Vozes - Alexandre Garcia
Bolsonaro
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Vozes - Alexandre Garcia
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Rápida leitura do passado recente permitiria antever o final da operação Lava Jato. Eu fiz essa leitura, mas não aceitei, nem como hipótese, entregar minha esperança de um país lavado e enxaguado à imundice dos fatos. Não adiantou coisa alguma. Fizeram tudo outra vez.
A corrupção foi redimida na quinta-feira 27 de fevereiro de 2014. Naquele dia, valendo-se da nova composição com o ingresso do ministro Roberto Barroso, o STF, por seis votos contra cinco, acolheu recurso em embargos infringentes e decidiu – ora vejam só! – que no mensalão não houve crime de formação de quadrilha.
No mesmo dia, na capital federal, contam alguns estudiosos das ciências da natureza, a grama deixou de ser verde e choveu para cima.
O relógio dava a hora certa e o dinheiro caía pontualmente nas contas ou nos bolsos, mas as peças do relógio não conversavam entre si.
Ao acolher os embargos infringentes apresentados com essa estapafúrdia leitura dos fatos, o então decano Celso de Mello disse que “a corte não pode se deixar influenciar pelo clamor popular, nem pela pressão das multidões, sob pena de abalar direitos e garantias individuais”. Tem ouvido falar isso por aí?
Por essas e outras eu digo que Império da Lei, no Brasil, parece nome de escola de samba.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Os evangélicos andam muito irritados com o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Há três meses e meio, o senador amapaense segura a indicação do pastor presbiteriano André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), se recusando a marcar uma data para a sabatina do ex-advogado-geral da União — o que, na prática, paralisa todo o trâmite do processo, em sinal de retaliação à escolha do presidente Jair Bolsonaro.
A postura de Alcolumbre também vem incomodando integrantes do STF (que, com um colega a menos na Corte, passaram a receber mais processos nos seus gabinetes) e provocou um apagão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que não possui quórum para se reunir, já que Alcolumbre também não marcou a sabatina de novos conselheiros. Em uma última cartada para ajudar Mendonça, lideranças evangélicas preparam uma nova estratégia para enquadrar Alcolumbre e convencê-lo a marcar a sabatina do advogado. “Está todo mundo se unindo contra o Alcolumbre, porque ele está abusando do poder dele com os colegas. Com essa postura, Alcolumbre está legislando em causa própria. Jamais imaginei que um judeu estaria contra um evangélico”, critica o líder da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), em referência à religião do senador. Em 20 de agosto, o gabinete de Cezinha pediu a Alcolumbre, por e-mail, uma visita de cortesia, da qual também participariam outros 20 lideres evangélicos do País. Quase dois meses depois, o senador ainda não enviou uma resposta. “Ele me esnobou até hoje”, reclama Cezinha.
Agora, a estratégia é aproveitar cada oportunidade para mobilizar as lideranças evangélicas — e infernizar a vida de Alcolumbre dentro do próprio Parlamento, em alto e bom som, já que a pressão nas redes sociais parece não ter surtido efeito. Parlamentares aliados de Mendonça planejam “invadir” sessões da CCJ e do plenário do Senado com faixas e fazer barulho, para forçar Alcolumbre a marcar a sabatina. O senador tentou submergir, depois que VEJA revelou que o amapaense foi artífice e beneficiário de um esquema de rachadinha que envolveu seis ex-funcionárias do gabinete do parlamentar. Outro problema no caminho de Mendonça é a PEC dos Precatórios, que também tem de passar pela comissão — e deve receber tratamento prioritário dos senadores, o que pode adiar ainda mais o desfecho da saga do ex-AGU pela vaga do STF.
Enquanto pressionam Alcolumbre nos bastidores — e, agora, nos corredores — do Senado, apoiadores de Mendonça planejam derrotar o grupo político do senador nas urnas em 2022. Outrora aliado de Alcolumbre, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conversou recentemente com lideranças evangélicas para tratar da composição de chapa nas eleições do ano que vem. Randolfe planeja disputar o governo do Amapá e ter um evangélico ao lado, seja como vice ou como senador na chapa. Apesar de ter articulado nos bastidores a eleição de Alcolumbre na presidência da Casa, em 2019, Randolfe se afastou do colega e agora se encontra num campo oposto no tabuleiro político local. “É uma questão de honra derrotar Davi Alcolumbre na urnas lá no Amapá”, resume Cezinha.
O Amapá, convém ressaltar, é um dos Estados com maior proporção de evangélicos no país (cerca de 40%). Irritá-los pode não ser das melhores estratégias de um político, principalmente se ele busca a reeleição, como Alcolumbre.
No entanto, vamos saltar para 2021. Uma figura literária está sendo agredida, insultada e ameaçada todos os dias, e de boa parte do establishment político, midiático e literário só há silêncio. J. K. Rowling não chega a ser um Philip Roth, mas, mesmo assim, é uma escritora de grande importância. Ela é talvez a figura do universo cultural mais importante do Reino Unido nos últimos 20 anos. E está sendo incessantemente submetida a uma violência misógina horrível, a ataques odiosos que não seriam reproduzidos nem mesmo em uma publicação que acredita numa discussão livre e honesta como esta revista. “Se mate.” “Vou matar você, sua vadia.” “Morra, vadia.” “Essa mulher é imunda.” “Cale a boca.” “Vou encher você de porrada.” [aqui no Brasil um jornalista já desejou que o presidente Bolsonaro morresse, um outro sugeriu que o presidente se suicidasse. Nada foi feito. Sendo que a sugestão de suicídio é uma forma de indução ao suicídio - que no Brasil é crime.] Essas são as mensagens que Rowling tem recebido. Existem muitas, muitas outras, algumas bem piores.
O crime verbal de Rowling, claro, é acreditar que o sexo biológico é real
Como é possível que a autora mais vendida no Reino Unido, uma mulher considerada responsável por encorajar uma geração inteira de crianças a ler mais livros, seja submetida a uma violência tão baixa e a ameaças de assassinato e, mesmo assim, o primeiro-ministro não dizer nada? E a cena literária seguir comentando como o Hay Festival do mês passado foi divertido, fingindo não notar os milhares de pessoas xingando um de seus membros de bruxa velha e nojenta, que deveria ser forçada a fazer sexo oral em estranhos ou, ainda melhor, assassinada com uma bomba caseira? É porque a nossa é uma era de covardia moral. De corações frágeis e fracotes. Uma era em que muitos fizeram o cálculo mais covarde — “se eu não falar nada, talvez não sobre para mim”.
Claro, existem honrosas exceções. Alguns colunistas defenderam Rowling. Algumas feministas fizeram pôsteres que diziam “I Love J. K. Rowling” (um, na estação de trem de Waverley, em Edimburgo, foi retirado por ser “ofensivo”. A multidão misógina venceu mais uma vez.) Mas muitos dos chamados progressistas e liberais não disseram absolutamente nada. Ou, pior, ajudaram a aumentar a animosidade deturpada contra Rowling. A incessante estigmatização por parte de esquerdistas radicais de que qualquer mulher que questione a ideologia da transgeneridade é preconceituosa ou uma radfem — uma palavra do século 21 para “bruxa” — é a base sobre a qual boa parte desse ódio indizível por mulheres céticas como J. K. Rowling é construído.
Quando cede a uma multidão, você a torna mais poderosa, mais insaciável
De muitas formas, o silêncio da elite liberal sobre as agressões contra a autora é pior do que as agressões em si. As mensagens ameaçadoras e cheias de ódio vêm de pessoas que claramente perderam o contato com a moral, que foram tão corrompidas pelo narcisismo da política identitária e pelas desilusões do lobby transgênero que passaram a ver aqueles que questionam sua visão de mundo essencialmente como um lixo sub-humano e devem, por isso, ser humilhados ritualisticamente e excomungados da sociedade normal. Mas pessoas que ficam quietas nos mundos político e literário estão cometendo um erro moral muito maior. Porque elas sabem que o que está acontecendo é errado, e terrível, mas preferem não se manifestar porque querem evitar atrair a atenção da multidão. Assim como os algozes identitários de Rowling, elas colocam os próprios sentimentos — nesse caso, seu desejo mesquinho de uma vida sem complicações — acima de fazer o que é certo.
Elas acreditam que vão salvar a própria pele. Como estão erradas. Deveria estar claro para todo mundo a esta altura que fazer vista grossa para a maneira como as multidões descoladas se voltam contra quem pensa ou fala o que não deve não diminui a necessidade febril dessas pessoas de perseguir quem as ofende. Ao contrário, isso as incentiva. Vamos considerar a experiência da atriz Sarah Paulson. Ela vergonhosamente ficou ao lado da multidão anti-Rowling, retuitando um homem que mandou a autora “calar a boca” e a chamou de “escória completa”. Só que, longe de se proteger da fúria da multidão trans, Paulson atraiu sua atenção. Usuários do Twitter se voltaram contra ela recentemente por não incluir seus pronomes na biografia da rede social. Sério. A manchete “Sarah Paulson dá início a uma guerra no Twitter por causa da ausência de seus pronomes na bio” de fato foi publicada. “Então seus pronomes são burra/vagabunda”, “ela é uma filha da puta”, “que pessoa de merda” são algumas das mensagens que a atriz recebeu.
Sua aliança pouco solidária com a multidão sexista que persegue J. K. Rowling não a protegeu porque, quando você cede a uma multidão, você a torna mais poderosa, mais insaciável. Da mesma forma, o silêncio não vai proteger você. As forças da falta de razão, do não liberalismo e da denúncia estão no centro do ativismo woke, e o transativismo em especial não pode ser enfrentado se as pessoas ficarem quietas. Ele não vai desaparecer. Essas pessoas precisam ser confrontadas, energicamente, com argumentos claros em favor da liberdade de expressão, da discussão racional sobre os direitos das mulheres.
Leia também “Agora querem queimar os livros de J. K. Rowling”
Revista Oeste - Brendan O'Neill, da Spiked
Meus leitores, habituados a dedicar alguns minutos de seu tempo a estas ponderações, sabem que ideologias totalitárias e revolucionárias não se coadunam com o cristianismo cultural e, menos ainda, com o cristianismo em sua essência religiosa. Alguns filósofos do século XIX viram a fé religiosa como um lenitivo às amarguras da existência, enquanto outros, revolucionários, levaram essa ideia para o lado oposto. Passaram a ensinar que “a religião é o ópio do povo” e que a revolução exigia a derrubada de todo poder, fosse religioso, coroado, eleito ou financeiro.
A partir daí, a filosofia da destruição, lançou as bases de uma empreitada que se foi consolidando e já na segunda metade do século XX, esse trabalho alcançava êxitos infiltrando-se nos setores sociais (órgãos de imprensa, sindicatos, Igrejas, educação, cultura). De modo simultâneo com o desastre político e econômico dos totalitarismos, multiplicavam os sucessos da estratégia montada para derrubar os pilares da civilização ocidental. Seu objetivo permanente: reduzir a importância da família e do cristianismo na transmissão dos valores através das gerações. Mas vão além: da culinária ao clima, nada lhe escapa. Seus agentes são missionários de uma religião laica.
O desmanche do império soviético acabou sendo bom para os comunistas. Sumiu das vistas o mau exemplo que proporcionava e o Ocidente sentiu-se livre de suas até então piores ameaças. Até no extremo oriente, os países que ocidentalizaram suas economias e instituições, prosperaram, enquanto a mentalidade revolucionária ressurgia como pandemia, numa segunda onda, atacando as bases da civilização ocidental.
Aqueles que pressentiram o problema, entre os quais peço licença para me incluir, reconheceram a importância da vitória do exótico Trump em 2016 e viram com tristeza a roda do poder virar para a esquerda nas eleições de 2020. É nos EUA que mais fortemente se trava o combate pela preservação dos valores do Ocidente.
Em 2018, o Brasil assistiu o produto de um despertar. Veio tarde, mas não tarde demais. Nos dois ou três anos anteriores, a sociedade brasileira acordou para o despenhadeiro moral, social, político e econômico a que estava sendo conduzida. Entendeu o jogo de cena em que foi levada a optar entre dois partidos de esquerda, PT e PSDB. Um quarto de século entregue ao absoluto desleixo político de conservadores e liberais!
Nunca, na história de nossa república, um governante suscitou tão orquestrado clamor interno e externo como Bolsonaro. Se é verdade que a alguns desses clamores ele mesmo dá causa, também é verdade que as reações não guardam proporção com os fatos. O que todos vemos tem como único motivo ser, o Brasil, o grande baluarte em que um candidato com pauta não “progressista”, não revolucionária, fez 57 milhões de votos e derrotou a esquerda. Isso não é aceitável.
Eis o motivo pelo qual nosso país e seu governo estão sob ataque desse barulhento vespeiro que se sente ameaçado em suas posições. Ouça-o e verá que nada lhe é mais execrável, ninguém merece mais ser ferroado, do que o inimigo que tinham por destruído. Seja quem for, fosse quem fosse, sentado naquela cadeira que a esquerda tinha por propriedade sua, estaria sujeito aos ataques do mesmo vespeiro.
Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
A prisão do deputado Daniel Silveira, que ofendeu ministros do STF num vídeo, é mais um capítulo da avacalhação da democracia brasileira. Afanaram a razão de todos os lados, como mostra a Crusoé nesta semana. Sobraram interpretações extravagantes da lei que afundam o país num lodaçal institucional.
Leia um trecho da reportagem da revista:
“O mandado de prisão foi expedido no âmbito do inquérito do fim do mundo, inconstitucional na origem, já usado para obter informações sobre investigações da Lava Jato que miravam ministros e para censurar Crusoé .
Um inquérito que dividiu a própria corte — mais adiante, os ministros que se opuseram acabaram por aceitá-lo, alguns deles a contragosto, para não se curvarem à grita das hordas bolsonaristas. Com todos esses elementos, o desenlace do caso Silveira era óbvio: sem saída, assim como quando chancelaram o inquérito inconstitucional, aos demais ministros restou encobrir mais um excesso de Moraes. À unanimidade, eles confirmaram a ordem de prisão. A Câmara ficou sem saber o que fazer, na dúvida entre afrontar os onze do Supremo, onde boa parte dos parlamentares responde a processos, e referendar uma medida que apanhou um dos seus.
Ao fim, o país teve de assistir ao longo da semana a um triste espetáculo em que ninguém tem razão, tendo como protagonistas um deputado que se arvora o direito de atentar contra as instituições, ministros do Supremo que se pretendem imunes a críticas e baixam ordens que contrariam o próprio ordenamento jurídico e um Congresso mais preocupado em jogar o jogo do poder, para dele obter o maior número de vantagens possível.
O problema é que, de excesso em excesso, de absurdo em absurdo, o país corre o risco de mergulhar cada vez mais em descrédito institucional e jurídico – para além do já evidente descrédito político.”
"Daniel de que"? na sessão que confirmou a ordem de prisão [resultado combinado, segundo declarações do ministro Marco Aurélio] - Fux e os colegas demonstraram desprezo pelo parlamentar fluminense. Faltou reconhecer que o erro foi geral.
O deputado Ricardo Barros, líder do governo Jair Bolsonaro, afirmou que o STF criou um constrangimento à Câmara ao decidir pela manutenção da prisão de Daniel Silveira.
“Não existe mandado de prisão em flagrante no nosso ordenamento jurídico, mas o STF tomou uma posição política ao votar por 11 a 0, criando um constrangimento para a Câmara dos Deputados”, disse em entrevista à CNN Brasil.
“Eu não posso concordar com o
que ele {Daniel Silveira]} falou, mas também não posso aceitar decisão do
STF que não tem nenhum fundamento jurídico e legal. Foi uma
excepcionalidade que não podemos aceitar.” [talvez o excesso de autoritarismo, a falsa impressão de que é realmente supremo, tenha provocado um apagão do notório saber jurídico.]
Crusoé,
- Bolsonaro acredita que Mourão quer a cadeira dele - a revista que fiscaliza TODOS os poderes.