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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Chance zero - Fritura Fake - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo

O ministro Sérgio Moro começou a semana no Pânico, da Jovem Pan, tendo que responder sobre o factoide dos últimos dias, de que ele estaria sendo fritado no azeite quente da retirada da Segurança Pública do seu ministério. Na mesma segunda-feira, a Coluna do Estadão publicou o título “O Brasil Quer Saber: Moro Fica no Governo?” – a pergunta vem de pesquisa feita no Google. Mas a pergunta também vem de uma ficção criada na quarta-feira da semana anterior, dia 22 de janeiro. Uma narrativa, para usar o eufemismo para ficção.


[atenção: inimigos do presidente Bolsonaro = inimigos do Brasil = turma do 'quanto pior, melhor', DESISTAM.
Vocês não vão conseguir semear inimizade entre o presidente Bolsonaro e o seu Ministro da Justiça e Segurança Pública - com as bençãos de DEUS vão estar junto nas eleições de 2022 = a 'dobradinha' que vocês mais temem: Bolsonaro presidente e Moro vice = e em 2026, Moro será cabeça de chapa.]

Ocorre que naquele dia eu testemunhei os fatos, porque fora ao Palácio do Planalto para acompanhar Regina Duarte, uma colega de televisão e amiga de muitos anos. Quando cheguei, o presidente e o ministro Moro estavam reunidos no gabinete de Bolsonaro. Depois, saíram para a ante-sala,  numa conversa descontraída.  O presidente já sabia, àquela hora da manhã, que viria um grupo de secretários de Segurança pedir, entre outras reivindicações, que a Segurança fosse desmembrada da Justiça. Provavelmente Moro fora levar a informação ao Presidente. E já estavam combinados que Moro não participaria daquela reunião mais tarde, deixando os secretários se dirigirem diretamente ao presidente.

Sabia-se também que havia certa ciumeira em relação aos poderes de Moro. Mais tarde, quando os secretários formalizaram o pedido, o presidente, por cortesia, prometeu estudar a reinvindicação. Isso foi recebido como um sinal para anunciar a dedução de que Moro estava sendo fritado, que iria ser enfraquecido. O barulho da suposta fritura subiu a tal volume que o presidente precisou ser claro na sexta-feira (24). Ele disse que a chance de desmembrar o Ministério é zero. A potencialização da narrativa pôs em prática o ensinamento de Goebbels: "uma mentira repetida mil vezes, pareceu virar verdade."
Só um ingênuo não perceberia que foi mais uma oportunidade de tentar mudar o time que está ganhando. Bater em Moro para atingir o governo num de seus mais prestigiados integrantes. Afinal, a Segurança exibe um recorde mundial de redução de 22% nos homicídios. Chegaram a sacar um argumento de pasmar: que a redução foi ordenada por facções criminosas. Vale dizer, quem está combatendo o crime são as quadrilhas. Mostrou, também, esse episódio, a ciumeira interna na disputa do poder. “Assunto encerrado” – repetiu o Presidente na Índia.

Mas é bom não esquecer o público que se percebe enganado. A chance zero já era zero na quarta-feira (22). Pode-se inventar um fato, mas a invenção não faz o fato, apenas fere credibilidade.

 
Alexandre Garcia, colunista - Vozes - Coluna Gazeta do Povo


sexta-feira, 12 de maio de 2017

A culpa foi de Marisa e O impeachment em retrospecto

Lula jogou o apartamento no colo da mulher dele, que já morreu e agora está no centro da Lava Jato

Como estava escrito nas estrelas, o ex-presidente Lula disse que não pagou pelo triplex, não estava interessado nele, não poderia nem ir à praia (“só às segundas-feiras e nas Quartas-feiras de Cinzas”), “Dona Marisa” não gostava mesmo de praia e, afinal, o apartamento era pequeno e cheio de defeitos. Ah! E Lula não sabia de nada do que ocorria na Petrobrás nem no PT.

Então, quem sabia alguma coisa? Lula jogou o apartamento no colo da mulher dele, que já morreu e agora está no centro da Lava Jato. Marisa Letícia é quem estava interessada no triplex (para investimento?) e Lula só soube depois que ela tinha ido lá com o filho, mesmo depois da desistência da compra. Essas mulheres…

Moro não se intimidou e fez perguntas curtas, diretas, respaldadas por agendas, datas, fatos. Lula, ao contrário, parecia inseguro, sem a fluência e as sacadas típicas dele. Recorreu o tempo todo a “não sei”, “não lembro”, não tinha obrigação de saber que Renato Duque operava” para o PT na Petrobrás e que Pedro Barusco roubava tanto que pôde devolver US$ 100 milhões à justiça.

O depoimento foi, tecnicamente, sobre o triplex, mas ele é só uma das materializações das relações promíscuas entre o ex-presidente e as empreiteiras. Por isso, Moro fez várias perguntas sobre Duque, Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Mais do que o triplex, o que complica Lula é o encontro com Duque num hangar em São Paulo. O que um ex-presidente queria com um ex-diretor da Petrobrás? E por que pediu a mediação de Vaccari, que nem era do governo nem da Petrobrás? Segundo Duque, Lula foi pedir para anular provas. Mas Lula disse que só queria saber se era verdade que Duque tinha contas milionárias no exterior. Ficou claro que, como não poderia negar o encontro, Lula adocicou a verdade. Adivinha com qual versão a Justiça trabalha?

Por:  Eliane Cantanhêde  - Publicado no Estado de S. Paulo

O impeachment em retrospecto

A petista foi tão inábil que permitiu a formação de uma maioria hostil num Congresso que lhe dava grande apoio

O primeiro aniversário do afastamento – e posterior impeachment – da presidente Dilma Rousseff, hoje, é uma excelente oportunidade para observar que o País, malgrado as imensas dificuldades que o desafiam, vem desde aquele dramático momento mostrando maturidade institucional, reiterada agora, quando tramitam no Congresso reformas cruciais para o futuro de todos.

O afastamento de um presidente não é algo trivial. Demanda uma conjunção de fatores políticos que não se realiza senão em razão de muitos equívocos por parte do chefe do Executivo, a ponto de perder a governabilidade. Embora exija a comprovação de um crime de responsabilidade, o processo é eminentemente político – tanto é assim que o presidente é julgado pelo Congresso, por meio de normas ali estabelecidas, e pode ser eventualmente absolvido pelos parlamentares mesmo que se comprove que cometeu o delito de que é acusado. É preciso, portanto, que o presidente descuide de tal forma da política que acabe por isolar-se de maneira irreversível, em meio aos antagonismos políticos insuperáveis que ele próprio criou.

Foi o que aconteceu com Dilma Rousseff. A petista foi tão inábil que permitiu a formação de uma maioria hostil num Congresso que lhe dava grande apoio – chegou a ter 340 deputados e 62 senadores na base governista. Hoje se sabe que boa parte desse apoio foi obtida à base de pixulecos, e muitos dos problemas de Dilma começaram quando se desbaratou esse esquema de corrupção em escala industrial que viabilizou os governos petistas desde o primeiro mandato de Lula da Silva (2003-2006). Sem poder contar mais com o cheque especial do petrolão, a petista teria de governar apenas com habilidade política, algo que ela jamais teve.

Invenção de Lula da Silva, a jejuna Dilma Rousseff traiu seu padrinho ao acreditar que tinha sido eleita não para guardar lugar para a volta do chefão petista ao poder, mas para pensar e agir por conta própria, colocando em prática seu irresponsável ideário brizolista, cujo estatismo nacionalista só funciona nas fantasias do esquerdismo terceiro-mundista que o caudilhesco Leonel Brizola, herói de Dilma, tão bem representou.

O terrível resultado dessa aventura – cuja responsabilidade deve ser inteiramente debitada na conta de Lula da Silva – é bem conhecido de todos os brasileiros, especialmente os mais pobres, muitos dos quais engrossam a multidão de 14 milhões de desempregados gerada pela política de terra arrasada implementada por Dilma.  Nunca é demais lembrar: sem as manobras fiscais e a maquiagem contábil da equipe econômica de Dilma – expedientes que caracterizaram os crimes de responsabilidade pelos quais a presidente foi julgada e condenada –, o calamitoso estado das contas públicas teria ficado claro aos eleitores, o que reduziria drasticamente as chances de recondução da petista em 2014. Sem os milhões desviados da Petrobras para o PT e seus associados, a campanha eleitoral de Dilma não teria a fartura de recursos que desequilibrou a disputa. A democracia, em resumo, foi agredida por Dilma e pelo PT.

O impeachment, assim, foi uma reação natural do sistema político a esse flagrante desrespeito às instituições e aos eleitores em geral. Ainda que se deva fazer muitas reservas à qualidade deplorável do atual Congresso, o fato é que o mundo político, quando chamado a reagir ao aviltamento da administração pública promovido por Dilma, cumpriu a sua missão a contento.

Passado um ano desse dramático acontecimento, mais uma vez o Congresso se encontra sob duro teste, sendo chamado a aprovar as reformas constitucionais que propiciarão ao País a oportunidade de superar a crise legada por Dilma Rousseff. Por maiores que sejam as dificuldades, não há outro caminho senão o da negociação política entre o governo e os parlamentares. O fato de que as reformas estão avançando, depois do traumático impeachment, é clara demonstração de que a democracia brasileira e suas instituições estão com boa saúde.

Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo

 


 

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Lula não explica revelação de tríplex em 2010, feita pelo GLOBO

Ex-presidente é questionado por Moro sobre reportagem

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu explicar a revelação do tríplex feita pelo GLOBO em 2010. Na versão apresentada pelo petista, ele só soube do imóvel em 2013.

Consta no processo uma matéria do jornal O GLOBO, de 10 de fevereiro de 2010, na qual se afirmava naquela época, abro aspas: "A família Lula da Silva deverá ocupar a cobertura tríplex com vista para o mar". Relativamente a esse prédio em Guarujá. O senhor saberia me explicar como a jornalista em 2010 poderia afirmar que a cobertura tríplex seria do ex-presidente? — pergunta o juiz. 
 Lula responde:
Eu vou lhe explicar, talvez não explique tudo. Mas o jornal O GLOBO nesse mesmo período fez 530 matérias negativas contra o Lula e só duas favoráveis. Então só posso entender que alguém do Ministério Público em São Paulo, que eu não vou dizer o nome, fomentava a imprensa, que fomentava ele (a jornalista). E isso foi tempo. Nós fizemos inclusive representação no Conselho Nacional do Ministério Público.


Moro, então, questiona a divergência nas datas apresentadas por Lula.
Mas a questão que eu coloco, essa questão do tríplex que o senhor afirma aqui, ela só teria surgido em 2013, segundo o senhor. O senhor tem ideia como o jornalista, lá em 2010, do GLOBO, poderia ter feito uma matéria se referindo a essa cobertura tríplex que o senhor iria ficar? Nesse mesmo local, nesse mesmo prédio?

Lula volta a acusar os procuradores:
— Porque deve ser uma invenção do Ministério Público.
Moro insiste:
— Mas em 2010 nem tinha processo.
E Lula:
— Sei lá quando, fazer ilação se faz em qualquer momento.

Fonte: O Globo