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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Só há uma explicação para certos acontecimentos. - Percival Puggina

         Certos acontecimentos nacionais só tem uma explicação racional. Felizmente, para bem de minha saúde pessoal e familiar, eu não tenho prova alguma do que penso saber que sei, exceto a inexistência de outra explicação. Assim, não posso verbalizar. Calo-me e sobrevivo.

Estamos em meio a um fervor punitivo massificado. O Brasil que sonhava com bandido na cadeia [não na presidência da República] se depara com a sanha de prender e arrebentar adversários políticos.  
Não é a mesma coisa. É o que a casa oferece enquanto devolve cocaína e meios de transporte para traficantes.  
Muitos transformaram a persecução de índole política em meio pessoal de recreação. 
Quem conhece a história do Volksgerichtshof (Tribunal do Povo, na Alemanha do III Reich) sabe que seu presidente Roland Freisner encontrava certo sentido lúdico no que fazia.   

Nessas circunstâncias, morar no campo, sem internet e longe de quaisquer meios de comunicação pode se tornar opção para a vida saudável, obtida com o distanciamento das próprias razões para não perder a razão.

Estas advertências me ocorrem ao saber, por exemplo, que a deputada Dani Cunha conseguiu emplacar um projeto em que criminaliza a negativa de abertura ou manutenção de conta e concessão de crédito a pessoas politicamente expostas como ela mesma...  
A congressista é autora do projeto que criminaliza a mera crítica a tais personagens
Lembrei-me da resposta de meu pai, deputado estadual nos anos 60 e 70 aqui no Rio Grande do Sul, quando lhe perguntei como votaria projeto de aumento dos subsídios parlamentares: “Não votarei matéria em benefício próprio, meu filho”.   
Lembrei-me de Castelo Branco mandando o irmão devolver o carro com que colegas o haviam presenteado. [a conduta de honestidade a toda prova do Marechal Castelo Branco,  nos leva a recordá-la na íntegra: "Em 1966, o presidente Castello Branco leu nos jornais que seu irmão, funcionário e com cargo na Receita Federal, ganhara um carro Aero-Willys, agradecimento dos colegas funcionários pela ajuda que dera na lei que organizava a carreira.
O presidente telefonou mandando ele devolver o carro.
O irmão argumentou que se devolvesse ficaria desmoralizado em seu cargo.
O presidente Castelo Branco interrompeu- o: "Meu irmão, afastado do cargo você já está. Estou decidindo agora se você vai preso ou não".
]
Lembrei-me de Peracchi Barcellos doando à Santa Casa um apartamento com que amigos o presentearam ao deixar o governo gaúcho. Lembrei-me de que já fomos assim.

Não irei, mas até que morar no campo não é má ideia, numa fria e chuvosa tarde de inverno, neste ano de trevas e temores de 2023.

[Recomendamos e leitura do excelente texto do Percival Puggina: O PT e seu governo invadiram a CPMI da invasão. - Percival Puggina

Apenas, respeitosamente, sugerimos mudar  o título para: Os donos do poder estão, digamos assim, obrando.]

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 13 de maio de 2022

Graças às redes e às ruas! - Percival Puggina

A pandemia, o “Fique em casa!”, os lockdowns e o terrorismo sanitário-financeiro na comunicação social foram grandes parceiros da supressão de nossas liberdades nos últimos anos. Com os plenários em silêncio, com as pessoas guardando distância e a vida em stand-by, os vivaldinos pretenderam domar a sociedade e cavalgá-la com

 Só que não. Houve uma parcela que rejeitou a sela! Refiro-me àqueles que têm expressado seu descontentamento nas redes sociais e nas manifestações ocorridas ao longo do período em ruas e praças do país. Convencido de sua absoluta utilidade, estive em todas, testemunhando a indignação comum ante os avanços de uma tirania que desdenha deveres e limites constitucionais.

É principalmente através das redes sociais que, todo dia, ouço a voz das ruas. Não é raro que ali se expressem opiniões no sentido de ser tudo inútil porque nada muda. São pessoas que colhem dos eventos um sentimento de fracasso. Ele é estimulado pelo comportamento da CUJO (Central Única do Jornalismo Obtuso) que, em seus poderosos veículos, se esmera em desqualificar a representatividade dessas manifestações.

No entanto, creio poder afirmar no sentido oposto. O fato de essas manifestações públicas haverem resistido ao tempo, ao vento, à chuva e ao vírus é um sinal de contradição que ninguém em sã ou em nociva consciênciapode deixar de ponderar. Ninguém pode desconhecer a clamorosa derrota, nesses dois territórios de liberdade, daqueles que anseiam pela consolidação da tirania e pelo retorno dos que desejam retornar para concluir sua obra sinistra.

Não é difícil entender o que estaria acontecendo no país não fosse a resistência das redes e das ruas, não fosse tão nítido o caráter ético, cívico, civilizado, familiar e verdadeiro daquilo que expressam em dimensão nacional. Imagine! Imagine se tudo acontecesse legitimado pelo silêncio nacional. Imagine se estivessem caladas as vozes dos livres, dos que desejam o bem do país e podem, pelo amor que dedicam à Pátria e por seu patrimônio moral e espiritual, fornecer a ela a energia da reconstrução e dizer basta ao arbítrio.

Serem tão odiadas e tentarem reprimi-las certifica de modo eloquente seu valor. Mostra que se há um muro intransponível, percebido como tal por tiranos e negocistas, ele está nas redes e nas ruas.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Avó, moradora no DF, presa por abusar dos netos compartilhou imagem do crime com um homem

Agentes identificaram a relação da mulher com um homem, morador de São Paulo, para quem ela teria enviado uma foto de um dos abusos. Investigação prossegue

A Polícia Civil conseguiu estabelecer uma conexão entre o material pornográfico infantil gravado pela mulher acusada de abusar sexualmente dos quatro netos e um homem, morador de São Paulo (SP). A princípio, a acusada, de 57 anos, teria enviado ao menos uma foto ao suspeito. Agentes da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) investiga os dois para apurar se eles integram uma rede pornográfica nacional e, até mesmo, internacional. 

Segundo o delegado-chefe da DP, Fernando Fernandes, responsável pelo caso, a suspeita apagou a conversa de WhatsApp dela com o homem de SP, logo após a chegada dos policiais. "O celular dela e o computador estão passando por perícia para a recuperação dos materiais excluídos dos dois aparelhos", afirma. 
 
O homem já foi identificado e não teria passagem pela polícia. Contudo, as investigações acerca da relação da mulher com o suspeito, que seria namorado dela, ainda são preliminares. "Além da relação, tentamos elucidar se ela publicou os vídeos dos abusos cometidos com netos em algum site de pedofilia. Mas, com todas as provas coletadas até o momento, tudo levanta a suspeita dessa rede de compartilhamento de pornografia infantil", afirma Fernando Fernandes. 
 
Prisão
A mulher foi presa na sexta-feira (19/10), após a filha mais velha dela desconfiar dos abusos sexuais cometidos contra os próprios filhos e decidir olhar o celular da mãe, onde havia o conteúdo pornográfico. As vítimas são quatro crianças: um menino de 6 anos e três meninas de 4, 2 e 1 ano. A prisão ocorreu no Recanto das Emas, mas os estupros ocorriam em Ceilândia Norte, quando a acusada ia para a casa da filha cuidar dos netos para ela trabalhar. 
 
O delegado Fernando Fernandes afirma que, há cerca de dois meses, a mulher estava abusando das vítimas. A mãe das crianças percebeu mudanças nos filhos mais velhos, que apresentavam comportamento sexualizado inapropriado para a idade.  "Quando ela perguntou ao menino onde havia aprendido aquelas coisas, ele disse que a avó o tinha ensinado e fazia nele", afirma.   
 
Ela chegou a concretizar a conjunção carnal com o neto de 6 anos. Com as meninas, passava a mão pelas partes íntimas delas. A avó gravava vídeos dos estupros, encontrados pelos agentes no celular dela. O aparelho e o computador dela estão na perícia da Polícia Civil, para o aprofundamento das investigações acerca da rede de pedofilia.