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quarta-feira, 7 de junho de 2023

Obscenidade pública e fé na privada - Rodrigo Constantino

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Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Estamos no "pride month". Um mês inteiro para celebrar a "diversidade", segundo os movimentos LGBTQ$%&#@.  
Se no passado este movimento conseguiu enganar desavisados, de que seu objetivo era simplesmente lutar pela tolerância aos casais homossexuais, que desejavam levar uma vida normal e constituir famílias, hoje ficou claro que se trata de um ataque empedernido aos valores cristãos.
 
O que vemos no "mês do orgulho" é pura obscenidade em praça pública, a defesa aberta do hedonismo e da sexualização precoce, o estímulo aos instintos mais primatas, a busca pura pelo prazer da carne como se não houvesse amanhã.  
Em Los Angeles, num desfile com a presença de crianças, uma dupla simulava um ato de sadomasoquismo em cima de um carro. 
Em Boston, vendiam em local público doces em formatos de genitálias.
 
Foi para isso que os gays lutaram na década de 1990? 
Um casal homossexual monogâmico, com seus filhos em casa, precisa necessariamente aplaudir esse tipo de mensagem, de afronta, de desrespeito, de banalização do corpo humano? 
O que isso tem a ver com tolerância, diversidade ou respeito?
 
É evidente que esses movimentos radicais atentam contra a inocência infantil, pretendem desestabilizar as famílias, declarar guerra aos valores conservadores e ao próprio cristianismo. 
Se Jesus Cristo nos ensinou a buscar sempre olhar para cima, para os céus, em busca de referência, se nos lembrou de que Deus nos criou para uma vida digna, essas "paradas" trazem mensagem diametralmente oposta: devemos olhar para baixo, para outros animais, para nossos instintos sem freio, e dar vazão ao que der na telha.
 
E como todo movimento totalitário, esse movimento não tolera divergência ou dissidência. 
Falam muito em ódio, mas eles odeiam o cristianismo e querem acabar com ele e seu legado, com a régua moral elevada, com o sagrado em nós. Devemos ser profanos em tudo, em praça pública, diante de crianças.
 
E quem tem fé que fique em casa, guardando sua crença em segredo. Obscenidade na vida pública, e a religiosidade na privada! 
É isso que querem os "orgulhosos" que ignoram justamente o pecado original e o fato de que nosso orgulho é fonte de inúmeros pecados mortais. 
Falta humildade a essa gente. E, acima de tudo, falta Deus em seus vidas.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 6 de abril de 2023

Comissão de Direitos Humanos da OEA abraça causa abortista e se omite sobre abusos do STF - Vida e Cidadania

Vida e Cidadania

Falta imparcialidade  

CIDH da OEA
Nos eventos, a CIDH da OEA tem confirmado sua tendência a abraçar pautas ideológicas. - Foto: Reprodução
[por essas e outras é que órgãos tipo OEA,CIDH, ONU, OTAN e outros do mesmo tipo, estão crescendo para dentro =  falta de utilidade.]

Em 8 de março, um grupo de ONGs brasileiras se reuniu em Los Angeles, na Califórnia, para discutir formas de ampliar o acesso ao aborto no Brasil, em um painel chamado "Direitos reprodutivos e violência contra as mulheres e garotas no Brasil". O encontro contou com a participação de representantes do governo brasileiro e de seis entidades pró-aborto. A reunião ocorreu sob os auspícios da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), órgão ligado à OEA (Organização dos Estados Americanos). “Nos últimos anos aumentaram os processos de iniquidade em saúde sexual e reprodutiva, cuja base é o racismo patriarcal cis-hetero normativo e a LGBTQIAP+fobia”, discursou Laíse da Silva, da ong Criola.

Adriana Martins, assessora do Departamento de Direitos Humanos do Ministério das Relações Exteriores, leu um pronunciamento da ministra da Mulher, Cida Gonçalves, em que ela promete "ampliação do investimento na melhoria dos equipamentos públicos de atenção à vítima de violência sexual e de interrupção da gestação nos casos previstos em lei." A ministra também mencionou como ponto positivo a revogação de notas técnicas que representavam “retrocessos” nessa área porque dificultavam o aborto.
[essa  ministra, a exemplo dos demais integrantes do governo petista - corrigindo,  DESgoverno - não tendo  nada de útil para apresentar em prol da mulher,  resolve defender o assassinato de seres humanos inocentes e indefesos = a mulher que aborta, e os que a apoiam, é tão nojenta, tão repugnante, quanto o assassino das crianças da creche em Blumenau = apenas o número de vítimas, por vez, da aborteira é menor = só que ela pode repetir a prática criminosa por várias vezes.]

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    Estado brasileiro e redes sociais iniciam embate que tem direita como vítima certa

Marcos Pedrosa, do Ministério da Saúde, explicou como o governo brasileiro facilitou o aborto em casos nos quais a gestante afirma ter sido estuprada. "Revogamos uma portaria que tornava obrigatória a notificação à autoridade policial para autorização da interrupção da gravidez nos casos previstos na lei brasileira, o que trazia insegurança às mulheres e às trabalhadoras e trabalhadores de saúde, e também violava os direitos humanos, sexuais e reprodutivos”. [os assassinos, por covardia, evitam qualquer interferência da policial nos crimes que apoiam.] Na verdade, a portaria derrubada se referia especificamente aos casos de estupro — que, como crime, precisava ser informado à polícia.

Dois dias depois, Pedro Vaca, relator de liberdade de expressão da CIDH, se reuniu com Paula Guimarães, da ong pró-aborto Projeto Catarinas. “Preocupam-me suas denúncias de falta de garantias para o trabalho, incluindo o sigilo das fontes", ele afirmou. Longe de ser uma iniciativa independente e indefesa, o portal Catarinas — que tem como objetivo a promoção do aborto é financiado pela União Europeia e pela ONU Mulheres.

O mesmo relator que se manifestou preocupado com a liberdade de expressão das Catarinas não deu prosseguimento às petições apresentadas pela defesa do portal Terça Livre, que foi tirado do ar e teve as contas bloqueadas por determinação do Supremo Tribunal Federal. Estes e outros episódios mostram como a CIDH tem se descolado das demandas mais urgentes e abraçado uma pauta ideológica. No papel, a função da CIDH é “promover o respeito e a defesa dos direitos humanos e servir como órgão consultivo da Organização dos Estados Americanos em tal matéria”. No entanto, a Comissão tem dado sinais de que está se desviando de suas responsabilidades mais urgentes e focando em pautas ideológicas.

Quando o México descriminalizou o aborto, a CIDH celebrou. Mais recentemente, a CIDH levou El Salvador à Corte Interamericana de Direitos Humanos por causa do caso Beatriz, em que uma mulher com lúpus teve negado o direito de abortar seu bebê que tinha anencefalia. A CIDH alegava que o aborto era necessário para salvar a vida da gestante — mas o aborto foi negado e a mãe sobreviveu. A jovem morreu em um acidente de moto quatro anos mais tarde. Ainda assim, a CIDH tem defendido que o governo de El Salvador, onde o caso aconteceu, seja advertido.

Omissão em relação a abusos do STF
No caso do Brasil, nada impede que o tema do aborto seja tratado pelo Congresso, que possui a responsabilidade de discutir e decidir sobre mudanças na legislação. Ou seja: a atuação da CIDH não é necessária.

Por outro lado, o pleito de potenciais vítimas de abusos do Supremo Tribunal Federal já esgotou todos os recursos disponíveis na Justiça brasileira. Não há a quem recorrer dentro das instituições nacionais. Por isso mesmo, esses casos justificariam de uma análise mais aprofundada por parte da CIDH. Mas não é o que tem acontecido. “É inexplicável que a Comissão não se sensibilize diante da gravidade e da urgência das violações apresentadas em nossa denúncia. Uma empresa de mídia regularmente constituída foi fechada por uma autoridade da cúpula do judiciário, em nítida afronta à jurisprudência do sistema interamericano”, diz o advogado Renor Oliver Filho, que representa o portal Terça Livre. Em dezembro de 2021, ele apresentou uma denúncia à CIDH. De lá para cá, o órgão manteve silêncio sobre o caso.

A advogada Géssica Almeida, do movimento Advogados de Direita do Brasil, concorda que a CIDH tem se mostrado pouco receptiva, mas acredita que a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai investigar os atos de 8 de janeiro pode ajudar em um quesito: a produção de provas materiais. “Se as denúncias não evoluem porque esbarram nos requisitos exigidos para o conhecimento da petição, acreditamos que com a abertura da CPMI de 8 de Janeiro que conseguiremos produzir as provas necessárias exigíveis para o peticionamento na CIDH”, afirma. Ela afirma ainda que a CIDH sempre teve uma inclinação ideológica à esquerda. “O prejuízo disso é que ela prioriza a questão política mais do que a condição humana”, critica.

Até agora, a comissão tem se negado a investigar pedidos apresentados por Renor e outros advogados de pessoas investigadas pelo STF por “atos antidemocráticos” ou “fake news”.
 
Em 2021, a comissão recebeu 168 petições vindas do Brasil Dessas, seis foram admitidas. Tania Reneaum Panszi, secretária executiva da CIDH, tem um grande poder para decidir quais temas serão pautados pelo órgão. Ela participou do painel sobre o aborto no Brasil, e afirmou que "os direitos reprodutivos são direitos humanos fundamentais e devem ser respeitados, protegidos e garantidos por todos os Estados membros da OEA, incluindo o Brasil".

Um dos casos que progrediram envolve os detentos da PEM (Penitenciária Evaristo de Moraes), no Rio de Janeiro. No ano passado, a comissão defendeu que a Corte Interamericana dos Direitos Humanos interceda a favor deles devido à superlotação e da falta de condições adequadas de saúde. “As pessoas privadas de liberdade na PEM se encontram em uma situação de risco extremo e urgente de sofrer danos irreparáveis”, dizia o texto da CIDH.
[para a CIDH os bandidos possuem mais direitos do que as  crianças covardemente assassinadas pelas próprias mães.]

Gabriel de Arruda Castro, colunista - Gazeta do povo - Vida e Cidadania



quarta-feira, 25 de maio de 2022

Bolsonaro resiste a convite de Biden para Cúpula das Américas [PARABÉNS!!! PRESIDENTE]

O presidente dos EUA, Joe Biden, tenta convencer Bolsonaro da importância da participação do país na cúpula

O presidente Jair Bolsonaro recebeu, ontem, a visita do assessor especial do governo dos Estados Unidos, Christopher Dodd, no Planalto, para discutir a participação na Cúpula das Américas, que será de 6 e 10 de junho, em Los Angeles. O encontro ocorreu fora da agenda oficial do chefe do Executivo.

O presidente dos EUA, Joe Biden, tenta convencer Bolsonaro da importância da participação do país na cúpula.  Segundo o Itamaraty, o Brasil confirmou presença na reunião, mas ainda não está decidido quem será o representante. Bolsonaro nunca participou de encontro do colegiado desde que foi eleito. [Presidente Bolsonaro! o Brasil e os brasileiros que realmente valorizam nossa Pátria, espera que o Senhor continue não participando da tal cúpula; mande um representante e basta. O que é bom o Biden, certamente não é bom para o Brasil.
Podemos manter boas relações os Estados Unidos sem valorizar o Biden, que está apenas de passagem pela Casa Branca, com prestígio em queda livregio - ZERO CHANCE de ser reeleito. ] "Nesta manhã, em meu encontro com o presidente Bolsonaro, reiterei o nosso desejo de que o Brasil seja um participante ativo da Cúpula, pois reconhecemos a responsabilidade coletiva de avançar para um futuro mais inclusivo e próspero", afirmou Dodd, em declaração divulgada logo após a reunião.

Já o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, não é tão otimista quanto à presença do presidente. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, na semana passada, o chanceler afirmou não haver entusiasmo de Bolsonaro para ir à Cúpula. "Devo dizer que essa é uma cúpula que tem tido, aparentemente, num primeiro momento, uma baixa adesão", ressaltou, na ocasião.

França ainda relatou ter conversado com diplomatas argentinos e que muitos países não querem participar pelo fato de Biden não ter convidado Venezuela, Cuba e Nicarágua. Caso, por exemplo, do presidente mexicano, Manuel López Obrador. Os três países não foram chamados porque não respeitam a Carta Democrática Interamericana firmada na Cúpula de 2001, que determinou que "os líderes da região defenderam o estrito respeito à democracia como condição essencial para a participação em todas as cúpulas futuras".

Separação política
A principal resistência de Bolsonaro ao encontro multilateral, dizem fontes do governo, é o foco dele em questões nacionais, incluindo a campanha à reeleição. O presidente não vê sentido em sair do país por quatro dias para encontrar Biden, de quem é distante politicamente. Bolsonaro apoiou a reeleição do ex-presidente americano Donald Trump, derrotado nas urnas. A Cúpula deve discutir temas como democracia, direitos humanos e preservação do meio ambiente, calcanhar de Aquiles para o presidente brasileiro, criticado internacionalmente pela devastação da Amazônia. [Encerrando: presidente Bolsonaro, lembre-se que foi o 'dorminhoco' que preside os Estados Unidos que no inicio do seu mandato uniu-se ao francês com proposta ofensiva de internacionalização dar a Amazônia.]
 
Política - Correio Braziliense  
 

sábado, 7 de maio de 2022

A ofensiva pró-aborto de Biden e o aviso do arcebispo Gomez - Gazeta do Povo

Vaticano, CNBB e Igreja Católica em geral.

Aborto nos EUA

Sabem quem anda caladinho nesses últimos dias? Os católicos pró-Biden. Não aqueles cafeteria Catholics que já não estão nem aí para a doutrina da Igreja, mas aqueles que ainda dão importância para os assuntos que importam, e que, mais por aversão (justificada ou não) a Trump que por qualquer outro motivo, tentaram convencer meio mundo de que o democrata não era um perigo, lá em 2020. Afinal, bastou vazar um rascunho de opinião majoritária da Suprema Corte datado de fevereiro, indicando que havia maioria para reverter as duas decisões que impedem os estados americanos de proibir o aborto ao menos no começo da gestação, que o presidente mostrou todos os dentes em uma nota oficial da Casa Branca.


  O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Joe Biden, apesar de católico, prometeu empenho na legalização do aborto nos EUA caso a Suprema Corte derrube decisões judiciais de 1973 e 1992.| Foto: Ting Shen/EFE/EPA/Pool


Vejam lá que Biden faz uma defesa enfática de Roe v. Wade, como ficou conhecida a decisão de 1973 que liberou o aborto; que já está preparando uma resposta ao que chama de “ataque continuado ao aborto e aos direitos reprodutivos”; e, finalmente, que ele pretende fazer do aborto o tema central das eleições de novembro, as chamadas midterms, em que estarão em jogo todas as cadeiras da Câmara, um terço do Senado e a maioria dos governos e Legislativos estaduais. Para quem está governando o país em meio à maior inflação dos últimos 40 anos, mudar o foco é bastante conveniente, mas ele vai além: está ativamente pedindo voto para candidatos defensores da legalização do aborto.

O que isso quer dizer?
Que o arcebispo de Los Angeles, José Gomez, acertou a mão completamente na nota oficial da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, publicada no dia da posse de Biden. Os bispos prometiam rezar pelo novo presidente, mas deixaram muito claro que estavam bastante preocupados com o fato de Biden ter se comprometido com o lado pró-aborto durante a campanha, e reafirmaram que a defesa da vida é questão fundamental, embora não seja a única. “Como ensina o papa Francisco, não podemos permanecer calados enquanto quase 1 milhão de vidas são descartadas em nosso país anualmente por meio do aborto”, diz a nota. Na ocasião, o cardeal-arcebispo de Chicago, Blase Cupich, não gostou e criticou abertamente o texto, que chamou de “impensado”; um figurão Vaticano não identificado, ouvido pela revista jesuíta America, chamou o texto de “infeliz”.

Bom, estamos vendo aí o que é realmente infeliz: não o aviso certeiro de Gomez, mas a reação enfática de Biden à possibilidade de a Suprema Corte reverter um erro de 50 anos. E sobre essa reação, bem, até agora só temos silêncio. Não que o cardeal Cupich e outros sejam a favor de Roe; o arcebispo de Chicago, na mais recente edição local da Marcha Pela Vida, se mostrou animado com a possibilidade de o Judiciário derrubar a decisão de 1973. O problema foi esse esforço enorme em preservar Biden das críticas quando ele nem de longe merecia essa blindagem.

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Opinião da Gazeta: A Suprema Corte perto de fazer história em defesa da vida

Convicções da Gazeta: Defesa da vida desde a concepção

“Ah, mas ele é católico.” “Ah, mas ele vai à missa todo domingo.” “Ah, mas ele botou uma foto do papa no escritório.” “Ah, mas ele citou Santo Agostinho na posse.” “Ah, mas ele está sempre carregando um terço.” “Ah, mas ele nomeou católicos para o ministério.” 
Se eu ganhasse um dólar para cada vez que li ou ouvi isso lá em 2020 e 2021, podia levar a família à Disney amanhã. Daria para montar uma cartela e jogar o “bingo do católico passador de pano pro Biden”.  
Pois bem, está aí o presidente deixando claro que vai trabalhar ativamente para reimplantar o direito ao aborto nos EUA caso a Suprema Corte faça a coisa certa.  
Está apenas cumprindo o que prometera ainda durante os debates das primárias, quando foi emparedado por algumas pré-candidatas. Convenhamos: ao menos neste ponto, só se iludiu quem quis mesmo ser iludido.
 
Marcio Antonio Campos, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O medo do Dr. Fauci - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Se a ameaça nazista se desse hoje, temo pela reação ocidental: não faltariam lideranças recomendando o “apaziguamento” com o inimigo

Doutor Anthony Fauci | Foto: Aaron Clamage/Milken Institute
Doutor Anthony Fauci | Foto: Aaron Clamage/Milken Institute

Condição necessária para isso foi a coragem de enfrentar riscos. Imagina o nosso antepassado apavorado diante de feras terríveis, e enclausurado numa caverna até o perigo passar. Não estaríamos aqui refletindo sobre a vida. Ou seja, parte inexorável de nossas conquistas foi a tolerância ao risco da morte. Não quer dizer comportamento suicida, irresponsável ou imprudente, mas, sim, um ato de volição para desafiar todas as ameaças que a pura existência num planeta hostil traz.

Ocorre que, por diversos motivos, estamos nos tornando mais medrosos. O sucesso planta algumas sementes do fracasso, torna as próximas gerações mais “suaves”, como “flocos de neve”. Se a ameaça nazista se desse hoje, com Hitler liderando sua turba de fanáticos, temo pela reação ocidental: não faltariam lideranças recomendando o “apaziguamento” com o inimigo, entregando nossas liberdades de bandeja. Não se faz mais Churchill como antigamente.

Essa pandemia de covid-19 veio comprovar isso. Países ocidentais resolveram espalhar medo e oferecer soluções “mágicas”, ainda que draconianas e autoritárias. O controle social passou a ser enorme, tudo em nome da saúde, da proteção à vida. Os mais acovardados nem pestanejam na hora de delegar cada decisão aos “especialistas”. Foi assim que o Dr. Fauci virou uma celebridade mundial, a “voz da ciência”, acumulando um poder inimaginável para reis medievais. Dr. Fauci soube explorar muito bem o medo dos outros.

E não é algo novo. Era o mesmo Dr. Fauci o responsável pelo combate ao HIV, vírus da aids. E não faltam críticos de que lá, assim como agora, o médico ajudou a espalhar um medo exagerado que afetou a vida de milhões de pessoas. Ele foi “cobrado” recentemente numa das centenas de entrevistas que tem concedido — haja tempo para tanto holofote! — à CNN, mas o apresentador não foi lá tão duro assim. Ele leu a denúncia do senador republicano Ron Johnson, de que Fauci espalhou pânico desnecessário antes e agora, e logo depois ridicularizou a crítica, levantando a bola e cedendo a palavra ao entrevistado. Fauci, então, disse: “Como responder a algo tão absurdo assim?”

Mencionar isso é “politicamente incorreto”, mas a ciência e o vírus não ligam para seus sentimentos

Bem, talvez… respondendo? Mas Fauci adotou outra estratégia: “Exagerar a aids? Matou mais de 750.000 americanos e 36 milhões de pessoas em todo o mundo. Como você exagera isso? Exagerar a covid? Já matou 780.000 americanos e mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. Então, eu não tenho nenhuma ideia do que ele está falando”. Excelente resposta, caso a pergunta tivesse sido outra. O senador nunca alegou que morreu pouca gente com aids ou covid, e sim que o Dr. Fauci criou um pânico geral bastante desproporcional, ainda mais sabendo-se que ambos afetavam de maneira bem desigual grupos de risco específicos.

Ann Coulter escreveu uma coluna no Townhall detonando a postura de Fauci, e lembrando que acidentes de carro já mataram mais de 3,6 milhões de americanos e centenas de milhões no mundo todo, e que as propostas do “especialista” seriam análogas a recomendar que todos dirigissem de olhos vendados — ou nunca mais pegassem num volante. Idosos e obesos correm um risco infinitamente maior do que jovens saudáveis com a covid, mas Fauci e sua trupe mentiram, trataram todos basicamente da mesma forma, assim como Fauci mentiu sobre a aids ser um risco equivalente para heterossexuais, muito tempo depois de ficar claro que era quase inteiramente um problema para gays e usuários de drogas intravenosas.

Mencionar isso hoje já é “politicamente incorreto”, mas a ciência e o vírus não ligam para seus sentimentos. “Em vez de dedicar recursos maciços ao fechamento de casas de banho e pontos de drogas para impedir a disseminação da aids, e proteger os americanos mais velhos no caso do covid, Fauci afirmou repetidamente que todos estavam em risco”, acusa Coulter. Ela continua: “Parece que Fauci acredita em ‘ciência’ — exceto quando precisa aterrorizar os heterossexuais para não estigmatizar os gays, ou amedrontar toda a população para não estigmatizar os idosos e obesos”.

A aids apareceu pela primeira vez em 1981, em comunidades gays em Nova Iorque, Los Angeles e São Francisco. Dois anos depois, 72% dos casos envolviam gays e 90% das vítimas não homossexuais da aids eram usuários de drogas intravenosas
A maior parte do restante era de crianças nascidas de mães infectadas com aids ou vítimas de transfusões de sangue contaminadas com aids. 
 Esse não era um grande segredo. De acordo com o CDC, em junho de 1983, de 1.552 vítimas de aids, apenas 37 não eram gays, usuários de drogas ou hemofílicos. Médicos da linha de frente aconselhavam que não havia motivo para tanto pânico, mas Fauci estava lá alarmando o mundo todo. Em 1983, ele disse: “Com o passar dos meses, vemos mais e mais grupos… A aids está saindo de limites epidemiológicos bem definidos”.
 
Em 1985 — quatro anos após o aparecimento da aids —, 73% dos casos eram em homens gays, 17% em usuários de drogas intravenosas, 3% em haitianos, 2,2% naqueles que receberam sangue e 1% em parceiros sexuais de pacientes com aids
Menos de 4% não se enquadravam em nenhuma dessas categorias. 
Com zero casos provados de transmissão heterossexual, em fevereiro de 1985,  Fauci alegou estar preocupado com esse risco. Numa fala de 1987, ele chegou a afirmar que o vírus podia ser transmitido pela saliva num simples beijo.

Hoje, segundo Coulter, Fauci está fazendo exatamente a mesma coisa com a covid, tratando os adolescentes como se eles enfrentassem perigo tanto quanto pessoas na faixa dos 70 anos, apesar de estas terem uma chance 300 vezes maior de morrer de covid do que menores de 20 anos. Para essa faixa etária, as chances de morrer de covid são menores do que o risco de morrer de insolação ao longo de suas vidas inteiras. Mesmo para aqueles na casa dos 30 anos, as chances são quase as mesmas que o risco de morrer engasgado.

Ann Coulter conclui que, se Fauci fosse entrevistado por um jornalista sério, ele bem que poderia explicar por que sua ideia de “ciência” é evitar que certos grupos se sintam estigmatizados, e não salvar vidas ou falar a verdade.

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Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


domingo, 21 de novembro de 2021

Absolvição de jovem que matou manifestantes causa revolta nos EUA

Kyle Rittenhouse foi inocentado após matar dois em ato antirracista em Kenosha, no estado de Wisconsin, em agosto de 2020

A absolvição de Kyle Rittenhouse, jovem branco de 18 anos que matou dois manifestantes em um ato antirracista em 2020, causou revolta em todos os Estados Unidos. Protestos foram registrados nas cidades de Portland, Nova York, Chicago, Los Angeles e Washington e o próprio presidente Joe Biden admitiu ter ficado com raiva diante da sentença.

[A decisão do júri ao absolver  Kyle Rittenhouse foi justa. O jovem no dia do incidente, estava em atitude pacífica [demonstrada quando  ao cruzar com diversos veículos da polícia, colocou seu fuzil à bandoleira e ergueu as mãos. 
Mesmo assim, logo após foi derrubado por baderneiros que em atitude de extrema violência e covardia o derrubaram e  pretendiam, no mínimo, espancá-lo. 
Usou o único recurso disponível: empunhou sua arma e efetuou disparos abatendo dois desordeiros e salvando sua vida - o que foi reconhecido pelo júri.]

Rittenhouse foi absolvido nesta sexta-feira 19 por um júri de acusações que ele enfrentou por matar dois jovens durante protestos contra o racismo em Kenosha, no estado de Wisconsin, em agosto de 2020, quando ele tinha 17 anos de idade. O caso se tornou altamente politizado e fez do réu um símbolo do trumpismo.

Na noite após a confirmação da sentença, centenas de pessoas saíram às ruas de diversas cidades americanas para protestar. Em Portland, capital do Oregon, cerca de 200 manifestantes atiraram pedras contra a polícia e quebraram janelas de estabelecimentos comerciais. Os agentes usaram spray de pimenta para dispersar a multidão.

 

Em Kenosha, cidade palco dos crimes cometidos em 2020, grupos contrários e favoráveis à decisão judicial se enfrentaram nos arredores do fórum onde o caso foi julgado.  Nas redes sociais, os americanos também se dividiram. A maioria dos internautas, porém, mostrou revolta com a sentença, acusando a Justiça de empregar tratamento diferente contra ativistas antirracismo e manifestantes brancos.

Em nota oficial divulgada pela Casa Branca, o presidente Joe Biden também respondeu ao caso. “Embora o veredicto de Kenosha possa causar em muitos americanos, incluindo eu mesmo, sentimentos de raiva e preocupação, devemos levar em conta o que o júri falou”, declarou o presidente.

Com a possibilidade de manifestações relacionadas à sentença, ele pediu para a população “expressar seus pontos de vista pacificamente e de acordo com o Estado de direito”.

“A violência e a destruição de propriedade não têm lugar em nossa democracia”, afirmou Biden, que confirmou ter falado com o governador de Wisconsin, Tony Evers. Após a conversa, o chefe de governo salientou que as autoridades federais e estaduais estão em contato para estarem preparadas para qualquer resposta à decisão da corte.

Biden também garantiu que continua comprometido com seu compromisso de “unir o povo americano”, mesmo ciente de que não pode “curar as feridas do país da noite para o dia”. “Continuo resoluto em minha promessa de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que todo americano seja tratado de forma igual, justa e com dignidade sob a lei”, finalizou.

Mundo - VEJA (Com EFE)


sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O fiasco de Joe Biden - Revista Oeste

Ana Paula Henkel

Talibãs no aeroporto de Kabul ontem, dia 19 | Foto: Shutterstock
Talibãs no aeroporto de Kabul ontem, dia 19 | Foto: Shutterstock

O que isso tem a ver com o tema central desse artigo, o Afeganistão? Tudo. Em 1980, os Estados Unidos lideraram o boicote aos Jogos Olímpicos em Moscou para protestar exatamente contra a invasão soviética do Afeganistão no fim de 1979. No total, 65 nações se recusaram a participar dos Jogos, enquanto 80 países mandaram atletas para competir.

Quando a União Soviética invadiu o Afeganistão, em 27 de dezembro de 1979, a comunidade internacional condenou a ação. Os conselheiros do líder soviético Leonid Brejnev afirmaram que a intervenção seria rápida e incontestável e sugeriram que o presidente dos EUA, Jimmy Carter, estava muito envolvido na crise de reféns em curso no Irã para responder à situação em Cabul (vale a pena assistir ao filme Argo, de 2012). Na realidade, a intervenção soviética no Afeganistão levou a um conflito prolongado na Ásia Central, e Carter reagiu com uma série de medidas destinadas a pressionar os soviéticos a se retirarem. Essas medidas incluíram a ameaça de um embargo aos grãos, a retirada do acordo Salt II e um possível boicote aos Jogos Olímpicos de Verão de 1980, programados para ter sede em Moscou.

Os governos ocidentais consideraram pela primeira vez a ideia de boicotar as Olimpíadas de Moscou em resposta à situação no Afeganistão na reunião de representantes da Otan de 20 de dezembro de 1979 — embora naquela época muitos governos não estivessem interessados ​​na proposta. A ideia ganhou popularidade quando o dissidente russo Andrei Sakharov pediu um boicote no início de 1980. Em 14 de janeiro, a administração Carter juntou-se a Sakharov estabelecendo um prazo no qual a União Soviética deveria se retirar do Afeganistão ou enfrentaria consequências, incluindo um boicote internacional aos Jogos. Quando o prazo expirou, um mês depois, Carter pressionou os aliados dos EUA a retirarem suas equipes olímpicas. Não adiantou. A guerra soviético-afegã continuou até 1989.

Ao longo de sua história, os afegãos passaram por várias invasões estrangeiras, guerra civil, insurgência e um período anterior de opressão do Talibã. Há muitas vertentes para serem exploradas desde o golpe comunista em 1978 até os dias de hoje. Quando o assunto é o Afeganistão, seria impossível falar de todo o contexto geopolítico que envolve o país e a região em apenas um artigo. O que vimos nesta semana, a retirada das tropas norte-americanas do país junto com o colapso do governo afegão e a retomada do poder pelo Talibã, apenas inclui mais um capítulo em décadas de instabilidade e conflitos.

Desde a eleição presidencial nos EUA, em novembro de 2020, muitos analistas e historiadores apontavam para onde a América poderia ir com a eleição de Joe Biden. Não foi diferente aqui em Oeste. Biden na Casa Branca seria um desastre anunciado, como previram diversos artigos aqui publicados. O que seria difícil imaginar é a rapidez com a qual o presidente democrata marcou a maior potência do mundo com um dos maiores fiascos da história. [tem mais: se a vice assumir, seja qual for o motivo,  será a tragédia das tragédias = piorar o 'impiorável']

O presidente que não deu as caras durante a corrida presidencial mais importante do Ocidente, que venceu uma eleição ainda envolta em mistérios, perguntas sem respostas e uma quantidade inacreditável de indícios de fraude, que vem assinando ordens executivas draconianas como nenhuma outra caneta no Salão Oval, que vem encampando uma toada de medidas tirânicas dentro da pandemia que sufocam o bem mais precioso para o americano: a liberdade. Esse homem agora mostra toda a sua incompetência no cenário internacional. O Afeganistão apenas expõe, da maneira mais explícita possível, todas as fraquezas de um presidente.

Meu pai, figura sempre presente na minha vida e agora também em meus artigos, sempre dizia: “Filha, não é apenas o que você fala, mas como você entrega. Não perca um excelente argumento entregando-o de maneira porca”. Poderia ser simplista demais de minha parte trazer um velho conselho para retratar uma questão geopolítica que envolve militares e a maior potência do mundo, mas é exatamente isso. É fato que a grande maioria dos cidadãos americanos não quer mais saber de guerras, há problemas demais para serem resolvidos domesticamente, e a própria administração de Donald Trump já havia anunciado a retirada — de maneira progressiva — das tropas americanas do Afeganistão. O plano, minuciosamente desenhado pelos generais da administração anterior que teve um dos melhores secretários de Defesa dos últimos tempos, Mike Pompeo —, era trazer os soldados para casa e acabar como uma ocupação de 20 anos, iniciada logo após os ataques às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001.

A aprovação de Biden derrete diante das terríveis imagens que não param de chegar de Cabul

Como diria o professor Monteiro, não foi o que foi feito, mas como tudo foi feito. Joe Biden, que caminhava a passos largos nas políticas domésticas para se tornar a versão atual de Jimmy Carter, solidificou a teoria nesta semana. Para Biden e sua equipe, as analogias com o presidente Carter e a crise dos reféns iranianos podem ser ainda mais perturbadoras do que os paralelos óbvios com a queda de Saigon, em 1975, na Guerra do Vietnã, que seus assessores estão se esforçando tanto para negar. A história se repete diante de nossos olhos. Biden agora tem a letra escarlate da fraqueza estampada em seu peito. Donald Trump queria sair e negociou um acordo com o Talibã. Fato. Mas Biden é o atual presidente, e o problema não é simplesmente a retirada, mas a maneira incrivelmente ingênua com que a executou. Biden perdeu uma oportunidade política que jamais voltará: usar o 20º aniversário do 11 de setembro para ser retratado como o homem que pôs fim à guerra mais longa da América.

E, como diria Ronald Reagan, fraqueza gera fraqueza. A fraqueza de Jimmy Carter não se limitou aos iranianos que invadiram a embaixada em Teerã e mantiveram reféns americanos presos por mais de 400 dias. Pouco menos de dois meses depois desse episódio, a União Soviética o surpreendeu com a invasão do Afeganistão.

A grande diferença entre Biden e Carter é que o segundo estava no final do mandato e já havia construído sua reputação — a de não ter uma espinha dorsal moldada na coragem. Antes da queda de Cabul, a aprovação de Biden oscilava entre 50% e 54%. Quando ele começou a trilhar o caminho da retirada, apostou que o povo americano, cansado de 20 anos de guerra, não se importaria muito com o que aconteceria depois. E, contrariando um plano bem desenhado e todos os conselhos da Inteligência norte-americana, Biden decidiu sair de “bate-pronto”, cometendo sucessivos erros, como o de retirar tropas antes dos civis. O governo não sabe quantificar quantos americanos ainda estão em solo afegão, mas esse número pode chegar a 30 mil. A aprovação de Biden derrete diante disso e das terríveis imagens que não param de chegar de Cabul. Os americanos não gostam de parecer patéticos diante do mundo, e qualquer repetição das barbaridades que atingiu o povo na última vez em que o Talibã ocupou o poder será usada contra ele.

“Isso claramente não é Saigon”, insistiu o fraco secretário de Estado, Antony Blinken. As palavras dele, que já havia demonstrado fraqueza diante dos chineses, não batem com as de seu chefe. Em 8 de julho, Biden negou qualquer paralelo com o Vietnã e declarou: “Não haverá nenhuma circunstância em que você veja pessoas sendo levantadas do telhado de uma embaixada”. Há relatos de assessores da Casa Branca dizendo que a única ordem inequívoca em meio ao caos desta semana foi direcionar os pilotos de helicóptero dos Estados Unidos que evacuaram a embaixada americana em Cabul para pousar em qualquer lugar, exceto no telhado.

As imagens que continuam chegando do Afeganistão não mostram apenas pessoas desesperadas diante do terrível regime das trevas que as espera. Elas escancaram a incompetência que deixou os americanos — de democratas a republicanos, de Fox News a MSNBC e CNN — estupefatos com tamanha incapacidade de governar. A reação mais comum a esse desastre é semelhante à de Ryan Crocker, embaixador de Barack Obama no Afeganistão: “Fiquei com algumas questões graves em minha mente sobre a capacidade de Joe Biden de liderar nossa nação como comandante-chefe”, afirmou. “Ter entendido tudo isso de maneira tão errada — ou, pior ainda, ter entendido o que provavelmente aconteceria e não se importar.”

A marca do “segundo Saigon” ficará nos livros de história e impregnará o legado de Joe Biden, não há dúvidas quanto a isso. Mas a ideia de que temos outro Jimmy Carter no comando do país pode ser ainda mais assustadora. Especialmente se essa ideia for interpretada por Teerã, Moscou ou Pequim. Há meses temos escrito que Biden representa sangue na água. E os tubarões sabem disso.

Leia também “A fraqueza explícita diante dos adversários”

 Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

As verdadeiras lições olímpicas - Ana Paula Henkel

Revista Oeste
 

Simone Biles é o reflexo da atual sociedade, que enaltece quem chora mais, quem se vitimiza e quem se ofende por tudo

Entramos em mais uma Olimpíada. De quatro em quatro anos vivemos, através das lentes dos fotógrafos e das telas de TV, acontecimentos que mexem emocionalmente com milhões de famílias pelo mundo. A torcida por seu país, histórias de superação, derrotas inesperadas, vitórias extraordinárias. Se o mundo dos esportes é fascinante, o dos esportes olímpicos é hipnotizante.

Todo atleta olímpico tem sua história, e ela é única. Caminhos parecidos entre atletas podem até se esbarrar, mas jamais serão iguais. Família, treinamentos, técnicos, escola, relacionamentos, contusões, traumas, tudo tem um peso diferente para cada atleta. É difícil estabelecer certezas nas muitas vias que cada um percorre até chegar a uma Olimpíada, mas é exatamente nas poucas e profundas similaridades entre nós que percebemos que existe algo em comum entre todos os que estão ali.

Como ex-atleta olímpica pelo Brasil em quatro edições dos Jogos, não tenho resposta para as centenas de perguntas que chegam até mim nesta época. Como mencionei, cada história é única, mas creio que posso afirmar uma ou duas coisas sobre esse mundo. Às vezes, assistindo aos Jogos com a família, os filhos perguntam “Como você sabia que isso ia acontecer, que ele erraria?”, “Como você sabia que ela recuperaria?”. A resposta é: não sei. Talvez algo no olhar, na linguagem corporal, alguma intuição por já ter estado lá e saber, na pele, o que pode estar passando naquele momento na cabeça daquele atleta. Todos nós ali já vivemos um turbilhão de emoções: medo, alívio, dor, alegria, decepção, dúvida, entorpecimento pela glória, humilhação pela queda.

Meu primeiro contato com os Jogos Olímpicos, e as emoções que eles podem trazer, foi em 1980, na Olímpiada de Moscou.  
No interior de Minas, em Lavras, lá estava a menina de 8 anos, aos prantos, assistindo à cerimônia de despedida daqueles Jogos com o inesquecível ursinho Misha, que também derramava uma lágrima numa coreografia feita pelo próprio público nas arquibancadas. 
Ali foi apenas o começo de um longo namoro e casamento com o esporte. Eu mal podia esperar pela próxima edição, e logo veio a Olimpíada de Los Angeles, em 1984, que nos deu a geração de prata no vôlei masculino num jogo inesquecível contra os donos da casa. 
Mas aquela Olimpíada me deu muito mais do que o amor necessário para querer defender o Brasil jogando vôlei. Ela me deu Gabriela Andersen. E eu nunca mais fui a mesma.
 
[Gabriela Andersen e
Kerri Strug, lições de coragem, espírito esportivo, respeito à equipe,  patriotismo...] 
 

Assim como as reuniões de família nesta semana para assistir aos eventos esportivos de Tóquio, em 1984 estávamos todos em casa diante da TV para acompanhar a chegada da maratona feminina. Foi quando Gabriela Andersen, da Suíça, entrou no Coliseu de Los Angeles e mudou para sempre minha alma de atleta. 
Ninguém se lembra quem foi ouro, prata ou bronze naquela prova, mas todos se lembram de Gabriela Andersen.

Os 30 graus centígrados de calor e umidade de agosto em Los Angeles estavam insuportáveis e longe das condições ideais para uma maratona. Além disso, Gabriela, de alguma forma, havia perdido a estação de água no caminho. Muito desidratada, a maratonista entrou no estádio olímpico quase tropeçando nas próprias pernas. Ela se inclinava desajeitadamente para a esquerda e para a direita, cambaleando através das raias da pista. Foi uma visão desesperadora para os espectadores nas arquibancadas e para os espectadores em todo o mundo que seguiam a prova pela TV. Milhares de pessoas assistiam atônitas àquela cena e torciam para que ela não desabasse. Diante daquela imagem emocionante e agonizante, o estádio inteiro, agora de pé, começou a incentivar Gabriela a completar a prova.

Seu marido, Dick Andersen, acompanhava angustiado das arquibancadas, enquanto os oficiais e médicos caminhavam ao lado dela perguntando sobre sua condição. Em entrevistas, Gabriela lembra que essa era a primeira maratona feminina em Olimpíadas e recorda o que dizia a si mesma: “’Tente continuar correndo’. ‘Tente ficar ereta’. Mas meus músculos simplesmente não respondiam e tudo se deteriorou nos últimos 400 metros. Nesse ponto, apenas pensei: ‘Estou na Olimpíada, não pare!’.”

Enquanto ela cambaleava, os gritos de incentivo de milhares de espectadores ficavam cada vez mais altos. “Lembro-me claramente dos aplausos e do barulho. Foi simplesmente incrível. Estava muito alto. Não esperava algo assim. Isso provavelmente me manteve de pé também!” No dia 23 de agosto de 1984, em Los Angeles, depois de 2 horas, 24 minutos e 52 segundos, Gabriela Andersen finalmente alcançou a linha de chegada, caindo nos braços de três médicos que a carregaram para fora da pista.

No mesmo 23 de agosto de 1984, em Minas Gerais, uma menina de 12 anos está quase sem conseguir respirar diante da TV, com os olhos cheios de lágrimas e hipnotizada por aquele momento. Uma única coisa passava pela minha cabeça: “Agora eu entendi”. Eu havia sido engolida pelo verdadeiro espírito olímpico.

[Simone Biles, uma lição de egoísmo,  falta de espirito esportivo, falta de solidariedade, covardia...]

Como em toda Olimpíada, um drama marcou Tóquio nesta semana. A superestrela da ginástica e atual campeã olímpica Simone Biles desistiu da competição individual geral dos Jogos para se concentrar em seu “bem-estar mental”. 
 A decisão veio um dia depois que Simone se retirou da final de equipe após uma apresentação bem abaixo do esperado no salto.
 Ao falar para a imprensa, ela citou sua saúde mental como o motivo. Ao comunicar a saída de sua maior estrela, a federação norte-americana de ginástica disse em um trecho da nota oficial: “Após uma avaliação médica adicional, Simone Biles retirou-se da competição individual geral final. Apoiamos de todo o coração a decisão de Simone e aplaudimos sua bravura em priorizar seu bem-estar. Sua coragem mostra, mais uma vez, por que ela é um modelo para tantos”.
Posso até entender a decisão de Simone. Dramas psicológicos no mundo esportivo, principalmente no universo da alta performance, não são raros. As pressões são muitas, eu sei. Não conheço as condições psicológicas da atleta e o que, de fato, a levou a tomar essa decisão. Posso tranquilamente me solidarizar com suas possíveis batalhas internas, e espero que ela saia desse redemoinho mental que, muitas vezes, pode ser perigoso. Dito isso, meu problema com essa situação é outro. O primeiro é o fato de que Simone não competia sozinha
Ela fazia parte de uma equipe que dependia dela, que se preparou e treinou durante anos para este momento. 
Com sua decisão, a atleta não prejudicou apenas o seu caminho. Respeitaria muito mais as suas palavras se elas fossem suportadas com o ônus de uma decisão individual.  
Simone não fez isso. Depois da performance com notas baixas na qualificação, ela desistiu. A melhor ginasta do elenco dos EUA, uma das atletas olímpicas norte-americanas mais festejadas de todos os tempos, optou por abandonar seu time no meio da final. 
Suas companheiras de equipe perderam o ouro e terminaram em segundo, atrás da lendária rival na ginástica, a arqui-inimiga Rússia. Medo do fracasso?

Na coletiva, com as companheiras tentando mostrar algum apoio, mas ainda com os olhos arregalados e um pouco perdidos, Simone Biles reclamou que a Olimpíada não foi “divertida” neste ano: “Estes Jogos Olímpicos, eu queria que fossem para mim mesma quando entrei e eu senti que ainda estava fazendo tudo isso para outras pessoas”. Mais tarde, ela disse que é importante “colocar a saúde mental em primeiro lugar” porque, se não o fizer, “você não vai gostar do seu esporte” e reclamou da “pressão” que está sofrendo.

Sinceramente? Não há nada de terrivelmente surpreendente nas razões que ela apresentou. A pressão a que está submetida uma atleta mundialmente famosa em um palco global é bastante pesada, tanto no nível emocional quanto no físico. Não é um crime desistir sob pressão, mas quando isso se tornou algo para ser admirado com profunda reverência? Esse é meu segundo problema em todo esse evento.

Se Simone Biles tivesse desistido da competição em equipe e se desculpado após o fato, com um pouco mais de humildade, talvez o público reagisse de outra maneira e o assunto seria encerrado. É difícil competir em Olimpíadas. Todos nós temos, uma vez ou outra, vontade de desistir de tudo. É por isso que, quando alguém desiste, normalmente balançamos a cabeça e dizemos: “Que pena, sinto muito”, e seguimos em frente com nossa vida.

Vitória não é apenas vencer os adversários e abraçar a glória, é superar os próprios limites

O problema é que agora somos exortados a não apenas entender por que alguém desiste de algo. Temos de aplaudi-lo por isso. O que torna a história de Simone Biles preocupante não é que a equipe de ginástica feminina teve de se contentar com uma medalha de pratao que me incomoda é o fato de que a atual mídia e partes da sociedade querem que celebremos a covardia de um soldado ao abandonar seus companheiros no campo de batalha. Poderíamos tranquilamente dizer: “Simone Biles desistiu da Olimpíada, ela está com problemas. Que pena”. Mas o que querem é que digamos: “Simone Biles desistiu. Não estará mais com o time porque ela precisa pensar nela. Que ato corajoso!”.

Não, não, não é corajoso. Pode ser humano, mas é o oposto de coragem. Ter coragem é colocar o time acima de suas dores, físicas ou emocionais, quando você já está comprometida com ele. Simone Biles poderia ter se inspirado na ginasta Kerri Strug, também norte-americana, que competiu na Olimpíada de 1996, em Atlanta. Na disputa por equipes, um evento dominado pelos soviéticos por décadas e nunca vencido pelos Estados Unidos, os norte-americanos competiriam com as seleções da Rússia, Romênia e Ucrânia. Depois de um salto, Kerri aterrissou bruscamente e lesionou dois ligamentos no tornozelo. Ela era a última peça do time que poderia trazer o ouro para as norte-americanas. Diante da importante lesão, a ginasta poderia ter desistido, mas se negou a abandonar a competição. A equipe médica tentou estabilizar o tornozelo com esparadrapos, e Kerri, com dois ligamentos comprometidos, saltou… Sim, o final é esse mesmo que você está pensando. As norte-americanas venceram, e Kerri foi carregada até o pódio para receber o tão sonhado ouro olímpico em equipes para a ginástica dos EUA.

Entre muitos esportes olímpicos, talvez a ginástica seja um dos mais cruéis com seus atletas. Além da pressão física, há casos de supressões hormonais (para que as atletas não cresçam) e até de assédio e abusos sexuais. Não sabemos o que sucedeu na mente de Simone Biles, e ela não é uma vilã por ter desistido, mas também não é uma heroína. Simone é o reflexo da atual sociedade, que enaltece quem chora mais, quem se vitimiza e quem se ofende por tudo. Em uma sociedade com balaios coletivistas, divididos em categorias “negros”, “mulheres”, “gays” etc., é interessante ver que aplausos, elogios e contratos de publicidade são dados àqueles que colocam exatamente as suas necessidades e desejos pessoais em primeiro plano.

Gabriela Andersen, hoje com 76 anos, em uma entrevista para o canal oficial dos Jogos Olímpicos, disse que o que a surpreendeu foi a compaixão e a reação dos espectadores e dos atletas. Ela relata que estava com muita vergonha pela performance ruim (Andersen chegou em 37º lugar, quase último) e que se sentia culpada. Ela achava que não merecia tanta atenção. “Na época eu teria trocado por qualquer coisa entre o 10º e o 15º lugar para não ter aquilo que considerei apenas um espetáculo”, disse. “Mas agora, olhando para trás, posso ver que as pessoas se identificaram por causa da luta. Se você realmente se dedicar, poderá superar muitos obstáculos. Há lição em tudo.”

Vitória não é apenas vencer os adversários e abraçar a glória, muitas vezes entorpecente e traiçoeira. É superar os próprios limites e, como Gabriela Andersen, inspirar milhões a não desistir, mesmo chegando em último lugar, mesmo com o ego ferido. O espírito olímpico é justamente o da superação e do sacrifício, mesmo que isso não lhe traga nenhum esplendor. E essa lição não fica restrita ao esporte, ela o acompanha por toda a vida. Salve, Gabriela Andersen!

Leia também “Deixem os Jogos Olímpicos em paz”

Ana Paula Henkel, colunista -  Revista Oeste


quinta-feira, 1 de julho de 2021

Utilidade Pública - Você adiciona colágeno em pó à sua vitamina diária? Opta por uma barra de colágeno como lanche? Tome cuidado

O Estado de S. Paulo 

Jessica Schiller, The New York Times - Life/Style 

Embora atraentes, novos produtos à base de colágeno contêm um certo risco

Como muitas mulheres com os polegares colados à tela do celular, Chrissie Buckley tem um fraco pelas novidades que surgem no Instagram. Uma das experiências mais arriscadas foram os produtos que ela experimentou depois que uma influenciadora muito persuasiva a endossou e por um gasto que ela considerou mínimo. Mas quando acrescentou colágeno em pó ao seu carrinho de compras no início deste ano, seus caprichos tomaram um rumo tenebroso.

Os suplementos de colágeno dominaram seus feeds das redes sociais por meses, enquanto a popularidade de novas formulações de marcas como a Bulletproof, Dose & Co. e Vital Proteins cresciam. Em vez do formato da pílula de dormir, estas companhias estão vendendo creme de café com colágeno, pós nas bebidas e barras de proteína para fortalecer pele, cabelo, unhas e proporcionar articulações saudáveis.

Em fevereiro, um post da modelo Cindy Prado que aderiu aos benefícios para a redução das rugas do pó Vital Proteins Collagen Peptides a Los Angeles. convenceu a fazer uma tentativa. "Vou fazer 29 anos e quero começar uma nova rotina de cuidados da pele para combater o envelhecimento, por isso pensei que talvez  devesse experimentar algum tipo de colágeno", disse Chrissie, coordenadora de equipamentos médicos em Nova York.

Por mais ou menos um mês, tomou diariamente uma colher do produto no seu café, e então constatou que não havia mudanças no seu rosto, mas um dedo estava inchando. Dias mais tarde, o que inicialmente parecia uma picada de inseto se espalhou pelo anular e pelos dedos mínimos. “A pele das minhas mãos parecia e eu a sentia espessa, como se tivessem virado salsichas, a ponto de eu não conseguir dobrá-las”, contou. A ida ao pronto-socorro não se mostrou produtiva. “Eles não tinham ideia do que estava acontecendo”.

Como sempre, um arriscado mergulho em profundidade no Google a convenceu de que se tratava de esclerodermia, uma rara doença autoimune em que o sistema imunológico faz com que o corpo produza uma quantidade excessiva de colágeno, provocando um endurecimento e espessamento da pele e dos tecidos conectivos. Horrorizada, Chrissie jogou fora todos os produtos que mencionavam o colágeno; em alguns dias o inchaço baixou e ela recuperou a mobilidade dos seus dedos. “Agora, fujo disso como do diabo”, ela disse.

No entanto, não há nenhuma evidência a favor ou contra a possibilidade de os suplementos de colágeno provocarem esclerodermia, disse o dr. Frederick M. Wigley, diretor do Centro de Esclerodermia do Johns Hopkins, observando que não foi estudado, mas é biologicamente improvável. “O organismo é muito eficiente em sua função de regulação, por isso, se você toma algo em excesso o seu corpo se livrará do excesso e buscará o equilíbrio”, disse Wigley.

Qualquer que seja a sua origem, a reação de Chrissie ilustra a falta de pesquisa nas novas formulações de colágeno - que, como a maioria dos suplementos, não são regulamentadas pela FDA (Food and Drug Administration),  - e  chega ao mercado em meio a uma maré de conversas on-line sobre os efeitos negativos e a falta de eficácia que mal começa a romper a barreira mais barulhenta da moda. “Ultimamente, todo mundo pegou carona no colágeno,” disse o dr. Niket Sonpal, um gastroenterologista de Nova York. “É a nova mania”.

A verdade por trás da propaganda exagerada
Os dados de pesquisa do Google refletem esta crescente obsessão: as pessoas começaram a procurar o colágeno a uma média de 1,4 milhão de vezes por mês neste ano, com um salto de 35% em relação ao ano passado, segundo a empresa de pesquisa Spate. Os pós e as bebidas à base de colágeno lideram estas pesquisas.

O aumento do interesse dos consumidores nos chamados alimentos funcionais, que afirmam oferecer benefícios em relação aos comprimidos dos suplementos tradicionais, é parcialmente responsável por isto. Como acontece com outras tendências em matéria de beleza e bem-estar, também há uma Kardashian.

Em outubro de 2020, Khloé Kardashian entrou em uma parceria como porta-voz global da Dose & Co., fabricante de suplementos de colágeno na Nova Zelândia. Desde então, seus mais de 140 milhões de seguidores foram inundados por propaganda da estrela acrescentando o produto às suas vitaminas diárias e compartilhando fotos de antes e depois para mostram clientes com a pele mais clara e cabelo mais espesso.

Isto bastou para convencer Witney Joseph, 36 anos, uma mãe que trabalha remotamente em Stamford, Connecticut, a experimentar o produto. “Depois que tive o meu primeiro filho, meu cabelo começou a cair e ficou quebradiço. O que, disse Khloé, também aconteceu com ela, e o que a ajudou foi o produto”, disse Whitney.

Nada disso aconteceu. Ao contrário, a sua pele normalmente clara começou a ficar fragilizada em poucos dias com a adição do suplemento às suas bebidas. Então, vasculhando a literatura do Reddit ela acabou descobrindo que o resultado era comum. Quando parou de tomar o produto, sua pele melhorou. “Tentei muitos suplementos, e agora cansei”, falou.

Como muitos destes produtos de colágeno incluem uma variedade de outros ingredientes, como biotina e ácido hialurônico, é difícil destacar o que desencadeia uma reação negativa. “Muitos deles vêm com proteína de soro, que contém lactose e pode induzir erupções de acne, além de muito açúcar”, explicou a dra. Ivy Lee, dermatologista em Los Angeles.

Os suplementos à base de colágeno procedentes de fontes marinhas, em vez do colágeno mais comum de fonte bovina, tornaram-se populares porque muitas pessoas optaram por reduzir o seu consumo de carne. Mas além disso, eles trazem consigo uma série de novos problemas. Especialistas informam que muito provavelmente eles desencadeiam reações alérgicas por causa de uma possível contaminação por mariscos.

Como o colágeno pode produzir maior saciedade, o que é comum com toda fonte de proteína, algumas companhias tentaram defini-lo como importante para a perda de peso, apesar da falta de evidências que corroborem esta conclusão, segundo a dra. Lee. Em alguns casos, estes produtos podem realmente produzir o efeito oposto por causa do seu teor frequentemente elevado de açúcar e carboidratos, assim como a tendência a causar inchaço.E alguns dos efeitos secundários mais comuns são gastrointestinais: o dr. Sonpal ouve regularmente as pacientes que os experimentam queixar-se de diarreia, azia e constipação.

Então, haverá também um lado positivo?
Os especialistas afirmam que os estudos que indicam que o colágeno tem um efeito positivo sobre a elasticidade da pele e, em geral, uma sensação de juventude, são demasiado escassos e episódicos para dar uma real legitimidade aos produtos. “Esta não passa de mais uma oportunidade para promover a marca para a indústria da beleza, porque as pessoas estão sempre interessadas em parecer mais jovens”, afirmou a dra. Rabia De Latour, gastroenterologista e professora assistente de medicina na New York University.

Em abril, entretanto, pesquisadores publicaram uma revisão sistemática dos testes clínicos de suplementos de colágeno orais. “Os resultados respaldam a constatação de que ingerir colágeno pode reduzir as rugas da pele e melhorar a sua elasticidade e a hidratação da pele”, disse a dra. Lee. Mas o estudo não aprofundou a questão das novas fórmulas. “A dificuldade está  no fato de que a pesquisa não identificou as melhores dosagens ou formulações”, disse ela.

Por esta razão, os médicos recomendam moderação ao experimentar este produto pela primeira vez. Além de conversar com o seu médico para ter a certeza de que não irá interferir com outros medicamentos ou agravar questões crônicas de saúde, Sonpal sugere que você comece com a metade da dose recomendada e observe a reação do seu organismo ou se não está reagindo. Verifique se o colágeno é hidrolisado, processo que permite quebrá-lo em partículas mais fáceis de absorver. E o mais importante, segundo Sonpal, é que você estabeleça um prazo, porque os suplementos, qualquer que seja a sua fórmulaa, não podem ser tomados indefinidamente. Se você não vir resultados após três meses, será melhor parar com o suplemento.

Embora pareça sem graça, evitar estes produtos interessantes por via oral ainda é a opção mais segura. A dra. De La Tour recomenda incorporar outros alimentos para ajudar o seu organismo a manter o fornecimento de colágeno em sua dieta: aves, peixe, folhas verdes e alimentos com elevado teor de vitamina C. Seguir o conselho sobre a proteção solar com a qual você briga diariamente - usar protetor todos os dias, usar um chapéu e ficar na sombra - também pode prevenir a fragmentação do colágeno. Além disso, se você está disposta a gastar, pode consultar um dermatologista para um tratamento com microagulhas ou laser que mostrou promover a produção de colágeno.

Diante da propaganda sensual sobre bem-estar e beleza no Instagram, convém lembrar que por trás de belas avaliações e dos inúmeros endossos, não existe uma mágica para tornar a sua pele perfeita. A dra. De La Tour afirma categoricamente: “Não se pode fazer o tempo voltar com um suplemento alimentar”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

O Estado de S. Paulo - Jessica Schiller, The New York Times - Life/Style


quinta-feira, 18 de março de 2021

“Nós” descobrimos o pré-sal, lula? - Sérgio Alves de Oliveira

O vídeo gravado do depoimento de Lula ao Juiz Federal Ricardo S.Leite, da 10ª Vara Federal de Brasilia, no dia 14.03.2017, se adaptado ao cinema, teria o mérito suficiente para ser indicado à receber a estatueta do OSCAR 2018, evento  anualmente realizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas na cidade de Los Angeles/CA.

Os prêmios concedidos pela dita academia ao Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Original e Melhor Roteiro Adaptado, com certeza  seriam todos vencidos  por Lula, que ainda  faria  jus a  mais prêmio adicional, que poderia ser talvez, a estatueta da “MELHOR MENTIRA “, ou seja, a mentira mais deslavada, descarada e atrevida do festival do cinema. Ninguém conseguiria ultrapassar o magistral desempenho do “ator” Lula, que com esse desempenho  ganharia a disputada estatueta, com folga, em votação unânime dos juízes.

Efetivamente foi deprimente assistir um ex-Presidente da República do Brasil protagonizar um espetáculo tão pobre, constrangedor e medíocre, com força suficiente para desmoralizar um país inteiro frente à comunidade internacional. A gente até fica perguntado a si mesmo como pode um sujeito de tão baixo nível intelectual conseguir enganar a maioria de um povo durante tanto tempo, fazendo dele “gato-e-sapato” , numa total falta de respeito com esse povo e com a própria  ética social.

Utilizando a tática da tergiversação, própria daqueles que não têm argumentos válidos para sustentar a própria defesa, ficando nos limites de uma  espécie de “pero que si, pero que no”, muito usada no passado recente por  Cantinflas ,o inigualável  ator-comediante mexicano, lá pelas tantas ,na maior cara de pau, o depoente soltou uma mentira tão forte que é de surpreender não ter abalado ou “implodido” a estrutura do prédio do Forum onde se realizava a dita solenidade.

Lula declarou textualmente, parece que até “meio” falando para dentro: “QUANDO NÓS DESCOBRIMOS O PRÉ-SAL...”. Ora,hoje todos já sabem que o pré-sal não é uma exclusividade do subsolo dos  mares brasileiros, e que  também se faz presente  no leito marítimo de grande parte do Planeta Terra. Também se sabe que a sua exploração em outras “plagas” ainda não se deu por diversos fatores que a inviabilizam, uns pela carência tecnológica  ,outros de fundo econômico, pelo elevado custo. Uns chegam a argumentar que essa exploração seria tão inviável, especialmente pelo  seu custo, que daria no mesmo que tentar  garimpar e buscar diamantes em Marte.

Mas os políticos tupiniquins dessa corrente de enganadores  insistiram, teimaram, e estão buscando algum petróleo no “seu” pré-sal, ao contrário do restante do mundo, talvez surgindo daí um dos principais motivos que, somado à roubalheira e má gestão  na Petrobrás, faça com que o combustível de petróleo  no Brasil seja  um dos mais caros do mundo. Em dólares americanos ,por exemplo, nos Estados Unidos o consumidor paga na bomba a metade do que é pago no Brasil, sem considerar que lá as pessoas em geral são  melhor remuneradas pelo seu trabalho.

“Aterrissando” novamente no Brasil. Na contramão dos acontecimentos em outras partes do mundo,igualmente  dotadas  de petróleo na região do pré-sal, o Primeiro Governo do Presidente  Lula da Silva, iniciado em 2003, resolveu,principalmente por “demagogia”, e para garantir a sua reeleição, investir pesado na mentira do pré-sal, contando com a Grande Midia, paga a preço de ouro, para divulgar essa grande  farsa, o que de fato lhe rendeu os votos necessários para  reeleição, num universo de eleitores onde a maioria tem deficiência na capacidade de escolher e votar, ou seja, uma maioria analfabeta politicamente e  alienada das verdadeiras causas da sua desgraça econômica e social. Mas como essa maioria possui um título eleitoral na mão – o que sempre é mais perigoso que entregar uma arma de fogo a uma criança-  evidentemente é ela quem decide numa democracia deturpada, degenerada, corrompida, que nem  democracia é, porém a sua contrária, a “oclocracia”,praticada  pela massa ignara em benefício da patifaria que rodeia a política.

A história do pré-sal brasileiro é bem mais antiga  que a versão mentirosa inventada  por Lula. O geólogo Guilherme Estrella, que era da Petrobrás,e que mais tarde até de filiou ao PT, desmente a história criada pelo ex-Presidente. Dois anos após a primeira posse de Lula, ou seja, em 2005, o geólogo Estrella foi chamado de volta ao trabalho. Levou ao Presidente, a pedido deste, os mapas dos gigantescos reservatórios do pré-sal brasileiro, na Bacia de Santos. Ele conta que no Governo Geisel (1974 a 1979) fizeram a primeira perfuração  do pré-sal  brasileiro, no mar do Espírito Santo, Campo de Guaricema. Os testes indicaram presença de óleo, mas seria subcomercial e a exploração naquele momento não conviria ainda.

Portanto, desmentindo o Sr.Lula da Silva,não foi no seu Governo que o pré-sal brasileiro foi descoberto. 
Foi bem antes, em 1974, no Governo Ernesto Geisel
Já no Governo Itamar Franco o pré-sal teria sido “mapeado”, sendo este provavelmente o mapa dos “gigantescos reservatórios” de petróleo que o geólogo Estrella teria levado ao Lula,lá por 2005,e que tanto o “entusiasmou”. E também consta que no Governo de Fernando Henrique Cardoso dita exploração teria sido considerada inviável. Vê-se, por conseguinte,que no mínimo esses três ex-Presidentes nunca alardearam essa descoberta  para fazer demagogia, como mais tarde fez e vem fazendo  Lula, inclusive no depoimento ao Juiz de Brasilia.

 Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo