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sexta-feira, 31 de março de 2023

Sem barulho, mas vivo e disposto a ir à luta: a volta de Bolsonaro ao Brasil - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES

Bolsonaro


De volta ao Brasil, Bolsonaro diz que vai trabalhar para fazer PL e aliados elegerem mais da metade das prefeituras brasileiras nas eleições de 2024. -  Foto: Luis Nova/EFE

Jair Bolsonaro voltou a fazer parte ativa da política nacional desembarcou na manhã de quinta-feira (30) em Brasília, sem barulho e sem festa, mas vivo, inteiro e, ao que parece, disposto a ir à luta.  
Tem pela frente uma barreira formidável: o consórcio dos supremos tribunais de Brasília, que dá a entender que vai passar os próximos quatro anos fazendo exatamente a mesma coisa que fez nos quatro últimos.
Nestes últimos quatro anos, a ideia fixa do STF foi destruir o governo Bolsonaro começou proibindo que ele nomeasse o seu próprio diretor da Polícia Federal, e a partir daí não parou nunca mais. [ação que foi o marco inicial do desgaste, desprestigio e até desmoralização do Governo Bolsonaro - tivesse simplesmente ignorado a ordem, mantido a nomeação sob a alegação que se pela Constituição Federal o presidente da República pode demitir qualquer ministro, até mesmo 'ad nutum', pode também, por óbvio,  demitir um subordinado do ministro -  o servidor que ele nomeou seria empossado e exerceria o cargo. 
Todos lembram que o ex-ministro do STF, Celso de Melo, hoje aposentado, determinou que Bolsonaro comparecesse a uma delegacia da PF para depor; 
o então ministro se aposentou e o ministro Moraes manteve a determinação, Bolsonaro ignorou a ordem, não compareceu, o ministro reiterou, Bolsonaro continuou ignorando. 
Resultado = Bolsonaro não foi e nada, absolutamente nada, foi feito contra ele.
O mesmo ministro, hoje aposentado, determinou que oficiais generais comparecessem para depor em determinado inquérito, se necessário 'debaixo de vara'; não foram, a vara não foi utilizada acionada e o assunto esquecido.]
Nos próximos quatro, a ideia continua fixa, só que com propósitos ainda mais radicais: cassar os seus direitos políticos, impedir com isso que ele se candidate a qualquer coisa pelo resto da vida e, se for possível, até para estabelecer alguma simetria com Lula, mandar o homem para a cadeia.

Lula, a esquerda em peso e os advogados garantistas, mais o Jornal Nacional e boa parte da mídia, vão dar 1.000% de apoio ao projeto – já em execução cinco minutos depois de anunciado pelo TSE o resultado da eleição. Bolsonaro, para todos eles, continua sendo o principal problema da nação.

O ex-presidente,
do seu lado, começou a se mexer de novo; chegou a dar a impressão de que estava morto, mas não está. Não houve recepção em massa – e nem seria permitido pelas autoridades de Brasília, que desde a suspensão e o pito passado no governador já querem chamar a polícia, bloquear ruas e pedir estado de sítio a cada vez que veem três pessoas juntas.  

Mas houve a reestreia formal de Bolsonaro na política brasileira em seu primeiro gesto oficial: uma recepção na sede do Partido Liberal, do qual é o presidente de honra. Falou de trabalho no Congresso. Falou do PL. Falou de sua prioridade, as eleições municipais do ano que vem, nas quais conta estar ao lado dos vencedores nos dez ou vinte maiores colégios eleitorais.

Teve, naturalmente, de responder à acusação de hoje da mídia as joias da Arábia, que vieram se juntar às denuncias ininterruptas de cada um dos seus anos no governo. Nenhuma deu em rigorosamente nada, do ponto de vista legal. 
 Mas vão continuar sendo feitas até o fim de sua vida natural, e isso não o impediu de ter 58 milhões de votos na última eleição – nem de continuar sendo a assombração número 1 do Supremo e do seu entorno.

Bolsonaro, no momento, tem um cabo eleitoral dos sonhos de qualquer político de oposição, e um plano B. O cabo eleitoral é o governo Lula: está pior hoje do que estava apenas 90 dias atrás e tem tudo para ficar pior nos próximos 90. Não há limites, daí para frente. A esquerda, é claro, acha que esse tipo de observação é apenas “opinião errada”, ou “desinformação”, ou “bolsonarismo” – infelizmente, para quem está começando a sentir na própria pele os efeitos das decisões do governo, trata-se de fatos.

Não há como falsificar todos os fatos; uma parte sim, mas não todos, e isso é uma bênção diária para quem está na oposição.  
Não ficam nunca sem material de trabalho; quando ficam, o governo fornece. 
O plano B do ex-presidente como novo líder não oficial da direita brasileira e no caso de sua carreira política ir a pique nos tribunais – é jogar todo o seu capital no apoio a um nome forte e viável do seu mundo. Não será pouca coisa.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES



terça-feira, 28 de junho de 2022

A última trincheira - Revista Oeste

Silvio Navarro

O avanço da esquerda no continente faz do Brasil, principal economia do cone sul, um ponto de resistência na luta pela liberdade


Apoiadores do candidato Gustavo Petro comemoram depois que ele venceu o segundo turno das eleições presidenciais em Cali, Colômbia | Foto: Andres Quintero/AP/Shutterstock
Apoiadores do candidato Gustavo Petro comemoram depois que ele venceu o segundo turno das eleições presidenciais em Cali, Colômbia | Foto: Andres Quintero/AP/Shutterstock
 
A última reportagem de capa de Oeste no ano passado tinha como título “América vermelha”. Alertava, em dezembro, para o avanço da esquerda como nunca no continente. Colômbia e Brasil eram as últimas trincheiras contra o populismo e o fim da liberdade na América Latina. Seis meses depois, só resta o Brasil.

No domingo passado, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro foi eleito presidente da Colômbia, tingindo ainda mais o mapa geopolítico de vermelho. Esta é a primeira vez que a esquerda chega ao poder num território marcado por décadas de derramamento de sangue no combate a narcoguerrilheiros e cartéis de drogas. A Colômbia registra em páginas tristes da sua história nomes como o do megatraficante Pablo Escobar, das Farc (Forças Armadas Revolucionárias) e do M-19 (Movimento 19 de Abril).

É por participar do violento M-19 que Gustavo Petro ficou conhecido. Ele fazia parte do grupo, que surgiu na década de 1970, como outros tantos formados por jovens marxistas pelo mundo. Logo entrou no radar das autoridades, pelo uso de pistolas e fuzis. A fama do bando armado começou em 1974, na invasão do Museu de Bogotá, para roubar a espada de Simón Bolívar, um dos líderes da independência do país. Anos depois, quando Pablo Escobar resolveu se meter na política, a espada foi parar nas mãos dele. Seu filho, Juan Pablo, já afirmou que brincava com ela quando criança.

“A esquerda precisa cativar jovens idealistas que não têm memória do que aconteceu no passado”

O M-19 foi responsável por uma série de sequestros que terminaram em mortes. O episódio mais trágico ocorreu em 6 de novembro de 1985. A imagem retratada na primeira temporada da série Narcos, da Netflix, mostra um tanque do Exército posicionado diante do Palácio da Justiça — o STF colombiano. Dentro do prédio, estavam 35 terroristas em conluio com o cartel de Medellín. Cem pessoas morreram, entre elas 11 magistrados. Pablo Escobar queria eliminar documentos. O M-19, tomar o poder.

Os “meninos” de Lula
Para o Brasil e a economia global, a chegada de Gustavo Petro à Presidência assim como a de Gabriel Boric (uma espécie de Guilherme Boulos tatuado) no Chile pouco importam. São economias pequenas, pouco industrializadas e incapazes de competir com a produção agrícola de Mato Grosso, por exemplo. O que tem incomodado grande parte da sociedade é o radicalismo dessa ofensiva em bloco contra quem se opõe ao tal “progressismo”.

É como se fosse obrigatório estar engajado à agenda da esquerda para andar no compasso do mundo atual isso inclui linguagem neutra (o “todes” e suas esquisitices, que não constam no dicionário), feminismo exacerbado, LGBT, “racismo estrutural”, etc. A coisa piora quando essa cartilha esbarra em minimizar o banditismo. Chamou a atenção, por exemplo, o primeiro discurso de Gustavo Petro depois de eleito: “Quanta gente morreu, quantos estão presos neste momento? Quantos jovens acorrentados e algemados, tratados como bandidos simplesmente porque tinham esperança e amor?”. Ele se referia a homens que foram parar na prisão por sequestros e assassinatos.

“A esquerda precisa cativar jovens idealistas que não têm memória do que aconteceu no passado”, afirma Gustavo Segré, analista político e consultor econômico argentino. “Por exemplo, da corrupção. No caso de Petro, esses jovens só se lembram de que ele foi prefeito de Bogotá, mas não que foi guerrilheiro.”

Os jovens de Petro não são diferentes dos “meninos” citados recentemente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mais uma desastrosa fala eleitoreira de improviso. Ao lado do senador alagoano Renan Calheiros (MDB), contou que pediu ao então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, que libertasse os sequestradores do empresário Abílio Diniz, em greve de fome na cadeia.

“Fui na cadeia, no dia 31 de dezembro, conversar com os meninos e falar: ‘Olha, vocês vão ter de dar a palavra para mim, vocês vão ter de garantir pra mim que vão acabar com a greve de fome agora e serão soltos”, disse Lula. “Eles respeitaram a proposta, pararam a greve de fome e foram soltos. E eu não sei onde eles estão agora.”

Lula disse não saber qual foi o destino dos “meninos”. Um deles matou um vigilante de banco no Chile em abril de 2020. Está preso.

O caminho para a revolução
São nessas manifestações que os líderes de esquerda latinos se parecem. Lula já lamentou publicamente a prisão de jovens por furtos de celulares. E escorregou ao dizer que o presidente Jair Bolsonaro “não gosta de gente, gosta de policial”. Uma das bandeiras de campanha do colombiano Petro era “acabar com a abordagem do proibicionismo” em relação às drogas.

O advogado e ex-deputado chileno José Antonio Kast afirma que seu país segue na mesma direção. Ele perdeu as últimas eleições para Gabriel Boric. O Estado de Direito tem de fazer valer a lei, ou a impunidade prevalece”, disse Kast a Oeste. “Não é só o narcotráfico que vai crescer, mas o mesmo se aplica ao ladrão de carros: se não for punido, no próximo assalto vai agredir o condutor. Se o militante ‘progressista’ acha que pode bloquear estradas porque nada vai acontecer, ele começa a incendiar e depredar.” O político conclui: “Começam a enxergar que é o caminho para uma revolução”.

Gabriel Boric, atual presidente do Chile, chegou a ser levado para uma delegacia em 2005. Foi fichado por furto, ao sair com um vidro de álcool escondido de um supermercado em Punta Arenas. Incendiar praças e vias públicas foi uma das marcas dos protestos que terminaram em vandalismo no Chile antes das eleições.

O consórcio sem juízo
Os discursos da legião de governantes latinos de esquerda e seus apoiadores ainda sugerem a ampliação de relações diplomáticas com as ditaduras da Venezuela, Nicarágua e Cuba. Também é uníssona a narrativa de que os mandatários de direita estão depredando a Amazônia. No Brasil, é pior. A essa, somam-se acusações de que o presidente Jair Bolsonaro estimula a criminalidade na área de selva e promove genocídio de índios. A agenda ambiental, devidamente manipulada, desponta como a favorita dessa geração que vota pela primeira vez.

Com exceção de Equador, Uruguai e Paraguai, democracias com pouca expressão global, a vizinhança tem outros movimentos de esquerda em curso. O principal deles foi a vitória de Andrés Manoel López Obrador num plebiscito para esticar seu mandato na Presidência mexicana até 2024. Na Argentina, nem a miséria nas ruas de Buenos Aires nem a inflação galopante de 60% tiram a hegemonia do “kirchnerismo socialista”, atualmente representado por Alberto Fernández.

México e Argentina são bons exemplos de países onde a imprensa hoje paga o preço por ter apoiado candidatos populistas de esquerda. O tiro saiu pela culatra. López Obrador não só tenta silenciar a imprensa local como tem aversão aos correspondentes estrangeiros de jornais norte-americanos, mesmo os alinhados à esquerda. Já atacou publicamente o New York Times e o Washington Post. Cristina Kirchner, a vice-presidente que manda de fato na Argentina, ficou famosa por tentar fechar jornais que a investigam — o Clarín foi o pior caso, mas não o único. A caçada é descrita no livro A Batalha Final de Cristina, do jornalista Daniel Santoro.

                                    A América do Sul vermelha

Tentar regular os meios de comunicação depois de eleito foi uma marca nos países vizinhos. Poderia servir de alerta ao Brasil, não fosse a militância sem maquiagem das redações da velha imprensa, unidas em um consórcio político sem juízo. Apesar das críticas diárias à mídia tradicional, o fato é que Jair Bolsonaro não tentou calar articulistas que desejam sua morte em páginas de jornais nem repórteres que acham normal chamá-lo de fascista e genocida. Paralelamente, o consórcio também aplaude a censura imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a canais de direita na internet.

Em 2004, o governo brasileiro cancelou o visto do correspondente Larry Rohter, do New York Times. Tentou duas vezes estabelecer ferramentas de censura à imprensa, pelas mãos dos ministros Franklin Martins e José Dirceu, ambos ex-guerrilheiros de esquerda. O presidente era Lula — o candidato do consórcio. 

Com reportagem de Cristyan Costa

Leia também “Imprensa em campanha”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


domingo, 25 de janeiro de 2015

Os “petralhas” da Argentina agora dizem que Cristina é que é vítima do promotor “suicidado”

A canalha é igual em toda parte. Então vamos ver. Alberto Nisman, promotor que investigava a ação do governo de Cristina Kirchner para encobrir as pegadas do Irã num atentado terrorista contra uma entidade judaica — 85 mortos —, aparece morto em seu apartamento um dia antes de apresentar ao Congresso as provas que dizia ter. O governo logo se apressou em cravar que fora suicídio, antes mesmo de qualquer perícia. A penca de evidências de que foi assassinado aumenta a cada dia. No Brasil, a canalha faria o quê?

Ora, o que está fazendo na Argentina: acusando a existência de uma conspiração contra… Cristina Kirchner! Já vimos esse procedimento por aqui muitas vezes, não? Logo depois do mensalão, cavalgaduras intelectuais e morais como Marilena Chaui lançaram a teoria do “golpe da mídia, da direita e da oposição” contra o PT. Vale dizer: o comando do partido é flagrado em atos explícitos de corrupção, mas a culpa deve ser atribuída a seus adversários. Tentou-se fazer o mesmo com o petrolão: tudo não passaria de uma grande armação dos que quereriam privatizar a Petrobras.

Uma nota do Partido Justicialista acusa o suposto monopólio da mídia (sempre ela!), juízes e promotores de tentar organizar um golpe contra… Cristina! Haveria um movimento para desestabilizá-la e para enlameá-la. Entenderam? Aquele que havia se constituído no maior risco à reputação da mandatária leva um tiro na cabeça, mas ela é que passa a ser a vítima. Assim como, no Brasil, o PT se declarou vítima — com Lula à frente da gritaria — do imbróglio do mensalão. Não faz tempo, em recente encontro com dirigentes petistas, o Babalorixá de Banânia recomendou que a companheirada andasse de cabeça erguida. Também o petrolão seria uma construção artificial de adversários.

Na Argentina, quem comanda a “reação” é o movimento La Cámpora, uma facção do Partido Justicialista comandado por pistoleiros, a começar do filho da presidente, Máximo Kirchner. O La Cámpora reúne a escória do governismo. É uma espécie de milícia, fartamente financiada com dinheiro oficial, para patrulhar a imprensa, atacar com baixarias inomináveis os adversários do governo, acusar conspirações etc. A pauta número um dos vagabundos é controlar a imprensa. Isso lhes soa familiar? O La Cámpora é a versão argentina dos petralhas.

O texto bucéfalo que ataca os adversários de Cristina e defende a presidente teve a delicadeza de lamentar a morte de Nisman só no 10º parágrafo. Essa banda — ou bando — do Partido Justicialista é a expressão argentina de um tipo de patifaria e de delinquência políticas que se espalha América Latina afora: junta em doses iguais banditismo político, populismo safado e esquerdismo ignorante.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo