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domingo, 27 de novembro de 2022

A Intentona coroada - Prestes era um covarde, cruel e sanguinário, mandava matar friamente e nisso se igualou ou mesmo superou o porco do Che Guevara = o fedido ou mijão

É digno de comemoração o aniversário de uma conspiração transnacional de tomada de poder através da violência armada, orquestrada por um governo que deixou em seu rastro dezenas de milhões de cadáveres?
Celebrar o aniversário da Intentona Comunista não é apenas um disparate: é um ultraje.
 

O dia 9 de novembro marca o aniversário da queda do Muro de Berlim. Por anos, esse muro foi a materialização de uma realidade que se tentava manter oculta para o resto do mundo – a adoção deliberada de repressão, patrulhamento, escassez, fome, perseguição e extermínio como políticas de Estado nos países comunistas. As notícias enviadas do outro lado da Cortina de Ferro eram aterradoras. Os vinte e seis anos da queda desse muro da vergonha deveriam ser motivo para manter viva a memória de todas as tragédias, coletivas e particulares, provocadas pelo comunismo. Mas há quem prefira, ao contrário, louvar a ideologia mais mortífera do século XX.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) promoverão, entre os dias 18 e 21 de novembro, um seminário de comemoração da Intentona Comunista. A Intentona, também conhecida como Revolução Vermelha de 1935, foi uma tentativa de golpe contra o presidente Getúlio Vargas levada a cabo pela Aliança Nacional Libertadora, organização de matiz socialista liderada por Luís Carlos Prestes – que havia, na década de 1920, liderado outra revolta, de caráter tenentista, conhecida como Coluna Prestes. De acordo com o portal da UFRN, a Intentona ensejou grande repressão por parte do governo Vargas e “o início de um anticomunismo ainda muito presente na sociedade brasileira”. A historiografia oficial nos conta que o objetivo desse movimento golpista era derrubar Vargas. No entanto, a Intentona começou a ser gestada muitos anos antes de Getúlio assumir o poder.

REVOLUÇÃO TIPO EXPORTAÇÃO
Com a vitória da Revolução Bolchevique de 1917, a liderança do Partido Comunista Russo, então liderado por Vladimir Lênin, enxergou a premente necessidade de organizar formalmente os esforços de todos os partidos comunistas do mundo para promover a revolução global. Desse modo, em 1919, foi criada a Internacional Comunista (Comintern) com o objetivo de concertar esforços, táticas e ações dos partidos comunistas de todo o mundo com o objetivo de tomar o poder em seus respectivos países e neles implantar a ditadura do proletariado. 

 Comintern, teoricamente, pautava-se pelo chamado “centralismo democrático”, onde questões programáticas eram objeto de discussão dos grupos internos da organização comunista. Na prática, esse princípio de organização leninista, que fingia ser uma espécie de fórum democrático em que debates abertos orientavam as diretrizes dos partidos comunistas, era falso: tudo era decidido pelo Partido Comunista da União Soviética (PCUS) – e, em última instância, por seus homens fortes.

Em 1922, entre os dias 5 de novembro e 5 de dezembro, ocorreu em Moscou o IV Congresso Mundial do Comintern. Partidos comunistas de 58 países enviaram delegados, sendo 343 o número de delegados votantes. Sob a presidência de Lênin e Leon Trotsky, o IV Congresso contou com a presença de personalidades comunistas importantíssimas, como o italiano Antonio Gramsci. No entanto, um dos destaques do congresso foi um ilustre desconhecido: Antônio Bernardo Canellas, delegado do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Canellas ficou famoso no contexto do IV Congresso por pedir um aparte no meio de um discurso Trotsky – o chefe do Exército vermelho chamaria o brasileiro de “o fenômeno sul-americano”.

O POTENCIAL COMUNISTA DOS TRÓPICOS
Durante o IV Congresso do Comintern, Canellas apontou a necessidade da criação de um órgão que tratasse especificamente da América Latina. A proposta foi submetida a votação, e contou com o entusiasmado apoio de Antonio Gramsci. Surgiu, assim, o Secretariado Latino do Comintern, submetido à autoridade do recém-criado Comitê Executivo da Internacional Comunista (CEIC). Em 1925, ocorreu o V Congresso do Comintern, do qual surgiu o Secretariado para a América do Sul, com sede em Buenos Aires. 

Seu principal órgão era o Escritório de Propaganda do Comintern para a América do Sul, chefiado por Abilio de Nequete, fundador e primeiro secretário-geral do PCB. Em 1927, saía a primeira edição do La Correspondencia Sudamericana, jornal do Secretariado para a América do Sul, cujo editor era o argentino Rodolfo Ghioldi. O VI Congresso do Comintern ocorreu em julho/agosto de 1928. Com o relato do sucesso das atividades do Secretariado para a América do Sul, foram eleitos sete membros latino-americanos para o CEIC – dentre eles, Rodolfo Ghioldi e o brasileiro Astrojildo Pereira, membro-fundador do PCB. Essa eleição dava proeminência considerável ao secretariado, o que representava a importância da América Latina para o Comintern e, portanto, para Moscou.

Nesse ínterim, Prestes havia liderado seu frustrado levante dos anos 1920 e, junto com outros revolucionários, exilou-se na Bolívia. Em 1928, conheceu Ghioldi, sendo recrutado pelo argentino para as fileiras do Comintern. A partir desse ano, passou a receber treinamentos específicos para a organização de uma revolução comunista no Brasil. Em 1930, retornou para o País, instalando-se clandestinamente em Porto Alegre. 

No ano seguinte, a convite do governo soviético, mudou-se para Moscou, onde sua formação ganhou profundidade e amplitude. Sua importância estratégica para o Comintern era tamanha que, ao voltar para o Brasil, em 1934, veio acompanhado de dois importantes agentes da Internacional Comunista: os alemães Olga Benário (que, depois, seria mulher de Prestes) e Arthur Ernest Ewert, oficial da NKVD (serviço secreto que precedeu a KGB).

O “CAVALEIRO DA ESPERANÇA” CONTRA-ATACA
Em agosto de 1935, ocorreu o VII Congresso do Comintern, o último antes de sua dissolução. Georgi Dimitrov, Secretário-Geral do CEIC, determinou, dentro da estratégia de “frentes populares” – organizações de massa de caráter teoricamente anti-fascista –, que o PCB apoiasse a criação da Aliança Nacional Libertadora (ANL) tendo, por presidente, Luís Carlos Prestes. O papel da ANL seria o de promover uma sublevação armada no Brasil que tinha por objetivo a implantação de uma ditadura do proletariado a soldo de Moscou. 


Para tanto, era necessário organizar um discurso de caráter nacionalista e anti-varguista que, em seu bojo, carregasse bandeiras sociais que pudessem ludibriar o povo brasileiro e atrair sua simpatia – reforma agrária, abolição da dívida externa, etc. No mesmo congresso, Prestes foi eleito membro efetivo do CEIC, e Ghioldi, chefe do Secretariado para a América do Sul.

A operação revolucionária a ser liderada por Prestes e encampada pelo PCB teria como principais pontos de apoio: o Secretariado para a América Latina; Iumtourg, uma falsa agência de turismo e casa de câmbio controlada pelo Comintern e sediada no Uruguai, por meio da qual se poderia criar uma ponte financeira entre Moscou e o Brasil; e os partidos comunistas de Argentina, Uruguai e Chile. 

Todos os agentes envolvidos haviam sido financiados pelo governo soviético e recebido treinamento militar especializado. O momento exato do início da revolta armada dependia diretamente do aval do Comintern. Os detalhes da Intentona Comunista tomam um livro inteiro – aliás, o jornalista William Waack escreveu o excelente “Camaradas”, com farta documentação comprobatória. Meu propósito não é apresentar uma análise profunda e exaustiva desse evento, que, para nossa sorte, não foi adiante. Almejo, ao traçar um breve histórico das origens da Intentona Comunista, duas coisas.

A primeira é expor esse movimento tal qual ele foiuma tentativa de golpe que tinha por objetivo a implantação, no Brasil, de uma ditadura do proletariado nos moldes soviéticos e consolidar um posto avançado da União Soviética no continente americano. A segunda é suscitar uma pergunta: o que merece ser comemorado, afinal de contas? É digno de comemoração o aniversário de uma conspiração transnacional de tomada de poder através da violência armada, orquestrada por um governo que deixou em seu rastro dezenas de milhões de cadáveres, e que, mesmo fracassada, foi capaz de exemplos detestáveis de barbarismo e crueldade – como a execução da garota Elza, uma menina semi-alfabetizada de 16 anos estrangulada à morte a mando de Prestes?

Celebrar o aniversário da Intentona Comunista não é apenas um disparate: é um ultraje. E fazê-lo por meio de instituições federais de ensino superior – o que praticamente confere à homenagem um caráter de oficialidade governamental é um ultraje além da medida. Se há algum exemplo claro e paradigmático de como as universidades federais brasileiras são ideologicamente orientadas para reproduzir o discurso hegemônico da esquerda, eis tal exemplo.

Fontes:

– John C. Clews, “As Técnicas da Propaganda Comunista”. Coleção Problemas Políticos da Atualidade, v. 1, O Cruzeiro, 1964. 283 p.
– Paul M. A. Linebarger, “Guerra Psicológica”. Editora Biblioteca do Exército, 1962. 541 p.
– William Waack, “Camaradas”. Companhia das Letras, 1993. 381 p.
– Sérgio Rodrigues, “Elza, a Garota”. Nova Fronteira, 2008. 236 p.
– Coletânea de documentos da Internacional Comunista (1919 – 1943), disponível em Marxists.org.

– Manuel Caballero, “Latin America and the Comintern 1919 – 1943”. Cambridge Latin American Studies, n. 60, Cambridge University Press, 2002. 213 p.

 

INTENTONA COMUNISTA – Lembrai-vos de 35

 

[87 anos que os malditos comunistas foram vencidos - uma das vezes]

A INTENTONA COMUNISTA JAMAIS PODERÁ SER ESQUECIDA - LEMBRAI-VOS DE 1935

 

PRIMEIRA PARTE: 
31 DE MARÇO DE 1914 – A CONTRARREVOLUÇÃO DE 1964 ESTARÁ COMPLETANDO 50 ANOS. TEREMOS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS. COMISSÃO DA VERDADE?
AQUELA QUE ESTÁ CRIANDO UMA HISTÓRIA MENTIROSA EM PRÓL DOS COMUNISTAS? 

EU ESTOU FAZENDO A MINHA PARTE. E VOCÊ? DECIDA PELO BRASIL
Qual a razão da comissão da “verdade” apurar apenas os fatos políticos e sociais que tiveram como consequência a Contrarrevolução de 1964, a partir de 1946, se a criação do Partido Comunista – Seção Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC) foi criado em 1922 e que em 1934 passou a adotar o nome de Partido Comunista do Brasil se uma das  causas determinantes   de 1964  remontam a 1935? Com muito espanto e desiludido vejo hoje o caos generalizado no País sob o governo do Partido dos Trabalhadores apoiado por muitos outros políticos  corruptos,  irresponsáveis  e vendilhões da Pátria que nem sabem o que significa tal palavra Pátria, levando a Nação ao caos. 

Roubo do nosso pagamento de impostos para sustentar partidos e seus dirigentes  é o mensalão; greve nos bancos, nos Correios, nas polícias. A saúde  e a Segurança Pública estão uma lástima e a ONU, OEA e Corte Interamericano de Direitos Humanos querendo impor ao Brasil o que deve ser realizado aqui. Realmente os tempos são outros. São tempos de políticos altamente desonestos, de omissão de autoridade e falta de firmeza de caráter e pulso forte de governantes de todos os níveis. 
 
 
 

O povo brasileiro, infelizmente, nele incluído os militares das  Forças Armadas perderam a capacidade de se indignar.  Como estamos no mês no qual a 78 anos atrás ocorreu a INTENTONA COMUNISTA decidimos resumir os principais aspectos da mesma em seis artigos. 

“A  ‘glasnot’ (transparência) de Gorbachev foi importante porque derrubou vários mitos . Um deles o de que a Intentona tivesse sido um movimento genuinamente brasileiro, gestado e levado adiante pelo Partido Comunista do Brasil. Não foi. A Intentona Comunista foi deflagrada após ordem expressa da Internacional Comunista com sede na Rússia e passada por telegrama. A cópia do telegrama foi publicada por William Waak em seu livro ‘Camaradas’ editado em 1993 na página 129”. (Resumo de artigo do historiador Azamba7427). 

O tratamento benevolente concedido aos criminosos de 1935, encorajou os comunistas de 1964 e aventureiros de 1968 que empregaram a luta armada  com sequestros de embaixadores, assaltos a bancos, atos de terrorismos , roubos de armamento em quartéis e muito mais,  bem como a Anistia de 1979 tem encorajado estes mesmos comunistas de ontem a tentarem se apossarem do Poder hoje. No governo eles já estão. Para  obterem o Poder absoluto falta muito pouco. E aí o Brasil será uma ditadura comunista. No entanto nem o povo nem as elites brasileiras demonstram ter se dado conta deste fenômeno. Ontem era o KGB na Rússia. Hoje é o Fórum de São Paulo sob a liderança de Fidel Castro e Lula. 

Vamos lembrar que nós temos responsabilidades perante nossos descendentes. Eles merecem! Vamos fazer. Não fiquemos a imaginar que outros farão por nós. Sejamos participativos em defesa de nossos ideais. O povo brasileiro quer continuar a ser livre. A minha parte eu estou fazendo. 

É PRECISO CONTAR AOS MAIS JOVENS A VERDADE - 
INTENTONA COMUNISTA  II
Mortos enquanto Dormiam - Mas os Comunistas negam até hoje
No próximo dia 27 de novembro de 2013, a Intentona Comunista de 1935 estará completando 78 anos. Tendo eclodido no dia 23 de novembro em Natal/RN e dia 24 em Recife/PE, só no dia 27 teve início no Rio de Janeiro, no quartel do 3º Regimento de Infantaria na Praia Vermelha e na Escola de Aviação no Campo dos Afonsos, então subordinada ao Exército. Nos vários dicionários não vamos encontrar unanimidade nos sinônimos a respeito da palavra intentona, mas há nos significados. A seguir alguns exemplos: plano insensato, intento louco, conluio, rebelião, motim, conspiração, sedição, revolta, conjuração, insurreição ou intento insano. 

Porém, historicamente, Intentona Comunista é o nome oficial da insurreição militar que ocorreu no Brasil nas cidades acima citadas, cujo número real de mortos nunca foi oficialmente revelado pelo Governo da época, possivelmente para diminuir o episódio revolucionário marxista–leninista ou olha-lo como insignificante, quando, na realidade não o foi, principalmente, pela maneira covarde e vil como os conspiradores, em prol de uma outra Nação, traíram  seus companheiros de farda e a própria Pátria.
 Antônio Carlos Otoni Soares, por ocasião das  comemorações da Intentona Comunista em 1985, escreveu o livro Os 50 anos da primeira Intentona Comunista, no qual aborda com muita propriedade fatos negados com veemência pelos comunistas, ou seja, que assassinaram seus companheiros de maneira traiçoeira, covarde e vil, quando muitos deles  dormiam.     
        
Os comunistas e os setores da propaganda partidária esquerdista permanecem até hoje negando, afirmando que estas ideias são fruto da invenção e dos preconceitos anticomunistas, pois todos os que tombaram estavam lutando. “ Não houve ninguém, oficial ou soldado, assassinado na cama pelos companheiros sublevados. Os que morreram, morreram lutando”.(Barbosa Lima Sobrinho – na orelha da contra capa do livro de Hélio Silva – 1935 – A Revolução Vermelha).

Ora, como afirma Otoni em seu livro, a versão de que houve morte de militares dormindo não surgiu anos ou décadas depois da Intentona. Esta versão é da própria época. Consta, por exemplo, do Jornal Correio da Manhã de 30 de novembro de 1935, sábado, página 4, num editorial intitulado “O Castigo” que afirma: “já estão reconstruídas algumas cenas da tragédia que culminou na verdadeira batalha da Praia Vermelha.....Contam-se entre os episódios tenebrosos daquele dia impiedosas liquidações summarias, nas quais intervieram indivíduos despidos de todo o sentimento, até de simples humanidade....Um oficial friamente assassinado por mão de seu companheiro que trazia a arma envolvida num jornal: outro morto quando dormia e teria sido fácil prende-lo e desarma-lo”.    
Esclarecemos ao leitor que a rebelião no Rio de Janeiro ocorreu após um período no qual a tropa estava pelo menos a cinco dias de prontidão, portanto, exausta e que o movimento teve início após a meia-noite.  
 

É interessante citar a opinião moderada de um oficial que participou dos referidos combates, o então tenente José Campos de Aragão, que se reformou como General de Divisão. Em seu livro sobre a Intentona, na página 75, o Gen. Aragão assim se manifesta: “O capitão Armando de Souza  Melo e o tenente Danilo Paladini, que repousavam no momento da insurreição, foram mortos pelos revoltosos ainda aturdidos quando se levantavam”. E sobre estas declarações comenta em seu livro Otoni Soares: “dizer que alguém foi morto quando estava atônito e aturdido, no exato momento em que se levantava do descanso, não quer dizer que estivesse dormindo, embora mais próximo do estado de sono do que de vigília. Contudo, passar de um extremo ao outro: os que morreram, morreram lutando, como afirmam os comunistas, também não tem sentido”.
Finalmente, é importante deixar claro que os comunistas atuais continuam enobrecendo a Intentona, planejada e determinada pelo governo comunista da Rússia e executada pela Aliança Nacional Libertadora sob a liderança de Luís Carlos Prestes, como se matar alguém, acordado e cara a cara, pelas costas ou que estivesse dormindo, buscando o objetivo de submeter a própria Pátria a uma nação estrangeira, com a intenção de destruir valores morais, sentimentais e cívicos de um povo, faça diferença. São uns cínicos. Hoje, sem dar um tiro e por meio da corrupção estão conseguindo.Amanhã, no artigo Intentona Comunista III, iremos transcrever trechos de manchetes de jornais da época, cópias fieis dos originais, visando caracterizar a repercussão dos acontecimentos naquele momento histórico e qual era o pensamento da mídia. 

Lembrai-vos de 1935 -INTENTONA COMUNISTA III
Dados relacionados com o VII Congresso Mundial do Komintern
Como adiantei no final do artigo anterior, vamos conversar um pouco mais sobre  a Intentona Comunista de 1935.
            “Dominada nesta Capital uma grave Rebelião Militar. Ás primeiras horas da madrugada  de ontem revoltaram-se o 3º Regimento de Infantaria e parte da Escola de Aviação. As tropas fiéis dominaram a situação após várias horas de luta, na qual perderam a vida officiais, sargentos e praças, ficando feridos numerosos outros. Gravemente attingidos por projecteis  o Commandante e o Subcomandante  do Regimento, quando tentavam conter a tropa amotinada”. (Correio da Manhã de 28 de novembro de 1935).  
           Já no Correio da Manhã do dia 30 de novembro de 1935 vamos encontrar: “ Os acontecimentos. Tenaz na sua ação subversiva, o Partido Comunista trabalha pelo esfacelamento do Brasil. O discurso do representante do Partido Communista Brasileiro no último Congresso Mundial da Internacional Communista”. É desta reportagem que  passo a transcrever os seguintes comentários do jornal:
            “ –  cinquenta e dois países enviaram seus representantes, incumbidos de apresentarem perante o Congresso um Relatório da situação do comunismo em seus respectivos países e dos progressos alcançados durante os últimos tempos;
-        o discurso do delegado do Brasil, Marques, constituiu-se em um resumo histórico  da evolução do comunismo no nosso país, demonstrando claramente o incremento extraordinário que aqui vem tomando, o credo de Moscou, implantando o dissídio, a desordem e as greves procurando desmoralizar a ordem estabelecida. (Esclareço aos meus leitores que Marques tratava-se de Antônio Maciel Bonfim, o Miranda, que tinha sido reeleito Secretário- Geral do Partido). 

-        transcrevemo-lo a seguir na integra, conforme elle vem publicado no número especial de “La Correspondance Internacionale”, editado em Paris a 12 de outubro último, o Relatório do delegado brasileiro lido no Congresso;

- esta transcrição que fazemos do número especial de La Correspondance Internacionale orientará sem dúvida os nossos leitores sobre muitos factos que nos últimos tempos lhes terão parecido um tanto obscuro. Cremos que depois de lerem o discurso do representante brasileiro no último Congresso do Komintern, realizado em Moscou, compreenderão que combater o comunismo é defender o Brasil”.

            Já no Correio da Manhã do dia 6 de dezembro de 1935, vamos encontrar a seguinte manchete: “A rebelião militar do dia 27. Uma série de documentos obtidos no exterior sobre a infiltração comunista no Brasil. O relatório  de Dimitroff apresentado no 7º Congresso em Moscou – Luiz Carlos Prestes já é membro do Governo Russo.” [e hoje, o traidor Luis Carlos Prestes,  é considerado por essa esquerda nojenta que governa o Brasil um herói nacional.] 

Nesta reportagem que foi ampla, o periódico publica o relatório de Dimitroff, dirigente búlgaro da Internacional Comunista, encarregado de fundamentar as políticas de frentes da organização, extraído da Ata da Sessão de 3 de agosto do mesmo ano, referente ao VII Congresso Mundial já citado. No Relatório em questão encontramos:
            “Antes da abertura da sessão matinal do dia 2 de agosto de 1935, já a sala das colunas estava repleta para ouvir o camarada Dimitroff. Ao entrar na sala Dimitroff foi saudado pela delegação Alemã com um – Rot Front – e de todos os cantos da Assembléia as delegações o aclamam em todas as línguas do mundo. Pelas delegações sul-americanas foi o  mesmo homenageado pelo verbo quente e vibrante de Luiz Carlos Prestes.

Depois de historiar os progressos da atividade comunista nos vários países, Dimitroff assim se refere ao Brasil: no Brasil, segundo estamos amplamente informados pelos nossos melhores agentes ( o que demonstra que o Komintern enviou agentes de plena confiança para orientar a Aliança Nacional Libertadora(ANL) na tentativa de tomada do poder) e pelo nosso ilustre Prestes. A luta tem sido intensa, devendo vencer o espírito conservador e católico do povo brasileiro que em outras épocas chegou a ser quase fetichista. As propagandas anti-religiosas  que ali vêm sendo feitas desde alguns anos já vão dando resultados, principalmente, entre marinheiros e soldados. As Revoluções pela emancipação política iniciada em 1924 por Prestes em São Paulo, culminando com as vitórias de 1930, têm servido de muito para consolidar o trabalho comunistas com os brasileiros. 

Deve ser notado que os mais ardentes da revolução sempre se apoiaram em elementos rubros, alguns dos quais nossos mais dedicados amigos. Pena foi que Prestes não tivesse o feliz ensejo de definitivamente tomar o poder e proclamar a República Soviética do Brasil. Não o devemos censurar por isto. Ele já nos disse e já nos convenceu que naquela  época  seria coisa passageira ainda não suficientemente amadurecida no Brasil. Será preferível que o comunismo seja implantado no território brasileiro de forma permanente e com sólidas raízes da natureza das que já estão brotando graças ao trabalho inteligente e fecundo ali feito pelo nosso partido auxiliado pelos elementos da III Internacional  que em Montevidéo estão vigilantes nas instruções que daqui lhes envia Prestes. Podemos, pois verificar com satisfação que os últimos relatórios apresentados no presente Congresso indicam o grande progresso que ali  tem tido a nossa causa, principalmente entre os intelectuais, professores, estudantes de academias, liceus e ginásios oficiais, pois não tem sido possível introduzir a nossa propaganda nos estabelecimentos  religiosos  e do ensino particular.

Também nas classes armadas a infiltração tem sido considerável, mormente entre os sargentos e a formação de sindicatos tem em muito facilitado, pois mais facilmente podemos agir sobre blocos e não sobre  pessoas isoladas. Em São Paulo, Rio de Janeiro, em Niterói, em Pernambuco, na Bahia e nos estados do Sul  constatamos com prazer que o trabalho tem sido hercúleo e avança a passos de gigante e agora com ação inteligente de um verdadeiro partido como a Aliança Nacional Libertadora ou será o que a substituir nas próximas lutas eleitorais. Devemos ser otimistas em relação ao que esperamos da futura e talvez bem próxima colaboração brasileira, na nossa obra civilizadora e de libertação do proletariado mundial.

Ao terminar a sessão desta tarde devo enviar uma grande saudação aos comunistas brasileiros aqui tão dignamente representados e aos nossos camaradas chineses. Nós saudamos esse heróico exército vermelho e nós prometemos que não os abandonaremos na grande luta em que estão empenhados.

Nesse ponto Dimitroff interrompe a sua exposição  e ao descer da tribuna o Congresso lhe fez uma delirante manifestação de entusiasmo . Prestes e Wan Gou Lin se adiantam e calorosamente apertam as mãos de Dimitroff que os abraça afetuosamente”.

Como se trata de texto bastante claro, destaco apenas para os leitores que o Congresso em questão ocorreu nos dias 2 e 3 de agosto de 1935.

No artigo Intentona Comunista IV, relacionaremos os militares mortos nos três focos do levante (Natal, Recife e Rio de Janeiro); os principais mercenários-assassinos (expulsos) nos três focos do levante; militares punidos de outra forma; civis brasileiros mais importantes no levante e, ainda, civis estrangeiros mais importantes no levante. São nomes que deverão ser execrados para sempre. 

 Por: Aluisio Madruga de Moura e Souza 
Autor dos livros Guerrilha do Araguaia revanchismo  A Grande Verdade e Documentário - Desfazendo Mitos da Luta Armada    

 

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Ricardo Noblat: Por que não te calas, general!

[Com comentários que mostram que maus brasileiros ainda querem alcançar os fins traiçoeiros que os comunistas da Intentona não conseguiram - fracassaram mais uma vez].

Para atiçar os radicais 

[todos os comentários que apresentamos  à matéria abaixo estão fundamentos e a comprovação, bem como, maiores detalhes,  estão aqui, ou aqui, ou aqui.

Por respeito aos nossos 2 leitores - 'ninguém' e 'todo mundo' - tudo que postamos é devidamente comprovado.]

A essa altura, no limiar de um governo de ultradireita comandando por um capitão cercado por fardas da reserva e eleito com grande apoio dos quartéis, a quem pode interessar a ordem dada pelo Comandante do Exército, o general Eduardo Villas Boas, para que seus subordinados façam uma reanálise da Intentona Comunista que aconteceu há 83 anos? [o perigo continua presente e pior que antes;
naquela época a expansão do comunismo era política da União Soviética,  de uma nação;
nos dias atuais, a quase totalidade dos que defendem o comunismo - ainda existe no Brasil,  dois 'partido' comunista - e o Foro de S. Paulo, criado por Lula e seus comparsas e asseclas, são provas disso, bem como a tentativa fracassada do presidiário e seus cúmplices de criar a UNASUL = 'união soviética da América Latina'  são fatos que mostram a existência e o perigo ainda representado pelo comunismo.]

Porque é disso que se trata. O Exército já estudou à exaustão o movimento deflagrado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1935 para depor o presidente Getúlio Vargas que chegara ao poder cinco anos antes por meio de uma revolução, e que logo em seguida se transformaria em ditador, assim governando até 1945. A Intentona é uma página virada da história. Os culpados foram punidos. [nos POST's acima linkados, se mostra o quanto foram punidos - Prestes foi agraciado com uma pequena fortura em atrasados, com pensão e todas as benesses.]

A ditadura militar de 1964, que durou 21 anos, é outra página virada, com a diferença de que os culpados por ela jamais foram punidos. Pelo contrário: beneficiaram-se de uma anistia para os chamados crimes de sangue. Os que à ditadura a se opuseram, esses foram presos, cassados, torturados e até mortos. Muitos acabaram proibidos de trabalhar. Outros escaparam para o exílio. [os traidores que tentaram - e, mais uma vez, fracassaram - implantar o comunismo no Brasil, o que motivou o contragolpe de Março de 1964 - cometeram muitos crimes, covardes, traiçoeiros, atingindo inocentes e foram todos devidamente anistiados, indenizados e pensionados;

citamos apenas um exemploum dos mais covardes assassinos que combateram o Governo Militar - e perderam - 'Diógenes do PT' especialista em explosivos, com várias mortes, entre elas a do soldado MÁRIO KOZEL FILHO, da mesma gang da Dilma, além de anistiado,  foi indenizado e pensionado - recebendo mais de R$ 400 mil em atrasados.
A família do soldado recebe uma pensão de um salário mínimo.
Outra vítima da covardia do terrorista, um jovem de 22 anos, piloto comercial, Orlando Lovecchio, perdeu a perna esquerda e a carreira, recebe R$ 571; Diógenes, da turma da bomba, fica com R$ 1.627 - conforme pode ser comprovado aqui, em matéria do Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo.]
Villas Boas está a 40 dias de deixar o posto. Seu substituto já foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro. A desculpa que ofereceu para justificar seu ato bizarro foi o de evitar o derramamento de “sangue verde e amarelo” em “nome de uma ideologia diversionista”. Ideologia, por sinal, sepultada no berço onde nasceu, e que na China deu lugar a um capitalismo de Estado.

De onde o comunismo ainda pode se espraiar? Da Coreia do Norte? De Cuba que clama por uma reaproximação com os Estados Unidos? Da Venezuela bolivariana quebrada? O ato de Villas Boas, se não esconde outros objetivos, só servirá para acirrar o ânimo dos que enxergam fantasmas onde eles não existem, uma parcela tresloucada dos eleitores de Bolsonaro que defendem um Estado autoritário.

Blog do Noblat - Veja 

 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O agosto petista

Quando o registro do PCB foi cassado em 1947 o PCB deu por finda sua política de “conciliação de classe” que o tinha levado a aconselhar os operários a apertar os cintos. Greve por melhores salários, nem pensar. Era antipatriótica, conspirava contra o governo de salvação nacional de Getúlio Vargas. O PCB sentiu-se traído pela burguesia, que, guiada pela lógica da guerra-fria, embarcou de proa na onda anticomunista que varreu o mundo. Os comunistas entenderam que o pacto social estabelecido foi rompido e movimentou seu pêndulo para esquerda.

O Manifesto de agosto de 1950, assinado por Prestes, foi a maior expressão da guinada esquerdista. Os comunistas abandonaram os sindicatos e a via parlamentar para se concentrar na via extra institucional. Deliraram com a pregação do armamento geral do povo e a criação de um exército popular de libertação nacional. A política sectária levou o PCB ao gueto, com a perda de vínculos com a classe da qual se auto atribuía porta-voz e vanguarda. Isolado, perdeu vínculos com a sociedade e suas fileiras definharam. Só voltou a ser um sujeito da vida política nacional depois que suas bases atropelaram o sectarismo e pressionaram por enterra-lo, coisa que iria se consolidar com a Declaração de Março de 1958.

A referência ao Manifesto de Agosto vem ao caso para entender o movimento que o PT vem operando. Desde o impichi, sente-se traído pela burguesia. A carta que José Dirceu escreveu ainda na prisão reclama quanto a ruptura do pacto estabelecido e preconiza a inflexão à esquerda, propondo um retorno aos tempos da política de “classes contra classes” praticada pelo PT antes do seu amancebamento. [amancebamento que só prejudicou a outra parte, mais ainda o Brasil e mais, muito mais, aos 13.000.000 de desempregados gerados pelo maldito governo Dilma, fruto do maldito PT e corja lulopetista.]


O sentimento de traição entende-se porque, no seu governo, Lula domesticou a CUT, o MST, a UNE e assemelhados, levando a pelegada ao paraíso das estatais. Mais ainda, porque uma das poucas verdades que Lula disse em sua vida é que empresários e bancos nunca ganharam tanto como no seu governo.  Quem leu o artigo de José Dirceu pregando o diálogo com os militares percebe claramente que o PT está de volta aos anos 50, quando a esquerda via o capital externo como um polvo a sugar as riquezas nacionais e dividia as Forças Armadas entre oficiais “entreguistas e golpistas” e “nacionalistas democráticos”.

Conheceremos melhor o “Manifesto de Agosto” petista no dia 24 de janeiro, quando Lula será julgado pela segunda instância da Justiça Federal. O PT quer fazer dessa data o seu 7 de maio de 1947, dia que o registro legal do PCB foi cassado.  Há uma falácia terrível nessa paródia. O PCB perdeu o seu registro sem ter cometido qualquer desvio de conduta no terreno ético. Já Lula corre o risco de ser condenado em segunda instância por ter pisado na jaca em matéria de corrupção.

Mesmo assim, o PT e Lula anunciam uma estratégia de apostar no confronto e de “ir até as últimas consequências” com a candidatura Lula. Em outras palavras, travará mais a batalha no campo extra institucional – leia-se por meio da “pressão das massas” – e menos no terreno jurídico. [pressão das massas !!! isso é piada pra petista otário e outros militontos se autoenganarem; quando Dilma estava para ser escarrada, o presidente da CUT disse que iria pegar em armas, o estrupício do Lula falou aos quatro ventos que ia convocar o 'exército' de Stédile e Dilma foi escarrada, banida do governo e nada foi feito pela corja lulopetista.
Quanto o TRF-4 confirmar a condenação de Lula (a primeira de uma ´serie de 8) e determinar seu encarceramento a corja vai apenas dizer que foi golpe - tornando mais que atual o velho adágio: 'enquanto os cães ladram, a caravana passa' e, óbvio, que os cães são os militontos lulopetista.
E caso queiram perturbar a ordem pública no dia do julgamento as Polícias Militares dispõem de um bom estoque de 'spray  de pimenta' e balas de borracha e sabem usar.]
Este será usado à exaustão com vistas a criar um clima de comoção nacional. Lula e o PT acreditam que as massas emparedarão o Poder Judiciário. Confia ainda que manterá seu bloco unido até o suspiro final.  A estratégia do tudo ou nada sempre dá em nada. Não será diferente com Lula.  A esquerda sempre teve uma fé messiânica de que na hora do aperto as massas sempre saem em seu socorro.


Quando a Aliança Nacional Libertadora foi colocada na ilegalidade por Getúlio Vargas, o PCB e a ala esquerda do tenentismo achavam que estavam dadas as condições de uma insurreição que seria respaldada por um levante popular. O putsch de 1935 não passou de uma quartelada sem respaldo nas massas populares.  O PCB, quando cassado, também não foi socorrido pelas massas, sobretudo porque enveredou pelo sectarismo. Nada indica que será diferente com o PT, se der consequência prática à sua estratégia aventureira.  Além do furo de não contar com as massas de um país cujo povo é refratário a radicalizações, o estratagema petista tem dois outros furos.

O primeiro é acreditar que a Justiça deixará seu caso arrastar-se até a undécima hora, a ponto de fazer irreversível sua presença na urna eletrônica. Tenho pra mim que a celeridade da Justiça Federal da 4ª Região não será um episódio isolado no caso desse julgamento de Lula. Por uma razão simples: todas as instâncias da Justiças terão o mesmo entendimento que a eleição não pode ocorrer em meio a tamanha insegurança jurídica.
O segundo furo é confiar na firmeza de aliados como Renan, Eunício, Roseana Sarney e demais coronéis do Nordeste. Se não houver a garantia de que a candidatura Lula não será impugnada ao fim do processo, eles pulam do barco. Ou sequer entram nele.
O complicador para Lula é que não é possível ter uma estratégia de dois bicos. Um, a sua candidatura e outro o chamado plano B. Essa coisa faz água para um lado ou para outro., quando não faz para os dois. Pensar em plano B para agosto é coisa para kamikaze. Mas pensar antes é mandar para a cidade de pés juntos a candidatura de Lula.
Se para o PCB agosto de 50 foi a data histórica do seu movimento pendular para a esquerda, para o PT agosto de 2018 pode ser seu mês de cachorro louco.

Tibério Canuto  - FAP
 

terça-feira, 31 de março de 2015

SALVE a REDENTORA - SALVE o 31 de MARÇO de 1964 - A NAÇÃO que se salvou a si mesma - PARTE II e III

A Nação que se salvou a si mesma - PARTE II (do comunismo e de um presidente que era o maior corrupto e o maior latifundiário)

 “A Nação que se salvou a si mesma”, de Clarence W. Hall, publicada na edição de novembro de 1964 da revista Seleções do Reader’s Digest.  
Por ser um artigo contemporâneo à Revolução de 1964, é uma narrativa bastante preciosa sobre o período que o País vivia.
[Percebe-se facilmente que mesmo sendo um texto escrito há 50 anos, narrando fatos daquela época, se adapta perfeitamente aos dias de hoje.
Quando aborda a corrupção desenfreada que havia no Brasil naquela época, se esquecermos a data da matéria, podemos pensar que estamos lendo um jornal dos dias atuais em que a "petralhada" a "cumpanherada" tem um único objetivo:
ROUBAR O MÁXIMO QUE FOR POSSÍVEL, NO MENOR  TEMPO  - como aves da rapina que são percebem que a oportunidade do "ENRIQUEÇA DEPRESSA" está chegando ao fim.]
 
Guarnecidos de Vermelhos
OS INVESTIGADORES não tardaram a descobrir um cavalo-de-tróia vermelho, de dimensões bem mais assustadoras do que alguém imaginava.Muitos comunistas disfarçados, “plantados” em ministérios e órgãos governamentais anos antes, tinham conseguido alçar-se até postos-chaves na administração federal. A maioria dos ministérios e repartições públicas estavam guarnecidos de comunistas e simpatizantes a serviço das metas de Moscou. O chefe comunista Prestes apregoava em público: “Dezessete dos nossos estão no Congresso” — todos eleitos em chapas de outros partidos. Além disso, dezenas de deputados simpatizantes faziam acordos com os comunistas, apoiando- os em muitas questões, sempre atacando o “imperialismo dos Estados Unidos” mas jamais criticando a Rússia Soviética.

Comunistas não eram os ministros, mas os consultores de alto nível, e às vêzes apenas os subordinados ao ministro, ou os redatores de relatórios em que se baseavam altas decisões. Alguns alardeavam abertamente: “Não nos interessa quem faça os discursos, desde que sejamos nós que os escrevamos!” O Ministério de Minas e Energia era dominado completamente por um grupo assim. O Diretor-Geral dos Correios e Telégrafos, Dagoberto Rodrigues, oficial do Exército, conhecido como esquerdista, liberou certa vez grande quantidade de material de propaganda soviética e cubana apreendida pelo Govêrno Federal com a explicação vaga: “Examinei êste material e concluí que não é subversivo.”

Nos próprios sindicatos, o contrôle comunista era esmagador. Repetidamente o Govêrno intervinha em eleições sindicais a fim de garantir a escolha de candidatos comunistas, especialmente em indústrias que podiam prontamente paralisar o pais.

Atenção Especial à Educação

 O MAIS sabidamente infiltrado era o Ministério da Educação. Um dos mais íntimos conselheiros de Goulart era Darcy Ribeiro, que, como Ministro da Educação, serviu-se de cartilhas para ensinar a milhões de analfabetos o ódio de classes marxista.

Especialmente mimada pelo Ministério da Educação era a UNE (União Nacional dos Estudantes), cuja diretoria era completamente dominada por vermelhos e cujos 100.000 sócios constituem a maior organização estudantil nacional da América Latina. Durante anos um subsídio anual do Govêrno, de cêrca de 150 milhões de cruzeiros, era entregue aos diretores da UNE — sem que tivessem de prestar contas. Assim garantidos, êles se dedicavam integralmente à agitação política entre os estudantes. Parte dêsse subsídio era usada para financiar excursões à Cuba Vermelha e visitas a grupos irmãos de estudantes comunistas em outros países da América Latina.

Fortalecida ainda mais por substanciais fundos de guerra oriundos de Moscou, a UNE publicava panfletos inflamados e um jornal semanal marxista virulentamente antiamericano. Fingindo-se empenhado em combater o analfabetismo, um grupo da UNE passou dois meses distribuindo material de leitura, no qual se incluía o manual de guerrilhas do castrista “Che” Guevara — impresso em português por comunistas brasileiros da linha vermelha chinesa. Líderes da UNE especializavam-se em fomentar greves escolares e comícios estudantis, demonstrações públicas e distúrbios de rua.

Engenheiros do Caos A INFILTRAÇÃO, constataram os investigadores, fôra-se tornando maior e cada, vez menos oculta a cada mês que passava. Suficientes para fazerem soar campainhas de alarma foram as nomeações de certos homens feitas logo no início do Govêrno Goulart, como Evandro Lins e Silva, eminente advogado, há muito defensor de causas comunistas, para Procurador-Geral da República; e Professor Hermes Lima, um admirador de Fidel Castro, para Primeiro- Ministro. (Ambos foram posteriormente nomeados para o Supremo Tribunal Federal.) O principal entre os mais veementes defensores de medidas esquerdizantes era Abelardo Jurema, Ministro da Justiça de Goulart. E o secretário de imprensa do Presidente era Raul Ryff, de ligações notórias com o Partido Comunista havia mais de 30 anos.

O principal porta-voz do regime Goulart era Leonel Brizola, cunhado de Jango,
Governador do Estado do Rio Grande do Sul e depois Deputado pelo Estado da Guanabara. Ultranacionalista, odiando os Estados Unidos, Brizola era classificado como “um homem temeràriamente mais radical do que o próprio chefe vermelho, Luiz Carlos Prestes”.

Por tôda a parte havia “técnicos de conflito”, comunistas do caos. Adestrados em escolas de subversão atrás da Cortina de Ferro, eram peritos em criar o caos, para depois promover agitações em prol das “reformas”, levar o Govêrno a fazer grandes promessas que nunca poderia cumprir, e, em seguida, aproveitar o desespêro resultante para gritar: “Revolução!” O número dêsses técnicos não era grande — não havia mais de 800, tendo uns 2.000 adeptos em órgãos do Govêrno. Diz o Dr. Glycon de Paiva, do Conselho Nacional de Economia: “É tática comunista clássica darem a impressão de que são muitos. Na verdade, só uns poucos devotados são necessários para levar a efeito a derrubada de um país. Os povos livres cometem o êrro de não darem importância a qualquer fôrça sem efetivos consideráveis. Nós aprendemos pelo processo difícil.”

Quase diariamente vinham à luz as mais espantosas provas de que uma revolução vermelha estava em processo. No empobrecido Nordeste, onde se justificava a preocupação pelas flagrantes injustiças praticadas por abastados proprietários rurais contra camponeses famintos, “barbudos” de Castro perambulavam pelo campo suscitando a revolta. O transporte para instrutores cubanos em guerra de guerrilhas, assim como para centenas de jovens brasileiros que iam a Cuba fazer cursos especiais de subversão de 20 dias, era assegurado por aviões diplomáticos em vôos regulares de ida e volta para Havana. Irradiações da China Vermelha, em português, ficavam no ar quase oito horas por dia, conclamando os camponeses a se sublevarem contra os proprietários das terras.

Típico da eficiência dos investigadores democráticos foi a descoberta que fizeram, em setembro de 1963, de um grande carregamento de armas que se encontrava a caminho do Brasil, procedente da Europa Oriental. Alertado, o Exército Brasileiro enviou uma tropa ao navio e conseguiu confiscar toneladas de armas portáteis, munições, metralhadoras, equipamento de comunicações de campanha e montões de propaganda vermelha em português.

O Método “Enriqueça Depressa” AS CONTÍNUAS investigações dos peritos de informação do IPES revelaram mais do que subversão. A corrupção generalizada — bem acima do comumente aceito como parte da vida política da América Latina — estendia-se do palácio presidencial para baixo. No momento em que Goulart e seus extremistas de esquerda atribuíam tôdas as dificuldades do Brasil aos “exploradores e sanguessugas norte-americanos”,  havia gente no Govêrno metendo as mãos no dinheiro público com a maior sem-cerimônia. Estava claro que qualquer auxílio a regiões empobrecidas, inclusive contribuições da Aliança Para o Progresso, tinham de transpor uma pesada pista de obstáculos de mãos ávidas e dedos ágeis.

Com uma renda declarada de menos de 50 milhões de cruzeiros em 1963, Goulart, por exemplo conforme documentos apreendidos pelo Conselho Nacional de Segurança depois que êle fugiu para o exílio — gastou 236 milhões de cruzeiros somente em suas fazendas de Mato Grosso. Enquanto Goulart insistia no confisco das propriedades dos latifundiários e na distribuição da terra aos camponeses, os registros de imóveis demonstram que êle rapidamente somava imensas propriedades às que já tinha. 
Só depois que Jango fugiu pôde o Brasil medir a sinceridade dêle em matéria de partilha de terras. Proprietário de terras apenas em São Borja, quando iniciou sua vida pública, ao abandonar o país em abril passado Goulart era o maior latifundiário do Brasil, possuindo em seu nome mais de 7.700 quilômetros quadrados de terras, uma área quatro vêzes e meia superior à do Estado da Guanabara.

E havia os que compartilhavam as oportunidades de ficarem ricos depressa. Indiscrições sôbre uma iminente mudança na política oficial, como sôbre taxas de câmbio, davam milhões a favoritos palacianos. Empreendimentos de qualquer gênero eram vinculados a comissões e retribuições em dinheiro.
Verificou-se que um membro do estafe de Jango tinha um “bico” como “ministro-conselheiro de assuntos econômicos numa embaixada no exterior” emprego a que nunca dedicou um dia de trabalho, mas adicionava mais de 15 milhões de cruzeiros ao seu salário anual de oito milhões e meio. O tráfico de influência era um fato. Um dos deputados do Partido Trabalhista, de Goulart, estava fazendo uma fortuna acrescentando 1.295 funcionários à sua fôlha de pagamento em troca de uma fatia dos vencimentos dêles.

Outro negociozinho confortável, explorado por um “do peito” do Govêrno, era conseguir bons empregos públicos para quem pudesse pagar-lhe uma taxa de um milhão e meio de cruzeiros. Um governador de Estado estava fazendo fortuna com contrabando; outro recebeu uma verba de seis bilhões e meio de cruzeiros para a construção de rodovias e calmamente embolsou o total.

Além de tôdas essas velhacarias de alto calibre, que podiam ser documentadas, inúmeros milhões de cruzeiros desapareciam sem deixar rastro no poço sem fundo da corrupção que campeava.



A Nação que se salvou a si mesma - PARTE III 


“A Nação que se salvou a si mesma”, de Clarence W. Hall, publicada na edição de novembro de 1964 da revista Seleções do Reader’s Digest.  
 
Por ser um artigo contemporâneo à Revolução de 1964, é uma narrativa bastante preciosa sobre o período que o País vivia.
[Percebe-se facilmente que mesmo sendo um texto escrito há 50 anos, narrando fatos daquela época, se adapta perfeitamente aos dias de hoje.
Quando aborda a corrupção desenfreada que havia no Brasil naquela época, se esquecermos a data da matéria, podemos pensar que estamos lendo um jornal dos dias atuais em que a "petralhada" a "cumpanherada" tem um único objetivo:
ROUBAR O MÁXIMO QUE FOR POSSÍVEL, NO MENOR  TEMPO  - como aves da rapina que são percebem que a oportunidade do "ENRIQUEÇA DEPRESSA" está chegando ao fim.]
 

OS LÍDERES DA classe média brasileira, armados com as montanhas de provas reunidas por seus investigadores, puseram-se então a agir. Sua missão: despertar seus tolerantes e cordiais patrícios, cujas condescendentes atitudes políticas eram resumidas muito freqüentemente na frase: “Está certo, êle é comunista, mas é uma boa praça!”


Os anticomunistas organizaram dossiês sôbre os chefes comunistas e seus colaboradores, dentro e fora do Govêrno, e distribuíram-nos largamente entre os líderes da resistência e os jornais. Êles visavam principalmente à crescente classe assalariada do país, a grande sofredora com a galopante inflação. Diretores de organizações comerciais e de fábricas convocavam reuniões regulares dos empregados, discutiam o significado oculto dos acontecimentos correntes, davam-lhes panfletos. Um livrinho barato, escrito por André Gama, dono de uma pequena fábrica de Petrópolis, e intitulado “Nossos Males e Seus Remédios”, teve uma circulação superior a um milhão de exemplares. Outro documento, escrito em linguagem simples, explicava como o sistema democrático funciona melhor do que outro qualquer, detalhava as tragédias da Hungria e de Cuba, e avisava: “Está acontecendo aqui!”



A distribuição dêsse e de outros materiais anticomunistas a princípio foi clandestina, depois tornou-se ostensiva. Os lojistas punham os folhetos denunciadores dentro de embrulhos e sacos de compras. Os ascensoristas davam-nos a passageiros que se queixavam da situação. Os barbeiros punham-nos dentro das revistas que eram lidas pelos fregueses que esperavam a vez. Um tipógrafo do Rio imprimiu secretamente 50.000 cartazes com caricaturas de Fidel Castro fustigando seu povo e a legenda: “Você quer viver sob a chibata dos comunistas?” A noite mandou vários ajudantes colocá-los em lugares públicos.

 

Os contra-revolucionários da classe média do Brasil pagavam pelo tempo no rádio e na televisão para divulgarem suas revelações. Quando a pressão do Govêrno fechou muitas estações de rádio e TV a todos menos aos mais radicais propagandistas, êles formaram sua própria “Rêde da Democracia” de mais de 100 estações em todo o Brasil. De outubro de 1963 até à revolução, as estações dessa rêde, organizada por João Calmon, diretor dos Diários Associados, iam para o ar na mesma hora em que o esquerdista Leonel Brizola arengava ao público. (Detido após a revolução e perguntado por que falhara o golpe vermelho, o General Assis Brasil, o esquerdista Chefe do Gabinete Militar do Presidente Goulart, deixou escapar: “Aquela desgraçada rêde de rádio e TV, assustando a opinião pública e provocando todas aquelas marchas de mulheres!”)


Os investigadores não descobriram apenas o que tinha acontecido, mas também o que estava para acontecer. Adotando as táticas dos próprios vermelhos, trabalhadores infiltravam-se nos altos conselhos dos sindicatos trabalhistas, fingindo-se comunistas, mas denunciando regularmente as maquinações vermelhas. Repetidas vêzes os planos dos vermelhos foram desmantelados, quando oradores e escritores da oposição iam para a imprensa e para o rádio revelar o que se preparava. Certa feita, os vermelhos estavam discretamente reunindo 5.000 pessoas para uma viagem a Brasília, numa “peregrinação espontânea” para influenciar a ação do Congresso. Quando os anticomunistas denunciaram a manobra dias antes, a “peregrinação” foi cancelada.


Uma Imprensa Destemida


OS PRINCIPAIS jornais brasileiros cedo entraram na luta. Comunicando regularmente as descobertas dos grupos de resistência e mantendo por conta própria cerrada fuzilaria editorial, destacavam-se os dois mais influentes jornais do Rio, O Globo e o Jornal do Brasil, bem como O Estado de São Paulo, da capital paulista, e o Correio do Povo, o mais antigo e mais respeitado jornal independente do Rio Grande do Sul.


Por seu destemor, os jornais brasileiros pagaram pesado preço em matéria de perseguição pelo Govêrno. Quando João Calmon publicou uma revelação comprometedora de quanta inverdade havia no pretenso interêsse de Leonel Brizola pela reforma agrária — sendo o próprio Brizola interessado em terras — êste tentou silenciá-lo mandando executar a hipoteca de empréstimos feitos aos Diários Associados pelo Banco do Brasil. Para manter a cadeia funcionando, anunciantes brasileiros prontamente pagaram adiantadamente seus contratos de 12 meses, adiando assim o fechamento.


Por publicar uma narração corajosa e reveladora do que viu durante uma visita que fez à Russia em 1963, o dono do Jornal do Brasil, M. F. do Nascimento Brito, viu seu jornal incorrer nas iras do Govêrno, que mais tarde, no dia 31 de março, ordenou a sua invasão por elementos do Corpo de Fuzileiros Navais.


Feminina e Formidável


MAS É ÀS mulheres do Brasil que cabe uma enorme parcela de crédito pela aniquilação da planejada conquista vermelha. Em escala sem paralelo, na história da América Latina, donas de casa lançaram-se à luta aos milhares, fazendo mais para alertar o país para o perigo do que outra força qualquer. “Sem as mulheres”, diz um líder de classe média da contra-revolução, “nunca teríamos podido sustar a tempo o mergulho do Brasil em direção à ditadura. Muitos dos nossos grupos de homens tinham de trabalhar disfarçadamente, mas as mulheres trabalharam às claras... e como trabalharam!”


A vela de ignição e a fôrça propulsora do levante das mulheres foi uma minúscula amostra de 45 quilos de energia feminina: Dona Amélia Molina Bastos, do Rio, ex-professôra primária, de 59 anos de idade, espôsa de um general reformado do corpo médico do Exército. Ela ouviu uma noite, em meados de 1962, seu marido e alguns líderes anticomunistas discutirem desanimados a ameaça que se agigantava. “Sùbitamente concluí que a política se havia tornado demasiado importante para ser deixada inteiramente nas mãos dos homens.”


No dia seguinte — 12 de junho —, Dona Amélia convidou a sua casa várias amigas e vizinhas. Com fogo nos olhos, ela perguntou: — Quem tem mais a perder com o que está acontecendo no nosso país do que nós mulheres? Quem está pagando as contas do armazém cada vez mais altas por causa da inflação? Quem está vendo, sem nada poder fazer, as nossas economias, cuidadosamente acumuladas, destinadas à educação de um filho ou filha, minguarem ao ponto de não darem sequer para comprar uma roupinha de verão para criança? E de quem será o futuro que desaparecerá senão o de nossos filhos e netos, se a política radical do Govêrno levar a nossa pátria ao domínio comunista?



Naquela mesma noite foi formado o primeiro centro da CAMDE (Campanha da Mulher Pela Democracia). E no dia seguinte, com 30 donas de casa mobilizadas, Dona Amélia foi aos jornais do Rio pedir atenção para seu protesto contra a nomeação por Goulart de seu avermelhado primeiro-ministro. Em O Globo, disseram-lhe: “O protesto de 30 mulheres não quer dizer muita coisa. Mas se a senhora puder marchar até aqui com 500 mulheres...” Pegando no telefone, Dona Amélia e seu nascente grupo reuniram as 500 mulheres, e dois dias depois se apresentaram a Roberto Marinho, diretor do jornal e o fato mereceu manchetes de primeira página. O protesto não sustou a nomeação, mas estabeleceu o poder das mulheres para influenciar a opinião pública.

 

A “Corrente de Simpatia”


QUANDO a sala de estar de Dona Amélia não mais pôde acomodar tôdas as donas de casa ansiosas por tomar parte na CAMDE, ela mudou suas reuniões para salões paroquiais de igrejas, formou dezenas de outras pequenas “células” em casas de família. Cada mulher que comparecia era encarregada de organizar outra reunião, com 10 de suas amigas; por sua vez estas tinham de recrutar outras. Para financiar suas atividades, elas economizavam nos orçamentos domésticos e pediam ajuda às amigas com posses.  

As mulheres da CAMDE insistiam em ação. Formavam comícios de protesto público; ficavam horas diàriamente ao telefone; escreviam cartas (certa vez, mais de 30.000) a congressistas para “assumirem posição firme em prol da democracia”. Pressionavam firmas comerciais para que tirassem sua publicidade do jornal Última Hora, punham anúncios em jornais avisando sobre suas reuniões, apareciam em comícios públicos para discutir com esquerdistas e desafiar os agitadores, distribuíam milhões de circulares e livretos preparados pelas organizações democráticas denunciando o namoro do Governo com os vermelhos.


Além disso, produziam literatura própria, especialmente orientada no sentido das preocupações femininas; mais de 200.000 exemplares só de um trabalho, descrevendo o que as mulheres podiam fazer, foram distribuídos pela CAMDE às suas sócias, cada uma devendo tirar cinco cópias e mandá-las a possíveis candidatas a sócias. Quando o diretor esquerdista dos Correios e Telégrafos vedou a distribuição de mensagens e publicações da CAMDE, Dona Amelinha organizou uma fôrça de “senhoras estafetas” para entregar o material de automóvel, convencendo pilotos de companhias de aviação brasileiras a transportá-lo para lugares distantes.


As donas de casa da classe média não se limitaram a seu próprio ambiente. Elas se concentraram, por exemplo, nas mulheres do sindicato dos estivadores, fortemente influenciado pelos vermelhos. “Vocês devem convencer seus maridos!”, diziam àquelas mulheres. Muitas o conseguiram, e não poucos foram os estivadores assim convertidos à democracia, comunicando depois às suas espôsas: “Não somos mais comunistas!”


O Murmúrio das Orações


MESMO NAS favelas, ponto especial de ataque da propaganda vermelha, formavam-se unidades da CAMDE. Uma delas, numa favela na Zona Sul do Rio, denominada Rocinha, nasceu do pedido de socorro de uma lavadeira a Dona Amelinha. — Este lugar aqui — disse a mulher — está cheio de comunistas. Eles dizem que querem ensinar a gente a ler e escrever, e trazem divertimentos para nós. Mas os únicos livros que usam são cartilhas cubanas, as  únicas fitas que passam são de guerrilheiros cubanos.


Imediatamente formou-se uma célula na Rocinha, centralizada na casa dessa lavadeira; organizaram-se classes de alfabetização, forneceram-se livros. E dali a pouco as mulheres da Rocinha estavam em condições de discutir com os vermelhos em seu próprio nível, dizendo aos candidatos comunistas ao Congresso e a propagandistas da União Nacional dos Estudantes: “Vão embora. Sabemos o que é que vocês estão querendo!”


Os vermelhos partiram em busca de prêsas mais fáceis.


A difusão das organizações femininas foi espetacular. Algumas tornaram-se filiais da CAMDE; outras, como a LIMDE (Liga das Mulheres Democráticas) em Belo Horizonte, possuíam identidade própria. As mulheres de Belo Horizonte, no Estado brasileiro talvez mais ferrenhamente anticomunista, eram a coragem personificada. Quando o Congresso das Uniões dos Trabalhadores da América Latina (CUTAL), dirigido pelos vermelhos, anunciou um comício a ser efetuado em Belo Horizonte, tendo como oradores principais dois organizadores comunistas vindos da Rússia, as líderes da LIMDE mandaram um recado curto ao CUTAL: “Favor ficar cientes que, quando chegar o avião trazendo êsses homens, centenas de mulheres estarão deitadas na pista!” Elas cumpriram a palavra, e o avião nunca pousou na capital mineira; em vez disso, prosseguiu para Brasília.


As mesmas mulheres realizaram demonstração igualmente eficaz em fevereiro último. Um “Congresso de Reforma Agrária” devia reunir-se em Belo Horizonte, tendo como orador principal o cunhado de Goulart. Quando o Deputado Brizola chegou ao saguão, encontrou-o tão apinhado com 3.000 mulheres que não conseguiu fazer-se ouvir acima do ruído dos rosários e do murmúrio das preces pela libertação da pátria. Saindo, Brizola viu as ruas igualmente cheias de mulheres rezando até aonde a vista podia alcançar. O Deputado Brizola foi impelido para fora de Belo Horizonte, levando no bôlso, sem o pronunciar, um dos mais violentos discursos da sua carreira. Em 12 meses, grupos assim atuaram em tôdas as cidades grandes, de Belém a Pôrto Alegre.

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