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domingo, 18 de fevereiro de 2018

Pezão precisa sair do governo do Rio



 
A ideia da intervenção do governo federal na Segurança do Rio veio tarde e é curta. O governador Luiz Fernando Pezão precisa ir embora. Não tem saúde, passado, nem futuro para permanecer no cargo num estado falido, capturado por uma organização criminosa cujos chefes estão na cadeia. Como? Ele desce do gabinete, entra no carro e vai para casa.  Na quinta-feira, quando esteve no Planalto, Pezão disse a Temer que a situação da Segurança Pública do Rio saíra do seu controle. Ao deputado Rodrigo Maia, mencionou a “calamidade” e acrescentou: “Não podemos adiar nem mais um dia.” Há duas semanas, o mesmo Pezão se orgulhava da qualidade e da eficiência de suas polícias, reclamando do que seria uma “cobertura cruel.”

Desorientado (há tempo), o governador construiu um caso clássico para demandar uma intervenção ampla, geral e irrestrita no Rio. Nada a ver com o que se armou no Planalto. [faltou ao presidente Michel Temer coragem para a intervenção necessária e inventou uma intervenção 'meia sola' que não vai funcionar.
Devido a leniência - melhor dizendo, conivência - da legislação brasileira, notadamente a Constituição Federal, que facilita a impunidade e dificulta qualquer operação policial séria para real e efetivamente combater a criminalidade, o Exército vai encontrar dificuldades para cumprir a missão - quando começarem as  primeiras operações que resultarão em prisões, que necessitarão de operações de cerco (com restrição ao decantado direito constitucional de ir e vir) busca e apreensão que demandam rapidez na execução sendo altamente provável que a espera pelos devidos mandados comprometa o êxito da ação, quando os bandidos presos forem levados a 'audiência de custódia' e o Juiz, no exercício de sua autoridade legal,  decidir pela soltura da maioria, restará ao Exército decidir entre:
- pegar o boné e abandonar a missão - o que não é, nunca foi, e nunca será, feitio das Forças Armadas do Brasil;
- ou exigir do presidente Temer condições para cumprir a missão o que exigirá a aplicação do único remédio: Estado de Sítio'.]

Sérgio Cabral (patrono de Pezão) e Jorge Picciani (“capo” do PMDB) não estão na cadeia pelo que fizeram na Segurança. Ambos comandaram a máquina corrupta que arruinou as finanças, o sistema de ensino e a saúde pública do estado. A corrupção e a inépcia policial são apenas o pior aspecto da ruína. Colocar um general como interventor no aparelho de Segurança, sem mexer no dragão das roubalheiras administrativas, tem tudo para ser um exercício de enxugamento de gelo. Ou algo pior: o prosseguimento de uma rotina na qual as forças policiais invadem bairros pobres e proclamam vitória matando “suspeitos.”
A intervenção proposta por Temer coloca Pezão e seus amigos no mundo de seus sonhos. Num passe de mágica, o problema do Rio sai do Palácio Guanabara (onde mora há décadas) e vai para o colo de um general. Esse semi-interventor assumiria com poderes para combater o crime organizado. O Planalto deve burilar sua retórica, esclarecendo que não se considera crime organizado aquilo que o juiz Marcelo Bretas vem mostrando ao país.

Temer conhece a Constituição e sempre soube que podia decretar a intervenção federal no governo do estado. A Constituição impede que se promulguem emendas constitucionais havendo unidades sob intervenção, mas a reforma da Previdência poderia ser votada na Câmara (se fosse) para ser promulgada no dia da posse do governador, em janeiro de 2019. [o único responsável pelo atraso na promulgação da reforma da Previdência é Rodrigo Janot, que deveria ser denunciado e responsabilizado por este atentado contra a Nação Brasilia.
Ao apresentar denúncias sem provas, o ex-acusador-geral da República provocou a divisão de esforços por parte do governo Temer e com isso retardou, por demais, a discussão da reforma em questão.] 
 
Há um cheiro de marquetagem na iniciativa: a reforma seria congelada por causa da intervenção na Segurança do Rio. Patranha. Ela encalhou por falta de votos e a intervenção, podendo ser integral, será light. Temer, que presidiu o PMDB até ser substituído pelo notável Romero Jucá, estancou a sangria, ajudou os correligionários que destruíram o estado e jogou a batata quente no colo de um general. A saída de Pezão permitiria o desmantelamento do esquema de poder do PMDB antes da eleição de outubro. 

Sérgio Cabral e Picciani, “capos” dessa máquina, estão trancados, mas ela está viva. Leonardo, filho de Picciani, é o ministro do Esporte de Temer, cujo governo tem dois ex-ministros na cadeia (Geddel Vieira Lima e Henrique Alves). Todos do PMDB, como o ex-governador Moreira Franco, conselheiro especial do presidente.  A intervenção federal permitiria que o Estado do Rio passasse por uma faxina. Até a posse do governador que será eleito em outubro, o interventor poderia desmantelar a teia de ladroagens que arruinou o estado. Quem seria esse interventor? Para que a conversa possa prosseguir, aqui vão dois nomes: Pedro Parente e Armínio Fraga. Os dois estão bem de vida e odiariam a ideia, mas nasceram no Rio e sabem que devem algo à terra. Parente administrou a crise de energia no governo de Fernando Henrique Cardoso e está ressuscitando a Petrobras. Deem-lhe uma caneta e alguns pares de algemas e ele ergue o Rio.
Esse seria um cenário de emergência para uma situação de calamidade. Pode parecer ideia de maluco, mas nem o maior dos doidos poderia imaginar que, em menos de cinco anos, o Rio chegasse onde chegou.

(...)
 

Paris 2.0
Cozinha-se a possível nomeação do senador e atual chanceler Aloysio Nunes Ferreira para a embaixada do Brasil em Paris.  Temer faria a mudança ao apagar das luzes de seu governo, retribuindo a lealdade que recebeu do tucano. Uma vez em Paris, quase certamente ele seria mantido pelo novo presidente.

O retorno de Nunes Ferreira a Paris contará uma grande história. Em 1968, ele chegou à França fugindo da polícia. Era o “Mateus”, eventual motorista de Carlos Marighella e participara de dois assaltos. Durante um breve período ele foi o embaixador da Ação Libertadora Nacional na França.
Na sua segunda embaixada, Nunes Ferreira não passará pelas ansiedades de “Mateus”.

Praga da ciclovia
Em 2016, quando a ciclovia Tim Maia desabou, matando duas pessoas, o então prefeito do Rio, Eduardo Paes, estava na Grécia. Choveu, a Tim Maia desabou de novo, e o prefeito Marcelo Crivella estava sabe-se lá onde, na Europa, longe da chuva que matou quatro pessoas.
Seria melhor se os doutores se candidatassem a viver no circuito Elizabeth Arden e fossem mandados para as cidades de seu gosto, com tudo pago.

Sem nexo
O empresário Joesley Batista disse à Polícia Federal que, na sua conversa noturna com Michel Temer, fez um sinal com os dedos indicando que colocaria dinheiro nas suas tratativas com Rodrigo Rocha Loures.

Joesley tinha um gravador escondido, recorrer a um gesto não faria o menor sentido. Seria o único caso em que o grampeador evita o próprio grampo. Se Joesley tivesse dito isso antes, teria feito a festa do advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que conseguiu defender Temer na Câmara. [quando insistimos na responsabilidade de Rodrigo Janot pelo fracasso da reforma da Previdência alguns nos contestam, mas, o acima prova mais uma vez falta de credibilidade e vergonha da principal testemunha de acusação contra Temer.
Que tem também a reforçar aludida falta,  o escandaloso flagrante armado.]

Elio Gaspari, Jornalista - O Globo - MATÉRIA COMPLETA
 


domingo, 11 de fevereiro de 2018

Chefão da PF deseja que o país se finja de bobo



O chefão da Polícia Federal, Fernando Segovia, sinalizou que o inquérito contra Michel Temer no caso dos portos deve ser arquivado, porque “se houve corrupção não se tem notícia ainda de dinheiro de corrupção”. Ele declarou também que o delegado que interrogou o presidente por escrito ''pode ser repreendido”. Ou pior: “Pode até ser suspenso.” Dizer que essas declarações são impróprias é pouco. Segovia perdeu o recato. À frente da Operação Abafa a Jato, ele esqueceu de maneirar. É como se pedisse ao país para se fingir de bobo pelo bem de Temer.



No afã de socorrer o presidente, Segovia tornou-se um personagem desconexo. Quando há mala de dinheiro no lance, ele diz que não há corrupção. E lamenta que a investigação tenha sido tisnada pela pressa. Quando ainda não se chegou à grana, ele recomenda o arquivamento apressado —embora não descarte o roubo: “Se houve corrupção…” Nos dois casos, fica-se com a sensação de que a PF é comandada por um detetive que considera inconveniente arriscar a estabilidade do governo por algo tão supérfluo e relativo como a verdade. Melhor combinar que nada aconteceu. E não se fala mais nisso.



Segovia chegou ao topo com o apoio do suspeito José Sarney e o aval do denunciado Eliseu Padilha. Sua posse na direção da PF foi ornamentada com a presença de Temer, o primeiro presidente da história denunciado criminalmente no exercício do mandato. Na sua primeira entrevista, o delegado rasgou, por assim dizer, relatório em que a PF informara ter reunido evidências que apontam, “com vigor”, para a participação de Temer nos malfeitos que levaram à filmagem do seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures recebendo propina de R$ 500 mil da JBS. ''Uma única mala talvez não desse toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para resolver se havia ou não crime, quem seriam os partícipes e se haveria ou não corrupção'', disse Segovia na ocasião. Criticou a pressa de procuradores e agentes federais. Com razão, sustentou que uma apuração mais lenta e criteriosa levaria aos destinatários finais da mala. [mesmo não agradando aos que querem a qualquer custo Michel Temer preso por corrupção, ainda não se chegou, de forma incontestável, indefensável, ao destinatário, ou destinatários, da mala.
Poderia até ser destina a Temer, essa suspeita até que tem alguma razoabilidade - só que ser razoável não é prova.]

Segovia esqueceu apenas de mencionar um par de detalhes: 
 1) O interlocutor de Joesley Batista no grampo do Jaburu é Temer; 
 2) Na conversa, o presidente indicou Rocha Loures como preposto, pessoa de sua mais estrita confiança. [sem definir que entre as atribuições de seu preposto existe a de conduzir malas com dinheiro.] De resto, o delegado esquivou-se de anunciar uma providência. Poderia ter dito algo assim: “Farei o que estiver ao meu alcance para que as lacunas da investigação sejam preenchidas.” De repente, o doutor invade novamente o palco para desqualificar o inquérito que pode resultar na terceira denúncia contra Temer. 

Como se fosse pouco, Segovia achou conveniente ameaçar o delegado responsável pelo inquérito dos portos, Cleyber Malta Lopes. O presidente ficou uma arara com o teor do interrogatório que lhe chegou por escrito. E Segovia tomou-lhe as dores, dispensando ao subordinado um tratamento de criminoso, passível de repreensão ou suspensão. [o presidente se irritar co o teor das perguntas é um direito que tem; só que entre não gostar do teor das perguntas e constatar, com provas, ser o tratamento dispensado pelo delegado ao presidente da República, existe uma grande distância.
Natural, que Temer tem o direito de ser respeitado por qualquer pessoa, delegado da PF ou não, já que ocupa um cargo que exige uma 'liturgia' no trato a sua pessoa e quem violar este direito pode ser alvo de representação, investigação e conforme o resultado, punição.
Só que Temer, é o que se conclui pela conversa do Segovia,  apenas reclamou informalmente junto ao diretor-geral da PF não representou contra o delegado.]

De fato, o delegado Cleyber precisa se explicar. Cometeu vários crimes. O primeiro foi o de existir. Este poderia ser classificado como um crime menor, uma contravenção tolerável. A coisa tornou-se grave quando, além de existir, o doutor acionou o olfato. Foi ainda mais longe: abriu os olhos.  Finalmente, percebeu-se que o investigador da PF, num claro desafio à ordem estabelecida, cometeu um crime imperdoável: investigou. [visto que o delegado não foi alvo de representação por parte do presidente Temer, tão pouco foi flagrado cometendo algum crime, nada há a ser investigado.]

Para desassossego de Segovia, o delegado Cleyber e sua equipe não estão sozinhos no seu esforço para subverter as regras do jogo.




 

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Açougueiro Joesley completa 100 dias de cadeia



Cem dias de prisão: Após choro nos primeiros dias, Joesley cumpre rotina na carceragem da PF

'Está abatido, magro e sempre com um terço na mão', diz um interlocutor do empresário


Joesley Batista, dono da JBS, durante sua chegada à Policia Federal, em Brasilia - Ailton de Freitas / Agência O Globo




Entre março e abril deste ano, o empresário Joesley Batista protagonizou duas das mais espetaculares ações desde o início da Operação Lava-Jato. A primeira: gravou desconcertantes conversas e, com elas, colocou contra parede o presidente Michel Temer. Em seguida: triturou a imagem pública do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Obteve, com as informações que forneceu, um acordo de delação premiada com direito à imunidade penal. Era tudo que ele queria e, inicialmente para o Ministério Publico Federal (MPF), tudo que merecia.

Mas os ventos mudaram radicalmente de direção. Joesley completa hoje 100 dias de prisão numa cela da carceragem da Polícia Federal em São Paulo, com o acordo de delação ameaçado de rescisão. E pelo silêncio dos tribunais e da Procuradoria-Geral da República (PGR), não há qualquer indicativo de quando deixará a prisão, e nem sinais de quando o STF decide se manterá ou não o acordo de delação. A seu lado está o irmão Wesley Batista, com 97 dias de cárcere.
— Foi o preso que mais vi chorar. Chorava o tempo todo na custódia. Acho que ele não acreditava que seria preso. Então, quando se viu na carceragem, bateu o desespero — conta um policial que acompanhou o empresário nos primeiros momentos da prisão dele numa cela da PF em Brasília.

Joesley, Wesley e Ricardo Saud estão numa mesma ala, mas em celas individuais equipadas com mesa, banco e beliche de concreto. O único item que se contrapõe à dureza do ambiente são os colchões, fornecidos pelos familiares.  Os três seguem à risca as regras da prisão. Por volta das 8 horas recebem uma caneca de café com um pão com manteiga. Das 8 às 10 horas e das 16 às 18 horas têm direito a banho de sol. Segundo um policial, eles fazem exercícios físicos e até jogam futebol com os demais detentos numa miniquadra no pátio da carceragem. Quando estão na cela, passam a maior parte do tempo lendo.  O contato com parente acontece em uma ala coletiva. É nesta área que Joesley conversa com a mulher, a jornalista Ticiana Villas Boas. Segundo um policial, ela visita o marido todas as quintas-feiras. Na carceragem não há área reservada para encontros íntimos. Um amigo do empresário diz que Joesley ainda não assimilou totalmente o fato de estar preso.
 



Desde o início, a concessão da imunidade penal aos donos da JBS provocou críticas. Alguns achavam que era um benefício excessivo a autores confessos de crimes graves. O barco da delação começou a virar mesmo na noite de 4 de setembro, quando o então procurador-geral da República Rodrigo Janot veio a público para denunciar a existência de uma gravação de uma conversa em que Joesley e o parceiro de delação Ricardo Saud faziam insinuações “muito graves” sobre integrantes da PGR, sobre ministros do STF e sobre o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo.

Por conta dos áudios, Joesley e Saud foram acusados de descumprir o acordo de colaboração e acabaram presos em 10 de setembro, por ordem do ministro Edson Fachin, relator do caso no STF. Três dias depois, Joesley foi alvo de uma nova ordem de prisão, desta vez expedida pela Justiça Federal de São Paulo. A ordem era extensiva também a Wesley. Os dois foram acusados de usar informações privilegiadas do acordo de delação para ganhar dinheiro no mercado financeiro. A reviravolta no caso teria levado Joesley à lona.  Segundo este policial, ainda abalado emocionalmente, Joesley contou que só pelo habeas corpus pagaria R$ 5 milhões a um dos advogados. Seriam R$ 2,5 milhões à vista e o restante quando saísse cadeia. Logo depois o empresário deixou a cela da PF em Brasília, mas foi levado para a carceragem da instituição em São Paulo, onde se encontra até hoje.  — Ele está abatido, magro e sempre com um terço na mão — afirma o interlocutor do empresário.

O Globo