O líder de 1,3 bilhão de católicos encorajou o fim da
violência e disse à multidão reunida na Praça de São Pedro para manter a
paz em seus pensamentos
O papa Francisco exortou, neste sábado (1º/12), o mundo a "arregaçar as
mangas" pela paz em sua mensagem de Ano Novo, na qual pediu aos fiéis
que sejam positivos e trabalhem para construir uma sociedade melhor.
Na ocasião do 55º Dia Mundial da Paz, o líder dos 1,3
bilhão de católicos do mundo dedicou seu discurso do Angelus a encorajar
o fim da violência e disse à multidão reunida na Praça de São Pedro
para manter a paz em seus pensamentos. "Vamos voltar para casa pensando em paz, paz, paz. Precisamos de paz", disse o papa após a oração do Angelus.
Sob um céu ensolarado, Francisco, que completou 85 anos
no dia 17 de dezembro, lembrou aos fiéis que a paz exige "gestos
concretos", como perdoar os outros e promover a justiça. "E também precisa de um olhar positivo: que olhemos
sempre, na Igreja como na sociedade, não o mal que nos divide, mas o bem
que pode nos unir!", disse da janela do Palácio Apostólico."Não adianta se abater e reclamar, mas arregaçar as mangas para construir a paz", declarou.
Mais cedo, durante a missa na Basílica de São Pedro em
homenagem à Virgem Maria, Francisco fez uma homilia na qual chamou a
violência contra as mulheres de um insulto a Deus. "A Igreja é mãe, a Igreja é mulher", estimou. "Enquanto
as mães dão vida e as mulheres salvam o mundo, devemos todos trabalhar
para promover as mães e proteger as mulheres", declarou. "Quanta violência existe contra a mulher! Chega!
Machucar uma mulher é ultrajar a Deus, que tirou a humanidade de uma
mulher", assegurou.
Em mensagem divulgada em 21 de dezembro pelo Vaticano
por ocasião do Dia Mundial da Paz, o papa recomendou "três caminhos para
construir uma paz duradoura", o diálogo entre as gerações, a educação e
o trabalho, "essenciais para a elaboração de um pacto social, sem o
qual qualquer projeto de paz é inconsistente". O texto sublinhava que o orçamento destinado à educação
foi reduzido "sensivelmente" nestes últimos anos no mundo ao contrário
dos gastos militares que ultrapassaram "o nível do fim da guerra fria".
O papa retomou estes temas neste sábado após o Angelus, referindo-se aos "tempos incertos e difíceis devido à pandemia". "São muitos os que têm medo do futuro e estão
sobrecarregados com as situações sociais, os problemas pessoais, os
perigos da crise ecológica, as injustiças e os desequilíbrios da
economia planetária", afirmou.
"Ao olhar para Maria com seu filho nos braços, penso em
jovens mães e seus filhos que estão fugindo das guerras e da fome ou
que estão esperando em campos de refugiados".
Na véspera do Ano Novo, Francisco não presidiu as
Vésperas na Basílica de São Pedro, conforme programado, e, em vez disso,
cedeu o serviço ao decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista
Re.
Correio Braziliense