Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador San Antonio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador San Antonio. Mostrar todas as postagens

domingo, 17 de fevereiro de 2019

A quem responderá o general brasileiro no Texas

Alinhamento será posto em xeque em caso de ação militar

Quando o general brasileiro Alcides Faria Jr., hoje num comando de brigada em Ponta Grossa (PR), desembarcar no Forte San Houston, em San Antonio, no Texas, no fim de abril, para assumir suas funções de subcomandante das Forças Armadas americanas, já terão se esgotado todos os prazos dados pelos Estados Unidos para que a Venezuela aceite a remessa de alimentos e remédios enviada ao país.
Comida num país que passa fome, é comandado por um ditador e tem um governo paralelo é um ativo evidente nas mãos de quem esteja disposto derrubar o poder constituído. Como as autoridades americanas já determinaram que a questão não é se a Venezuela vai ou não aceitar mas quando, uma ação militar revestida de ajuda humanitária é um desfecho real. O cenário abre uma lista de dúvidas frente às quais o Congresso Nacional não teve a possibilidade de se confrontar porque não foi consultado e, ao contrário do americano, nem mesmo informado. Se o Pentágono enviar a ordem para o Forte San Houston, o que deverá fazer o general brasileiro? Interromperá a cadeia de comando que passou a integrar ou cumprirá as diretrizes da ação militar do Pentágono? Uma pista é saber quem pagará seu salário, mas não há nem mesmo um acordo público, ou designação já publicada no Diário Oficial, para saber se a tarefa caberá ao governo brasileiro ou americano.

Pelo prazo em que foi anunciado o engajamento do general, no 37º dia do governo Jair Bolsonaro, é provável que o convite e seu aceite tenham se dado na gestão Michel Temer. Não há registro que a cooperação tenha nascido no Ministério da Defesa onde se teme que um engajamento militar do Brasil na Venezuela aumente a pressão de refugiados em Roraima e exponha a inferioridade bélica nacional. Em 29 de setembro de 2015, um tanque blindado de mais de 50 toneladas que saíra de Campo Grande e atravessara a Amazônia, fez disparos na Serra do Tucano, próximo a Boa Vista. Exibido para o vizinho ao Norte, armado de submarinos, baterias de defesa antiaérea e caças Sukhoi, foi um ensaio de teatro amador.
Para convencer os senadores americanos de sua proposta orçamentária, o almirante americano discorreu sobre as ameaças de o Exército Islâmico vir a estabelecer vinculações com narcotraficantes latino-americanos. No governo passado, quem mais deu asas a esta tese foi o ex-ministro do gabinete de Segurança Institucional, o general Sérgio Etchegoyen.

Uma visita ao Livro Branco da Defesa Nacional, aprovado há apenas sete anos pelo Congresso Nacional, não poderia ser mais claro sobre as razões pelas quais o Brasil se mantém há 140 anos em paz com seus vizinhos. O país deve se empenhar pela multipolaridade de uma comunidade global participativa e inclusiva e atuar, no entorno sul-americano, contra posturas conflituosas e excludentes. O texto não poderia ter sido mais confrontado pelo depoimento do almirante em que foi anunciada a inédita adesão do general brasileiro ao comando do Texas. Craig Faller quer inimigos que temam os Estados Unidos. Os três maiores que citou, Rússia, China e Irã, são os mesmos que lideram as transações de petróleo por moedas alternativas ao dólar.
Como o depoimento se destinava a justificar a demanda orçamentária do Pentágono para 2020, tratava-se ali de mostrar por que está em jogo, na região, um capítulo do cerco eurasiano que ponha em xeque a moeda do país no seu quintal. Se China e Rússia operam para aumentar esse cerco aos EUA via Venezuela, como mostra o jornalista brasileiro mais enfronhado no tema, Pepe Escobar, no Asia Times, não se deveria esperar outra coisa da Defesa americana senão uma reação. A pergunta que se faz é por que o Brasil deveria ser sócio desta aventura. A barreira que se ergue na Ásia, na África e no Oriente Médio a uma ação militar na Venezuela congrega alguns dos maiores parceiros comerciais e diplomáticos brasileiros. O engajamento na ofensiva confronta os interesses comerciais brasileiros e contraria alguns dos mais estabelecidos princípios da doutrina diplomática e militar do país. Dá asas à ameaça de as grandes potências mundiais balcanizarem a América Latina disputando aliados e jogando uns contra os outros.
Até aqui, as pretensões de alinhamento do governo Jair Bolsonaro com os Estados Unidos foram lideradas pelo chanceler Ernesto Araújo, que recebeu o almirante Faller no Palácio do Itamaraty três dias depois de sua exposição aos senadores americanos do feito de engajar o Brasil à sua tropa de comando. As Forças Armadas, a despeito dos sinais de arrefecido nacionalismo, patente na abertura à venda da Embraer, por exemplo, ainda se mantinham como um anteparo às trampolinagens do chanceler.
Todos os militares da ativa e da reserva que hoje ocupam postos de comando no governo Bolsonaro foram alunos aplicados das doutrinas da defesa nacional mas a era Jair Bolsonaro no poder liberou os instintos mais primitivos. Tem comandante que faz curso nos Estados Unidos e volta com um minibroche da bandeira americana na farda. E outro que toma posse exaltando a parceria com os Estados Unidos em "três guerras", a 1ª Guerra Mundial, a 2ª, e a guerra fria.
A formalização da ida do general para o Texas demonstra que se o alinhamento não nasceu na Defesa já não encontra entre os militares a mesma resistência. Parece uma eternidade, mas há menos de cinco anos, generais brasileiros ainda recusavam convites de escolas militares. Preferiam repassá-los a civis a ver seus oficiais disputando lugar nas filas de latino-americanos fardados a esperar o ticket-alimentação das escolas.
A Guerra da Coreia, nos anos 50, costuma ser citada como o momento mais próximo de um engajamento brasileiro numa empreitada bélica americana, excluindo-se, por óbvio, os grandes conflitos mundiais. A ofensiva, feita entre os governos Eurico Gaspar Dutra e Getúlio Vargas, resultou numa mobilização espraiada por passeatas, comícios, enterros simbólicos. Entre a resistência brasileira e a pressão americana, Getúlio ficou com o povo. Para que o exemplo histórico influencie Jair Bolsonaro vale até manter em segredo que a liderança da resistência foi do Partido Comunista.
 
Maria Cristina Fernandes - Valor Econômico


 

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

EUA vivem luto por tiroteio no Texas mas Trump pede que não culpem as armas

Os Estados Unidos estavam de luto nesta segunda-feira (6), após o assassinato de 26 pessoas em uma igreja no Texas, massacre que o presidente Donald Trump pediu para não ser considerado erro da legislação das armas.  O massacre aconteceu apenas cinco semanas depois do ataque em Las Vegas, o tiroteio com o maior número de mortos registrado no país com 58 vítimas fatais, o que reativou mais uma vez o debate sobre a legislação do porte de armas nos Estados Unidos.

Donald Trump, atualmente em uma visita pela Ásia, chamou o ataque de “tiroteio assustador” e um “ato de maldade”, mas voltou a descartar que o acesso às armas nos Estados Unidos represente um problema.  “Eu penso que a saúde mental é o problema aqui. Este era – baseado em informações preliminares – um indivíduo muito perturbado”, afirmou durante uma entrevista coletiva em Tóquio, primeira escala de sua viagem à Ásia.
“Esta não é uma questão de armas”, insistiu, antes de citar um “problema de saúde mental no mais alto nível”.

As vítimas, com idades entre cinco e 72 anos, participavam do serviço religioso na Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs, uma cidade rural de cerca de 400 habitantes localizada 50 quilômetros a sudeste de San Antonio.  O atirador, identificado como Devin Kelley, de 26 anos, foi descrito pelas autoridades como um jovem branco que foi encontrado morto em seu carro após uma perseguição.  A Força Aérea informou que Kelley serviu em uma base no Novo México desde 2010, antes de ser julgado por uma corte marcial em 2012 por agredir sua esposa e filho.

Sentenciado a 12 meses de prisão, sofreu uma baixa desonrosa por má conduta, segundo indicou à AFP Ann Stefanek, porta-voz da Força Aérea.  No domingo às 11h20 locais (15h20 de Brasília), o jovem, vestido totalmente com roupas pretas, abriu fogo em frente à igreja antes de entrar no recinto e seguir atirando, afirmou Freeman Martin, diretor regional do Departamento de Segurança Pública do Texas.  “Quando deixava a igreja, um morador conseguiu pegar o fuzil e enfrentou o suspeito, que fugiu. O cidadão perseguiu então o suspeito”, indicou Martin.

Segundo o xerife Joe Tackitt falando à cadeia CBS, Kelley teria cometido suicídio durante a perseguição que se seguiu a sua fuga.  Kelley foi perseguido por dois homens em uma caminhonete quando seu carro bateu na beira da estrada e o xerife acredita que foi nesse momento que o indivíduo se suicidou com uma arma de fogo.
Um cidadão armado o viu sair da igreja depois do tiroteio e parou uma caminhonete para pedir ajuda ao motorista. “Preciso de ajuda, aquele homem atirou na igreja. Vamos segui-lo”, contou Tackitt.

– Várias armas –
Várias armas foram encontradas em seu veículo, que foi periciado por especialistas.
“Temos várias cenas de crime. Temos a igreja, a parte externa da igreja. Temos o local onde o veículo do suspeito foi encontrado”, afirmou Martin.
“A tragédia é maior por ter acontecido em uma igreja, um lugar de adoração”, declarou o governador do Texas, Greg Abbott, alertando que o número de vítimas fatais poderia aumentar.
Os feridos foram levados a vários hospitais com “ferimentos que vão de menor gravidade até muito severos”, explicou Martin.

Entre os mortos está a filha de 14 anos do pastor Frank Pomeroy, segundo indicou o líder da igreja à ABC News.
Annabelle Renee Pomeroy “era uma menina muito especial”, declarou seu pai, que não estava no momento do massacre.
Entre as vítimas, um menino de seis anos chamado Rylan passava por uma cirurgia após receber quatro tiros, informou seu tio à CBS News. Outro menino de dois anos também foi ferido, de acordo com um jornal local.

– “Apoio total” –
Favorável ao porte de armas de fogo, Trump não se arriscou nesta segunda-feira a debater o tema, limitando-se a prometer “total apoio” de seu governo ao “grande estado do Texas e a todas as autoridades locais que investigam este crime horrível”.
“Estamos com o coração partido. Nos reunimos, unimos nossas forças (…) Através das lágrimas e nossa tristeza permanecemos fortes”, disse o presidente em Tóquio.
“Nos faltam palavras para expressar a pena e a dor que sentimos”, completou.
Mais cedo, já havia se manifestado pelo Twitter: “Que Deus esteja com o povo de Sutherland Springs, Texas. O FBI & agências da lei estão na cena. Estou monitorando a situação do Japão”.

Como em tiroteios anteriores, os democratas renovaram os pedidos por um controle e uma legislação das armas de fogo, uma tema complexo em um país que considera quase sagrado o direito ao porte de armas. Denunciando um “ato de ódio”, o ex-presidente Barack Obama declarou: “Que Deus conceda a todos nós a sabedoria para perguntar que medidas concretas podemos tomar para reduzir a violência e as armas entre nós”. [tudo indica que há entre Lula e Obama um parentesco; 
percebam que ambos agem de forma indigna: 
Lula aproveitou o enterro de sua falecida mulher, dona Marisa, para fazer política inclusive acusando-a da prática de atos ilícitos cometidos por ele;
- o 'cara' seu amigo dos Estados Unidos aproveita a tragédia do Texas para fazer política a favor do desarmamento.]
 
Em 1º de outubro, os Estados Unidos tiveram o pior tiroteio de sua história recente, quando o aposentado Stephen Paddock de 64 anos atirou a esmo de um quarto de hotel de Las Vegas, Nevada. Matou 58 pessoas e feriu cerca de 550 das 22 mil que assistiam a um show de música country ao ar livre.
O tiroteio no Texas não foi o primeiro em um templo religioso. Em junho de 2015, Dylann Roof, um supremacista branco, matou nove pessoas na igreja de Emanuel, em Charleston (Carolina do Sul), símbolo da luta dos negros contra a escravidão. Em janeiro deste ano, ele foi condenado à pena de morte em janeiro.

Transcrito de: AFP