Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Batalha dos Guararapes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Batalha dos Guararapes. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Os valores da farda que volta ao poder

Os oficiais do Exército brasileiro creditam à televisão, aos bancos, ao Congresso Nacional e às multinacionais, nesta ordem, o maior grau de influência política no país. Indagados que instituições deveriam exercê-la, os oficiais se incluem. Colocam as Forças Armadas em quarto lugar entre as aquelas que deveriam ter mais peso político, depois do Congresso, da academia e do Judiciário.
Confrontados com a afirmação do ex-ministro da Guerra do Estado Novo e ex-candidato à Presidência da República, general Pedro Aurélio de Góis Monteiro, de que a política deveria ser mantida fora dos quartéis, a maioria dos oficiais do Exército manifestou discordância. A maior aderência à afirmação de que "cabe ao Exército agir, mesmo que politicamente, quando a pátria estiver em perigo" se dá entre jovens tenentes (63,5%). A adesão à tese agrega menos da metade (48,7%) dos coronéis e generais.
Os dados estão em "A Construção da Identidade do Oficial do Exército Brasileiro", publicado no ano passado pela editora da PUC-RJ. O autor, o major Denis de Miranda, é professor da Academia Militar das Agulhas Negras, escola de formação de oficiais e única porta para o generalato na Força. Por lá passaram o presidente Jair Bolsonaro (turma de 1977) e todos os generais do primeiro escalão, o vice Hamilton Mourão (1975), o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Heleno Ribeiro (1969), o titular da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz (1974) e o da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva (1976).
O livro é resultado do mestrado em sociologia das instituições militares, da PUC-Rio, incentivado por convênio entre os Ministérios da Defesa e da Educação. Para escrevê-lo, Miranda enviou 2.015 formulários para oficiais formados na Aman. Recebeu de volta 643, o que deu à pesquisa uma margem de confiança de 98%. Entre aqueles que responderam, estão 90 generais e coronéis, 249 tenentes-coronéis e majores, 216 capitães e 88 tenentes. No prelo, na mesma editora, está novo levantamento, ainda mais amplo, encabeçado pelo coordenador do núcleo de sociologia das instituições militares, Eduardo de Vasconcellos Raposo. Os primeiros tabulamentos sugerem uma convergência entre os valores militares e aqueles que se fizeram vitoriosos no eleitorado nacional.

A pesquisa de Miranda mostra que a geração de oficiais pós-redemocratização quis se notabilizar pelas operações militares propriamente ditas, mas foi tragada por atividades como o combate à seca e as operações de garantia da lei e da ordem. Mais da metade dos entrevistados reconhece que as ações subsidiárias lhes trazem mais reconhecimento da sociedade. Esse perfil explica por que generais do Alto Comando do Exército têm demonstrado preocupação com a politização dos quartéis. A judicialização da política, como se viu, levou à politização do Judiciário. Não parecem infundados os temores de que a militarização da política leve à politização dos militares. A corporação que se vê mais reconhecida em atividades civis e advoga o dever de agir politicamente quando a 'pátria' estiver em perigo revela sua maior insatisfação com os seus rendimentos. Este batalhão de insatisfeitos terá uma proeminência política inédita nos últimos 30 anos num governo supostamente comprometido com o ajuste fiscal.
A tabela de soldos das Forças Armadas é parte da explicação para o primeiro tiro do general Mourão no anunciado conflito com o Judiciário - "Eles não conhecem o Brasil" (Valor, 28/12/2018). O soldo de um tenente (R$ 7,5 mil) equivale a um terço do salário de entrada de carreiras do Judiciário e do Executivo. A insatisfação salarial mitiga o espírito de corpo dos oficiais. Entre tenentes, grupo que tem menos de dez anos na carreira, mais da metade mudaria de carreira se pudesse preservar a estabilidade. No grupo de coronéis e generais, que já têm mais de 30 anos de Exército e estão às portas da aposentadoria, a intenção de virar a vida pelo avesso atinge apenas um em cada dez.
"Se não fosse militar, qual outra carreira seguiria?" A resposta demonstra o desacerto entre o espírito das Forças Armadas e o coração liberal do ministro Paulo Guedes. Ao ingressar na carreira, o oficial tem, a seu dispor, todo o plano de carreira das décadas seguintes, com as promoções e aperfeiçoamentos que precisará fazer para atingi-las. É essa mentalidade, e não o apetite da livre-iniciativa, que prevalece. Sem a farda, mais da metade rumaria para fazer um concurso público. Entre os mais jovens essa opção abocanha 72,7% de adesão.
Esse espírito de corpo se dilui no momento em que o Exército é mais endógeno do que nunca. A pesquisa de Miranda mostra que 45% dos oficiais são filhos de militares. Na década de 1960 a fatia de cadetes da Aman cujos pais estavam na carreira pouco ultrapassava um terço. Um outro estudioso das Forças Armadas e professor da Universidade Federal de São Carlos, Piero Leirner, atribui a essa endogenia o caldo de receptividade da base das Forças Armadas à candidatura de Jair Bolsonaro. A primeira vez em que se deu conta disso foi em 2012, quando ministrou curso na Fundação Getúlio Vargas, no Rio, para uma turma majoritariamente de militares. Um major reclamou da Comissão da Verdade. Mais tarde, em viagem de pesquisa a São Gabriel da Cachoeira (AM), região que vivia sob uma onipresente liderança do general Heleno Ribeiro, o clima era o mesmo.
O relatório da Comissão colocaria sob o mesmo carimbo os brigadeiros Eduardo Gomes, patrono da Aeronáutica, e João Paulo Burnier, cuja ficha corrida vai da tentativa de golpe contra Juscelino Kubitschek à trama que planejava explodir o gasômetro do Rio em 1968 para incriminar os dissidentes da ditadura. O relatório também teria abespinhado a geração da caserna que subiu a rampa com Bolsonaro por ter colocado no mesmo balaio Cyro e Leo Etchengoyen, respectivamente tio e pai do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo Michel Temer, Sérgio Etchengoyen. O primeiro foi apontado pelo coronel Paulo Malhães como um dos responsáveis pelo centro de tortura de Petrópolis, que ficaria conhecido como Casa da Morte, mas o irmão foi chefe do Estado-Maior sem registro de envolvimento com tortura.
Ao relatório some-se a reação da ex-presidente Dilma Rousseff ao manifesto do Clube Militar contra o documento. A determinação para que a entidade, de caráter privado, se retratasse, foi seguida por outro manifesto, ainda mais duro. Foi depois desses fatos que Bolsonaro compareceu, pela primeira vez como convidado, à uma cerimônia de formatura da Aman, em 2014. Dava início ali a uma campanha marcada pela presença em cerimônias militares de toda ordem, às quais não compareceria sem a anuência dos comandantes.
O capitão, que ao longo de seus seis mandatos anteriores como deputado federal não ultrapassara as plateias de mulheres e viúvas de militares, cativaria, ao longo do sétimo, as bases das Forças Armadas e seu comando. Na pesquisa do major Miranda, o tema aparece na caixinha 'revanchismo político' como um dos maiores problemas das Forças Armadas, ainda que atrás das limitações materiais dos 'soldos baixos' e 'orçamento inadequado'. Serviu de amálgama a uma corporação, que desgastada pela ditadura, se construiu em torno de valores que buscavam diferenciá-la das instituições civis.
Se o revanchismo, a corrupção da esquerda à direita e a crise pavimentaram o apoio militar, não bastarão como norte para o governo. Na bússola do presidente não faltam ímãs que o empurram em direções opostas, a começar pela abertura ao investimento externo e à aliança incondicional com Donald Trump.  Ao longo das três décadas em que os militares estiveram longe do poder, o anticomunismo perdeu lugar para a defesa da soberania contra a internacionalização das organizações não governamentais. O discurso que embala a revisão da reserva Raposa Serra do Sol vem daí. Leirner identifica na ascensão da Batalha dos Guararapes, do século XVII, em que as três raças se uniram para derrotar os batavos, a construção simbólica de um exército em busca de inimigos externos.
Parece um discurso desbotado, particularmente na era de um militar bandeirante, como Bolsonaro, mas ainda encontra ressonância. A presença das multinacionais identificada na pesquisa de Miranda como um dos interesses que exercem influência demasiada no país, é uma evidência clara das pressões para que o governo Bolsonaro se encaixe nos moldes do ultradireitismo nacionalista que tem em Trump e em Viktor Orbán, o primeiro-ministro da Hungria que prestigiou sua posse, como os principais representantes.
O nacionalismo, no entanto, está longe de unificar os militares do governo, a começar por Hamilton Mourão, de quem se registram, ao contrário dos demais generais do governo, posições mais alinhadas com o pró-americanismo pregado pelo novo Itamaraty do chanceler Ernesto Araújo. Um posto avançado desta batalha já se estabeleceu na Petrobras. O novo presidente, Roberto Castello Branco, foi ungido por Paulo Guedes para comandá-la porque comunga de suas convicções liberais.
Um posto avançado desta batalha já se estabeleceu na Petrobras. O novo presidente, Roberto Castello Branco, foi ungido por Paulo Guedes para comandá-la porque comunga de suas convicções liberais. O ministro da Economia já deixou claro que pretende se valer da cessão onerosa para recompor o caixa do governo, ainda que sua regulamentação esteja pendurada no Congresso. Duas semanas antes da posse, no entanto, o almirante Bento Leite de Albuquerque Junior, nomeado ministro de Minas e Energia, pediu à empresa que providenciasse acomodações para que lá se instalasse com nove assessores. A presença de um cozinheiro na comitiva é um sinal mais do que eloquente da batalha que está por vi. 

Maria Cristina Fernandes - Eu & Fim de Semana / Valor Econômico




quinta-feira, 19 de abril de 2018

Cristo Redentor vai receber iluminação especial no Dia do Exército

Ato cívico será realizado aos pés do monumento, com a presença de autoridades militares e eclesiásticas

Iluminação em homenagem ao Dia do Exército - Divulgação

Em comemoração à Semana do Exército, um ato cívico será realizado aos pés do Cristo Redentor, nesta quinta-feira. A cerimônia terá início às 17h30 e contará com a presença do reitor do Santuário, padre Omar Raposo, de autoridades eclesiásticas e de oficiais generais da corporação. Ao fim das atividades, o famoso cartão-postal receberá uma iluminação especial em verde-oliva, a cor do Exército Brasileiro.  — Igreja e Exército são instituições consolidadas no país. São hierárquicas, disciplinadoras e resilientes, possuindo base axiológica comum. Sendo assim, podem e devem contribuir muito para o Brasil se reposicionar em sua ordenação em vista do positivo progresso — afirma padre Omar.

O Dia do Exército é celebrado no dia 19 de abril em memória à primeira Batalha dos Guararapes, travada em Pernambuco, há 370 anos. Considerado um marco na luta contra as invasões holandesas, o momento histórico marcou também o início da organização do Exército Brasileiro.

19 de abril, Dia do Exército - Ordem do Dia

Hoje, 19 de abril de 2018, comemoramos 370 anos da Batalha dos Guararapes, berço histórico do Exército Brasileiro.

Naquela oportunidade, o sentimento de Nação fez brotar a sinergia necessária para derrotar os invasores estrangeiros, mais numerosos e mais bem armados. Consolidamos ali, pela união das raças e convergência de ideais, o sentimento de Pátria.
 
Em solo nordestino, plantamos a raiz do Brasil de hoje, com negros, brancos, índios e mestiços, irmanados e ombreados para expulsar o invasor. Evoluímos, desde então, inspirados nos exemplos da Insurreição Pernambucana. 

Vieram as lutas nativistas, a Independência, o combate às insurreições, as campanhas na região do Prata, a Abolição da Escravatura, a República, a Segunda Guerra Mundial e os desafios da modernidade.


quarta-feira, 19 de abril de 2017

Dia do Glorioso EXÉRCITO BRASILEIRO - 19 de abril

 19 de abril – Dia do Exército Brasileiro
 
19 de abril de 1648 - A Batalha de Guararapes - Nasce o Exercito do Brasileiro
A vitória portuguesa deveu-se não só à superioridade tática dos seus comandantes, mas também ao facto de os holandeses terem entretanto vindo a perder pontos de apoio (fortes)  na região, o que reduzia inevitavelmente a capacidade das suas tropas.


Era o dia 18 de abril de 1648. Mais de 4 mil holandeses avançam para o Sul, vindos do Recife. Na passagem, eliminam um pequeno posto inimigo na Barreta. Os poucos sobreviventes acorrem ao Arraial Novo do Bom Jesus 'Quartel-General da resistência pernambucana', onde relatam o incidente. 
O comando rebelde ordena a marcha na direção do inimigo. Reunido em Ibura decide: "rumo aos Outeiros Guararapes". Sem tempo sequer para jantar, cerca de 2 mil homens preparam-se para o combate, nutridos pela certeza do improvável: bater uma força material e numericamente superior em batalha decisiva. Partem, lutam e vencem. 
 
Prodígio de criatividade, ousadia e bravura a 1a Batalha dos Guararapes é mais do que um memorável feito militar de nossos antepassados. Neste duelo, em que o Davi caboclo abateu o Golias estrangeiro assentam-se as raízes da Nacionalidade e do Exército brasileiros, que caminham juntos há 350 anos.   O Exército Brasileiro tem suas raízes fincadas na 1ª Batalha dos Guararapes.  
Transcorrido em 19 de abril de 1648, nas proximidades do Recife, esse episódio resultou na vitória do "Exército Patriota" integrado por combatentes das três raças formadoras da nacionalidade brasileira sobre as tropas de ocupação do invasor holandês que, há 18 anos, dominava boa parte da Região Nordeste. 
Canção do Exército Brasileiro


Em Guararapes, disse o eminente historiador Gilberto Freire, "escreveu-se a sangue o endereço do Brasil: o de ser um Brasil verdadeiramente mestiço, na raça e na cultura". Segundo o Gen Flamarion Barreto em conferência proferida durante a Semana da Pátria de 1966, "O Brasileiro nasceu nos Guararapes".
Consoante essa realidade, O Dia do Exército Brasileiro foi fixado em 19 de abril, consagrando definitivamente a Instituição como herdeira e depositária do legado da Força vitoriosa em Guararapes.
Na oportunidade em que comemoramos os 350 anos desse triunfo, cumpre enaltecer a conduta exemplar dos principais comandantes do "Exército Patriota". Pelo desassombro na luta contra um inimigo mais numeroso e melhor equipado, pela firme liderança que arrastou os comandados à vitória e, finalmente, pelo sentimento de amor ao torrão natal, merecem aqueles valorosos chefes militares ser apontados como paradigma para todas as gerações que vêm constituindo a Força Terrestre Brasileira. 
Mestre-de-Campo General FRANCISCO BARRETO DE MENEZES - Nasceu em 1616, no Peru, à época da união das coroas ibéricas, pois era filho do Comandante português da Praça do Callao. Valoroso militar, foi escolhido para comandar as tropas luso-brasileiras na Insurreição Pernambucana. Chegou ao Brasil em 1647, foi aprisionado, mais logrou evadir-se. "Mestre- de - Campo-General", comandou o "Exército Libertador ou Patriota",, de 25.000 homens, integrado por quatro terços, comandados por Fernandes Vieira, Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão, vencendo os invasores nas memoráveis Batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649, pelo que recebeu o título de "Restaurador de Pernambuco". Aquele Patriarca foi Governador de Pernambuco e posteriormente, Governador Geral do Brasil, falecendo, em 1668, em Portugal.

Mestre-de-Campo JOÃO FERNANDES VIEIRA (Comandante de Terço) - Nasceu em 1613, em Funchal, Ilha da Madeira, chegando ao Brasil aos 11 anos de idade, tornado-se um rico senhor de engenho em Pernambuco. Liderou a rebelião contra os holandeses, sendo o primeiro signatário do pacto selado pelos patriotas, em 1645, no qual aparece o vocábulo "pátria", pela primeira vez usado em terras brasileiras. Fernandes Vieira comandou o mais forte e adestrado terço do "Exército Patriota" nas duas Batalhas dos Guararapes, sendo aclamado "Chefe Supremo da Revolução" e "Governador da Guerra da Liberdade e da Restauração de Pernambuco". Após a guerra, foi nomeado Governador da Paraíba e, mais tarde, Capitão-General de Angola. Faleceu no Recife em 1681.

Mestre-de-Campo ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS (Comandante de Terço) - Nasceu em 1620, na Vila da Paraíba, PB, tendo participado de todas as fases da Insurreição Pernambucana, quando mobilizou tropas e meios nos sertões nordestinos, sendo considerado um dos melhores soldados de seu tempo. Tomou parte, com grande bravura, em quase todos os combates contra os holandeses, notabilizando-se no comando de um dos Terços do "Exército Patriota", nas duas batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649. Vidal de Negreiros foi encarregado de levar ao rei D.Jõao IV, a notícia da expulsão dos batavos, ocasião em que foi condecorado. Ainda foi Governador-Geral do Maranhão e do Grão-Pará e, posteriormente, de Pernambuco e de Angola. Faleceu em 1660, em Goiana-PE.

Mestre-de-Campo HENRIQUE DIAS (Comandante de Terço) - Nasceu em princípios do século XVII, em Pernambuco, filho de escravos. Grande patriota, apresentou-se voluntário para lutar contra os holandeses, tendo recrutado para a rebelião, um grande efetivo de negros oriundos dos engenhos tomados pelos invasores. Participou de inúmeros combates, com inexcedível bravura, tendo decidido a vitória em Porto Calvo, quando teve a mão esquerda estraçalhada por um tiro de arcabuz: mas ele não abandonou o combate. Nas duas Batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649, foi o comandante de um dos Terços do "Exército Patriota", composto pelos de sua raça, razão por que recebeu o título de "Governador dos crioulos, pretos e mulatos do Brasil". Faleceu no Recife em 1662.

Mestre-de-Campo ANTÔNIO FELIPE CAMARÃO (Comandante de Terço) - Nasceu, o índio Poti, em 1580, em Igapó-RN, batizado com o nome de Antônio, o qual acresceu o de Felipe, em homenagem ao rei de Espanha e "Camarão", tradução do vocábulo "Poti". Deslocou uma tribo de potiguares para Recife, participando de inúmeros combates contra os holandeses. Aquela tribo constituiu um dos Terços do "Exército Patriota" nas Batalhas dos Guararapes: na primeira, sob o comando de Felipe Camarão e, na segunda, ao comando do seu sobrinho, Diogo Camarão, pois ele falecera em agosto de 1648, por ferimentos recebidos em Guararapes, em 19 de abril de 1648. Comendador da Ordem de Cristo, também ganhou a mercê de "Dom" e o título de "Governador de todos os índios do Brasil".
Pelo menos 500 holandeses morrem na refrega, pelo que a batalha foi determinante para o espirito dos portugueses e foi determinante para o futuro da presença holandesa no Brasil. Embora ainda tentassem no ano seguinte uma expedição semelhante, ela também não teve sucesso, tendo resultado numa derrota ainda mais esmagadora, que acabaria por selar o fim do periodo holandês no nordeste brasileiro.

domingo, 19 de abril de 2015

Dia do Glorioso EXÉRCITO BRASILEIRO - 19 de abril

 19 de abril – Dia do Exército Brasileiro
19 de abril de 1648 - A Batalha de Guararapes - Nasce o Exercito do Brasileiro
A vitória portuguesa deveu-se não só à superioridade tática dos seus comandantes, mas também ao facto de os holandeses terem entretanto vindo a perder pontos de apoio (fortes)  na região, o que reduzia inevitavelmente a capacidade das suas tropas.


Era o dia 18 de abril de 1648. Mais de 4 mil holandeses avançam para o Sul, vindos do Recife. Na passagem, eliminam um pequeno posto inimigo na Barreta. Os poucos sobreviventes acorrem ao Arraial Novo do Bom Jesus 'Quartel-General da resistência pernambucana', onde relatam o incidente. 

O comando rebelde ordena a marcha na direção do inimigo. Reunido em Ibura decide: "rumo aos Outeiros Guararapes". Sem tempo sequer para jantar, cerca de 2 mil homens preparam-se para o combate, nutridos pela certeza do improvável: bater uma força material e numericamente superior em batalha decisiva. Partem, lutam e vencem. 
 
Prodígio de criatividade, ousadia e bravura a 1a Batalha dos Guararapes é mais do que um memorável feito militar de nossos antepassados. Neste duelo, em que o Davi caboclo abateu o Golias estrangeiro assentam-se as raízes da Nacionalidade e do Exército brasileiros, que caminham juntos há 350 anos. 

O Exército Brasileiro tem suas raízes fincadas na 1ª Batalha dos Guararapes. Transcorrido em 19 de abril de 1648, nas proximidades do Recife, esse episódio resultou na vitória do "Exército Patriota" integrado por combatentes das três raças formadoras da nacionalidade brasileira sobre as tropas de ocupação do invasor holandês que, há 18 anos, dominava boa parte da Região Nordeste. Em Guararapes, disse o eminente historiador Gilberto Freire, "escreveu-se a sangue o endereço do Brasil: o de ser um Brasil verdadeiramente mestiço, na raça e na cultura". Segundo o Gen Flamarion Barreto em conferência proferida durante a Semana da Pátria de 1966, "O Brasileiro nasceu nos Guararapes".

Consoante essa realidade, O Dia do Exército Brasileiro foi fixado em 19 de abril, consagrando definitivamente a Instituição como herdeira e depositária do legado da Força vitoriosa em Guararapes.

Na oportunidade em que comemoramos os 350 anos desse triunfo, cumpre enaltecer a conduta exemplar dos principais comandantes do "Exército Patriota". Pelo desassombro na luta contra um inimigo mais numeroso e melhor equipado, pela firme liderança que arrastou os comandados à vitória e, finalmente, pelo sentimento de amor ao torrão natal, merecem aqueles valorosos chefes militares ser apontados como paradigma para todas as gerações que vêm constituindo a Força Terrestre Brasileira. 

Mestre-de-Campo General FRANCISCO BARRETO DE MENEZES - Nasceu em 1616, no Peru, à época da união das coroas ibéricas, pois era filho do Comandante português da Praça do Callao. Valoroso militar, foi escolhido para comandar as tropas luso-brasileiras na Insurreição Pernambucana. Chegou ao Brasil em 1647, foi aprisionado, mais logrou evadir-se. "Mestre- de - Campo-General", comandou o "Exército Libertador ou Patriota",, de 25.000 homens, integrado por quatro terços, comandados por Fernandes Vieira, Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão, vencendo os invasores nas memoráveis Batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649, pelo que recebeu o título de "Restaurador de Pernambuco". Aquele Patriarca foi Governador de Pernambuco e posteriormente, Governador Geral do Brasil, falecendo, em 1668, em Portugal.

Mestre-de-Campo JOÃO FERNANDES VIEIRA (Comandante de Terço) - Nasceu em 1613, em Funchal, Ilha da Madeira, chegando ao Brasil aos 11 anos de idade, tornado-se um rico senhor de engenho em Pernambuco. Liderou a rebelião contra os holandeses, sendo o primeiro signatário do pacto selado pelos patriotas, em 1645, no qual aparece o vocábulo "pátria", pela primeira vez usado em terras brasileiras. Fernandes Vieira comandou o mais forte e adestrado terço do "Exército Patriota" nas duas Batalhas dos Guararapes, sendo aclamado "Chefe Supremo da Revolução" e "Governador da Guerra da Liberdade e da Restauração de Pernambuco". Após a guerra, foi nomeado Governador da Paraíba e, mais tarde, Capitão-General de Angola. Faleceu no Recife em 1681.

Mestre-de-Campo ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS (Comandante de Terço) - Nasceu em 1620, na Vila da Paraíba, PB, tendo participado de todas as fases da Insurreição Pernambucana, quando mobilizou tropas e meios nos sertões nordestinos, sendo considerado um dos melhores soldados de seu tempo. Tomou parte, com grande bravura, em quase todos os combates contra os holandeses, notabilizando-se no comando de um dos Terços do "Exército Patriota", nas duas batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649. Vidal de Negreiros foi encarregado de levar ao rei D.Jõao IV, a notícia da expulsão dos batavos, ocasião em que foi condecorado. Ainda foi Governador-Geral do Maranhão e do Grão-Pará e, posteriormente, de Pernambuco e de Angola. Faleceu em 1660, em Goiana-PE.

Mestre-de-Campo HENRIQUE DIAS (Comandante de Terço) - Nasceu em princípios do século XVII, em Pernambuco, filho de escravos. Grande patriota, apresentou-se voluntário para lutar contra os holandeses, tendo recrutado para a rebelião, um grande efetivo de negros oriundos dos engenhos tomados pelos invasores. Participou de inúmeros combates, com inexcedível bravura, tendo decidido a vitória em Porto Calvo, quando teve a mão esquerda estraçalhada por um tiro de arcabuz: mas ele não abandonou o combate. Nas duas Batalhas dos Guararapes, em 1648 e 1649, foi o comandante de um dos Terços do "Exército Patriota", composto pelos de sua raça, razão por que recebeu o título de "Governador dos crioulos, pretos e mulatos do Brasil". Faleceu no Recife em 1662.

Mestre-de-Campo ANTÔNIO FELIPE CAMARÃO (Comandante de Terço) - Nasceu, o índio Poti, em 1580, em Igapó-RN, batizado com o nome de Antônio, o qual acresceu o de Felipe, em homenagem ao rei de Espanha e "Camarão", tradução do vocábulo "Poti". Deslocou uma tribo de potiguares para Recife, participando de inúmeros combates contra os holandeses. Aquela tribo constituiu um dos Terços do "Exército Patriota" nas Batalhas dos Guararapes: na primeira, sob o comando de Felipe Camarão e, na segunda, ao comando do seu sobrinho, Diogo Camarão, pois ele falecera em agosto de 1648, por ferimentos recebidos em Guararapes, em 19 de abril de 1648. Comendador da Ordem de Cristo, também ganhou a mercê de "Dom" e o título de "Governador de todos os índios do Brasil".
Pelo menos 500 holandeses morrem na refrega, pelo que a batalha foi determinante para o espirito dos portugueses e foi determinante para o futuro da presença holandesa no Brasil. Embora ainda tentassem no ano seguinte uma expedição semelhante, ela também não teve sucesso, tendo resultado numa derrota ainda mais esmagadora, que acabaria por selar o fim do periodo holandês no nordeste brasileiro