Justiça perversa
Até a ditadura militar foi mais branda com Lula
[infelizmente, tanto a Justiça Militar quanto o Governo Militar, foram brancos com os terroristas daquela época - tivessem sido mais enérgicos, muitos dos ladrões do MENSALÃO - PT e PETROLÃO - PT, teriam sido neutralizados e a roubalheira não teria ocorrido - para ficar só em dois exemplos: milhares de pessoas não teriam morrido nas portas dos hospitais por falta de atendimento médico e milhares de vidas não teriam sido ceifadas em nossas estradas devido o assalto aos cofres públicos.
Da mesma forma, quando o presidiário Lula foi liberado para comparecer ao enterro de sua mãe, ele era apenas um agitador profissional e não havia sido condenado (aliás, naquela época o maior crime de Lula era trair seus companheiros metalúrgicos, de manhã os insuflava contra os patrões, à tarde fazer um relatório para o delegado Romeu Tuma e no cair da noite bebia whisky com os patrões da Fiesp.)
Mesmo assim, muitos concordam que se naquela época ele tivesse sido neutralizado a roubalheira não teria chegado ao níveis que chegou.]
Era uma questão humanitária e também de boa vontade, o que não faltou nem à ditadura militar de 64 quando Lula, preso em maio de 1980 por ter liderado greves de metalúrgicos no ABC paulista, ainda assim foi autorizado a comparecer ao velório de sua mãe. A Lei de Execução Penal não obriga, mas prevê no seu artigo 120 que os condenados poderão obter permissão para sair do local onde estão presos, sob escolta, em razão de “falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.“A ordem jurídica é, por sua natureza, sistêmica. Os direitos, nessa perspectiva, encontram limitações recíprocas”, escreveu a juíza. “E, por vezes, a mitigação de alguns dos aspectos de determinado interesse legitimamente tutelado é justificada”.
No final de dezembro último, Lula quis ir ao enterro em Brasília do seu amigo e ex-deputado federal Sigmaringa Seixas. O juiz plantonista Vicente de Paula Ataíde Júnior negou, argumentando que isso só seria possível em caso de cônjuge, filho ou irmão. Agora sob o comando do ex-juiz Sérgio Moro, ministro da Justiça, a Policia Federal alegou que não tinha condições de garantir a segurança de Lula, pois a presença dele no velório atrairia um grande número de petistas interessados em se aproximar dele.
De resto, segundo informou, sua frota de helicópteros está ocupada com o resgate de corpos da tragédia de Brumadinho, e o único avião disponível levaria muito tempo para voar de onde está até Curitiba e, de lá, a São Paulo. Lula acabaria perdendo o enterro. [será que alguém cogita em interromper as buscas em Brumadinho para levar um bandido para fazer comício no enterro de um irmão?]
Pura perversidade! Quando Moro mandou prender Lula e ele resistiu dois dias a se entregar sob a proteção de milhares de petistas em São Bernardo, a Polícia Federal foi lá buscá-lo. Estava pronta para levá-lo para Curitiba por bem ou por mal, do jeito que fosse.
Quanto a falta de meio de transporte, o PT se ofereceu para fretar um avião que conduziria apenas Lula e agentes federais. [alguma autoridade policial aceitaria transportar Marcola, ou Beira Mar, ou Elias Maluco, para o enterro de um irmão, em avião fretado pelo preso?
O presidente da República em exercício, o general Hamilton Mourão, deve ter ficado chocado com a decisão da juíza Lebbos. Na tarde de ontem, ele disse que se tratava de “uma questão humanitária” a ida de Lula ao velório: “Eu já perdi um irmão e sei o que é isso”. [Bolsonaro, felizmente já aprendeu a não opinar sobre assuntos que não lhe dizem respeito;
Deposto pelo golpe de 64, preso na Ilha de Fernando Noronha, ao ex-governador Miguel Arraes, de Pernambuco, foi permitido comparecer ao casamento de sua filha mais velha. A cerimônia ocorreu na Base Aérea do Recife. Só os padrinhos puderam estar presentes. Terminada a cerimônia, Arraes foi devolvido à ilha. A filha dele, Ana Arraes, é hoje ministra do Tribunal de Contas da União. O filho dela, Eduardo Campos, governou Pernambuco, foi candidato a presidente da República em 2014 e morreu em um acidente aéreo.