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quarta-feira, 15 de março de 2023

Se o governo não tem nada a temer, por que não quer a CPI de 8 de janeiro? - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo - colunista 

Impedir a instalação da comissão no Congresso é o único programa de governo do PT até agora

 De todos os esforços que o governo Lula fez durante estes seus primeiros meses, poucos têm sido tão frenéticos quanto o seu ataque sem trégua para impedir a instalação de uma CPI destinada a investigar os atos de violência contra os edifícios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, em Brasília. 
É como se esse fosse o principal, ou o único, programa de governo do PT até agora. 
Não é o avanço da economia, a criação de empregos, ou o “combate afome”, ou qualquer das miragens prometidas por Lula durante a campanha eleitoral. 
Não é um projeto para construir alguma coisa; é para destruir. É, em suma, uma batalha campal na qual está valendo tudo, a começar pela compra aberta de votos de deputados e de senadores. Fique contra a CPI. Ganhe, em troca, verba pública, cargos no governo e outras esmolas gordas.

Por que será, não? Num ambiente em que houvesse um mínimo de honestidade e de determinação sincera em apurar o que realmente houve, o governo Lula deveria ser o primeiro e o mais radical defensor da CPI – não foi ele, afinal, a vítima principal do ataque “terrorista” de Brasília? 

Não era Lula que os autores dos atos de vandalismo queriam derrubar? Porque, então, essa súbita guerra contra a tentativa de esclarecer os fatos por parte do Congresso?

Nos primeiros dias, o PT, a esquerda e adjacências se lançaram a uma gritaria histérica em favor da CPI – sua ideia fixa, na ocasião, era reprimir, punir, prender e esfolar os “golpistas”
O presidente do Senado, num momento em que ficou especialmente excitado nas suas funções como despachante de Lula no Congresso, chegou a dizer que a “primeira assinatura” pedindo a CPI seria a sua. 
Hoje está entre os seus principais inimigos, da mesma forma como Lula e o PT. A neurose inicial, depois de alguns dias, foi sendo substituída pelo silêncio – não se falou mais em caçar “terroristas”, nem em investigar os fatos, nem em fazer mais nada. 
Transformou-se, hoje, em hostilidade aberta à CPI; quem é a favor da apuração é inimigo. 
A única punição que vale, no caso do 8 de janeiro, é o surto de prisões em massa comandado pelo STF e escondido do público – isso sim, uma afronta sem precedentes ao direito de defesa, ao processo penal e ao resto da legislação brasileira.
 
A desculpa do governo é uma piada: dizem que a CPI iria “tumultuar” a atmosfera política e “prejudicar as apurações”. Tumulto? Que tumulto?  
O tumulto já houve, em janeiro; o que importa é que ele seja apurado de verdade. De mais a mais, desde quando Lula e o PT se preocuparam em evitar tumulto? Sua história é fazer exatamente o contrário a última baderna que promoveram foi a alucinada “CPI da Covid”, quando passaram seis meses inteiros usando o aparelho legal e as verbas do Congresso para fazer uma grosseira campanha política contra o adversário nas eleições presidenciais de 2022. 
Não apuraram absolutamente nada; toda essa palhaçada de “CPI da Covid” não resultou, até agora, numa única ação penal.
 
Lula e o seu Sistema, na verdade, não querem a CPI do 8 de janeiro porque não querem, de jeito nenhum, que se saiba nada mais sobre os crimes cometidos no ataque aos edifícios-sede dos Três Poderes da República
Apuração, só vale uma – a do STF, que pune até quem não estava presente na cena dos ataques. Além disso, é terminantemente proibido, para o governo Lula, fazer qualquer pergunta sobre o que de fato aconteceu. De novo: por que isso? A única conclusão possível é que o governo quer esconder alguma coisa muito grave sobre os acontecimentos de Brasília. Sabem algo que o público não sabe. 
Estão querendo proteger gente que poderia se ver em dificuldades com a CPI. Se não têm nada a temer, por que estão agindo assim?

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo


domingo, 17 de julho de 2022

A Argentina e Lula - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

Sonho de Lula: um país no qual o Estado é Deus, e o máximo de pessoas deve depender do governo 

A Argentina acaba de chegar a 65% de inflação anual. Um negócio desses não é para qualquer um – coisa pior só vai se encontrar na Venezuela, ou algo assim, já no clube das economias em situação de rua e sem diagnóstico de estabilização
Não há moeda nacional; o único dinheiro que vale é o dólar, e há muito pouco dólar disponível na praça. 
O risco da Argentina, nas avaliações que medem a estabilidade econômica dos países, é maior que o da Ucrânia, com guerra e tudo. 
A dívida externa passa dos US$ 350 bilhões; ninguém sabe como se poderia pagar isso, e o país vive a ladainha das “missões do FMI”, dos “acordos com o FMI” e do “fora FMI”, coisas das quais o Brasil não ouve falar há décadas. A maioria da população não trabalha vive, e vive mal, das esmolas que o Estado argentino criou e que se tornaram o alicerce da sua “política econômica”.
 
Cada uma dessas desgraças é fruto direto do “peronismo” – um sistema político, econômico e social de enriquecimento constante do Estado e de empobrecimento também perene da população. O Estado, por este sistema, concentra o máximo da renda nacional e assume a função de distribuir para as pessoas a riqueza que arrecadou; chamam isso de “justiça social”. 
Obviamente, na hora de fazer a distribuição do que foi arrecadado, os privilegiados pelo partido político do governo se dão muito bem, e a maioria da população fica com alguma coisinha. Não apenas fica com pouco: o sistema se opõe brutalmente à ideia de que o trabalho deve ser a fonte de sustento e de eventual prosperidade para a população, e força o máximo possível de argentinos a viver na dependência do Estado. Não há economia que possa funcionar assim. 

 Cada uma dessas desgraças é fruto direto do 'peronismo' – um sistema político, econômico e social de enriquecimento constante do Estado e de empobrecimento também perene da população.  Foto: Agustin Marcarian/Reuters
 
É extraordinário, à primeira vista e diante de um fracasso tão claro, que um candidato à Presidência da República do Brasil, o ex-presidente Lula, queira fazer uma Argentina por aqui, caso seja eleito.  
É o que ele prega em público, com cara feia e voz irada; e ainda podem dar graças a Deus, porque, se reclamarem, ele vem com os “modelos” de Venezuela e de Cuba, suas paixões mais urgentes
Mas, à segunda vista, não há surpresa nenhuma. 
É esse, exatamente, o sonho de Lula para o Brasil: um país no qual o Estado é Deus, e o máximo possível de pessoas deve depender do governo para sobreviver.  
Podem ser funcionários públicos, ou empregados de estatais, ou aposentados, ou pensionistas, ou receptores de bolsas-família e outros mecanismos de doação – o que importa é que obedeçam a quem os sustenta.  
Lula já disse que a covid, que matou 600 mil brasileiros, foi uma “bênção”, porque fez o povo precisar do Estado. É o que ele quer.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 

terça-feira, 14 de julho de 2015

O PT NA VISÃO DE QUEM QUER VÊ-LO FORA DA POLÍTICA NACIONAL (*)



Caros amigos
O PT é uma rica experiência partidária, construída com sangue de traidores como Celso Daniel e as esperanças de milhões de iludidos.


Nasceu para ser diferente e enganou quase toda a nação. Nasceu para mudar o Brasil, mudou-o e quase acabou com ele. No início da sua trajetória, em 1980, adotou, falsamente, um novo modo de fazer política, usando, basicamente, a mentira que sempre existiu na política brasileira. Cresceu lutando para que os excluídos tivessem a voz dos seus ventríloquos e que entrassem no seu curral eleitoral

Promoveu uma revolução social, que, pela primeira vez, colocou a ilusão da inclusão dos mais pobres e o combate à desigualdade no centro da agenda nacional em benefício da sua imagem de partido dos pobres e aprisionou, pela fome, milhões de pessoas! 

A contribuição do PT para quebrar o país é concreta, evidente e inegável. Ninguém de boa fé pode deixar de reconhecê-la. Com o PT, a história do Brasil após o regime militar foi incomparavelmente mais desonesta e demagógica. Ao simular um novo modelo de desenvolvimento, baseado na solidariedade social e no combate à pobreza e à exclusão, o partido conseguiu manter-se no poder por mais de 12 anos, levando a população brasileira a pensar que tinha atingido um patamar inédito de dignidade e cidadania. É por isto que o PT é hoje alvo da mais indignada campanha de desmascaramento já lançada contra um partido político no Brasil!

O ódio dos brasileiros ao PT é fruto do mau-caratismo político do partido, calcado em mentiras sociais que atenderam aos interesses de seus dirigentes e que exploraram demagogicamente preconceitos seculares, provando que o PT sempre foi uma legenda pior do que as outras. É, de fato, extraordinário que uma nação marcada secularmente pela desigualdade e concentração de renda, pela dependência econômica e por sistemas políticos autoritários e excludentes, tenha acreditado que o PT iria mesmo realizar tudo o que propalou antes de chegar ao poder e nos últimos 12 anos, a começar pela mais falsa de todas as transformações, a promessa de acabar com a fome no país.

Esse novo Brasil, quebrado e falido, é o resultado de uma grande aliança, liderada pelo PT, que envolveu partidos, movimentos sociais e amplos setores do empresariado num conluio criminoso intenso e permanente.  Pela primeira vez as políticas públicas passaram a ser elaboradas com a participação dos vagabundos da cidade e do campo, das mulheres mal-amadas, dos negros acomodados, dos indígenas da FUNAI, da intelectualidade orgânica, da juventude arruaceira e alérgica aos livros, dos defensores dos direitos dos criminosos e da promiscuidade sexual e dos ecologistas do atraso em detrimento dos direitos e da vontade da maioria da sociedade, trazendo um sopro imoral e destrutivo para a vida pública.

O Brasil que, por decreto e efeito de esmolas, saiu do “Mapa da Fome” das Nações Unidas é o mesmo Brasil que se tornou uma das mais destroçadas economias globais; que dobrou a produção agrícola e se tornou um dos maiores exportadores mundiais de alimentos, apesar da caótica logística de transporte e armazenamento e de todo o apoio dado pelo partido ao “exército do stédile” para que isto não acontecesse; que está entre os primeiros na indústria aeronáutica e entre os últimos na indústria do petróleo; que tem uma das mais vulneráveis posições em termos de reservas internacionais e que deixou de ser destino de investimento do mundo desenvolvido.

O novo Brasil do PT é o que dobrou as matrículas nas universidades, adotando as cotas para os desassistidos e mal preparados “frequentadores” de suas escolas públicas; que democratizou o acesso ao crédito e garantiu aumento real e constante dos inadimplentes; que criou uma bolha de milhões de empregos fictícios, que continuou a assentar e criar centenas de favelas no campo. É o que fingiu corrigir o desequilíbrio entre as regiões e levou obras superfaturadas ao Nordeste e ao Norte do país. É o que foi capaz de fazer tudo isso roubando e promovendo a instabilidade econômica.

O novo Brasil é um país que, graças ao PT, desrespeitou a confiança de seu povo e tornou-se motivo de chacota internacional. Que passou a praticar, submetido aos interesses do Foro de São Paulo, uma política externa subalterna, voltada para assegurar o poder dos ditadores latino-americanos e caribenhos, a cooperação com os tiranos da África e a duvidosa parceria com os BRICS, com prejuízo das suas tradicionais relações com a Europa e a América do Norte.

A corrupção, tanto privada como pública, é um objetivo fundamental do PT e, por isso, tem sido incentivada e praticada em caráter permanente. Seja no âmbito municipal, estadual ou federal, ela atende a uma das práticas básicas da democracia petista, o enriquecimento ilícito de empresários, do partido e de seus dirigentes. A corrupção é um veneno moral, que degrada as pessoas e contamina a sociedade, sendo, portanto, indispensável aos interesses do partido. O PT, neste sentido, pode se orgulhar de ter promovido, nesses 12 anos, os mais significativos atos de bandidagem e de práticas criminosas, jamais vistos no Brasil.

O Congresso Nacional aprovou, nesse período, a chamada delação premiada, que a governanta Dilma Rousseff não vetou e que, hoje, é usada contra ela e o partido - bobeada ou excesso de confiança?  Reformar a Política brasileira sempre foi um compromisso programático do PT, enquanto fora do poder. Sempre sustentou que é preciso corrigir antigas e notórias distorções do sistema partidário e eleitoral, para que ele se tornasse mais ético e representativo da sociedade e mais aberto à participação cidadã. No poder, o partido acabou por adaptar-se ao sistema, passando a aperfeiçoar os comportamentos dos partidos tradicionais que tanto criticava e que, na verdade, invejava.

Dar o exemplo é o mais forte dos argumentos, na política e na vida, por isso, graças ao PT, o Brasil se tornou o campeão mundial da corrupção e, até que passe esta “lavagem a jato”, as instâncias do PT não mais aceitarão contribuições de empresas para sua sustentação. Essa foi uma decisão difícil de ser tomada por um partido acostumado à fraude, especialmente quando tem a responsabilidade de defender um projeto como o do Foro de São Paulo.  

Mas é um passo necessário, que vai diferenciar, temporariamente, o PT das estruturas viciadas que hipocritamente critica. O partido esforça-se para mudar sua aparência e continuar mudando o Brasil, sem esquecer que corrupto e cleptomaníaco não se escreve sem PT!

(*) Baseado em texto de Rui Falcão, Presidente do PT.
Por: Gen Bda Paulo Chagas – Site A Verdade Sufocada