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sábado, 19 de novembro de 2022

Fala enigmática de Braga Netto reativa rumor de virada de mesa golpista no bolsonarismo

‘Não percam a fé, é só o que eu posso falar agora’, disse o ex-candidato a vice de Bolsonaro a militantes em Brasília

 Uma declaração enigmática do general da reserva Walter Braga Netto (PL), vice na chapa derrotada de Jair Bolsonaro, deixou o bolsonarismo em polvorosa nesta sexta-feira. Após visitar o presidente no Palácio da Alvorada, o ex-ministro da Defesa conversou com apoiadores bolsonaristas e pediu que “não perdessem a fé”, sem elaborar. 

A declaração de Braga Netto, que foi gravada, foi imediatamente recebida nas redes pró-Bolsonaro como um recado implícito aos apelos por uma virada de mesa eleitoral ecoados em protestos golpistas na porta de quartéis Brasil afora.

“Vocês não percam a fé, é só o que eu posso falar para vocês agora”, disse Braga Netto aos militantes que permaneciam na entrada da Alvorada com adereços alusivos à bandeira do Brasil. “A gente está na chuva, no sufoco”, interpelou uma bolsonarista com a voz embargada, tentando segurar o choro. “Eu sei, senhora. Tem que dar um tempo, tá bom?”, completou o ex-vice de Bolsonaro.Braga Netto conversa com Jair Bolsonaro durante cerimônia do Dia do Soldado na capital federal, em agosto

Braga Netto conversa com Jair Bolsonaro durante cerimônia do Dia do Soldado na capital federal, em agosto Cristiano Mariz/O Globo

Foi o suficiente para que Braga Netto figurasse entre os tópicos mais discutidos no Twitter nesta sexta-feira, em que as instabilidades na rede social em função de demissões em massa nos Estados Unidos dominaram a rede.

No canal mantido pelo site bolsonarista Jornal da Cidade Online no Telegram, que conta com 34 mil seguidores, o padrão se repete. “A mensagem foi dada”, afirma a mensagem acompanhada do link para o vídeo da fala de Braga Netto.

A lista reproduziu mensagens no mesmo tom. 

 

“General faz sua declaração mais impactante e estremece as bases de Brasília. O clima de tensão domina Brasília”, diz uma mensagem disparada na noite desta sexta-feira na lista, em referência a uma publicação do deputado federal General Girão (PL-RN) nas redes atacando o Supremo Tribunal Federal.

Pela manhã, o destaque foi uma reunião interna do Exército que, na verdade, ocorreu nos dias 8 e 9 discutiu assuntos burocráticos da instituição, segundo o site da corporação. “Exército realiza nova reunião em Brasília, desta vez com os adjuntos de comando. Forças se organizam e se preparam”, diz o trecho destacado no Telegram.

A fala do general é mais uma da longa lista de demonstrações de atores importantes do bolsonarismo feitas desde o segundo turno que, embora pareçam despretensiosas, funcionam como “dog whistle” (apito de cachorro) - expressão popularizada nos Estados Unidos que define mensagens cifradas e interpretadas devidamente apenas pelo seu grupo alvo.

[dificil de entender o esforço estúpido e inútil que a mídia militante faz para passar a ideia de golpe em tudo; 
agora selecionaram uma declaração do general Braga Netto para atribuir intenções golpistas.
Esses jornalistas deveriam entender que o general Braga Netto é um oficial-general do Exército Brasileiro, com uma carreira responsável, não é um desses esquerdistas irresponsáveis que tentam se garantir,  apresentando denúncias infundadas e irresponsáveis - caso daquele senador 'estridente' do AP e  daquele deputado que pediu o afastamento do ministro da Defesa - o individuo foi eleito deputado federal, passou pela Câmara, sua presença não foi percebida  em 4 anos e partiu para pedidos estúpidos e que não colaram.  
Também o general Braga Netto não é um boquirroto, tipo o individuo eleito presidente, que expele mentiras, asneiras e promessas vãs.
Qualquer pessoa sensata pode concluir facilmente que é público e notório que até o 15º  corrido,  após a diplomação do eleito,  o seu mandato pode ser impugnado e, sendo preceito constitucional, o TSE tem o dever de analisar, julgar e proferir sentença  fundamentada sobre a impugnação requerida do mandato do eleito  - situação que justifica o estímulo dado pelo general aos apoiadores do presidente Bolsonaro, ao dizer que  "não perdessem a fé".]
 
Em O Globo - MATÉRIA COMPLETA 
 
 

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Pazuello: O que diz o regulamento que proíbe militares da ativa em evento político - Gazeta do Povo

O general Eduardo Pazuello, adido da Secretaria-Geral da Presidência da República, surpreendeu o Alto Comando do Exército ao participar de um ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, neste domingo (23). Ele subiu no carro de som e chegou a empunhar o microfone para saudar, sob aplausos, os centenas de apoiadores do presidente no aterro do Flamengo.

A participação do ex-ministro da Saúde no evento ocorreu 72 horas depois de ele prestar depoimento à CPI da Covid do Senado — a oitiva durou dois dias, entre quarta-feira (19) e quinta-feira (20). O general pode ser reconvocado a participar de mais uma oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito.

A participação de Pazuello no evento de Bolsonaro pode gerar consequências disciplinares, já que ainda é um militar da ativa — ele é general-de-divisão e ostenta três estrelas. Pazuello infringiu o Regulamento Disciplinar do Exército, estabelecido pelo decreto nº 4.346/02. O item 57 do Anexo I do decreto classifica como transgressão o ato de "manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária". A Gazeta do Povo confirmou com fontes que Pazuello não tinha autorização do Comando do Exército para participar do ato. [artigo 18, Seção II, Capítulo II, que cuida das transgressões disciplinares considera causa de  justificação - que anula a punição - o militar 'transgressor' ter cometido a transgressão em obediência a ordem superior; uma autorização do presidente da República autorizando o general a comparecer ao ato, supre perfeitamente a autorização do Comando do Exército. Complicado seria se o Comando do Exército tivesse proibido a participação e o presidente autorizasse  - o que não foi o caso.]
Pazuello pode ser punido pelo Exército?  [havendo o reconhecimento de qualquer causa de justificação do cometimento da transgressão, nao haverá punição: ex vi Parágrafo único.  Não haverá punição quando for reconhecida qualquer causa de justificação.
Convenhamos que a fronteira entre  obediência a ordem superior e autorizado pelo presidente da República é, no caso, muito tênue para diferenciar.]
 
A participação de Pazuello no ato público de Bolsonaro mexe com um valor imutável e que é caro ao meio militar: a disciplina. Ao mesmo tempo, deixa o Comando do Exército em uma saia justa. Há o temor de que, se o caso não for punido conforme a regra militar, outros agentes fardados se sintam à vontade para repetir o gesto do general e participar de atos políticos.

A punição, nesse caso, teria um caráter mais didático do que severo, já que envolve um membro do generalato. O Anexo III do Regulamento Disciplinar prevê a punição de "repreensão" a oficiais generais da ativa que ocuparem postos em "demais subunidades ou de elemento destacado com efetivo menor que subunidade".

Mas há outra alternativa estudada para o caso: transferir Pazuello para a reserva com efeito retroativo, a contar a partir da última sexta-feira (21), portanto, antes do ato político. Seria uma forma de colocar panos quentes sobre a participação do general na manifestação, uma vez que, dessa forma, ele teria comparecido na condição de general da reserva. [alternativa desnecessária e com custo político muito alto: o ato teria que ter efeito retroativo, o que seria explorado pelos inimigos do Brasil - levaria a algo parecido quando o general Ernesto Geisel, efetuou uma modificação no CPP que foi interpretada pelos comunistas como uma manobra para beneficiar o o delegado
Sérgio Fernando Paranhos Fleury.]  A opção foi noticiada pelo site O Antagonista.

Passar Pazuello para a reserva seria uma solução para evitar desgastes com o governo. Uma vez na reserva, o Exército não precisaria instaurar o processo disciplinar e sofrer um desgaste junto ao Palácio do Planalto. Nesse caso, o general nem sequer teria que apresentar justificativa para a participação no evento.   A Gazeta do Povo ouviu de interlocutores militares, no entanto, que o Comando do Exército ainda analisará nesta segunda-feira (24) a situação de Pazuello. Um interlocutor do Ministério da Defesa garante, contudo, que o episódio não provocará uma crise com o Exército ou as Forças Armadas. "A situação de Pazuello] será solucionada profissionalmente", afirma. 
República - Gazeta do Povo  - MATÉRIA COMPLETA
 
A Gazeta do Povo decidiu que não vai deixar os corruptos vencerem. Você vai deixar?

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Livro de ex-chefe do Exército expõe a volta dos militares à política - Folha de S.Paulo

Igor Gielow

Depoimento ajuda a entender pensamento fardado e a armadilha do apoio a Bolsonaro

São Paulo

Num dado momento de seu recém-lançado livro-depoimento, o general da reserva Eduardo Villas Bôas cita uma versão da famosa frase atribuída ao francês Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord: "Não aprendem e também não esquecem".

O sagaz político do século 19 se referia à dinastia dos Bourbon, que retomara a França após a queda de Napoleão em 1814; o ex-comandante do Exército, à esquerda, da qual "me preocupa uma eventual volta ao poder" no que diz respeito ao que chama de "revanchismo" acerca dos crimes da ditadura militar (1964-85).

Bolsonaro e Villas Bôas na solenidade de despedida do general do Comando do Exército

Bolsonaro e Villas Bôas na solenidade de despedida do general do Comando do Exército - Pedro Ladeira - 11.jan.2019/Folhapress

Ao fim da fácil leitura, na tradição do CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil) da Fundação Getúlio Vargas de relatos orais e discursivos, o leitor se pergunta se ele Villas Bôas não cometeu um ato falho. Afinal de contas, todo o seu depoimento ao pesquisador Celso Castro é justamente sobre a repetição daquilo que o general diz ter ojeriza: a participação dos militares da política.

Foi em sua gestão à frente da mais importante das três Forças que a politização emanada dos quartéis voltou a ser um fator central da vida pública brasileira, encarnada na aventura dos fardados que aderiram ao governo do capitão reformado Jair Bolsonaro. [apesar de ser motivo de desgosto para muitos, os militares são cidadãos e podem escolher seus candidatos sem  submeter sua escolha ao julgamento dos inimigos do candidato escolhido.]

O presidente, um militar que "feriu a disciplina" e saiu enxotado do Exército no fim dos anos 1980 por suas campanhas salariais e conspirações, aparece no relato de Villas Bôas como quase um ser etéreo, sem relação com o "éthos" apresentado pelo próprio general. [interpretar os fatos, tentar mudá-los via narrativa, NÃO VAI MODIFICAR  que o presidente Bolsonaro, acusado de uma suposta indisciplina, foi absolvido pela instância máxima da Justiça Militar da União: o SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR.

Isso corresponde à fantasia alimentada pelo Alto-Comando do Exército, quando ficou evidente que o deputado obscuro virara um fenômeno e seria a o único a poder derrotar o PT na eleição de 2018, de que uma aproximação com o antigo rejeitado lhes garantiria uma volta à ribalta.

Villas Bôas concede um ar institucional ao processo.
Disse que, após Dilma Rousseff (PT) o apontar como comandante em 2015, "estabeleci como meta que o Exército voltasse a ser ouvido com naturalidade". Queixou-se do "patrulhamento que agia toda vez que um militar se pronunciava, rotulando de imediato como quebra de hierarquia ou ameaça de golpe".Diz que a Força só falaria por meio de seu comandante, externamente. Três anos depois, contudo, ele foi o artífice da famosa postagem no Twitter em que falava em riscos à estabilidade do país na véspera do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Supremo Tribunal Federal.[honrou o prometido;  a Força Terrestre falou através dele, seu comandante, com o referendo do seu Alto Comando.]

A passagem não é nova. Em entrevista à Folha publicada em 11 de novembro de 2018, após a vitória de Bolsonaro, Villas Bôas relatava que havia agido "perto do limite" no episódio. Repete agora o termo e a negativa de que visava ameaçar o Supremo com um golpe militar caso Lula fosse solto.Para seus críticos, o caso é uma admissão de golpismo explícito, dado que não cabe a um chefe de Força palpitar sobre julgamentos.

Para os admiradores, um reconhecimento de "realpolitik", pois Villas Bôas sempre disse que tomou a atitude, com o respaldo do Alto-Comando do Exército, porque temia que militares da reserva assanhados com os pedidos de intervenção usassem a libertação de Lula para provocar distúrbios. Ao longo do relato, que condensa 13 horas de conversas entre agosto e setembro de 2019, o general insiste que as Forças Armadas sempre cumpririam a Constituição e que Fernando Haddad, o oponente petista de Bolsonaro, teria todas as continências prestadas caso tivesse sido eleito no segundo turno. [felizmente não foi eleito; e a continência obrigatória, não a de mera cortesia, deve ser prestada ao presidente eleito e empossado.]

Ao mesmo tempo, o militar descreve claramente o antipetismo latente entre os militares, a adoção de Bolsonaro como candidato preferencial e lista três motivos: denúncias de corrupção, a miséria econômica legada por Dilma e o já citado "revanchismo"."Foi uma facada nas costas" da petista, de quem tinha boa impressão, disse. Ele se referia à condução da Comissão da Verdade no governo dela, que segundo ele foi parcial ao não ouvir o lado dos militares acerca dos crimes —havia, afinal, uma luta armada em curso.

Assim, fica difícil não enxergar o temor de um Lula livre e, eventualmente, eleito presidente em 2018 como fator central da decisão de publicar o tuíte.  Ele reserva boas palavras para políticos de esquerda com trânsito nos quartéis, como José Genoino (PT) ou Aldo Rebelo (PCdoB) —este chegou a ser ministro da Defesa. O desprezo fica principalmente ao diplomata petista Celso Amorim, que ocupou a pasta a contragosto, segundo Villas Bôas, e o "decepcionou".

Lembrando a memória de 1964, viva em parte do alto generalato brasileiro, Villas Bôas faz uma enfática defesa da necessidade de evitar que a política entre nos quartéis, exatamente a que fizera na entrevista à Folha de 2018. Ao mesmo tempo, não tem problemas em apresentar-se como ator político. Conta como ele e seu número 2, o general Sérgio Etchegoyen, foram abordados pelo então vice-presidente Michel Temer (MDB) às vésperas do impeachment de Dilma em 2016.

Temer queria saber o que o Exército faria se Dilma caísse. "Cumpriríamos a Constituição", respondeu o comandante. Presidente, o emedebista teria em Etchegoyen um de seus mais importantes ministros, além de remilitarizar o comando do Ministério da Defesa. Em outro ponto, lembra como foi procurado por deputados de esquerda acerca da decretação de estado de defesa, no auge das manifestações contra a petista, e como usou o hoje governador Ronaldo Caiado para desfazer o que chamou de "ovo de serpente".

Se é natural que um chefe de Força aja assim, a história se complica com a ascensão de Bolsonaro e a participação maciça de fardados em cargos-chave de seu governo. Villas Bôas não revela a notória conversa com o então candidato, segundo a qual o presidente diz dever o cargo, mas rejeita tons conspiratórios. A entrevista do general foi concedida ainda no primeiro ano do mandato, com ele já instalado como assessor do Gabinete de Segurança Institucional.[talvez acionar a Lei de Acesso a Informação obrigue a revelação da conversa.]

A crise entre Poderes durante a pandemia de 2020 ainda não se vislumbrava, mas ainda assim Villas Bôas é bastante lacônico sobre a mistura entre militares e Bolsonaro —que ele havia dito na entrevista de 2018 ser inevitável. Ele também não cobre o processo forçado de distanciamento adotado pelo serviço ativo das Forças devido aos danos, por muitos considerados inevitáveis, dessa associação.

Sua luta contra uma doença degenerativa, diagnosticada em 2016, é objeto de um capítulo à parte. O documento tem uma grande virtude: ajuda o leigo a penetrar um pouco na forma com que os militares brasileiros veem o mundo.

Há uma obsessão com os males do [maldito] politicamente correto, "que elegeram Bolsonaro" como reação. A Amazônia é vista como objeto de cobiça internacional e, grosso modo, todo movimento ambientalista está a serviço de uma agenda alheia ao interesse nacional. Ricardo Salles, o contestado ministro do Meio Ambiente, é louvado como um cruzado contra esses grupos. Saindo do maniqueísmo, há elementos de verdade nas colocações, mas o tom geral não difere muito do encontrado nas redes bolsonaristas.

Por outro lado, as inúmeras anedotas ao longo do texto, em especial no período formativo de Villas Bôas, permitem vislumbrar como os militares adquirem o conhecimento único da realidade social por sua vivência nos rincões.

Poder - Folha/UOL