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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

As riquezas dos maricas - William Waack

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro é o pior inimigo de si mesmo quando se trata de ridicularizar sua autoridade

Era óbvio e esperado que, ao perder a aposta feita em Donald Trump, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro fosse incluído na coluna “perdedores” em todas as listas de governantes que se deram mal com a vitória de Joe Biden. [sic] Não são poucos, e incluem países tão diferentes entre si como Israel, Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido e Hungria. Mas o que a língua solta do presidente está produzindo é uma rápida perda da própria autoridade

A popularidade que resulta de auxílios emergenciais é tão efêmera quanto a duração desses auxílios, e até aqui o governo não conseguiu dizer como vai incluir uma renda básica no Orçamento do ano que vem (que, aliás, não foi votado). Sim, é popularidade que pode ser reconquistada, ainda que a custo literalmente alto para os cofres públicos – e enquanto a economia não sofrer desarranjos maiores, fantasma que o próprio ministro Paulo Guedes anda alimentando.  

[Paulo Guedes deveria ter sido defenestrado do governo Bolsonaro antes da posse do presidente;

Paulo Guedes funciona na base de 'balões de ensaio' e manobras diversionistas. Exemplos: desde o inicio do governo que ensaia voltar com a CPMF, sob outro nome só que pior, ensaia, recua, volta a ensaiar, novo recuo e ao tempo que distrai os incautos com a CPMF, afunda com a caderneta de poupança - uma forma de desviar recursos daquela aplicação para os investimentos de risco. 

Tem  banco oferecendo investimento que rende quase 200% do CDI e diz que rende o dobro da poupança = ótimo, só que mesmo rendendo o dobro da poupança serão necessários quatro meses de investimento para repor o 'espirro' da inflação de outubro.]

A briga de Bolsonaro com a vacina “chinesa” conseguiu gerar desconfiança em qualquer vacina, justamente quando os especialistas alertam para o fato de que o Brasil provavelmente enfrentará uma segunda onda de covid-19, tal como acontece no momento na Europa e nos Estados Unidos. E a politização afeta a confiança em duas instituições essenciais para saúde pública: as que produzem a vacina (como o Instituto Butantan) e as que regulam sua aplicação (como a Anvisa). O resultado geral é péssimo para todos os governantes e causou séria apreensão nos governadores.[a 'briga' pela vacina é estúpida, independente dos brigões, por ser uma peleja por algo que não existe.

O presidente Bolsonaro pode, e deve, acabar com essa discussão por uma vacina inexistente, calando a boca de todos. Para tanto, basta convocar as redes sociais e ao vivo e em cores chega, desfere um murro na mesa - daqueles que fazem o que estiver em cima mesas saltar mais que pipoca - e declara que na condição de presidente  do Brasil decreta que no dia em que for apresentada oficialmente ao seu Governo, uma vacina contra a covid-19 ela será comprada. 

O produto ofertado, deverá ser uma  vacina comprovadamente testada, segundo protocolos científicos específicos, apresentando uso seguro e eficácia comprovada. Atendido esses requisitos, seu governo comprará a quantidade de doses disponíveis, limitadas a 50% do total atual da população brasileira. 

Assumindo tal compromisso o senhor cala a boca de todos - incluindo a do deputado que preside a Câmara, de todos que insistem em dar pitacos no seu Governo, dos que querem governar sem votos e sem mandato para tanto.]

Da mesma maneira, pode-se argumentar indefinidamente sobre quem atrasa mais a aprovação das reformas que lidem com a questão fiscal, se é o Congresso ou se é a equipe do Ministério da Economia. Mas, no sistema político brasileiro, é o presidente quem tem o poder de ditar a agenda política, e a pergunta cada vez mais pesada no ar é se alguém sabe o que Bolsonaro pretende além de manter popularidade a um custo que a passagem do tempo só torna mais caro do ponto de vista fiscal.

O grau de isolamento internacional do Brasil por conta das apostas de Bolsonaro é inédito, ainda que lhe reste o consolo de estar na companhia de países como China, Rússia e México, que até aqui se recusam a parabenizar Joe Biden pela vitória nas eleições presidenciais. Ocorre que esses três países tem contenciosos importantíssimos com os Estados Unidos, enquanto Bolsonaro está aparentemente ávido para encontrar um: a Amazônia.

Biden mencionou US$ 20 bilhões de possível ajuda, o agronegócio tecnológico e nossa matriz energética têm tudo para ganhar num impulso rumo à economia “verde”, mas o presidente prefere falar de “pólvora” quando esgotar a diplomacia em relação à pressão americana em questões ambientais. No caso brasileiro, nossa diplomacia esgotou-se ao exercer a ridícula opção preferencial de se subjugar a Donald Trump. Os que realmente possuem “pólvora”, como China e Rússia, não ficam falando disso. De qualquer forma, faltou Bolsonaro esclarecer como pretende usar eventualmente pólvora para enfrentar os malandros de olho nas nossas riquezas, se ele considera que preside um país de maricas. 

William Waack, jornalista - Opinião - O Estado de S. Paulo