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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Uma sucessão de facadas

Se as promessas não forem cumpridas, vão todos para o espaço, como foram PT e PSDB. Não existe fidelidade eterna


Quando se comemorava uma renovação pelo processo eleitoral, o passado voltou com dois fortes golpes. Um deles, o mais importante, foi o aumento de 16% concedido aos ministros do STF.  Não creiam que parlamentares votam esses aumentos pelos belos olhos dos ministros. Eles estão pensando em si próprios, pois nesse movimento aumentam também o teto do funcionalismo. Um teto para abrigá-los adiante.

Um dos temas da campanha foi o tamanho do Estado. Ele é um gigante anêmico que não tem o sangue para investir. As manifestações de 2013 denunciaram sua ineficácia; as de 2015, o processo de corrupção que o dominava.  Por que não esperar a reforma da Previdência, o enxugamento da máquina, para reajustar salários no primeiro semestre? Só aí perdemos R$ 6 bilhões. No dia seguinte, os incentivos à indústria automobilística levaram mais R$ 2 bilhões. Nesse caso, para quê? Incentivos para melhorar o motor de combustão que já está pra lá de Marrakech: não tem futuro.

Bolsonaro reagiu de uma forma discreta. Temo que não tenha percebido a extensão do golpe. Aliás, temo mais ainda, que ele não tenha ainda compreendido o caráter parasitário e atrasado da grande máquina estatal.  Não tenho condições de questionar a mudança dos outros, porque também mudo. Mas afirmar que não contingencia o orçamento das Forças Armadas é prematuro. Isso só se faz com a noção bem clara do conjunto. E se houver um gargalo na saúde?

Esses momentos de transição podem ser usados para tentar entender a fase em que entramos. É que na transição acontece pouca coisa, além do anúncio da escolha de ministros e da reorganização administrativa. Às vezes, equipes que entram revelam dados importantes, pois querem mostrar o tamanho do buraco. Suponho que a nova fase vai se basear na luta contra a corrupção, com a presença de Moro, e um pouco mais de segurança. Mas o enxugamento da máquina é essencial.  Há temores de que o processo possa conduzir a uma rejeição futura às ideias liberais. Não creio. Tanto os liberais como os estatizantes não escrevem numa página em branco. Mesmo com a correlação de forças a seu favor, as ideias liberais devem sofrer alguns reparos, adaptações que resultam do próprio debate.

O que me preocupa é que as coisas estão acontecendo no Brasil com um tipo de lógica que me desconcerta. Quando vi aquele exame do Enem que apresentou um dicionário dos travestis, pensei que havia infiltração da direita para confirmar suas teses. Por que não alguma coisa em guarani, em italiano, idiomas falados no país e que envolvem muita mais gente? Parecia uma provocação. Da mesma forma, quando ouço o ministro Paulo Guedes falar numa possível futura fusão do Banco do Brasil com o Bank of America, temo que um esquerdista infiltrado tenha soprado essa sugestão. Por que dizer isso agora, sem que nenhum estudo, nenhuma negociação preliminar tenha sido feita?
Tanto Bolsonaro como Guedes têm afirmado que o fracasso do seu governo poderia trazer o PT de volta. Dependendo do fracasso e das circunstâncias, pode surgir algo mais radical ainda.

Nada começou ainda. Mas nesses momentos de transição, creio que o presidente deveria brigar mais contra essas benesses de fim de mandato.  O general Heleno disse que o aumento dos juízes era uma preocupação. O governo pode ter sentido assim. Mas as pessoas comuns ficaram indignadas.  O novo governador de Minas venceu com 72% dos votos. Isso é inédito na História. Os eleitores rejeitaram o PT e o PSDB por uma promessa de reforma do Estado.

As forças políticas que sobem agora ao poder o fazem com um apoio de uma frente que amalgama expectativas políticas e ideológicas. Será uma ingenuidade supor que o cimento ideológico possa manter o edifício em pé com mudanças apenas cosméticas na vida real. Se as promessas não forem cumpridas, vão todos para o espaço, como foram PT e PSDB. Não existe fidelidade eterna.  Cada momento tem de ser vivido com a gravidade que merece. Não pretendo antecipar críticas, muito menos torcer contra. Não me surpreende pauta-bomba em fim de mandato. Sempre foi assim. O que me surpreendeu foi como os novos atores foram polidos e discretos diante desse tipo de facada.

O Globo

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A gastança da comitiva de Lula em Porto Alegre

Só com a hospedagem num hotel cinco estrelas a casta dos Altos Companheiros torrou mais de 150 mil reais

Enquanto discursa contra a sociedade dividida em classes, o PT confirmou em Porto Alegre que é dividido em duas castas. Uma agrupa os Altos Companheiros, que dirigem o partido e veem Lula de perto. Os dirigidos [idiotas úteis] se acotovelam na Militância e só enxergam o Mestre pendurado em palanques. Os que mandam chegaram à capital gaúcha de avião e se hospedaram num hotel cinco estrelas. Os que obedecem viajaram de ônibus, e a maioria passou algumas noites em pensões ou barracas da grife MST.

Lula premiou um pequeno bando de eleitos com as regalias reservadas ao único deus da seita. A comitiva voou de São Paulo para Porto Alegre a bordo do Legacy 600 que foi de Eike Batista e hoje pertence ao Bank of America. A versão oficial garante que a direção do PT bancou o aluguel do jato e os 80 apartamentos reservados por três dias à comitiva do chefão. O preço médio da diária é de 170 dólares. Só em hospedagem, portanto, a tropa de elite gastou quase 50 mil dólares, ou mais de 150 mil reais.

Como as delegações dos grandes times de futebol, o clube de Lula recebeu do hotel um tratamento vip, que incluiu o elevador privativo e uma ala inteira com acesso restrito aos hóspedes e seus convidados. Faz sentido. Se a Justiça cumprir seu dever, o time que dormiu no Sheraton vai fazer bonito no Campeonato Nacional do Sistema Penitenciário.

 Augusto Nunes - Veja
 

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

O começo da volta

A economia está se recuperando. Há indicadores positivos mostrando que o país saiu do fundo do poço, mas há ainda um grande caminho a andar até chegar ao ponto do qual o país caiu na recessão. A produção industrial em outubro ficou 5,3% maior do que a de outubro do ano passado, mas ainda esta 17% abaixo do melhor momento, em 2013. A queda já chegou a ser de 21%. O caminho de volta só está começando.

Nada será como em outras recuperações. A volta será trilhada passo a passo e no meio do caminho haverá não apenas uma, mas várias pedras. Esta recessão não foi provocada por uma crise externa, foi feita aqui mesmo. Quando começou, o país já estava em desordem fiscal e ela se aprofundou pela queda forte da arrecadação. A dívida bruta subiu 20 pontos percentuais do PIB, desde o começo do governo Dilma. O cenário político é confuso, o governo não inspira confiança. Tudo isso é fator desestabilizador que dificulta o crescimento. Mesmo assim, há dados mostrando que a recuperação já começou.

No final de 2016, a economia estava 9,2% menor do que no final de 2014. Com os três trimestres consecutivos de alta este ano, ela está 5,8% menor, na mesma comparação. Ou seja, ainda não é o que era, mas está reduzindo o PIB perdido. O consumo das famílias está em queda de 6,6%, e os investimentos, apesar de terem voltado a crescer, estão 22% menores.  No mercado de trabalho, a situação é mais preocupante. O Brasil chegou a ter apenas 6 milhões de desempregados em 2013, mas viu o número disparar para 14,1 milhões no pior momento deste ano, em março. Em outubro, havia diminuído para 12,7 milhões. Mesmo assim, ainda é muita alta a quantidade de brasileiros procurando empregos sem encontrar.

O mercado financeiro vem revisando para cima as projeções para o PIB deste ano e do ano que vem. O chefe de economia e estratégia do Bank of America no Brasil, David Beker, passou de 0,6% para 1% a estimativa para 2017 e prevê alta de 3% em 2018, puxada pelo consumo. Mas ele define a recuperação como gradual e diz que há vários fatores impedindo uma retomada mais forte.  — Esta não é uma recuperação como as outras. Temos uma crise fiscal ainda não solucionada, com endividamento crescente do governo, desemprego alto, e muitas empresas também endividadas. Além disso, o Brasil perdeu produtividade. Nossa capacidade de crescer hoje é menor — explicou.

Ontem, o Bank of America lançou um relatório anual com perspectivas para a economia mundial em 2018. De um lado, a expectativa é de mais um ano de forte crescimento, o que ajudará o Brasil. Mas, por outro, o banco espera condições financeiras mais apertadas, com aumento de juros nos Estados Unidos e diminuição dos estímulos monetários na Europa. Com isso, os mercados emergentes, e principalmente os países com risco fiscal, como o Brasil, poderão ter mais dificuldades para atrair investimentos.
A reforma tributária de Trump vai pressionar os gastos do governo americano. Com isso, o Banco Central dos EUA pode ter que elevar mais os juros do que o mercado previa. Isso afetará os emergentes — disse.

Uma das mudanças favoráveis do quadro brasileiro é o ajuste externo. O país chegou a ter um déficit em conta-corrente de 4% do PIB e hoje é de 0,4%. O Banco Central tem alto volume de reservas e o Investimento Estrangeiro Direto continua forte. Por isso as oscilações externas poderão ser enfrentadas. O Bank of America acredita que o Banco Central poderá manter os juros baixos durante todo o ano que vem. A expectativa dos economistas para hoje é que o Copom reduzirá a Selic para 7%, a menor taxa da série histórica. Dependendo do comunicado, o Banco Central poderá indicar novas quedas, para a casa de 6% no ano que vem.  — O Brasil poderá ter juros menores do que os do México, que está com a taxa em 7%. Isso vai ajudar na recuperação — explicou Beker.

A percepção da população é diferente da visão do mercado financeiro e do que dizem os índices. Apesar da melhora nos indicadores, a sensação de crise permanece porque o país melhorou mas está distante ainda do ponto em que estava. Quando um indicador sobe, como a produção industrial de outubro, divulgada ontem, consegue apenas reduzir a dimensão da queda.

Coluna Miriam Leitão - O Globo

 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Desafios do teto

O economista Fábio Giambiagi usa uma metáfora para explicar a PEC dos gastos: “É um contrato de emagrecimento. Depois, o país terá que ir à academia ou fechar a boca”, diz. A aprovação é o primeiro passo, os desafios virão mais tarde. A fatia no Orçamento destinada à Previdência vai subir no curto prazo, mesmo com a reforma. Os reajustes reais dos servidores terão que ser revertidos depois de 2019.

A Previdência continua sendo um dos principais problemas das contas públicas. Giambiagi explica que a reforma que está sendo discutida no Congresso só terá efeito sobre o déficit no longo prazo. Antes, os gastos com aposentadorias e pensões continuarão em forte alta, e isso significa que o governo terá que fazer cortes em outras áreas para se manter na lei. — Os gastos com saúde e educação não podem cair. Os investimentos já caíram muito e não podem ficar negativos. Ao mesmo tempo, o governo e o Congresso estão concedendo reajustes. A margem de manobra para o governo que assumir em 2019 será muito pequena — disse o economista.

As opções são todas difíceis. Uma ideia seria aprovar uma nova reforma da Previdência, em 2019, com regras ainda mais rígidas e que tenham efeitos mais imediatos. Outra seria adotar uma política salarial muito dura para o funcionalismo no período entre 2020 e 2023, para compensar os reajustes concedidos agora. Alta de impostos ajudaria a reduzir o déficit, mas enfrentaria resistência e, ainda assim, o governo não poderia aumentar gastos acima do teto. — À medida em que esses dilemas, que os especialistas em finanças públicas já identificaram, começarem a ser percebidos por mais gente nos próximos meses, o debate sobre 2019 vai invadir 2017 — diz.

Pelas contas do Bank of America, a aprovação da PEC levará o país ao superávit primário apenas em 2020, com estabilização da dívida em 2021. Se ela tivesse sido implementada em 2010, diz o banco, a dívida bruta do governo teria fechado 2015 em 43% do PIB, 23 pontos abaixo do número oficial (66%). A política fiscal dos últimos anos foi um enorme tempo perdido.

Por: Alvaro Gribel
 

O peso da Previdência
O gráfico mostra como os gastos com o INSS estão pressionando as contas públicas. De janeiro a setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2015, as despesas com INSS subiram 10,5%, já descontada a inflação pelo IPCA. Mesmo com os cortes em pessoal e em outras despesas, que incluem queda de 15,7% nos investimentos, o gasto total está com alta de 2%, segundo Fábio Giambiagi.

 Tabu da privatização
Oito governadores encaminharam carta ao BNDES nas últimas semanas com interesse em incluir empresas estaduais de saneamento no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Eles se somam a Rio, Pará e Rondônia, os primeiros a aderir ao projeto. No banco, a previsão é que, além desses 11 estados, outros sete deverão se manifestar em breve. O interesse cresceu porque os governadores entenderam que o PPI não é um programa de privatização, já que o controle permanece com o Estado e apenas parte do serviço é transferida à iniciativa privada. A motivação mostra como o tema ainda é um tabu para os gestores públicos do país.

DESEMPREGO. A taxa ficou em 11,8% em setembro. “Só não foi pior devido ao desalento”, notou o Iedi. A força de trabalho encolheu 0,8%.

VENEZUELA. Em meio à crise interna, o governo Maduro reajustou o salário mínimo em 40%. O problema é que a previsão de inflação está em 500% este ano.

BOCA LIVRE S/A. A suspeita de que grandes empresas usaram dinheiro da Lei Rouanet para financiar eventos corporativos era o que faltava.

Por: Marcelo Loureiro

Míriam Leitão, está de férias

 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

O fim do Brasil como economia? ou apenas um alerta? No Brasil, juros nas alturas. No México e na Colômbia, taxas de 3% e 4,5%

A próxima semana será de reuniões nos bancos centrais de Brasil, Colômbia e México. 


O que chama atenção é que nos outros dois países as taxas devem ficar paradas, em níveis muito baixos, enquanto no Brasil a Selic deve continuar subindo, mesmo com o país em recessão.


A projeção do Bank of America é que a taxa brasileira suba mais meio ponto, indo a 14,25%. Para o México, a estimativa é que fique estável em 3%, enquanto na Colômbia deve permanecer em 4,5%.

A inflação alta é um problema interno do Brasil, resultado de erros da política econômica dos últimos anos. O quadro mundial é de preços baixos, principalmente os ligados à energia.

Fonte: Alvaro Gribel - Coluna da Miriam Leitão