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sábado, 18 de setembro de 2021

‘Ela confiou nos amigos’, diz irmão de brasileira morta nos EUA

Lenilda dos Santos largou vida como enfermeira para ajudar a pagar a faculdade das filhas no Brasil; ela morreu de fome e sede na travessia da fronteira

A brasileira Lenilda dos Santos, que morreu durante a travessia ilegal entre o México e os Estados Unidos, sabia do perigo de atravessar o deserto, mas decidiu arriscar-se para conseguir uma vida melhor e ajudar a pagar os estudos das filhas. Segundo a família da enfermeira, seu maior erro foi ter confiado demais nos companheiros de viagem.

A mulher de 50 anos foi encontrada morta na última quarta-feira 15 no deserto de Deming, no Novo México. Natural de Vale do Paraíso, em Rondônia, ela tentava entrar ilegalmente em território americano, mas foi abandonada pelo grupo com que atravessava a fronteira e não resistiu à fome e à sede. Lenilda tinha duas filhas, de 24 e 29 anos. “Ela trabalhava como enfermeira, mas preferiu largar tudo e tentar a vida como faxineira nos Estados Unidos”, diz Leci Pereira, irmão da brasileira. “A situação no Brasil estava muito difícil e ela queria terminar de pagar a faculdade das filhas”.

Lenilda iniciou a viagem acompanhada de três amigos de infância e um coiote. Na terça-feira 7, após horas caminhando depois cruzar a fronteira americana, a mulher sentiu-se mal diante do calor e do sol forte e percebeu que não conseguiria mais continuar. O restante do grupo decidiu seguir, mas prometeu voltar para resgatá-la – o que nunca fizeram. Apesar da fraqueza, Lenilda ainda conseguiu usar seu celular para mandar mensagens de áudio aos familiares no Brasil e nos Estados Unidos contando o que havia acontecido. Os parentes imediatamente contataram a polícia fronteiriça americana, que iniciou as buscas. Seu corpo só foi encontrado mais de uma semana depois e identificado por meio dos documentos que ela carregava em uma pochete amarrada ao corpo.

Leci afirma que entrou em contato com os três amigos de Lenilda, que conseguiram chegar bem ao seu destino Estados Unidos, e que eles tentaram se desculpar. “Eles assumiram que erraram e pediram desculpas, mas arrependimento não vai resolver nada”, diz. “Ela sabia do perigo da travessia, mas confiou que os amigos a protegeriam e dariam todo suporte que ela precisasse”.

“Ainda não conseguimos acreditar que eles fizeram isso com ela”, lamenta Leci. "Não se abandona nem um animal, imagina uma pessoa”.

Lenilda dos Santos
Lenilda dos Santos vestia uma roupa camuflada para dificultar a visão da polícia. A escolha desse tipo de vestimenta é comum entre imigrantes ilegais Arquivo pessoal/Reprodução

A localização da brasileira foi difícil de ser descoberta, pois ela estava numa região ampla de deserto e vestia uma roupa camuflada. A patrulha americana havia desistido das buscas após cerca de cinco dias, mas voltaram a procurar por Lenilda quando receberam os áudios enviados por ela à família. O corpo passa atualmente por perícia. A família aguarda o resultado dos exames para iniciar o transporte para o Brasil.

Mundo - Revista VEJA

 

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

“Matar ou morrer” é o dilema de Bolsonaro - Sérgio Alves de Oliveira




Vai ser preciso um pouquinho de paciência para ler e  perceber que a introdução desse texto relativa a um  filme  “bang-bang” que marcou época  tem muito a ver com as  pressões que estão sendo desencadeadas pela oposição política e ideológica, reforçada  pelos seus  idiotas úteis, para derrubar o Presidente Jair Bolsonaro, democraticamente eleito e  recém iniciando o seu governo.

Os protestos  contra o Governo Bolsonaro ,eclodidos em todo o país, passaram de todos os limites da razoabilidade, com os  estúpidos manifestantes “cobrando” do novo governo, empossado há  pouco mais de 10 meses, as nefastas consequências dos   desgovernos brasileiros instalados durante 34 anos,  de 1985 a 2018,  tempo todo esse em que nada “cobraram”, ou seja ,uma “dívida” acumulada  que não foi causada por esse  Governo, e sim por  outros, que “quebraram o país”, pelos aspectos morais, políticos, econômicos e sociais. No tempo em que as produções cinematográficas de Hollywood  tinham  enredos com  início, meio e fim, grandes clássicos foram produzidos, muitos dos quais considerados até hoje  os melhores.
                                                   
Um desses clássicos foi o “western MATAR OU MORRER, de 1952, dirigido por Fred Zinnemann,  considerado um dos melhores  de todos os tempos, estrelado   pelo “mocinho” Gary Cooper, fazendo o papel  do xerife  Will Kane, da pequena cidade de Hadleyville, Novo México - e que lhe valeu o “Oscar” de “melhor Ator”-  e a religiosa Amy Fowler, interpretada pela atriz  Grace Kelly.

Resumidamente, o enredo desse filme  trata da cerimônia de casamento  na Igreja  local do xerife  Kane com Amy, durante o qual o noivo  recebe um telegrama dando notícia  que Frank Miller, um temido fora da lei , que Kane havia prendido algum tempo atrás, foi solto e  estava chegando  dentro de uma hora ,  no trem da “onze” ,disposto a vingar-se dele, contando com a cumplicidade  de três outros bandoleiros comparsas.

O xerife  acabara  de entregar a estrela da sua autoridade  em  Hadleyville, e iria viajar com a  sua mulher  em   lua-de-mel”. Mas de repente teve uma crise de consciência e resolveu ficar, não se acovardando com a chegada dos quatro bandidos. E mandou a mulher embarcar. Mas equivocadamente prevendo que iria encontrar na comunidade local  gente  solidária com  a sua “causa”, disposta a ajudá-lo  a  enfrentar os bandidos que estavam chegando, para sua surpresa  todos “correram da briga”, inclusive o juiz local que fugiu e ninguém mais o viu.

A grandiosidade da “moral” desse filme reside na idéia de que só pode surgir o mito do  “herói” individual num ambiente de  “falência do coletivo”, de covardia da comunidade. Numa sociedade que prima pelos valores mais altos da dignidade, não há lugar e nem é preciso  o surgimento de heróis. A própria sociedade incorpora em si  e desempenha a figura do “herói”, dispensando o “individual”. Procurando fazer uma analogia entre o enredo do filme “Matar ou Morrer”, e a situação do Governo Bolsonaro frente às suas violentas oposições, não há como fugir da conclusão sobre a espantosa semelhança da situação do Xerife Kane frente aos 4 bandidos que queriam matá-lo, e a de Bolsonaro face à sua furiosa oposição, tendo como palco  uma sociedade omissa e acovardada,  que a tudo assiste de camarote  a nada faz de efetivo para ajudá-lo a combater essa “praga” política  que  desgraça  o Brasil desde 1985.

Mas Bolsonaro também não tem o direito de se acovardar.  Só ele tem todas as armas capazes de vencer o boicote escancarado que estão fazendo a seu governo. E essas armas que ele tem na mão  para defender-se  não são armas de fogo, nem os militares  que estão à sua volta,, porém a “caneta” , que pode ser até a “bic” que ele usa. Desse modo tenho um “tsunami” de verdade  para sugerir ao Presidente ,livrando-o  do maldito “bombardeio”  da sua oposição politica. Bastaria ele ouvir os órgãos governamentais e de segurança nacional competentes e, caso aprovassem essa medida, nos exatos termos da Constituição,  mandasse  redigir  e assinasse  sem titubear um DECRETO de “ESTADO DE SÍTIO/INTERVENÇÃO”, cada  qual  com objetivos diferentes dentro dos seus limites.

Tudo leva a crer que essa  seria a única maneira do Governo Bolsonaro “NÃO MORRER”, já que ele não tem contado com o apoio que seria de se esperar da maioria da sociedade brasileira que votou nele na busca de  mudanças ,mas que  na hora “h” se omite de participar ativamente nessa empreitada, não se opondo , na medida necessária, ao mesquinho e violento boicote ao efetivo desenvolvimento econômico e social do país.


Sérgio Alves de Oliveira - farraposergio@gmail.com
Advogado e Sociólogo        




segunda-feira, 6 de novembro de 2017

EUA vivem luto por tiroteio no Texas mas Trump pede que não culpem as armas

Os Estados Unidos estavam de luto nesta segunda-feira (6), após o assassinato de 26 pessoas em uma igreja no Texas, massacre que o presidente Donald Trump pediu para não ser considerado erro da legislação das armas.  O massacre aconteceu apenas cinco semanas depois do ataque em Las Vegas, o tiroteio com o maior número de mortos registrado no país com 58 vítimas fatais, o que reativou mais uma vez o debate sobre a legislação do porte de armas nos Estados Unidos.

Donald Trump, atualmente em uma visita pela Ásia, chamou o ataque de “tiroteio assustador” e um “ato de maldade”, mas voltou a descartar que o acesso às armas nos Estados Unidos represente um problema.  “Eu penso que a saúde mental é o problema aqui. Este era – baseado em informações preliminares – um indivíduo muito perturbado”, afirmou durante uma entrevista coletiva em Tóquio, primeira escala de sua viagem à Ásia.
“Esta não é uma questão de armas”, insistiu, antes de citar um “problema de saúde mental no mais alto nível”.

As vítimas, com idades entre cinco e 72 anos, participavam do serviço religioso na Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs, uma cidade rural de cerca de 400 habitantes localizada 50 quilômetros a sudeste de San Antonio.  O atirador, identificado como Devin Kelley, de 26 anos, foi descrito pelas autoridades como um jovem branco que foi encontrado morto em seu carro após uma perseguição.  A Força Aérea informou que Kelley serviu em uma base no Novo México desde 2010, antes de ser julgado por uma corte marcial em 2012 por agredir sua esposa e filho.

Sentenciado a 12 meses de prisão, sofreu uma baixa desonrosa por má conduta, segundo indicou à AFP Ann Stefanek, porta-voz da Força Aérea.  No domingo às 11h20 locais (15h20 de Brasília), o jovem, vestido totalmente com roupas pretas, abriu fogo em frente à igreja antes de entrar no recinto e seguir atirando, afirmou Freeman Martin, diretor regional do Departamento de Segurança Pública do Texas.  “Quando deixava a igreja, um morador conseguiu pegar o fuzil e enfrentou o suspeito, que fugiu. O cidadão perseguiu então o suspeito”, indicou Martin.

Segundo o xerife Joe Tackitt falando à cadeia CBS, Kelley teria cometido suicídio durante a perseguição que se seguiu a sua fuga.  Kelley foi perseguido por dois homens em uma caminhonete quando seu carro bateu na beira da estrada e o xerife acredita que foi nesse momento que o indivíduo se suicidou com uma arma de fogo.
Um cidadão armado o viu sair da igreja depois do tiroteio e parou uma caminhonete para pedir ajuda ao motorista. “Preciso de ajuda, aquele homem atirou na igreja. Vamos segui-lo”, contou Tackitt.

– Várias armas –
Várias armas foram encontradas em seu veículo, que foi periciado por especialistas.
“Temos várias cenas de crime. Temos a igreja, a parte externa da igreja. Temos o local onde o veículo do suspeito foi encontrado”, afirmou Martin.
“A tragédia é maior por ter acontecido em uma igreja, um lugar de adoração”, declarou o governador do Texas, Greg Abbott, alertando que o número de vítimas fatais poderia aumentar.
Os feridos foram levados a vários hospitais com “ferimentos que vão de menor gravidade até muito severos”, explicou Martin.

Entre os mortos está a filha de 14 anos do pastor Frank Pomeroy, segundo indicou o líder da igreja à ABC News.
Annabelle Renee Pomeroy “era uma menina muito especial”, declarou seu pai, que não estava no momento do massacre.
Entre as vítimas, um menino de seis anos chamado Rylan passava por uma cirurgia após receber quatro tiros, informou seu tio à CBS News. Outro menino de dois anos também foi ferido, de acordo com um jornal local.

– “Apoio total” –
Favorável ao porte de armas de fogo, Trump não se arriscou nesta segunda-feira a debater o tema, limitando-se a prometer “total apoio” de seu governo ao “grande estado do Texas e a todas as autoridades locais que investigam este crime horrível”.
“Estamos com o coração partido. Nos reunimos, unimos nossas forças (…) Através das lágrimas e nossa tristeza permanecemos fortes”, disse o presidente em Tóquio.
“Nos faltam palavras para expressar a pena e a dor que sentimos”, completou.
Mais cedo, já havia se manifestado pelo Twitter: “Que Deus esteja com o povo de Sutherland Springs, Texas. O FBI & agências da lei estão na cena. Estou monitorando a situação do Japão”.

Como em tiroteios anteriores, os democratas renovaram os pedidos por um controle e uma legislação das armas de fogo, uma tema complexo em um país que considera quase sagrado o direito ao porte de armas. Denunciando um “ato de ódio”, o ex-presidente Barack Obama declarou: “Que Deus conceda a todos nós a sabedoria para perguntar que medidas concretas podemos tomar para reduzir a violência e as armas entre nós”. [tudo indica que há entre Lula e Obama um parentesco; 
percebam que ambos agem de forma indigna: 
Lula aproveitou o enterro de sua falecida mulher, dona Marisa, para fazer política inclusive acusando-a da prática de atos ilícitos cometidos por ele;
- o 'cara' seu amigo dos Estados Unidos aproveita a tragédia do Texas para fazer política a favor do desarmamento.]
 
Em 1º de outubro, os Estados Unidos tiveram o pior tiroteio de sua história recente, quando o aposentado Stephen Paddock de 64 anos atirou a esmo de um quarto de hotel de Las Vegas, Nevada. Matou 58 pessoas e feriu cerca de 550 das 22 mil que assistiam a um show de música country ao ar livre.
O tiroteio no Texas não foi o primeiro em um templo religioso. Em junho de 2015, Dylann Roof, um supremacista branco, matou nove pessoas na igreja de Emanuel, em Charleston (Carolina do Sul), símbolo da luta dos negros contra a escravidão. Em janeiro deste ano, ele foi condenado à pena de morte em janeiro.

Transcrito de: AFP 

 

domingo, 3 de setembro de 2017

Se for real, bomba eleva ameaça norte-coreana; entenda riscos

Se de fato a Coreia do Norte detonou uma bomba de hidrogênio ou termonuclear, isso significa que o país comunista deixou a "segunda divisão" entre as potências nucleares para entrar na mais seleta —e mais letal— "primeira divisão".  A elite nuclear tem tanto a bomba-A (bomba atômica) como a bomba-H (bomba de hidrogênio); os "clubes" de menos destaque têm só a bomba-A. 

Os dois tipos de bomba são chamadas de nucleares porque são baseadas em propriedades físicas do núcleo dos átomos, a fissão e a fusão. Na fissão, átomos de elementos pesados (isto é, compostos de muitos átomos), como o urânio ou o plutônio, se partem, e com isso produzem muita energia. Já na fusão, acontece o contrário: átomos de um elemento leve, o hidrogênio, se fundem para criar um outro elemento, o hélio, produzindo ainda mais energia. 

Em termos militares, a bomba-A (de fissão) tem um limite na sua capacidade explosiva; já o céu é o limite para o poder destrutivo da bomba-H.  
A fusão nuclear, afinal, é a energia que alimenta as estrelas, como o Sol. 

Para se ter uma ideia da diferença, no caso das maiores bombas nucleares, a "espoleta" para sua detonação é uma bomba atômica. A explosão atômica cria a altíssima temperatura necessária para que os átomos de hidrogênio se fundam, por isso a bomba é conhecida também como "termonuclear". 

Produzir uma bomba tão sofisticada poderia ser algo que a Coreia do Norte não seria capaz, já que se trata de um país subdesenvolvido, que mal consegue alimentar sua população. Mas a ênfase no armamentismo —além das bombas, os seus "vetores", isto é, mísseis balísticos— é uma constante naquele que é provavelmente o país mais autoritário e totalitário do planeta. Logo, a dúvida persiste. 

Alcance e outras bombas
Os norte-coreanos já fizeram vários testes de mísseis balísticos. Obviamente são capazes de chegar até a Coreia do Sul ou ao Japão, países muito próximos. Estima-se hoje que poderiam atingir a base americana na ilha de Guam. No futuro próximo, talvez consigam atingir o estado americano do Havaí. Mas ainda estariam bem longe de conseguirem chegar à América do Norte. 

Apesar das dificuldades, a "primeira divisão" conseguiu criar seu arsenal nuclear em torno de meio século atrás, prova de que não é uma tecnologia tão impossível de obter no século 21. São os cinco países que eram os "grandes aliados" da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e que se tornaram os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. 

Os EUA explodiram suas primeiras bombas A e H, em 1945 e 1952. A URSS, com bom auxílio de espionagem industrial-científica, veio a seguir, explodindo sua primeira bomba-A em 1949 e a primeira bomba-H em 1953. A Grã-Bretanha fez o mesmo, respectivamente em 1952 e 1957; a China em 1964 e 1967. A primeira bomba-A francesa explodiu em 1960 e a bomba-H em 1968. 

A segunda divisão são os países que se acredita terem bombas atômicas, apesar de alguns não revelarem sua posse. A Índia explodiu uma bomba-A em 1974 e pode ter a tecnologia para uma bomba-H. Acredita-se que Israel tenha várias bombas estocadas, assim como o Paquistão. A África do Sul do apartheid chegou a cogitar em ter a bomba. Brasil e Argentina renunciaram conjuntamente a produzir armamento nuclear. [a renúncia do Brasil foi um dos erros imperdoáveis do ex-presidente Collor.]
E há países do Primeiro Mundo, por exemplo Alemanha, Canadá, Itália e Japão, com tecnologia capaz de produzir bombas, mas que se recusam politicamente a fazê-lo.
Impacto
 
O que torna diferentes as armas nucleares das convencionais é a enorme concentração de energia em um tamanho pequeno, que pode ser liberada de repente com resultados devastadores. Armas nucleares também deixam um subproduto letal por muitos anos: material radioativo causador de doenças. Radioatividade é a propriedade de certos elementos de emitirem partículas ou radiação eletromagnética como fruto da instabilidade dos seus núcleos. A primeira bomba atômica foi detonada em 16 de julho de 1945, em um teste em Alamogordo, no deserto do estado de Novo México, EUA. Ela foi resultado de um ambicioso e secreto programa americano, o Projeto Manhattan.

A primeira bomba, assim como duas outras usadas contra o Japão nas cidades de Hiroshima e Nagasaqui, tinham todas o poder explosivo de cerca de entre 15 mil a 20 mil toneladas de TNT (o explosivo convencional trinitrotolueno), ou entre 15 e 20 kilotons (ainda se debate sobre a real capacidade dessas primeiras bombas, pois a tecnologia estava nascendo). 

Para medir a capacidade explosiva de uma arma nuclear se usam os termos "kiloton" e "megaton" _ um kiloton equivale à explosão de mil toneladas de TNT; um megaton corresponde a um milhão de toneladas. As armas usadas contra o Japão são pequenas perto do que se fez depois. Cientistas calcularam que, durante os seis anos da Segunda Guerra, em todos os continentes, foram empregados o equivalente a 3.000 kilotons (ou 3 megatons) de explosivo convencional. 

Os EUA testaram em1954 no mar em torno da ilha Bikini, no oceano Pacífico, uma bomba de hidrogênio de 15 megatons _ isto é, 15 milhões de toneladas de TNT, uma bomba entre 750 a 1.000 vezes mais potente que as lançadas contra o Japão. Mais de 2.000 armas nucleares foram testadas desde 1945 até hoje. Os EUA e URSS construíram durante a Guerra Fria um arsenal equivalente a 7.500 megatons _ isto é, suficiente para repetir a Segunda Guerra por 2.500 vezes.
Não é o tipo de poder que o mundo gostaria de ver nas mãos dos ditadores da Coreia do Norte. 

Fonte: Folha de S. Paulo/UOL 


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Funcionária ligada ao uso de tortura será vice-diretora da CIA

Nova número dois da CIA já comandou prisão secreta e é investigada por tortura

Atual vice-diretora, Gina Haspel dirigiu centro clandestino na Tailândia após o 11 de Setembro  

[o combate exitoso ao terrorismo na maior parte das vezes exige rapidez na obtenção de informações, o que só pode ser atendido mediante interrogatórios enérgicos - isso vale desde sempre e foi muito usado no Brasil durante o Governo Militar.
Confundir interrogatório enérgico com tortura é conduta típica de pessoas desinformadas ou que agem com má fé.]

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou como número dois da CIA uma ex-espiã que dirigiu uma das prisões secretas americanas na Tailândia, criada após os atentados de 11 de setembro. A indicação de Gina Haspel foi muito bem recebida no quartel general da agência, mas democratas e organizações de direitos humanos já expressaram preocupação. Investigada pelo Senado por atos de tortura a suspeitos no centro clandestino, Haspel é a primeira mulher espiã que chega ao posto de vice-diretora da instituição. 

A escolha de Trump veio depois de o presidente defender a tortura na água como um método eficaz em interrogatórios de suspeitos de terrorismo. Em uma entrevista à TV, o republicano disse que a prática “funciona” e considera retomá-la. Haspel foi nomeada chefe interina do Serviço Clandestino Nacional da CIA em 2013, mas teve de ser substituída em poucas semanas devido à sua presença em interrogatórios nos quais foram utilizadas técnicas de tortura.

Os interrogados eram dois supostos membros da al-Qaeda, Abu Zubaydah e Abd al Rahim al Nashiri, de acordo com os dados de uma investigação do Senado. Zubaydah teria sido submetido 83 vezes à técnica de tortura conhecida como "waterboard". Haspel é também apontada como responsável pela destruição das gravações, em 2005, do registro das sessões de tortura a que foram submetidos os prisioneiros detidos no centro de detenção clandestino na Tailândia.


Aos 60 anos, ela ficará sob o comando do diretor Mike Pompeo, de quem recebeu elogios:
— Gina é uma funcionária de inteligência exemplar, uma patriota com mais de 30 anos de experiência na agência. É uma comprovada líder com uma incrível capacidade de fazer as coisas e inspirar aqueles ao seu redor — disse Pompeo.

Apesar do entusiasmo manifestado pelo chefe da CIA, a vice-diretora foi criticada pela ONG Human Rights First e por senadores. — Continuamos obviamente fortemente contrários à sua nomeação — disse Raha Wala, diretora da organização. — Suas impressões digitais estão em todo o programa de tortura, para não mencionar a destruição de provas.
Os senadores democratas Ron Wyden, do Oregon, e Martin Heinrich, do Novo México, enviaram uma carta a Trump expressando suas preocupações sobre Haspel.


"Os seus antecedentes a tornam imprópria para a posição", escreveram no texto. Veterana das operações de espionagem, a nova vice-diretora entrou na CIA em 1985 e serviu em vários países do mundo, incluindo a Embaixada americana em Londres. Ela trabalhou como agente infiltrada durante a maior parte da carreira e desempenhou um papel central na implementação do programa extrajudicial dos EUA que visava a captura, prisão e interrogatórios a suspeitos de terrorismo, após os ataques de 11 de setembro de 2001.

Fonte: O Globo