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domingo, 14 de novembro de 2021

Cartada final para enquadrar Alcolumbre e acabar com sua carreira política

Evangélicos preparam cartada final para enquadrar Alcolumbre

Enquanto pressionam o senador, aliados de André Mendonça planejam derrotar o grupo do presidente da CCJ nas urnas em 2022 [o chamado 'grupo' do presidente da CCJ/Senado não merece sequer tal 'apelido'. É ínfimo, inclusive o irmão do senador, Josiel Alcolumbre, perdeu as eleições 2020 para prefeito de Macapá.]  

Os evangélicos andam muito irritados com o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Há três meses e meio, o senador amapaense segura a indicação do pastor presbiteriano André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), se recusando a marcar uma data para a sabatina do ex-advogado-geral da União — o que, na prática, paralisa todo o trâmite do processo, em sinal de retaliação à escolha do presidente Jair Bolsonaro. 

A postura de Alcolumbre também vem incomodando integrantes do STF (que, com um colega a menos na Corte, passaram a receber mais processos nos seus gabinetes) e provocou um apagão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que não possui quórum para se reunir, já que Alcolumbre também não marcou a sabatina de novos conselheiros. Em uma última cartada para ajudar Mendonça, lideranças evangélicas preparam uma nova estratégia para enquadrar Alcolumbre e convencê-lo a marcar a sabatina do advogado. “Está todo mundo se unindo contra o Alcolumbre, porque ele está abusando do poder dele com os colegas. Com essa postura, Alcolumbre está legislando em causa própria. Jamais imaginei que um judeu estaria contra um evangélico”, critica o líder da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), em referência à religião do senador. Em 20 de agosto, o gabinete de Cezinha pediu a Alcolumbre, por e-mail, uma visita de cortesia, da qual também participariam outros 20 lideres evangélicos do País. Quase dois meses depois, o senador ainda não enviou uma resposta. “Ele me esnobou até hoje”, reclama Cezinha.

Agora, a estratégia é aproveitar cada oportunidade para mobilizar as lideranças evangélicas — e infernizar a vida de Alcolumbre dentro do próprio Parlamento, em alto e bom som, já que a pressão nas redes sociais parece não ter surtido efeito. Parlamentares aliados de Mendonça planejam “invadir” sessões da CCJ e do plenário do Senado com faixas e fazer barulho, para forçar Alcolumbre a marcar a sabatina. O senador tentou submergir, depois que VEJA revelou que o amapaense foi artífice e beneficiário de um esquema de rachadinha que envolveu seis ex-funcionárias do gabinete do parlamentar. Outro problema no caminho de Mendonça é a PEC dos Precatórios, que também tem de passar pela comissão — e deve receber tratamento prioritário dos senadores, o que pode adiar ainda mais o desfecho da saga do ex-AGU pela vaga do STF.

Enquanto pressionam Alcolumbre nos bastidores e, agora, nos corredores — do Senado, apoiadores de Mendonça planejam derrotar o grupo político do senador nas urnas em 2022. Outrora aliado de Alcolumbre, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conversou recentemente com lideranças evangélicas para tratar da composição de chapa nas eleições do ano que vem. Randolfe planeja disputar o governo do Amapá e ter um evangélico ao lado, seja como vice ou como senador na chapa. Apesar de ter articulado nos bastidores a eleição de Alcolumbre na presidência da Casa, em 2019, Randolfe se afastou do colega e agora se encontra num campo oposto no tabuleiro político local.  “É uma questão de honra derrotar Davi Alcolumbre na urnas lá no Amapá”, resume Cezinha.

O Amapá, convém ressaltar, é um dos Estados com maior proporção de evangélicos no país (cerca de 40%). Irritá-los pode não ser das melhores estratégias de um político, principalmente se ele busca a reeleição, como Alcolumbre.

 Rafael Moura - Política - VEJA


 

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Bolsonaro pede que PM faça seu devido trabalho em protestos contra governo

Presidente pediu ação das forças de segurança estaduais e federais (Força Nacional) ''caso sejam ultrapassados os limites da lei'' ao chamar os manifestantes de ''maconheiros'' e ''marginais''

O presidente Jair Bolsonaro participou, na manhã desta sexta-feira (5/6), da inauguração do hospital de campanha de Águas Lindas de Goiás. Durante o discurso, ele sugeriu que governadores façam uso da Força Nacional. Ele pediu ainda que as outras corporações de segurança, dentre elas a Polícia Militar dos estados, ''façam o seu devido trabalho caso sejam ultrapassados os limites da lei.''
"O outro lado, que luta por democracia, que quer o governo funcionando, quer um Brasil melhor e preza por sua liberdade, que não compareçam às ruas nestes dias para que as forças de segurança, não só estaduais, bem como a nossa, federal, façam seu devido trabalho porventura estes marginais extrapolem os limites da lei"

Jair Bolsonaro


O chefe do Executivo também voltou a caracterizar manifestantes que fazem atos contra o governo como "marginais, terroristas, maconheiros e desocupados."

"Estamos assistindo agora grupos de marginais, terroristas querendo se movimentar para quebrar o Brasil. Esses marginais tiveram uma ação em SP. Esses terroristas voltaram logo depois para Curitiba e estão nos ameaçando. Agora, tenho certeza Caiado, que se vier aqui você vai tratar com a dureza da lei que eles merecem."  

Jair Bolsonaro


Manifestações no DFBolsonaro pedirá ao Distrito Federal a permissão para usar a Força Nacional nos protestos previsto para ocorrer na Esplanada dos Ministérios neste domingo (7/6).

Nessa quinta-feira (4/6), o chefe do Executivo foi ao gabinete do secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, para externar a preocupação com o movimento, e a pasta do governador Ibaneis Rocha (MDB) vai bater o martelo após reuniões nesta sexta. O GDF já avalia um esquema de segurança para as manifestações deste fim de semana. Dois encontros, hoje, definirão a estratégia.

Correio Braziliense