detinha poderes plenos e não se submetia às mesmas leis impingidas aos cidadãos. O resultado foi a substituição da monarquia absoluta pela monarquia parlamentar, o rei deixou de ser soberano, e expressiva parcela de seus poderes foi transferida ao parlamento formado por representantes eleitos. Nascia o princípio de que não pode haver tributação sem representação.
Na Revolução Americana, uma das causas da revolta e da declaração de independência dos Estados Unidos em relação à Inglaterra foi a “Revolta do Chá”, em 1773. A coroa britânica sobretaxou o chá exportado para os Estados Unidos e provocou indignação geral, inclusive entre os próprios ingleses que haviam emigrado para a América do Norte.
Na Revolução Francesa, produtores enraivecidos se revoltaram contra as arbitrariedades no aumento de tributos e contra a figura dos contratadores (ou rendeiros gerais), que detinham o direito, cedido a eles pelo rei mediante pagamento, de cobrar tributos sobre determinado produto ou região. O famoso cientista Antoine Lavoisier, considerado pai da química moderna, foi guilhotinado pelos revoltosos em dezembro de 1771 porque era um contratador, ou rendeiro geral.
Esses fatos históricos nos remetem aos poderes concedidos a prefeitos, governadores e presidente da República para criar e aumentar tributos sem passar pelos representantes do povo. O chefe do Poder Executivo também é eleito pelo povo, mas como ele administra os gastos públicos, não se deve dar-lhe poderes para criar ou elevar tributos. Isso é como dar ao síndico de um prédio o direito de cobrar taxas dos moradores sem submeter à votação e aprovação deles.É essencial para a segurança jurídica, a previsibilidade econômica e a paz social que a criação ou a elevação de tributos seja votada pela câmara de representantes. A divisão de poderes entre legislativo, executivo e judiciário, que devem ser harmônicos e independentes entre si, com poderes limitados, é fundamental para a defesa do indivíduo contra os excessos e o arbítrio do governo e dos governantes.
Um dos problemas da existência dessa entidade chamada “Estado” e de seu braço executivo, o governo, é que não há anjos na Terra. É grande a parcela de governantes e burocratas, inclusive os concursados, que uma vez no governo colocam seus interesses pessoais acima dos interesses daqueles que os puseram lá. Uma das facetas dessa realidade é que, uma vez no cargo público, o eleito ou concursado mude de lado. Isto é, ele passa a representar o Estado, não a sociedade. Seria esperar muito da natureza humana que fosse diferente. Não nos iludamos: o primeiro objetivo de quem disputa eleição é conseguir o poder; o segundo é manter-se no poder. Para muitos, o objetivo é mandar e se enriquecer no cargo. Então, a sociedade deve cuidar para que haja limitação dos poderes do governo e o controle das ações dos governantes, coisas das quais não gostam os governantes com inclinação autoritária. Entre as limitações, deve estar a limitação do direito de impor tributos.
Transcrito do Alerta Total
José Pio Martins, economista, é Reitor da Universidade Positivo.


 

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Vai tu mesmo

Hoje, dependendo da sua imagem nas classes intelectuais e progressistas, ser herói é bem fácil: basta obter uma certidão de "pessoa de esquerda"

Publicado na edição impressa de VEJA

Houve um tempo em que pouquíssimas coisas eram tão difíceis no Brasil quanto ser um herói. Faça as contas: quantos heróis, mas heróis de verdade, você conseguiria colocar na sua lista? É duro de admitir, mas o fato é que nunca deu para encher nem o espaço de um guardanapo de papel, tamanho pequeno, com os nomes de brasileiros que poderiam reivindicar para si, por força das ações concretas que praticaram em vida, a condição de “glória nacional”. O fato é que o sujeito precisava ser um Tiradentes, no mínimo, para ser considerado um herói com padrão de qualidade garantido. [com o devido respeito a Tiradentes, corroboro o entendimento de que um HERÓI é dificil no Brasil - Tiradentes, se analisar bem sua história, se conclui que ele era um grande sonegador de impostos;

O Brasil não valoriza seus heróis - raridades em nossa Pátria -  basta ver alguns exemplos dos que estão com os nomes lançados no tal livro de aço do Panteão na Praça dos Três Poderes (o nome do monumento me foge no momento), tem entre eles o Brizola, o Tancredo (o que ele fez realmente pelo Brasil? - ainda que involuntariamente facilitou a vida do Sarney e fundou a tal Nova República = a MÃE de todas as corrupções), porcos traidores tipo Lamarca viraram nome de cidades pelo heroísmo (?) (de trair a Pátria? trair o Exército de Caxias?) um assassino como o porco do Marighella,( por recomendar o assassinato de inocentes, seu lema - em livro escrito por ele e de fácil consulta - era: não importa o morto, não importa quem foi assassinado, o que interessa é o cadáver;)

Tem mais, é a generosidade em conceder condecorações: o Genoíno recebeu a 'Medalha do Pacificador' , o Zé Dirceu, idem - quando se tornou público sed tratar de criminosos, ladrões, corruptos, depois de muita relutância as comendas foram 'cassadas'.

Agora querem lapidar o filho do Bolsonaro por ter recomendado para receber uma medalha um cidadão que na época da recomendação atendia os requisitos para ser condecorado
hoje não atende, então é simples, cassa a comenda e mantém o individuo respondendo o processo e se condenado vá para a cadeia.

Alguém já parou para imaginar quantas dezenas de medalhas o presidiário Lula possui - grande parte das recomendações foram feitas por pessoas que entendiam que aquele criminoso merecia a distinção. (aliás, quando se fala em medalhas concedidas a pessoas tipo Lula, Dilma e outros da mesma laia tenha um tentação enorme de escrever medalhar acrescentando a letra R entre o 'e' e o 'd')
Já foram cassadas tais honrarias ou ornam uma das paredes da sala cela que o presidiário ocupa?]

Sempre se pode discutir as medidas exatas do heroísmo de Tiradentes ─ Getúlio Vargas, por exemplo, chegou a cassar o feriado de 21 de abril mas nos 227 anos que se passaram desde a sua morte na forca de dona Maria I, a Louca, quem apareceu com o mesmo tamanho? Ninguém.  É verdade que existe uma lista com 43 heróis e heroínas oficiais do Brasil, cujos nomes estão escritos em páginas de aço no Panteão da Pátria em Brasília; Tiradentes, aliás, é o primeiro. Mas muita gente não assinaria embaixo.

Os títulos de heróis oficiais são dados por decisão do Senado Federal e da Câmara dos Deputados e só isso já chega para avacalhar qualquer conversa a respeito de heroísmo. [e as condecorações concedidas pela operosa e desnecessária Câmara Legislativa do DF (campeã na arte de forjar leis inconstitucionais - aliás, neste quesito ela é hors-concours); 
pesquisa realizada mostra que elevado número de laureados , pela CLDF, tem envolvimento com a Justiça, alguns até cumprindo pena - ironicamente entre os muitos homenageados que cumprem pena, ou passaram algum tempo preso, estão ex-deputados daquela casa.] Além do mais, fazem parte da lista figuras como Zumbi, Chico Mendes ou o Marechal Deodoro, [o comportamento de Zumbi ou Chico Mendes, pode até ser louvável, mas, não justifica  a elevação à cate gorai de heróis da Pátria.] que traiu o seu Imperador com um golpe de Estado ─ o que mostra bem o tipo de qualidades requeridas para um cidadão receber o certificado de herói brasileiro. (Considerava-se, até há pouco, a inclusão de Ayrton Senna no Panteão da Pátria.)  [Ayrton Senna, o gênio da Fórmula 1, o melhor entre os melhores, mas, NADA justifica ser considerado herói.] Fazer o quê? Também não é razoável esperar que o nosso panteão de heróis e heroínas tenha um nome só; como ficaria a imagem do Brasil no exterior, especialmente agora que os eleitores colocaram a direita no governo? Não dá. Ficamos, assim, naquela situação de “se não tem tu, vai tu mesmo”, como se diz.

A verdade é que, depois de Tiradentes, conseguimos fazer uma guerra inteira contra o Paraguai, durante mais de cinco anos, sem que ao fim houvesse a produção de um único herói claro. Na Guerra da Independência contra Portugal, o comandante de maior destaque foi o almirante Grenfell mas ele era inglês, e embora tenha perdido um braço em combate lutando pelo Brasil, foi um tipo que hoje se chamaria de “polêmico”. (Entre outros feitos, chegou a trancar 256 simpatizantes da causa portuguesa no porão de um navio em Belém do Pará; morreram todos. Mais tarde, foi absolvido numa corte marcial do Rio de Janeiro, por falta de provas.)

Antes, no passado remoto, houve O Anhanguera, Fernão Dias ou Raposo Tavares, o Marco Polo brasileiro. Mas se você lembrar esses nomes a CNBB, o Papa Francisco e a Comissão de Direitos Humanos da ONU podem vir com acusações de genocídio contra os índios; melhor não mexer com isso. Santos Dumont, mais recentemente? Oswaldo Cruz? Gente fina, mas sem apoio entre os “influencers“. Agora, enfim, tudo isso mudou. Hoje, dependendo da sua imagem nas classes intelectuais, liberais, progressistas etc., ser herói é uma das coisas mais fáceis desta vida: basta obter uma certidão de “pessoa de esquerda”. Assassinos patológicos como um Carlos Marighella, por exemplo, têm direito a estrelar, no papel de salvador do Brasil, filmes pagos com o dinheiro dos seus impostos. Um psicopata homicida como Carlos Lamarca chegou a ganhar uma estátua num parque florestal de São Paulo.

A vereadora Marielle Franco jamais recebeu uma única citação por algo de útil que tenha feito em toda a sua vida política, mas depois de ser assassinada “pelo fascismo”, é tratada como um dos maiores colossos da história nacional.  O herói dos comunicadores, neste momento, é o ex-deputado j w. A soma total das realizações de sua existência se resume a ter ganhado, anos atrás, o prêmio de um programa de televisão que compete com o que existe de pior na luta pela audiência das classes Y e Z. Outra foi cuspir, no conforto de quem está cercado por um bolo de gente, num colega na Câmara dos Deputados ─ justamente o que acabaria se tornando o atual presidente da República, vejam só. Agora, alegando subitamente ameaças à própria vida na internet, abandonou o mandato, os eleitores e suas promessas de “resistência” ─ e fugiu para a Espanha. Pronto: virou herói instantâneo.  
 





Agredido mesmo nessa disputa, até agora, foi Bolsonaro, vítima de uma tentativa de homicídio que quase lhe tirou a vida e acaba de exigir uma terceira cirurgia, com sete horas de duração. Mas o mártir é a figura que cuspiu. É o Brasil 2018.