[Ciro não vai ganhar eleição; sequer irá para o segundo turno - é um sem noção, e fala demais e pior, só besteira.
Até na escolha do Temer como alvo do seu novo partido - o Perda Total - Ciro fez bobagem.]
Já afirmei
aqui que poucos se deram conta de que Ciro Gomes já é o candidato do PT
à eleição presidencial de 2018. O entendimento deve ter sido celebrado
com o próprio Lula, no encontro que ambos tiveram na cadeia. Se o
pré-candidato do PDT já havia deixado isso claro na sabatina promovida
por Folha-UOL-SBT, isso se mostrou de forma ainda mais escancarada no
discurso que fez nesta terça na XXI Marcha dos Prefeitos. Ciro agregou
elementos novos — todos identificados com o petismo — à pauta que havia
esboçado naquela conversa.
[a frase adiante merece destaque; inclusive, por ser uma imagem fiel da sabedoria da maior parte dos especialistas do Brasil.
Vamos à frase:
"Ciro é mais afinado com a linha Dilma: é um verdadeiro especialista em tudo aquilo que ignora." ]
[a frase adiante merece destaque; inclusive, por ser uma imagem fiel da sabedoria da maior parte dos especialistas do Brasil.
Vamos à frase:
"Ciro é mais afinado com a linha Dilma: é um verdadeiro especialista em tudo aquilo que ignora." ]
Só para
lembrar: na tal sabatina, havia afirmado que, se eleito, porá fim ao
teto de gastos e reverterá a reforma trabalhista. Também deixou claro
não ver a necessidade de uma reforma da Previdência. Segundo ele, o
sistema como um todo ate dá um “tiquinho” de superavit. Afinou também o
seu vocabulário com o petismo influente: tais medidas fariam parte do
que chamou de “agenda golpista”. Nesta
terça, ele juntou outros itens da pauta dos companheiros à sua
plataforma conhecida, que foi reiterada. Deixou claro que pretende ainda
fazer o marco regulatório do pré-sal voltar a seu padrão anterior,
criticou o fato de o preço dos combustíveis variar de acordo o preço do
petróleo no mercado internacional e, ora vejam, fez críticas ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário. E críticas, note-se, que, em
si, estão corretas. A questão é saber a que propósito se destinam.
Afirmou o pré-candidato do PDT: “Hoje, o Congresso Nacional é
desmoralizado; o poder federal, desmoralizado; a autoridade política,
desmoralizada. Há uma invasão absolutamente intolerável, que tem de ser
posto um fim, de atribuições democráticas por poderes que não são
votados. O Ministério Público quer governar no lugar de todo mundo; o
Judiciário quer governar no lugar de todo mundo”.
Sim,
senhores, eu concordo com essa afirmação. Ela deveria, diga-se, estar na
boca também dos candidatos que estão à direita de Ciro e do petismo…
Mas, ora vejam!, não está. Ao contrário: expoentes do centro, da
centro-direita, dos liberais — ou, para ser genérico, do antiesquerdismo
— prestam é reverência essas forças, a exemplo do que fez João Doria,
candidato do PSDB ao governo de São Paulo, que comandou uma homenagem a
Sergio Moro em Nova York por intermédio do Lide, uma associação que
reúne empresários de diversos ramos.
E, mais uma vez, o candidato do PDT, que já fala como quem incorporou a agenda petista, mandou ver: “’Eu eleito, é a certeza de revogação
dessa agenda. Por exemplo, será revogada a entrega do petróleo do
pré-sal aos estrangeiros. Será revogada toda e qualquer tentativa de
internacionalização da Embraer. Será proposta a revogação, e substituída
por uma nova regra mais moderna e minimamente séria, dessa selvageria a
que eles deram o nome de reforma trabalhista”.
E foi adiante:
“Nos seis primeiros meses, vou precisar
que as reuniões com prefeitos sejam quinzenais. Pretendo propor um novo
projeto nacional de desenvolvimento que vai começar por enfrentar três
gravíssimos obstáculos: o explosivo endividamento das famílias, a
dependência de importados e o colapso fiscal por conta da Emenda
Constitucional 95″.
Dizer o
quê? O colapso fiscal deriva do fato de o governo gastar mais do que
arrecada, não de haver um teto de gastos. Assim, a Emenda Constitucional
95 só existe porque os gastos estavam fora do controle; trata-se de uma
medida de correção do mal, não é o mal. E como se Ciro dissesse que um
paciente infectado por bactérias potencialmente letais deve se manter
longe dos antibióticos porque estes sempre provocam efeitos colaterais. [Ciro pode até não ter dito tal frase, mas com certeza pensa assim;
ele e FHC tem o mesmo raciocínio, tanto que o sociólogo estimulou a privatização das ferrovias (na verdade foi uma redução acentuada da utilização = na prática, desativação) para obter o fantástico resultado transportar combustível fóssil em veículos que utilizam combustível fóssil.]
De resto, não tenho a menor ideia do que ele chama de “dependência de
importados”, mas sei o que alguns espertos costumam recomendar quando
constatam esse suposto mal: uma política de substituição de importações,
que vira o paraíso do nativismo empresarial incompetente.
O
pré-candidato do PDT aproveitou ainda para atacar a pré-candidatura de
Henrique Meirelles pelo MDB. Segundo disse, o ex-ministro está
comprometendo a sua biografia o se apresentar como o porta-voz de uma
agenda “antipovo, antipobre e antinacional imposta por seu chefe”.
Fazia, obviamente, uma referência ao presidente Michel Temer. Ou por
outra: Ciro escolheu até o alvo preferencial do PT na disputa: Temer.