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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Crise na oposição e paz na base: Bolsonaro vive dias de glória na política

Enquanto destrava a sua pauta com aliados no comando do Congresso, presidente vê a esquerda, o PSDB, Maia e Moro enfrentarem momentos de tormenta

[PSDB, por ser um partido, uma pessoa jurídica, ainda pode se adaptar - especialmente se descarregar o Joãozinho;
Já o deputado e o triplo EX, perderam a função, a utilidade.] 

Na política, o presidente Jair Bolsonaro não tem tido do que reclamar neste início de ano. Além de ter emplacado os seus dois aliados nas presidências das Casas do Congresso – Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado –, ele vê os seus rivais políticos talvez em seus piores momentos desde que ele chegou ao poder.

A começar do desafeto Rodrigo Maia (DEM-MG), a quem Bolsonaro acusa – sem muita razão — de ter travado o andamento de seu governo durante os dois últimos anos em que presidiu a Câmara. O rival saiu muito menor da eleição para a sua sucessão e, de quebra, virou pivô de uma crise no próprio partido que deve ter colocado fim a sua trajetória na sigla. Está agora à procura de uma nova legenda no complexo xadrez que se desenha para 2022.

Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que também saiu derrotado na eleição para a Câmara – apoiava Baleia Rossi (MDB-SP) –, agora se vê fustigado dentro do seu próprio partido, questionado por sua estratégia de forçar o controle da legenda e pavimentar assim a sua candidatura presidencial. Recebeu críticas de Aécio Neves (PSDB-MG), que volta a se movimentar com força internamente, e do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), que também nutre a pretensão de disputar o Planalto em 2022.

Bolsonaro ainda vê o projeto de frente ampla de esquerda se desmoronar com a cartada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de lançar Fernando Haddad candidato à presidência da República, enquanto ele próprio não recupera os seus direitos políticos na Justiça, algo que parece muito difícil. Antigos ou prováveis aliados como PSOL, PSB, PDT e PCdoB (e até mesmo gente dentro do PT) torceram o nariz para a iniciativa, que dificulta o lançamento de uma candidatura única para enfrentar o atual presidente – que, diga-se, adoraria polarizar com um candidato do PT na eleição.

Para completar os dias de glória, Bolsonaro ainda vê o seu mais recente desafeto, o ex-ministro Sergio Moro, sofrendo derrotas contundentes na Justiça em relação ao seu comportamento quando era juiz e atuava nos processos da Operação Lava-Jato. Ver Moro em maus lençóis é importante para Bolsonaro porque o ex-aliado ainda aparece nas pesquisas como um potencial adversário na sucessão presidencial.

Enfim, Bolsonaro voa, por ora, no chamado céu de brigadeiro. Resta saber por quanto tempo e se ele próprio, como costuma fazer, não vai botar tudo a perder.[Turbulência para afetar o tranquilo voo do nosso presidente, só se for causada pelo próprio ou por algum dos ZEROS.]

VEJA - Coluna MAQUIAVEL


segunda-feira, 15 de junho de 2020

Truque renovado - Alon Feuerwerker

Análise Politica


O exercício do poder recomenda instalar fusíveis que possam ser descartados quando alguma coisa dá errado. Para preservar o comando central, e o próprio comandante. Na pandemia da Covid-19 Jair Bolsonaro ficou sem fusível para queimar. Não seria melhor para ele se hoje um ainda ministro Luiz Henrique Mandetta tivesse de responder pelos trágicos números?  Exercer e exibir poder pode ser prazeroso, mas traz custo. Aliás os maiores obstáculos e armadilhas enfrentados pelo presidente têm resultado quase sempre das decisões dele mesmo. [se o presidente Bolsonaro parar de agir de forma precipitada, a oposição se acaba e governará em céu de brigadeiro - o 'primeiro-ministro' se recolherá, os juristas que vêem inconstitucionalidade em tudo  que o presidente diz e pensa ficarão  quietos, mudos e os aplausos ao primeiro mandatário serão de toda a platéia.
A oposição no Brasil é tão incompetente, tão insignificante que Bolsonaro tem que fazer oposição a ele mesmo - e aí, vez ou outra exagera.
Só que sua natureza autoritária e seu estilo disciplinador o levam a precipitações.] Foi Bolsonaro quem decidiu chamar Sergio Moro para o ministério. Tivesse ficado em Curitiba, o ainda juiz estaria dando dor de cabeça só aos adversários do ocupante do Planalto.

Foi também Bolsonaro quem na formação do governo resolveu dar ouvidos ao canto de sereia da dita nova política. Fazer média com o eleitor-torcedor intoxicado pela antipolítica. Agora tem de consertar o avião em voo, trazendo de forma meio atabalhoada uma base capaz de evitar na Câmara dos Deputados o impeachment, ou a autorização para o processo no Supremo Tribunal Federal. Mas Bolsonaro também foi prudente, pelo menos num caso. Quando decidiu ignorar a eleição interna da corporação e nomeou um de fora da lista tríplice para procurador-geral da República. Como estaria o morador do Alvorada se o comando da PGR estivesse, como inaugurado pelo PT, sob controle da guilda dos procuradores? O risco persiste, claro, mas menor. [Optou por um sem vínculos nem com a guilda nem com o presidente = independência total; 
e nenhuma autoridade independente processará o presidente Bolsonaro, não realizará nem permitirá que interpretações criativas.]

Outra coisa arriscada: montar governo excessivamente com base em afinidade ideológica. O senso comum diz que os ideologicamente alinhados serão aliados mais fiéis. Quando o amor acaba, costuma ser o contrário. Os mais próximos no critério ideológico revelam-se os adversários mais ferozes. Desde Caim e Abel sabe-se: ódio entre irmãos é letal.
Eis minha engenharia da obra feita.

Mas talvez o principal problema do presidente resulte de um equívoco analítico: o erro na análise da conjuntura, da disposição das forças. Na identificação do inimigo mais perigoso. Enquanto Bolsonaro se dedica a infernizar a esquerda, quem lidera a operação de cerco e (tentativa de) aniquilamento contra ele são a direita e o dito centro atropelados na eleição presidencial de 2018. A esquerda está fora da linha de sucessão. E o objetivo das diversas frações dela é ganhar a eleição de 2022 surfando no desgaste do bolsonarismo. A alternativa seria confiar na tempestade perfeita em que 
1) o Tribunal Superior Eleitoral cassa a chapa Bolsonaro-Mourão, 
2) o STF referenda e 
3) no processo de liquidação do atual governo forma-se uma maioria eleitoral de esquerda. [Não é chute e sim convicção: a hipótese 1 não se realizará.
Bolsonaro está aprendendo e ainda há tempo para assumir o comando e o bolsonarismo se consolidará com BOLSONARO.]

Para a turma que pende à direita o caminho parece menos pedregoso. Poderiam por exemplo trabalhar mais firmemente o impeachment e a proposta de um governo de “união nacional” em torno do vice. Uma dificuldade dessa saída é Hamilton Mourão não parecer disposto a conspirar contra o chefe.
Diferente de recentes situações.
E tem sempre a alternativa do TSE, seguida do renovado truque de tentar a união em torno de um bolsonarismo sem Bolsonaro.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política




quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Não tem mais desculpa - Agora não há desculpa, é hora de Bolsonaro governar - O Globo



Daqui em diante cabe ao governo fazer o que dele se espera, governar

Agora vai. Aprovada a reforma da Previdência, o governo não tem mais desculpa para não decolar e voar em céu de brigadeiro. Convencidos pelas palavras do ministro da Economia, vamos ver o país criar entre um e dois milhões de vagas de trabalho nos próximos 12 meses, e a economia crescer pelo menos 3% no mesmo período. Foi o que ouvimos de Paulo Guedes quando ele apresentou a reforma no início do ano. Como a economia prevista no pacote original foi desidratada em 40%, é justo esperar resultados proporcionais, ou seja entre 600 mil e 1.2 milhão de empregos novos e crescimento no mínimo de 1,8% em um ano. 


Mas, que pena, não é bem assim. O próprio Guedes se corrigiu quando ficaram evidentes os sinais de que a reforma seria mesmo aprovada. Disse que, aliada a ela, seria fundamental desonerar a folha de pagamento das empresas aprovando um outro imposto em seu lugar, uma CPMF, por exemplo. Claro, todo mundo sabe que as empresas demitem, não contratam ou contratam menos, porque o custo da mão de obra no Brasil deve ser sempre calculado em dobro. Se uma função é remunerada com R$ 1 mil, o empresário pode separar R$ 2 mil, porque a outra metade cobrirá os impostos do trabalho. 

Segundo o ministro, há outras questões que devem ajudar a alavancar a economia, parada por insuficiência respiratória. Zerar o déficit das contas públicas é a mais urgente. Depois, nas palavras de Guedes, privatizar, privatizar e privatizar. Fazer as reformas tributária e administrativa também é urgente. Reduzir as despesas obrigatórias, carimbadas constitucionalmente, e, quem sabe mais adiante, voltar com a proposta de capitalização da Previdência, sonho do ministro inspirado no exemplo chileno. Opa, Chile? Chile, não. Melhor buscar outro exemplo. 

O fato é que a mais importante de todas as reformas, a reforma mãe, como dizia Guedes no começo do ano, foi aprovada pelo Congresso. As outras serão resultantes dessa. Daqui em diante cabe ao governo fazer o que dele se espera, governar. Se governar para valer, sujando as mãos nas suas tarefas cotidianas e exclusivas, como de um agricultor se espera unhas sujas de terra e de um pedreiro calos nas mãos, o país pode avançar, empregos podem ser gerados, a economia pode crescer. Para isso, Bolsonaro deve assumir suas obrigações imediatamente.


O presidente precisa interromper a plantação de abobrinhas para tratar das questões que afligem o país. Deve aproveitar que o caixa vai engordar em R$ 800 bilhões em dez anos, e começar a trabalhar em políticas públicas e medidas que ajudem a jogar o país para frente. Se for descuidado, o resultado pode ser decepcionante. Apesar de ser desejo do governo desvincular despesas obrigatórias, dois gigantes consumidores de recursos, a educação e a saúde, que têm orçamento mínimo determinado constitucionalmente, precisam de mais dinheiro. 

Nenhuma dúvida de que os brasileiros querem mais educação, e educação de qualidade, e mais saúde, com hospitais e postos de saúde equipados e sem filas nas portas e goteiras nos tetos. Precisam de segurança melhor. Desejam um SUS mais eficiente. Exigem estradas mais seguras. Para onde você olhar, vai encontrar problemas que devem ser objeto da ação governamental, seja de modo próprio, seja viabilizando a exploração privada. O governo ainda não começou, talvez seja esta a hora, já que agora vai dispor de meios. 

Mas, para tocar uma boa pauta, Bolsonaro precisa antes se livrar de algumas amarras que o mantêm imobilizado, ou se mexendo apenas em direção da confusão. Primeiro, precisa calar a boca e segurar os dedos ágeis dos meninos. Se Flávio, Carlos e Eduardo fizerem menos barulho, melhor para Jair. Em segundo lugar, já passou da hora de dar tratamento político a questões políticas. Depois, se for inteligente, o presidente aproveita e faz uma reforma ministerial, trocando os que só conseguem somar ideologicamente por gente que pense como ele mas seja competente. Por fim, deveria arejar suas relações externas. É governar ou governar, não tem mais desculpa. [o presidente Bolsonaro começando a governar logo que volte da China, esquecendo por algum tempo os inimigos, começará a realizar as ações, missão para a qual foi eleito:
- melhorar a economia do Brasil, reduzindo o desemprego, aumentando a produção;
- com a economia melhorada o presidente Bolsonaro terá condições de promover ajustes no Brasil, incluindo as ações para neutralizar os inimigos do Brasil, que,coincidentemente,também são os inimigos do presidente e adeptos do 'quanto pior,melhor'.]

 Ascânio Seleme, jornalista - Opinião - O Globo