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segunda-feira, 11 de julho de 2016

A polícia agiu corretamente ao deter a manifestante - ela simulava pacificismo, mas buscava provocar, atiçar os ânimos. Não punir a manifestante, é desmoralizar a força policial

Foto de mulher negra desafiando polícia vira símbolo de protestos nos EUA

A enfermeira Leisha Evans foi presa ao participar das manifestações em Baton Rouge

A foto de uma mulher negra desafiando policias em uma manifestação em Baton Rouge, no estado de Louisiana, virou símbolo dos protestos nos Estados Unidos contra a brutalidade das forças de segurança. Ela descreveu sua ação como obra de Deus.

Uma onda de protestos foi desencadeada na semana passada após a morte de dois negros por policiais brancos em Minnesota e em Louisiana, agravando ainda mais as tensões raciais no país. Em uma das manifestações em Dallas, na noite de quinta-feira, um franco-atirador matou cinco policiais dizendo-se decepcionado com os brancos.

A imagem do fotógrafo Jonathan Bachman, capturada no sábado, retrata a enfermeira Leisha Evans, de Nova York. Com um vestido longo e carregando nada mais que seus objetos pessoais, a mulher posiciona-se em frente aos policiais armados, à espera de que eles a prendessem.  No Facebook, a enfermeira descreveu suas ações como "uma obra de Deus".
"Sou um instrumento. Glória ao Altíssimo. Estou grata por estar viva e a salvo", escreveu.
A foto está dando volta ao mundo, foi amplamente repercutida nas redes sociais e ganhou montagens até com a figura de Martin Luther King. 

Em uma entrevista ao jornal "The Atlantic", Bachman relatou que os policiais estavam detendo várias pessoas no protesto em Baton Rouge. A câmera do fotógrafo, então, capturou a imagem da mulher, que se colocou diante dos agentes sozinha e de forma pacífica.
"Ela não foi violenta, não disse nada, não resistiu. No final, a polícia a deteve", explicou o fotógrafo. A imagem, um símbolo de protestos não-violentos, lembra outras fotografias como a tirada por Marc Riboud, na Guerra do Vietnã, quando um manifestante colocou-se na frente de policiais armados com uma flor na mão. Lembra ainda a imagem de um manifestante que se posicionou diante de um tanque em Tiananmen, na China.


Fonte: O Globo

sábado, 9 de abril de 2016

Governo oprimido, Constituição golpista

Confirmado: há um golpe de Estado em marcha no Brasil, para destituir o governo popular que pensa nos pobres e devolver o poder à direita que pensa nos ricos. Quase ninguém notou, mas Sérgio Moro é um codinome em homenagem ao general Mourão, que iniciou com suas tropas o golpe de 64. Moro é Mourão, Dilma é mulher, Lula é pobre. Combinado assim?

O Brasil tem o primeiro governo oprimido da história da Humanidade. O Palácio do Planalto virou uma trincheira, onde a presidenta mulher faz comícios quase diários em defesa dessa gente sofrida e milionária que o reacionário Moro Mourão quer pisotear.  Sabem o que Dilma Rousseff berra nesses comícios palacianos? Que há uma ameaça de golpe de Estado no país. Se esse não fosse um governo coitado e café-com-leite, isso seria crime.

Se a presidente não fundamentar sua grave acusação, ela está agindo em flagrante coação de outro poder da República — o Legislativo, que examina um pedido de impeachment contra ela. Claro que Dilma não fundamenta nada (seria pedir demais). A Constituição Federal diz que isso é crime. Ou seja: temos um governo oprimido e uma Constituição golpista.

Como o Brasil tem uma opinião pública flácida e uma oposição frouxa, tudo passa. A presidenta mulher carrega na bolsa uma coleção de indícios de crimes de responsabilidade. Mas essa bolsa está muito bem guarnecida pelo Supremo Tribunal Federal, onde o ministro relator Teori Zavascki não vê, nunca viu e nunca verá motivos para se determinar a investigação da dona da bolsa.

Deve ser uma questão de privacidade. Se ali dentro tem uma refinaria superfaturada, tentativas de obstrução da Justiça ou complacência com auxiliares criminosos, são questões de foro íntimo. Aí a presidenta mulher sai gritando que, sem crime de responsabilidade, tudo é golpe. E o país abobado engole a fraude (mais essa). Não há — nem pode haver — crime de responsabilidade provado, porque nem processo há (graças aos supremos companheiros federais).

Mas a floresta de evidências desses crimes está escancarada pela Operação Lava-Jato, tendo inclusive ensejado o pedido de impeachment da imaculada presidenta (anexando o crime de responsabilidade fiscal). E o impeachment é um processo político legal, que não depende de sentença judicial. Collor caiu sem ser condenado.

Os comícios no Palácio estão animados. O antropologicamente mais interessante foi uma claque de mulheres reunidas pela presidenta mulher para gritar “fora Bolsonaro”. Não é genial? O que seria desse governo oprimido sem a direita, a ditadura militar e o Bolsonaro?

Enquanto isso, o companheiro Dirceu — herói da esquerda contra a ditadura e chefe de Dilma Rousseff e do mensalão, não necessariamente nessa ordem — caminha para nova condenação, pelo petrolão. Está dando para acompanhar? A representante legal (sic) do bando que depenou o país está no Palácio gritando fora Bolsonaro.

Ficou com vergonha do lugar onde você vive? Pois saiba que a MPB, a esquerda festiva e boa parte da intelectualidade (pai do céu) brasileira não têm vergonha nenhuma. São os zeladores do conto de fadas revolucionário, os guardiães implacáveis dos pobres milionários.
Eles querem a cabeça de Moro Mourão, porque mostrar como a elite vermelha arrancou as calças da Petrobras é fascismo. Você achou que a desonestidade intelectual tinha limite? Sabe de nada, inocente.

Calma que tem mais. Sabe qual é o novo bordão dos denunciantes do golpe contra a clepto-democracia petista? Gritar que os vazamentos da Lava-Jato são seletivos.
Pensando bem, a Lava-Jato é toda seletiva: os golpistas de Moro Mourão escolheram seletivamente investigar o maior assalto aos cofres públicos de todos os tempos, decidiram cirurgicamente investigar os governos do PT que perpetraram esse assalto, resolveram arbitrariamente revelar que a cúpula do crime e o estado-maior de Lula são exatamente a mesma corja e, por fim, cismaram obsessivamente de mostrar que a corja regida por Dilma está usando as instituições públicas para sabotar as investigações e não ter que largar o osso. É muita seletividade mesmo.

Mas não pense o comandante Moro Mourão, esse fascista, que vai acabar assim facilmente com as trampolinagens do grande circo místico. Os ases da mistificação estão em posição de combate no STF. Dali já saíram petardos fulminantes contra o Congresso Nacional, mostrando que os brasileiros não precisam invejar os venezuelanos e sua democracia tarja preta. E vem mais, podem esperar. Não duvidem se surgir um Barroso descobrindo que, com base no rito do caso Collor, para o impeachment de Dilma está faltando um PC Farias.
Esqueça o Bessias, a propina da Andrade Gutierrez para o PT reeleger a presidenta mulher, o laranjal do Lula. Não seja seletivo. Concentre-se em combater as tropas fascistas de Moro Mourão. E diga não à guerra do Vietnã.

Fonte: Guilherme Fiuza - Época


sábado, 19 de março de 2016

Cálculo de multidões: ciência contra o “chutômetro”

O protesto do dia 13 de março em São Paulo reuniu 500 mil pessoas (Datafolha), 1,4 milhão (PM) ou 2,5 milhões (Vem Pra Rua)? 

Entenda como são feitas as medições

Talvez esteja no Evangelho de Mateus, capítulo 14, versículo 21, a mãe de todas as imprecisões na contagem de pessoas em eventos públicos. A passagem trata do milagre da multiplicação de pães e peixes por Jesus, e diz: "Os que comeram foram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças". Pobre Mateus se tentasse se safar com esses números nos dias de hoje. Provavelmente seria linchado pelos "romanos" das redes sociais. 

Como visto nas recentes manifestações contra o governo federal e o PT, é comum haver uma grande discrepância nas estimativas sobre participação de público divulgadas por autoridades, imprensa e organizadores dos eventos. Isso ocorre basicamente por dois motivos: é muito difícil fazer a contagem precisa de uma grande aglomeração de pessoas em uma área aberta; e sempre fortes interesses envolvidos nas estimativas, o que faz com que sejam infladas ou subestimadas.

Na manifestação do dia 13 de março em São Paulo, o Datafolha informou que o protesto reuniu 500.000 pessoas. Para a Polícia Militar, foram 1,4 milhão. Um dos organizadores do evento, o movimento Vem Pra Rua, divulgou que 2,5 milhões de pessoas passaram peal Avenida Paulista naquela tarde de domingo. "Na ausência de estimativas precisas e metodologias claras, o público fica refém de uma visão tisnada pelos interesses das pessoas que fazem as contagens. A sociedade ficaria melhor informada por uma estimativa técnica sem nenhum viés político ou ideológico", escreve em um estudo o professor Paul Yip, especialista em analise de dados da Universidade de Hong Kong.

Especialistas em contagem de multidão e estimativas de público afirmaram à reportagem de VEJA que o número do Datafolha, ainda que não seja 100% preciso, é o mais próximo da realidade por um simples motivo: não cabem 1 milhão de pessoas na Paulista. Rogério Chequer, líder do Vem Pra Rua, afirma que a medição deles é uma estimativa com base no números da PM. "Não temos tecnologia para medir", admitiu. Já a PM do Estado de São Paulo não retornou os contatos da reportagem de VEJA para explicar sua metodologia. 

O instituto Datafolha, com imagens de satélite e pesquisadores e medições, apurou que a Av. Paulista tem 136.000 metros quadrados disponíveis para a concentração de pessoas - incluindo as vias, calçadas, canteiro central, vão livre do MASP e até mesmo os túneis sob a Praça do Ciclista. Para caber 1 milhão de pessoas neste espaço, seria preciso haver uma concentração de 7,5 pessoas por metro quadrado ao longo de toda a área disponível. É algo inviável.


 Para efeito de comparação, nos horários de pico do metrô, a concentração nos vagões é algo entre 6 e 7 pessoas por metro quadrado, e elas mal se movem, acomodam-se umas coladas às outras. Em uma manifestação, com áreas de maior e menor densidade, esse nível de concentração acontece somente em espaços limitados - perto dos carros de som ou das entradas do metrô, por exemplo. Na manifestação do dia 13, "para acomodar 1,5 milhão de pessoas, seria necessário a ocupação não só da Paulista como da Av. da Consolação inteira, sem espaços visíveis, com concentração de sete pessoas por metro quadrado, nível que só se atinge em situações de confinamento", explica Alessandro Janoni, diretor de pesquisas do Datafolha.

O instituto possui registros fotográficos de diferentes concentrações ao longo da via, com espaços pouco ocupados, inclusive com transversais e paralelas abertas para veículos mesmo no horário de pico. Com a evolução dos softwares de georreferenciamento, os cálculos são mais rápidos, com a possibilidade de ajustes em tempo real. É possível, com poucos cliques, excluir a área do vão livre do MASP caso a PM impeça a sua ocupação. Da mesma forma, consegue-se ao longo da medição incluir áreas que não haviam sido considerados no planejamento inicial, como parte da Av. da Consolação e as transversais da Paulista, por exemplo.

Busca pela precisão - O método de contagem de pessoas em uma multidão mais utilizado foi criado na década de 1960 por um professor da Universidade de Berkley, na Califórnia. Observando os protestos contra a Guerra do Vietnã de sua janela, Herbert Jacobs estabeleceu que para avaliar o tamanho das manifestações era preciso medir a área ocupada e dividi-la por quadrantes. Bastava analisar a concentração de pessoas em cada quadrante para obter a soma final. Em busca da precisão, o chamado método Jacobs evoluiu e a contagem incorporou projeções matemáticas para balancear a diferença entre as áreas de maior e menor densidade.

Apesar das evoluções técnicas, a estimativa de multidões se mantém imprecisa. Na tentativa de aperfeiçoar a contagem e reduzir a margem de erro, o arquiteto Curt Westergard, fundador da empresa Digital Design and Imaging Service (DDIS), desenvolveu uma nova metodologia. Em 2010, a DDIS causou frisson nos EUA ao divulgar a medição de audiência de dois eventos em Washington. Depois disso, seus trabalhos passaram a ser cada vez mais requisitados.

Na época a emissora CBS News contratou a empresa para estimar o número de pessoas se reuniu em uma manifestação organizada por um apresentador da Fox News e em outra coordenada por comediantes. No primeiro evento, os organizadores anunciaram 500.000 pessoas; Westergard e sua equipe contaram 87.000, com uma margem de erro de 9.000 pessoas para mais ou menos. Na segunda manifestação, visivelmente mais numerosa, um dos comediantes brincou que havia 10 milhões de pessoas; mas a DDIS contou 250.000, com uma margem de erro de 10%. "Um ponto de partida básico é saber a capacidade total do local da manifestação. Qualquer estimativa acima do limite físico é um erro", diz Westergard sobre os chutes dos organizadores.

A empresa chegou a aos seus números combinando diferentes dados: a medição prévia das áreas ocupadas; uma série de fotografias aéreas feitas por balões em diferentes momentos da manifestação; a presença de pessoas no local coletando dados quantitativos e qualitativos; e o uso de um modelo em 3D do local do evento, no caso, o National Mall (o grande parque urbano entre o Lincoln Memorial e o Congresso). "O uso da modelagem 3D é importante para captar irregularidades no terreno e pessoas em locais que as fotografias aéreas planas não mostram, como áreas sombreadas ou encobertas por construções e árvores", explica Westergard.

A principal diferença entre o método Jacobs e o da DDIS é que a equipe de Westergard não estabelece uma grade sobre uma superfície plana, mas constrói digitalmente uma rede de pesca sobre um modelo 3D para capturar a topografia e a distribuição mais precisa das pessoas em um determinado local. De 2010 para hoje, a tecnologia já avançou e as medições da DDIS estão ainda mais precisas, com fotos de melhor resolução e maquetes em 3D mais realistas.

O diretor de pesquisa do Datafolha reconhece que com esse modelo "a precisão é maior do que em fotos verticais tradicionais". Conscientes da disputa de interesses que cercam as estimativas de pessoas em manifestações, Westergard e Janoni buscam antídoto na acurácia do tratamento dos dados. "Divulgamos o que os dados mostram", diz o especialista americano. "Não são números exatos, nenhum será. Mas são as estimativas mais embasadas na ciência que podemos ter." Segundo o diretor do Datafolha, buscar números próximos da realidade é questão de "sobrevivência". "Queremos manter nossa reputação de imparcialidade, é fundamental para a sobrevivência de nossa empresa", diz Westergard . "E entendemos que no debate passional que domina o país, a frieza de alguns números venha a chocarn ou irritar", completa Janoni. Chocam e irritam mesmo - mas a ciência deve prevalecer sobre o "chutômetro".

Fonte: Revista VEJA
 

terça-feira, 28 de abril de 2015

"História bem contada transforma traficante em mocinho vitimizado".



...Não vi na mídia nenhum alvoroço semelhante ao do fuzilamento segundo brasileiro quando, em dezembro de 2014, foram divulgados os dados que se seguem. Eis o que a mídia estampou: "O Brasil é o país com o maior número de homicídios no mundo, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira"...
A história do segundo brasileiro fuzilado num paredón da Indonésia bestifica por uma única razão: o que os olhos não vêem o coração não sente. Traficantes, seja no Rio ou em São Paulo, têm executado até o Hino Nacional. Nada se fala. O bicho pega quando se executa ou um filho das "zelites", ou um universitário.

De uns tempos para cá o protagonismo que é contar a história de vida de vítimas, com fotos e cartinhas, deu uma dilatada em seus vastos domínios. Hoje membros da chamada nova classe média, vitimizados, já podem ter suas histórias de vida relatadas na grande mídia. Afinal viraram consumidores e, portanto, converteram-se em gente, sentenciam os editores.  Há 13 anos um meu aluno foi chacinado no Morumbi. Era perto de uma biqueira numa favela não pacificada, como se diz. Ganhou páginas e páginas nos então quatro maiores jornais do país. Levantei os dados: naquele dia 9, rapazes, que regulavam com a idade do universitário, tinham sido chacinados na mesma noite: mas só ele mereceu história de vida.

Há arcanos sobre isso no o prefácio de um livro de Leão Serva, chamado Jornalismo e Desinformação, escrito pelo Fernando Morais. Ele relata levantamento feito nos anos 60 pelo jornalista Argemiro Ferreira, sobre a Guerra do Vietnã. As contas são brutais: era necessário que morressem 35 vietcongs para que estes ganhassem o mesmo espaço (abre de página) que ganhava um oficial dos EUA morto (ou oito oficiais franceses e italianos).

Só nos toca o que é igual à gente: ou é vendido como se fosse igual a nós. Não?  O segundo fuzilamento na Indonésia nos toca mais o coração porque é literariamente relatado por aí. Capricham no texto, e nosso coração fala mais alto. Aquele monstro a quem os EUA pintaram nos anos 90, o Slobodan Milosevic, teve uma sacada genial quando Bill Clinton (para tirar dos jornais o escândalo Mônica Lewinsky/sexo oral) convenceu as Nações Unidas a invadirem o Kosovo, em abril de 1999. Slobodan contratou "n" fotógrafos que mandavam retratos de crianças filhas de suas tropas, loiras e de olhos azuis, para a mídia dos EUA. Era o típico lance da alteridade: vejam, eles são alourados como vocês! São gente também, portanto.

Sobre homicídios
Não vi na mídia nenhum alvoroço semelhante ao do fuzilamento segundo brasileiro quando, em dezembro de 2014, foram divulgados os dados que se seguem. Eis o que a mídia estampou:

"O Brasil é o país com o maior número de homicídios no mundo, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira (10 de dezembro) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra. De cada 100 assassinatos no mundo, 13 são no Brasil.

Segundo o documento, o total de homicídios no mundo chegou a 475 mil. Os dados são de 2012.

O Brasil é o líder no ranking. O governo brasileiro informou 47 mil homicídios em 2012, mas a OMS estima que o número real tenha sido muito superior: mais de 64 mil homicídios. Depois do Brasil aparecem Índia, México, Colômbia, Rússia, África do Sul, Venezuela e Estados Unidos.

A OMS calcula que no Brasil a cada 100 mil pessoas, 32 sejam assassinadas.

Na outra ponta da tabela, com os menores índices de homicídio por habitante, em 1º lugar vem Luxemburgo, depois Japão e em seguida Suíça, empatada com Cingapura, Noruega e Islândia.

Esses números são referentes a homicídios, mas a OMS chama atenção para diferentes tipos de violência mais recorrentes no nosso dia a dia do que se possa imaginar.

De acordo com o levantamento, uma em cada quatro crianças sofre agressões, uma em cada cinco meninas é abusada sexualmente e uma em cada três mulheres já foi violentada pelo próprio parceiro".


Por que tais números não ribombaram, escandalosa e demencialmente? Números não tocam corações.

Sobre narcotráfico
Do que o segundo brasileiro no paredón da Indonésia é ponta de iceberg?

Vejamos: o Relatório Mundial sobre Drogas de 2014, confeccionado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), destaca que o uso de drogas no mundo permanece estável. Cerca de 243 milhões de pessoas, ou 5% da população global entre 15 e 64 anos de idade, usaram drogas ilícitas em 2012. Usuários de drogas problemáticos, somaram por volta de 27 milhões, cerca de 0,6% da população adulta mundial, ou 1 em cada 200 pessoas. O consumo de cocaína dobrou no Brasil no prazo de seis anos, enquanto em outras partes do mundo o uso dessa substância está caindo, diz o Unodoc.

O consumo de cocaína no Brasil aumentou "substancialmente" e atingiu 1,75% da população com idade entre 15 e 64 anos em 2011 - ante 0,7% da população em 2005.  Na América do Sul o uso de cocaína atinge 1,3% da população. A dependência de calmantes e sedativos lidera todas as modalidades, com 227,5 milhões de consumidores, ou quase 4% da população mundial.

Em seguida, vem a maconha. Tem 141 milhões de adeptos, totalizando mais de 3% da população mundial. A cocaína tem 14 milhões de usuários. Cerca de 8 milhões de almas são adeptas contumazes da heroína e 30 milhões, ou 0,8% da população mundial, recentemente mergulharam no consumo desenfreado das chamadas drogas sintéticas, como ATS e meta- anfetamina.

Estima-se que sejam apreendidos em todo o mundo, pelas polícias locais, apenas de 5% a 10% de toda a droga ilegalmente produzida. Para abastecer o lote que vai pular logo mais para 400 milhões de junkies planetários, há mecanismos econômicos que lucram até US$ 400 bilhões por ano - uma soma igual à gerada pela produção mundial de artefatos têxteis.

Em todo o planeta a produção de maconha cresceu 10 vezes em 25 anos. Nos EUA, a erva agora é o cultivo mais lucrativo, com o valor de sua colheita excedendo o do milho, soja e ferro (de resto as três atividades extrativas mais lucrativas daquele país). Em solo norte-americano 500 gramas de maconha podem custar entre US$ 400 e US$ 2.000. A mesma quantidade de maconha da melhor qualidade, conhecida como "sinsemilla" (as sem-sementes, chamadas também de "juicy and seedless", suculentas e sem-semente) é vendida por taxas entre US$ 900 e US$ 6.000 cada 500 gramas. O lucro dos narcotraficantes, no ato da revenda, é de pelo menos 20 vezes.  Esse numerário esmaece a olhos vistos porque a história de vida dos brasileiros traficantes, quando bem contada, fala mais alto que a matemática.

Transcrito da Coluna de Carlos Brickmann http://www.brickmann.com.br/
Artigo publicado originalmente no Blog de Claudio Tognolli no Yahoo - https://br.noticias.yahoo.com/blogs/claudio-tognolli/,
post de 28 de abril de 2015