Veio da rede de TV americana Fox News a definição mais constrangedora sobre a postura de subjugado de Bolsonaro em seu périplo aos EUA. Na apresentação que fez sobre o mandatário brasileiro, que se encontrava naquele momento presente no estúdio da emissora para uma entrevista, a Fox, tida como veículo com pendores conservadores, em sintonia com o pensamento do multibilionário ex-empreendedor imobiliário Donald Trump, tratou o convidado da seguinte maneira: “nunca ninguém emulou tanto o presidente Trump como o presidente do Brasil”. Feliz como garoto na Disney diante de seu ídolo, Bolsonaro, de fato, não poupou afagos e rapapés ao anfitrião e ao “way of life” americano. É bem verdade que, de vez em quando, Trump parece mesmo encarnar, em palavras e gestos, a figura de Donald, o pato atrapalhado, com o adereço de um topete avantajado, e seria natural que Bolsonaro não perdesse a chance de vibrar ao vivo com as estripulias de seu herói. [comentando: todas as 'escorregadas' de Bolsonaro, seriam irrelevantes, caso a subserviência aos EUA não tivesse sido consolidadas com a inconveniente isenção de visto para os americanos ingressarem no Brasil sem a reciprocidade por parte daquele país.]
Até o ministro da economia, Paulo Guedes, fez gracejo com a situação. Disse a certa altura em uma palestra para investidores estrangeiros que temos um presidente que adora os EUA, jeans, Disneylândia e Coca-Cola. Não seria nada demais se Bolsonaro, nesse deslumbramento pueril, não tratasse de embaraçar, de novo, a já cambaleante diplomacia brasileira ao afirmar que acredita piamente na reeleição do republicano. A declaração, claro, gerou uma saia-justa com eventuais consequências negativas mais adiante, em caso de vitória dos democratas na disputa do ano que vem. Imbróglio para o Itamaraty resolver. O aprendiz de Donald ainda teceu elogios à construção do famigerado muro, alegando que a maioria dos imigrantes “não tem boas intenções nem quer fazer bem ao povo americano”. Nesse aspecto afrontou até brasileiros que vão tentar a sorte na terra de “Tio Sam” por falta de oportunidades por aqui. Retratou-se depois, mas o estrago já estava feito.
Tal pai, tal filho, Eduardo Bolsonaro havia comentado, dias antes, no mesmo tom e na mesma viagem, que imigrantes brasileiros em situação irregular são uma “vergonha nossa”. Nesse pormenor ele deveria se ater ao fato de que vergonhoso mesmo são governantes locais não propiciarem chances aos cidadãos que se veem impelidos a ter de ir buscar lá fora o que não encontram por aqui. Mas o Itamaraty “zero dois” não enxerga limites quando aparece a oportunidade de desancar conterrâneos, mesmo aqueles ungidos por ele próprio. O chanceler Ernesto Araújo, por exemplo. No road show americano, o diplomata fez papel de figurante, um mero espectador decorativo, enquanto “zero dois” roubava a cena e se aboletava no Salão Oval para as tratativas ao lado dos dois chefes de Estado. O retumbante sinal de desprestígio de Araújo foi montado, sem dó, logo por aquele que se diz seu mentor. Do ponto de vista prático, o encontro Brasil-EUA trouxe de saldo mais controvérsias do que resultados positivos.
Um participante privilegiado das rodadas de negociação resumiu assim o balanço de entendimentos: entregamos a liberação de vistos sem reciprocidade, entregamos a Base de Alcântara para uso americano, entregamos apoio ao muro enquanto detonávamos nossos imigrantes, entregamos cotas para importação de trigo americano sem tarifas ou contrapartidas, entregamos vantagens que detínhamos na OMC e ficamos com promessas de apoio à candidatura na OCDE, na OTAN e uma camiseta da seleção americana. Para bom entendedor futebolístico, repetiu-se o famoso sete a um. O show de concessões brasileiras foi, decerto, além da conta. Ao se debruçar sobre o acordo em voga, ponto a ponto, fica evidente que o Brasil liberou unilateralmente a exigência de vistos para visitantes daquele país (e fez o mesmo para canadenses, australianos e japoneses no pacote) sem a convencional exigência de reciprocidade, para desespero da maioria dos embaixadores nativos que consideram isso um gesto de nação sem autoestima. No campo da OMC, o Brasil detinha a condição de país em desenvolvimento, o que lhe propiciava uma série de vantagens, como prazos mais generosos nas disputas comerciais e prerrogativas especiais para acordos de livre-comércio.
Comprometeu-se a desistir dessa condição em troca dos EUA apoiar a pretensão verde-amarela de um assento no “Politiburo” da OCDE, espécie de clube de países ricos que traça os cenários do desenvolvimento global. Note-se que o Brasil não garantiu vaga nesse bureau. Conquistou um padrinho importante (que já havia dado o mesmo aval à Argentina, sem resultado) e nada além disso. Na OMC, em se confirmando o combinado, será o primeiro a deixar o regime especial, atendendo a uma reivindicação antiga dos EUA, que se sentem prejudicados pelos chamados países em desenvolvimento — dentre eles, a China, que insiste em manter tal status para angariar benefícios comerciais. Trocar o certo pelo duvidoso configura uma aposta arriscada, com reflexos diretos sobre as exportações. Seria por demais enfadonho elencar todos os escorregões na pauta de compromissos. Na verdade, Trump e Bolsonaro, tipo siameses, com suas estultices pitorescas, se dispuseram juntos a entreter a turba de seus respectivos admiradores em uma rápida tarde de confraternização no Rose Garden. Pode-se saudar o fato da reaproximação da grande potência global, mas deveriam existir limites para as adulações de um mandatário a outro, sem contrapartidas, que empenha assim a soberania e autoestima do brasileiro por pura fascinação.
Carlos José Marques - Diretor editorial da Editora Três - IstoÉ
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Mostrando postagens com marcador Disneylândia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Disneylândia. Mostrar todas as postagens
sábado, 23 de março de 2019
Cara a cara com o ídolo
Marcadores:
“Politiburo”,
“Tio Sam”,
“way of life”,
cara a cara,
Coca-Cola,
Disneylândia,
Donald Trump,
EUA,
FOX News,
ídolo,
jeans,
OCDE,
OMC,
OTAN,
road show americano,
Rose Garden,
siameses,
TV americana
sábado, 20 de janeiro de 2018
Casal preso por torturar 13 jovens planejava 14º filho; Os Turpin passaram anos acorrentando e maltratando os treze filhos dentro de casa, nuncaninguém desconfiou
David e Louise Turpin fugiram juntos e
dirigiram por mil quilômetros há 30 anos
Presos sob fiança multimilionária por
acusações de tortura contra os 13 filhos, David e Louise Turpin planejavam ter o
14º membro da prole pouco antes da detenção. Uma jovem de 17 anos conseguiu escapar
do cativeiro — no qual os irmãos eram mantidos desnutridos, imundos e
capturados — e relatar à polícia o cotidiano de abusos na casa de
Perris, na Califórnia. O meio-irmão de Louise, Billy Lambert, e a irmã
Teresa Robinette revelaram ao "Daily Mail" o começo do
conturbado relacionamento, que minou a relação da americana detida com os
parentes.
DE QUE SORRIAM? - David
e Louise, com os filhos (acima), em Las Vegas, onde foram renovar os votos
conjugais: dentro da casa confortável, com quatro carros na frente, a polícia
encontrou escuridão, sujeira e tortura (Bill Wetcher/AFP)
Os irmãos de Louise contaram à "DailyMail
TV" que David Turpin, aos 24 anos, "sequestrou"
Louise, então com 16, da escola em que ela estudava, em Princeton. Ele
convenceu a diretoria a liberar a namorada sob sigilo e dirigiu com ela por
mais de mil quilômetros sem avisar ou pedir o consentimento dos pais dela. O
casal acabou pego pela polícia e foi levado de volta para casa. Teresa, que
tinha 3 anos na ocasião, destaca que a relação da irmã nunca mais foi a mesma
com a família. Pais foram presos sob acusações de tortura e ameaça à
infância
Apesar da diferença de idade, a mãe de
Louise, Philly, a deixava namorar com David por ser um jovem de família cristã
e porque confiava na filha. Ainda assim, as duas mantinham segredo para o
pai, Wayne. O pai só descobriu o namoro a partir da fuga, do desaparecimento e
da confirmação da escola de que a aluna havia sido liberada e partido com o
parceiro. "Ele ficou furioso com a minha mãe por deixá-los namorar. Ele
ficou chateado e disse que era culpa dele. Pelo telefone, ele falou para a
Louise: 'Esta é a vida que você quer, você agora é uma adulta. Eu te amo e
sempre serei o seu papai, mas agora você pode cuidar de si mesma'",
recordou Teresa sobre o episódio.
Billy Lambert, meio-irmão da presa,
destacou que foi o último parente a falar com Louise antes da revelação dos
abusos e da prisão. Ela
contou que iria comprar um ônibus escolar para a família e expressou o plano de
ter um 14º filho. "Aí ela me disse que queria outra
criança. Eu perguntei: 'Você está falando sério? Por que você quer outra
criança, você não tem filhos o suficiente?' Mas ela reforçou que queria outra
criança", frisou o empreendedor, que mora no Tennessee.
As autoridades americanas atribuíram a
David e Louise 75 acusações, como tortura, cárcere privado, abuso
infantil, abuso de adultos dependentes. Ele, de 57 anos, também vai responder
por atos sexuais com filhos menores de idade. Os dois se declaram inocentes e podem
pegar a prisão perpétua, caso condenados. "Eu tenho quatro
irmãos agora, em vez de cinco. Ela está fora da minha árvore genealógica, está
morta para mim", frisou Teresa, para quem a irmã sempre levou uma vida
rica e feliz com os filhos, afastada dos parentes.
O Globo
Os Turpin passaram anos acorrentando e maltratando os treze filhos dentro de casa, em um bairro de classe média da Califórnia. Nenhum vizinho desconfiou
As linhas
inaugurais do clássico Anna Kariênina, de Liev Tolstói, estão entre as
mais conhecidas da literatura universal: “Todas as famílias felizes se
parecem, mas as infelizes são infelizes cada uma à sua maneira”.
Infelicidade como a dos Turpin, do sul da Califórnia, é difícil de atingir.
David, de 56 anos, e Louise, 49, têm treze filhos. Moravam
em uma casa térrea confortável, de quatro quartos, como a de todas as
outras famílias de Perris, a 100 quilômetros de Los Angeles. Na frente dela,
estacionavam três carros e uma van, em bom estado. Na sua página no
Facebook, postavam fotos de viagens à Disneylândia e a Las
Vegas, aonde o casal foi três vezes para renovar seus votos de casamento
com um oficiante vestido de Elvis Presley, acompanhado da filharada
(dez meninas e três meninos), que usava roupas idênticas. No domingo 14,
pela primeira vez a polícia entrou na residência dos Turpin. Descobriu que, da
porta para dentro, nada era normal. O interior
era escuro e malcuidado. Em um quarto imundo encontrou crianças e jovens mal
nutridos, famintos e sujos, três deles acorrentados a camas. O lar dos
Turpin era uma prisão.
O alerta
foi dado por uma filha de 17 anos que fugiu pela janela às 6 da manhã. Munida de um celular que os pais
não usavam mais, desativado, mas que permite chamadas de emergência, a
garota ligou para o 911. A polícia foi ao seu
encontro, ouviu sua história e viu fotos que ela havia tirado. Confirmado o
relato, liberou o que pareciam doze crianças pálidas e raquíticas —
para surpresa geral, sete tinham mais de 18 anos; o mais velho, 29. A
própria adolescente que deu o alarme, à primeira vista, “parecia não ter
mais de 10 anos”, disse a polícia. Louise demonstrou surpresa com a
batida policial; David não esboçou reação. Nenhum dos dois “foi capaz de
dar uma explicação lógica” para o estado dos filhos. O casal foi preso,
acusado de maus-tratos e tortura, sob fiança de 9 milhões de dólares. Os
irmãos foram alimentados e hospitalizados.
Outros
pais torturaram filhos durante anos e acabaram expostos. O austríaco Josef Fritzl
encarcerou a filha Elisabeth num porão e a estuprou por 24 anos. Teve com
ela sete filhos, e o caso veio à tona em 2008, quando uma das crianças adoeceu.
Fritzl cumpre prisão perpétua. No ano passado, os
japoneses Yasukata e Yukari Kakimoto foram presos após a morte por congelamento
da filha que mantiveram trancafiada por mais de quinze anos. Ela tinha 33 anos
e pesava 19 quilos. Mas nunca tantas crianças juntas foram
vistas sendo torturadas por pai e mãe.
De tudo o
que se descobriu sobre os Turpin — e muita coisa ainda tem de ser esclarecida
—, o que mais deixou os moradores de Perris
estarrecidos foi que ninguém havia notado que aquela casa não era igual às
outras. Agora, alguns vizinhos do bairro de classe média dizem ter
estranhado o fato de as crianças raramente aparecerem na rua ou no quintal e
serem excepcionalmente pálidas e arredias. Eles haviam notado, mas não quiseram
se meter na vida dos outros. David Turpin, atualmente sem trabalho, teve
bons empregos, mas pediu falência pessoal duas vezes, a mais recente em 2011.
“Eles pareciam pessoas normais endividadas por causa da quantidade de filhos”,
descreveu seu advogado no processo, Ivan Trahan. “Eram simpáticos e falavam
com orgulho das crianças.” Em 2014, Turpin registrou no seu endereço uma
escola, a Sandcastle Day School, que o tinha como diretor e seis dos filhos
como alunos — o que é permitido na Califórnia. O Departamento de Educação nunca
fiscalizou nem as instalações nem as aulas.
Afastados
havia anos do resto da família, pai e mãe — nunca as crianças — falavam por
telefone com alguns parentes. Segundo a avó Betty Turpin, que não os via
fazia “quatro ou cinco anos”, ambos eram “bastante protetores” e
muito religiosos. A educação era “rígida” e os filhos, todos com
nomes começando com J, “de Jesus ou José”, tinham de decorar longos
trechos da Bíblia. “Eu queria poder explicar como isso aconteceu”,
disse Greg Fellows, porta-voz da delegacia local, em uma coletiva. Até agora,
ninguém pôde.
Publicado
em VEJA de 24 de janeiro de
2018, edição
nº 2566
Marcadores:
Bíblia,
Califórnia,
Disneylândia,
emergência 911,
Las Vegas,
Los Angeles,
Perris,
Princeton,
Turpin
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
Quem vai lucrar com a desgraça do Petrolão?
O projeto ideológico de poder nazicomunopetralha, que descobriu na corrupção
uma fonte de fabricação de hegemonia, arrasou com a Petrobras. O dano causado a um patrimônio imaterial do
povo brasileiro só terá algum ressarcimento se frutificarem as dezenas de
ações judiciais movidas por investidores nos Estados Unidos. Com imagem abalada, e com seu sonho do pré-sal
transformado em pesadelo inviável com a baixa cotação do barril de petróleo, a tendência é que
a União acabe forçada a vender o controle da companhia para "salvá-la". Não será este o
plano dos bandidos?
As ações da empresa
estão desabando de cotação nas Bolsas de Valores daqui e lá de fora. A marketagem
governamental repete as mesmas mentiras de sempre para tentar vender a falsa
noção de que está tudo sob controle. O rombo na estatal de economia mista foi
tão gigantesco que não se consegue determinar, com exatidão, quando e quanto foi roubado pelo esquema do
Petrolão. O endividamento da
empresa é assustador. O calote que ela dá nos fornecedores, prestadores de
serviços e empreiteiras já provoca uma quebra sistêmica e "rouba" milhares de empregos. No final das contas vão sair ganhando os de
sempre: os que roubaram e os que
tiverem fôlego e paciência para comprar ações da petrolífera na bacia das
almas. O futuro pertence a eles...
O noticiário sobre a Petrobras enche o saco dos leitores - e de quem
escreve sobre ele (falo por mim mesmo).
A merda repercute mundialmente. A
coluna Lex, do Financial Times, já adverte que a Petrobras deve precisar de
reforço de capital até o final do ano... O jornalão inglês, "bíblia do mercado financeiro
globalitário", prevê que os "múltiplos"
da empresa - como o que compara a dívida
com o lucro - pode chegar a patamares "assustadores".
O FT mete o pau, insistindo naquilo que todos de bom senso já sabem: "A Petrobras admitiu que, até agora, é
incapaz de calcular quanto dinheiro foi roubado da empresa em um escândalo de
corrupção que abalou a confiança no segundo maior mercado emergente do
mundo".
Agora, surgem os
impasses jurídicos. José Dirceu, ilustre condenado no
Mensalão, corre risco de voltar à cadeia se seu santo nome acabar formalmente
implicado no Petrolão. O mesmo pode
acontecer com Paulo Roberto Costa, por supostas contradições e omissões do
que teria revelado como prova. O doleiro
Alberto Youssef pode ter cancelado seu acordo de "colaboração premiada"... Nestor Cerveró não abre o bico, não delata ninguém, e tende a
acabar como bode expiatório. O ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, é indiciado, mas também deve segurar as broncas
sozinho, sem dedurar quem realmente está acima dele...
Enfim, o fato
concreto, até agora, é: sambou quem investiu
nas ações da empresa para ganhos de curto prazo. Os bandidos que a roubaram, agora
sob ameaça, têm dinheiro de sobra para se defenderem judicialmente no Brasil, e
para aguardar o juízo final no exterior.
Para a maioria deles, principalmente os ladrões políticos que ficarão
impunes, só haverá uma punição simbólica.
Não poderão levar os netinhos e os filhos
para passear na Disneylândia, se forem condenados nos EUA, pois acabarão iguais aos irmãos
metralha: na cadeia...
Fonte: Blog Alerta Total –
Jorge Serrão
Assinar:
Postagens (Atom)