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sábado, 8 de julho de 2023

Tudo pelos votos - Farra das emendas para garantir a reforma tributária - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Acabou, ou quase acabou, a fritura da ministra do Turismo, Daniela Carneiro ou Daniela do Waguinho, mulher do prefeito de Belford Roxo. Ele próprio anunciou – são palavras dele – que ela “colocou” o cargo à disposição. Eu digo “palavras dele” porque o certo nem é “colocar”, mas “pôr” o cargo à disposição, já que colocar é pôr alguma coisa em determinado lugar. 
E de qualquer forma estaria errado, porque ministro sempre tem o cargo à disposição do presidente da República, ministro não precisa “colocar o cargo à disposição”, como disse o Waguinho. 
Ministro é demissível, como dizem em latim, ad nutum: na hora que der na veneta do presidente, ele manda embora
Mas a pobre Daniela está sendo fritada faz um mês e ainda vai ficar até a semana que vem; é uma coisa incrível esse apego a não sei o quê, ao protocolo, às honrarias, à celebridade... 
Deus do céu, que falta de amor-próprio, que hoje também chamam de “autoestima”, pobre do amor que virou estima.
 
Para o lugar dela estão falando – há um mês, também – de um deputado do União Brasil: Celso Sabino, do Pará. 
Não sei se ele é um grande pós-graduado, se tem doutorado em Turismo, se já viajou pelo mundo inteiro, se já subiu a Torre Eiffel, a Torre de Pisa, se já escalou o Duomo de Milão, se já passou por Florença, se já foi ao Japão, à China... não sei se ele já fez isso para saber como é o turismo nesses lugares, saber como os americanos ganham tanto dinheiro com Pato Donald, com Mickey. 
Porque aqui no Brasil há muita coisa a ser feita para atrair turistas estrangeiros acostumados com segurança, com limpeza, com organização, com bom atendimento. Temos as nossas belezas naturais, esperando por visitantes.

Enfim, Daniela fica até a semana que vem e o União Brasil ainda está discutindo quem vai, porque o União Brasil quer mandar nos ministérios, e aí existe um choquezinho com Lula.

Para conseguir reforma tributária, vale distribuir dinheiro até para a direita
Por falar em Lula, saiu a liberação de mais R$ 5,3 bilhões em emendas para deputados votarem na reforma tributária.  
Sabem quem mais recebeu emenda nesta quinta? 
O PL! O mesmo PL que estava lá discutindo com Tarcísio de Freitas, e com Jair Bolsonaro ao seu lado. Tarcísio argumentava que era preciso aprovar a reforma tributária, outros gritavam com ele, e o presidente Bolsonaro ali do lado, não sei se incomodado ou se queria se manter isento, pois Tarcísio não é do PL, mas é da mesma direita. 
O fato é que os deputados receberam um total de R$ 7,4 bilhões de emendas graças a essa votação difícil.
 
Vacina contra a dengue está testada e aprovada, mas governo não quer comprar
Nesta quinta tivemos um aniversário importante. Em 6 de julho de 1885 Louis Pasteur aplicou a vacina contra a raiva, inventada por ele, num menino que havia sido mordido por um cachorro louco; isso salvou a vida do menino. 
Faço esse registro porque não entendo que o governo brasileiro não tenha comprado uma vacina contra a dengue que está aprovada pela Anvisa. 
É uma vacina com dez anos de testes, aplicável em pessoas de 4 a 60 anos, e que imuniza contra a dengue por quatro a cinco anos. 
Está nas farmácias, está nos laboratórios, mas não está na rede pública, porque o governo não quer comprar.  
Diz que nós estamos desenvolvendo uma vacina, mas isso vai levar quanto tempo? 
Cinco anos, no mínimo? A vacina mais rápida que já saiu foi a do sarampo, que levou cinco anos (as outras são experiências, nós sabemos). Fizeram tanto barulho sobre uma vacina que não estava testada, que era experimental, emergencial, mas agora a rede pública não compra uma vacina que está supertestada. Muito estranho. [devem estar negociando a propina - lembrem-se que o Ministério da Saúde é petista e de petista nem banco de sangue escapa - ver operação sanguessuga da PF e conhecido senador petista, ex-ministro da Saúde, codinome 'drácula'.]

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Weintraub e a ‘suspenção’ das bolsas - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Com Ricardo Salles e Damares, ele compõe o triunvirato folclórico do governo 

Brasil tem que conviver com ministro que assina documento sem ler e suspende auxílio à pesquisa

[o nosso presidente Bolsoanro, infelizmente, não pode acertar todas - no caso da educação já está na segunda péssima escolha.

Mas, sempre pode corrigir - a BIC,  ou Compactor,  dele tem muita tinta.]

Num governo que fez a opção preferencial pelo folclore radical, Abraham Weintraub é um personagem inesquecível. É legítimo herdeiro do general Aurélio de Lyra Tavares, que há exatos 50 anos governava o Brasil na junta militar que empalmou o poder diante da incapacidade do presidente Costa e Silva. O doutor Weintraub pediu dinheiro ao ministro Paulo Guedes referindo-se à “suspenção” de pagamentos. Dias depois, explicou-se dizendo que assinou a carta de oito páginas sem lê-la. 

Em março de 1964, o general Lyra Tavares escreveu ao seu chefe, Humberto Castelo Branco, falando em “acessoramento”, numa carta em que meteu também um “encorage”. Como o general acabou seus dias num fardão da Academia Brasileira de Letras, o ministro da Educassão tem pouco a temer. (Quando a ditadura vivia seu período de abrandamento, era comum que panfletos e documentos militares criticassem a “distenção”.) 

Com Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Weintraub compõe o triunvirato folclórico do governo Bolsonaro. Uma cedilha a mais ou a menos não deve ser motivo para se condenar uma pessoa. Grave mesmo é que no dia em que se noticia a suspensão do pagamento de 5.613 bolsas de mestrado e doutorado, o ministro vá para vitrine escrevendo que “tem gente que acredita em Saci Pererê, em Boi Tatá e em Mula sem Cabeça; e tem gente que acredita no Datafolha”. Seu chefe manifestou o mesmo ceticismo em relação a uma pesquisa que mostrou a corrosão de sua popularidade, lembrando que tem gente que acredita em Papai Noel. Tudo bem porque qualquer fantasia é admissível para quem se vê mal numa pesquisa, inclusive a de acreditar no bom velhinho.

Ministro da Educação é outra história, sobretudo num país que precisa de pesquisadores. O Brasil que já conviveu com um ministro do Exército que escreveu “acessoramento” pode conviver com outro, na Educação, que assina sem ler um documento mencionando uma “supenção” de pagamentos. Mais difícil será conviver com um administrador que suspende todas (repetindo, todas) as novas bolsas de mestrado e doutorado do país.

Weintraub poderia abrir o debate do financiamento dessas bolsas, de sua qualidade e dos critérios que as orientam. Também poderia reconhecer a gravidade da suspenção, organizando-se para minorar seus efeitos. Nessa discussão haverá espaço para vida inteligente. É sempre bom lembrar que nos seus 21 anos de duração, a ditadura demitiu, prendeu e exilou cientistas, mas também montou uma sólida base de estímulo à pesquisa. Poucos professores foram tão patrulhados pela esquerda em 1964 quanto o reitor Zeferino Vaz, da Universidade de Brasília. A partir de 1966 ele comandou a organização da Unicamp, que está hoje entre as melhores do país. O campus da universidade leva seu nome. Deve-se a Sérgio Buarque de Holanda a distinção, na política brasileira, entre conservadorismo e atraso. Talvez Zeferino fosse conservador, mas atrasado não era. Weintraub é atrasado, só. Ele acha que existe um boi chamado Tatá. O boitatá é uma enorme serpente de fogo que protege as matas. Ricardo Salles e Bolsonaro, por exemplo, sentiram o bafo do boitatá.

Elio Gaspari, jornalista - Folha de S. Paulo /O Globo

[mantendo distância de qualquer intenção de polemizar com o ilustre articulista, apenas destaco que:
- se tratando de educação, ensino, pesquisa e saúde, qualquer restrição financeira deve ser evitada o máximo possível;
- quanto ao erro do general Lyra Tavares e do próprio Weintraub, oportuno lembrar ser voz corrente que  a quase totalidade das autoridades, quando assinam  um documento, façam apenas  uma leitura superficial, sem descer ao exame de detalhes que podem passar despercebidos. ]

 

domingo, 25 de setembro de 2016

Pressão por reajuste evidencia disparidades no setor público

Enquanto o vale-refeição pago aos funcionários do Executivo é de R$ 458 mensais, o valor chega a R$ 884 no Judiciário e a R$ 924 na Câmara e no Senado.

A guerra por salários entre servidores evidencia também disparidades que marcam as remunerações no setor público. É o caso do auxílio-alimentação, que é cerca de 100% maior no Legislativo e no Judiciário em relação ao Executivo. Enquanto o vale-refeição pago aos funcionários do Executivo é de R$ 458 mensais, o valor chega a R$ 884 no Judiciário e a R$ 924 na Câmara e no Senado.

Os servidores ainda recebem auxílio pré-escolar e auxílio à saúde, valores que reforçam a remuneração básica mês a mês e que também demonstram realidades diferentes entre os Poderes. No auxílio pré-escolar, o valor é de R$ 782 para o Legislativo, de R$ 699 para o Judiciário e de R$ 321 para funcionários do Executivo.  As disparidades se estendem aos salários básicos (sem benefícios) de algumas carreiras, como a de médico. Na Fiocruz, uma instituição de excelência em saúde pública, um médico com doutorado ganha entre R$ 4,2 mil e R$ 8,4 mil mensais por uma jornada de 20 horas.

Já um médico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), sem especificação de titulação, recebe de R$ 10,7 mil a R$ 16,1 mil pela mesma carga horária, segundo dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento. Os dados são de julho deste ano.  A negociação conduzida pelo governo agravou as discrepâncias já existentes. Ao prever a criação de um bônus de produtividade no projeto dos auditores fiscais da Receita, o governo rompeu com a equiparação que havia entre a carreira e o Tesouro Nacional, que deflagrou greve em protesto à medida.

Outras categorias, como funcionários do Banco Central e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, também passaram a reivindicar a criação de um bônus. "Não temos de comentar sobre o pedido de outras categorias", rebateu o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), Cláudio Damasceno. Entre as carreiras que já tiveram o reajuste assegurado, a avaliação é de que o governo apenas honrou o acordo firmado. "Eles já avaliavam todo o contexto político e econômico. Mas tem algumas carreiras que não aceitaram (a proposta do governo) e talvez tenham perdido a oportunidade de ganhar", disse a presidente da Associação Nacional dos Membros das Carreiras da Advocacia-Geral da União (Anajur), Joana Mello. Com o aumento, os salários iniciais da AGU passarão de R$ 17,33 mil neste ano para R$ 19,2 mil em 2017. 


Fonte: Correio Braziliense