Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Mike Pence. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mike Pence. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Maduro, larga o osso!

Desde já, avaliação é de que os EUA são o grande vitorioso da queda iminente de Maduro

Os gravíssimos problemas da Venezuela foram afunilando para uma única cara, uma única voz: as do presidente ilegítimo Nicolás Maduro, incapaz de admitir a obviedade de que suas condições de governabilidade se esgotaram e agarrado a uma lasca de poder como cão faminto, quando faminta de fato está a população. Como disse ontem o vice Hamilton Mourão, que participou da reunião do Grupo de Lima, na Colômbia, não existe a possibilidade de intervenção militar e a estratégia é manter uma ação conjunta e a pressão financeira e econômica, até asfixiar o regime. O resto, quem tem de fazer são os próprios venezuelanos.
Depende da opinião pública, das lideranças políticas, do comando do Judiciário e das Forças Armadas do país garantir a deposição do ditador, que impediu a entrada de remédios e alimentos que aliviariam a dor de seu povo e perde os apoios que lhe restam. Maduro é um cadáver político e deve acordar de sua insanidade, antes que um tresloucado transforme a metáfora em realidade. Uma tragédia dessas não está fora do horizonte. Os inimigos e adversários de Maduro não suportam mais sua audácia e podem estar a um passo de “mandar às favas os escrúpulos de consciência”, o que não seria inédito na história do continente. Do outro lado, os ainda aliados dele sabem que não há luz no fim do túnel e podem passar a preferir um Maduro “mártir” a um Maduro podre e fora de si.
Seja como for, por renúncia ou ação institucional, a queda parece iminente e já começa uma outra etapa: a da avaliação de perdas e ganhos. Quem mais lucra são os Estados Unidos, que voltam com tudo para a América do Sul, agora “saneada” dos regimes de esquerda e embalando a direita, como no Brasil. O vice americano, Mike Pence, postou-se ao lado do autoproclamado presidente Juan Guaidó e tornou-se a estrela do Grupo de Lima em Bogotá. Ameaçou os militares venezuelanos – “Vocês serão responsabilizados” – e incitou as outras nações a seguirem o exemplo dos EUA, congelando ativos dos líderes chavistas e da petroleira PDVSA em seus países.
Enquanto Pence brilhava na Colômbia, a subsecretária de Estado para o Hemisfério Sul, Kimberly Breier, desembarcava no Brasil para encontros com o presidente Jair Bolsonaro, o chanceler Ernesto Araújo e... o deputado Eduardo Bolsonaro. Em pauta, a Venezuela. Por que o deputado? Porque ele não é só filho do presidente da República, como também “o cara” da política externa da “nova era”, que sabatina os candidatos a chanceler, bate o martelo no de sua preferência, foi o primeiro enviado do novo governo à Casa Branca. Não satisfeito em meter na cabeça um boné da campanha de reeleição de Donald Trump, Eduardo Bolsonaro acaba de divulgar um vídeo dele próprio apoiando ardorosamente, ao microfone, um muro entre os EUA e os mexicanos.
Seria ótimo saber o que Forças Armadas, os grandes diplomatas, os nacionalistas e os simplesmente de bom senso pensam disso no Brasil. Inclusive o vice Mourão, que teve uma participação devidamente prudente em Bogotá. Aliás, essa é a palavra-chave: prudência.
O Grande Irmão. A colega Renata Cafardo informa que o MEC enviou e-mail a escolas públicas e particulares, exigindo, ops!, recomendando que elas leiam diante da Bandeira, gravem e enviem ao ministério o vídeo da leitura de uma mensagem do ministro Vélez Rodrigues para alunos, professores e funcionários, que termina com o lema bolsonarista: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!” Uso das crianças para fins políticos, seja para que lado for, é o fim da picada.
 
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 
 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

EUA apostam em Bolsonaro para isolar Venezuela

Governo Trump quer ação mais firme de países da região contra o que chama de 'nova era' de Maduro

A posse de Jair Bolsonaro é vista na equipe do presidente dos Estados Jair Bolsonaro é vista na equipe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,Unidos, Donald Trump, como a chance de uma coordenação entre países da região para isolar o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Os EUA querem mais engajamento da América Latina, como grupo, e contam com Bolsonaro para liderar um endurecimento de políticas contra Maduro junto a outros governos de direita na região: Chile, Argentina, Colômbia, Peru e Paraguai.
Durante o governo do presidente Michel Temer, o Brasil já endureceu o posicionamento sobre o regime de Maduro, junto ao chamado Grupo de Lima, e liderou a aprovação da suspensão da Venezuela do Mercosul. A diplomacia brasileira, no entanto, sugere que o foro de discussão sobre a situação do país é dentro da Organização dos Estados Americanos (OEA) e diz não aceitar sanções unilaterais, como as impostas pelos americanos. Em junho, em visita ao Brasil, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, pediu que o País agisse "com mais firmeza" sobre Maduro.

Presidente eleito Jair Bolsonaro
10/12/2018
REUTERS/Adriano Machado
Presidente eleito Jair Bolsonaro 10/12/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Quatro dias depois da eleição de Bolsonaro, o assessor de segurança nacional de Trump, John Bolton, fez discurso no qual afirmou que o continente não pode viver sob ameaça da "sombra do socialismo" e agrupou Venezuela, Nicarágua e Cuba como "troica da tirania", o que prometeu combater "até a queda". O tema foi assunto das reuniões de Mike Pompeo, secretário de Estado e representante dos EUA na posse de Bolsonaro, em Brasília. 

Os EUA consideram o próximo dia 10, quando Maduro, no cargo desde 2013, será novamente empossado em Caracas, como uma data "muito importante" - o que um oficial do Departamento de Estado classifica como uma "nova era" Maduro.
"Com certeza vai haver uma nova liderança na América Latina sobre Venezuela vindo do Brasil, essa é ao menos a expectativa da administração no governo Trump", afirma Fernando Cutz, ex-assessor da Casa Branca para assuntos ligados à região e atualmente parte do time da consultoria Cohen Group. 

Segundo ele, a Colômbia é a maior afetada na região com a crise, o que dificulta uma postura mais agressiva, e a Argentina está em meio a dificuldades domésticas. "Esse papel vai recair sobre Bolsonaro. Essa será uma das coisas mais rápidas e fáceis de fazer para aproximá-lo da visão de Trump", afirma Cutz. Segundo ele, o brasileiro ganharia na relação com EUA se tomasse a dianteira da discussão regional.  Os EUA já vêm impondo sanções unilaterais a pessoas ligadas ao governo de Maduro, mas autoridades americanas avaliam que os países da região precisam forçar a mudança na Venezuela. O ex-presidente do Peru Pedro Pablo Kuczynski, o PPK, era visto como a liderança na região nesse assunto, mas desde que renunciou à presidência em março o governo americano vê um vácuo de liderança local sobre o tema.
"Há três anos olhávamos para a América Latina e não víamos posição contra Maduro. Isso mudou muito e a América Latina ao menos está falando as coisas certas sobre o regime na Venezuela. Enquanto no início, nós na Casa Branca, estávamos contentes com isso, agora se chega a um ponto em que já não é mais suficiente, é preciso ter ação", afirma Cutz. 

Trump teve encontros bilaterais recentes com três líderes da região que as autoridades americanas veem como aliados na pressão sobre o regime de Maduro. Em todos, a Venezuela esteve no centro da discussão. No final de setembro, Trump recebeu o presidente do Chile, Sebástian Piñera, na Casa Branca e se reuniu com Iván Duque, da Colômbia, em Nova York, em paralelo à Assembleia Geral da ONU. Com o presidente da Argentina, Maurício Macri, o encontro foi no final de novembro, em Buenos Aires. 

Na coletiva de imprensa com Piñera, chegou a chamar a Venezuela de "uma bagunça" e, com Duque, o americano protagonizou uma das falas mais inflamadas sobre o regime de Maduro quando não negou que todas as opções estariam sobre a mesa. 

O Estado de S. Paulo