Bernardo M. Franco
Sérgio Camargo se apresenta como jornalista e “inimigo do
politicamente correto”. No ano passado, virou presidente da Fundação
Palmares. O órgão federal foi criado para promover a contribuição dos
negros à cultura brasileira. Agora está entregue a um provocador de
extrema direita, que ofende a memória de Zumbi e diz ver uma herança
“benéfica” da escravidão.
Em gravação que veio a público na terça-feira, Camargo xinga uma mãe
de santo, insulta o movimento negro e impõe metas para um expurgo
político. Exaltado, ele prega o combate a uma “escória maldita”.
Refere-se a ativistas que lutam contra o racismo, não aos inquilinos do
poder em Brasília. Ricardo Salles é advogado e criador do Endireita Brasil, grupo que
dizia defender a “moralização da vida pública”. Em dezembro de 2018, foi
condenado por improbidade administrativa. Treze dias depois, assumiu o
Ministério do Meio Ambiente. Virou ídolo de grileiros, garimpeiros e
madeireiros que lucram com a devastação da Amazônia.
Em reunião no Planalto, Salles sugeriu que o governo deveria
aproveitar a pandemia para “ir passando a boiada”. O plano era usar a
tragédia para acelerar o desmonte da legislação ambiental. Ele chegou a
regularizar invasões ilegais na Mata Atlântica. Teve que recuar para não
ser condenado pela segunda vez. Eduardo Pazuello é general paraquedista. Em maio, deu um salto mais
ousado e pousou na cadeira de ministro da Saúde. Desde que assumiu a
pasta, ele afastou mais de 20 técnicos para pendurar militares em cargos
comissionados.
Sem formação em medicina, Pazuello executou um serviço que seus dois
antecessores se recusaram a fazer. Assinou um protocolo para distribuir
remédio de malária a pacientes infectados pela Covid-19. Nos últimos
dias, o general cumpriu outra ordem insensata. Passou a atrasar a
divulgação de informações oficiais para driblar os telejornais. Agora
ele planeja recontar mortos para maquiar a extensão da tragédia. Arthur Lira é líder do PP, partido campeão de investigados na
Lava-Jato. Em abril, articulou o acordo do bolsonarismo com o centrão.
Em troca de cargos e vantagens, prometeu blindar o presidente num
eventual processo de impeachment.
Ao abraçar o governo, o deputado já era réu por corrupção passiva no
Supremo. Na sexta-feira, virou alvo de outra denúncia criminal. De
acordo com a Procuradoria, ele embolsou R$ 1,6 milhão em propinas da
Queiroz Galvão. A quantia é dinheiro de troco diante do orçamento
bilionário que seu grupo passará a administrar. Jair Bolsonaro é um capitão reformado que foi varrido do Exército por
indisciplina. Depois de sete mandatos de deputado, elegeu-se presidente
da República. Com a popularidade em queda e na mira de um inquérito no
Supremo, passou a ameaçar um golpe de Estado. Seu filho Eduardo, o
Bananinha, declarou que a ruptura institucional é questão de tempo.
Enquanto Bolsonaro conspira, a sociedade começa a voltar às ruas para
protestar. Como todo autocrata, o capitão não aceita ser contestado. Na
sexta-feira, chamou os manifestantes pró-democracia de “marginais,
terroristas, maconheiros e desocupados”.
Bernardo M. Franco, colunista - O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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domingo, 7 de junho de 2020
Escória maldita - O Globo
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sábado, 6 de junho de 2020
Órgãos de inteligência apuram financiamento estrangeiro de antifas - Revista Oeste
Financiamento estrangeiro de antifas passou a ser cogitado após similaridade e timing de movimentos no Brasil e nos Estados Unidos. Polícia Federal já foi acionada
O Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), que conta com o apoio de órgãos como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Federal (PF), passou a acompanhar com afinco as manifestações antifascistas, desencadeadas durante a semana. Os protestos e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba do último domingo, 31 de maio, entraram no radar dos órgãos de inteligência. Líderes estão sendo monitorados. Há suspeita de envolvimento de movimentos sociais mais radicais e de financiamento estrangeiro das mobilizações.
O monitoramento de protestos, como os dos ”antifas”, é um procedimento padrão dos órgãos de inteligência. Assim, é natural que movimentos de rua de qualquer natureza política ou social sejam acompanhados de perto. Isso aconteceu nos protestos de 2013. Igualmente, nas mobilizações da Copa do Mundo de 2014 e durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Os órgãos coletam informações de sua área de competência. Depois produzem relatórios de inteligência destinados ao assessoramento estratégico da Presidência ou para interesse dos respectivos órgãos integrantes do Sisbin.
REVISTA OESTE – ESPECIAL PROTESTOS: “O veneno da violência”
Os “antifas”, contudo, chamaram a atenção dos órgãos de inteligência. O Sisbin não foi surpreendido pelas ocupações nas ruas, mas pela atuação coordenada dos grupos. Sobretudo porque os protestos ocorreram simultaneamente às manifestações dos Estados Unidos, onde alguns de seus integrantes vandalizaram propriedades públicas e privadas.
Movimentos similares
A similaridade e o timing dos dois movimentos foram considerados atípicos pelos órgãos de inteligência do governo. Há suspeitas de que os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, dos Estados Unidos, estejam na mira de atores da esquerda política que desejam neutralizá-los. E, justamente por isso, o sistema de inteligência já investiga a possibilidade de financiamento estrangeiro de antifas. Dos protestos ou de líderes das manifestações.
Embora os movimentos “antifascistas” no Brasil e nos Estados Unidos tenham características orgânicas, há suspeitas de que militantes de partidos de esquerda estejam, no mínimo, aproveitando-se das manifestações para criar um clima de instabilidade política. A princípio, estão sendo monitorados líderes, organizadores e coordenadores; com quem se associam e como promovem as convocações às ruas. Além disso, o Ministério da Justiça já solicitou que a Polícia Federal instaure inquérito para responsabilizar criminalmente pessoas envolvidas em atos de depredação em todo o país.
Há o receio por parte dos setores de inteligência do governo federal de que esses movimentos possam trazer desdobramentos mais drásticos. Por exemplo, rebeliões em presídios provocadas por facções criminosas ou ações que obriguem o governo a acionar as Forças Armadas para conter as manifestações.
OS BONS EXEMPLOS DA PANDEMIA: Como Curitiba conseguiu abrir o comércio em tempo recorde
Teme-se que a eventual edição de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por conta dos protestos acirre ainda mais os ânimos e seja interpretada por outros poderes — Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal (STF) — como uma investida autoritária do Executivo.
Para evitar um cenário como esse, os grupos vêm sendo acompanhados por órgãos de inteligência do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, da PF, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da Agência Brasileira de Inteligência. A intenção é punir os ativistas mais radicais ou os que estiverem envolvidos em atos de vandalismo.
“Terroristas”
O presidente da República deu sinais sobre o monitoramento de “antifas” pelos órgãos de inteligência. Ontem, sexta-feira 5, em Águas Lindas (GO), Bolsonaro disse que “não está previsto na nossa inteligência movimento na região de Goiás”, indicando claramente o acompanhamento dos protestos em todo o país pelo Sistema Brasileiro de Inteligência. “Não sei se estou equivocado ou não, mas, onde tiver, a gente pede que o pessoal não participe desse movimento”, destacou.
Em novas críticas, Bolsonaro voltou a classificar esses manifestantes de “terroristas”. “Geralmente são marginais, terroristas, maconheiros, desocupados que não sabem o que é economia, não sabem o que é trabalhar para ganhar seu pão de cada dia e querem quebrar o Brasil em nome de uma democracia [que] nunca souberam o que é e nunca zelaram por ela”, acusou o presidente.
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sexta-feira, 5 de junho de 2020
Bolsonaro pede que PM faça seu devido trabalho em protestos contra governo
Presidente pediu ação das forças de segurança estaduais e federais (Força Nacional) ''caso sejam ultrapassados os limites da lei'' ao chamar os manifestantes de ''maconheiros'' e ''marginais''
O presidente Jair Bolsonaro participou, na manhã desta sexta-feira
(5/6), da inauguração do hospital de campanha de Águas Lindas de Goiás.
Durante o discurso, ele sugeriu que governadores façam uso da Força
Nacional. Ele pediu ainda que as outras corporações de segurança, dentre
elas a Polícia Militar dos estados, ''façam o seu devido trabalho caso
sejam ultrapassados os limites da lei.''
"O outro lado, que
luta por democracia, que quer o governo funcionando, quer um Brasil
melhor e preza por sua liberdade, que não compareçam às ruas nestes dias
para que as forças de segurança, não só estaduais, bem como a nossa,
federal, façam seu devido trabalho porventura estes marginais extrapolem
os limites da lei"
Jair Bolsonaro
O chefe do Executivo também voltou a caracterizar manifestantes que fazem atos contra o governo como "marginais, terroristas, maconheiros e desocupados."
Manifestações no DFBolsonaro
pedirá ao Distrito Federal a permissão para usar a Força Nacional nos
protestos previsto para ocorrer na Esplanada dos Ministérios neste
domingo (7/6).
Nessa quinta-feira (4/6), o chefe do Executivo foi ao gabinete do secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, para externar a preocupação com o movimento, e a pasta do governador Ibaneis Rocha (MDB) vai bater o martelo após reuniões nesta sexta. O GDF já avalia um esquema de segurança para as manifestações deste fim de semana. Dois encontros, hoje, definirão a estratégia.
Correio Braziliense
"Estamos assistindo
agora grupos de marginais, terroristas querendo se movimentar para
quebrar o Brasil. Esses marginais tiveram uma ação em SP. Esses
terroristas voltaram logo depois para Curitiba e estão nos ameaçando.
Agora, tenho certeza Caiado, que se vier aqui você vai tratar com a
dureza da lei que eles merecem."
Jair Bolsonaro
Nessa quinta-feira (4/6), o chefe do Executivo foi ao gabinete do secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, para externar a preocupação com o movimento, e a pasta do governador Ibaneis Rocha (MDB) vai bater o martelo após reuniões nesta sexta. O GDF já avalia um esquema de segurança para as manifestações deste fim de semana. Dois encontros, hoje, definirão a estratégia.
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quarta-feira, 10 de julho de 2019
O consolo da inflação menor
Recuo recente favorece condições de vida um pouco menos duras para famílias empobrecidas pela crise econômica e pelo desemprego
Por Augusto Nunes
A última novidade nesse front foi divulgada na sexta-feira passada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em junho, a vida ficou um pouco menos cara para famílias de renda modesta, com ganho mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Usado para medir a inflação desse grupo, o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) caiu 0,07%, acumulando alta de 2,72% no ano e 3,85% em 12 meses. Em maio, havia subido 0,26%. No mês passado, baixaram os preços de quatro grandes categorias – habitação, transportes, alimentação e despesas diversas. Para quem vive com orçamento muito apertado, todas essas alterações são crucialmente importantes. O custo da alimentação, item de maior peso no orçamento dessas famílias, baixou 0,16%. Em maio havia caído 0,26%, ainda no início da acomodação, depois de alguns meses de alta incomum, resultante principalmente de perdas de produção causadas por más condições do tempo.
A FGV já havia apresentado boas notícias quando divulgou seu índice com maior cobertura dos preços ao consumidor, o IPC-BR, com recuo de 0,02% em junho e aumentos de 2,41% no ano e 3,73% em 12 meses. A inflação mais contida, com menor avanço e até recuo dos preços pagos pelas famílias, também tem aparecido nos indicadores oficiais, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho, publicada no dia 25, mostrou uma alta mensal de apenas 0,06%, a menor para o mês desde 2006, quando houve queda de 0,15%. Apesar de baixas pelos padrões brasileiros, as taxas anuais de aumentos de preços – em torno de 4% – ainda superam as médias internacionais, especialmente dos países desenvolvidos. O recuo da inflação brasileira, nos últimos anos, apenas aproximou a evolução dos preços internos brasileiros daquela observada nas economias mais avançadas. Além disso, o recuo recente favorece condições de vida um pouco menos duras para famílias empobrecidas pela crise econômica e pelo desemprego.
No Brasil, tem crescido, entre os desempregados, a parcela dos desocupados de média e de longa durações – os primeiros sem emprego entre um e dois anos e os segundos há mais de dois anos nessa situação. A participação conjunta desses grupos passou de 33,8% para cerca de 39% a partir do primeiro trimestre e aí se manteve até os três meses iniciais deste ano. Mas a composição desse bloco se tem alterado com aumento dos desocupados de longa duração. Esse segmento correspondeu, no trimestre de janeiro a março, a cerca de 25% – aproximadamente 3,2 milhões – do total dos desempregados.
Desocupados de longo prazo normalmente encontram maior dificuldade para se recolocar. Por isso, são mais propensos a aceitar salários menores, a concordar com contratos informais e a contentar-se com funções menos qualificadas que as anteriores. A equipe econômica deve ou deveria conhecer todos esses dados. O Banco Central os estudou recentemente. Mas nada, além de uma inflação menos corrosiva, facilitará sua vida, enquanto a equipe econômica preferir alongar a provação desses trabalhadores e de suas famílias.
Editorial - O Estado de S. Paulo
Transcrito do Blog Augusto Nunes - Veja
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