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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Por onde anda Carmen Lúcia? Ou: O cala a boca continua bem vivo! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

A então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, disse, em outubro de 2016, que o "cala boca já morreu", referindo-se ao direito da imprensa de repassar informações aos cidadãos. A afirmação foi feita em resposta a uma jornalista a respeito das restrições que às vezes são impostas sob o argumento de necessidade de sigilo.

Ela disse que, no âmbito do STF, a Corte dará cumprimento, como tem feito reiteradas vezes, ao exercício de uma imprensa livre e "não como poder, mas como uma exigência constitucional para se garantir a liberdade de informar e do cidadão ser informado para exercer livremente a sua cidadania".

Anos depois, durante as eleições do ano passado, a ministra disse que "não se pode permitir a volta de censura sob qualquer argumento no Brasil".   
A declaração foi dada durante julgamento sobre a desmonetização de canais com conteúdo conservador. 
 O caso também envolveu a suspensão, até 31 de outubro, da exibição do documentário “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, produzido pelo site Brasil Paralelo.

Apesar de sua declaração, Cármen Lúcia votou favoravelmente às restrições inclusive de veiculação do documentário. Disse ser uma situação “excepcionalíssima” e que as determinações serviriam para assegurar a segurança do pleito. "Este é um caso específico e que estamos na iminência de termos o 2º turno das eleições. A proposta é a inibição até o dia 31 de outubro, exatamente o dia subsequente ao do 2º turno, para que não haja o comprometimento da lisura, da higidez, da segurança do processo eleitoral e dos direitos do eleitor", declarou.

Em sua, o cala a boca não morreu coisa alguma, mas ao menos Carmen Lúcia defendeu a "censura temporária". 
 Era só para prejudicar a reeleição de Bolsonaro mesmo, pelo visto. 
Mas Bolsonaro não é mais o presidente, e a censura segue a todo vapor, como o caso Monark pode comprovar
Sem foro privilegiado, sem ter cometido qualquer crime, o jovem libertário foi alvo de nova censura por parte do ministro Alexandre de Moraes.


Pela decisão, Monark está proibido de publicar e compartilhar desinformação (fake news). O ministro também fixou multa de R$ 10 mil em caso de descumprimento da decisão. Em postagens recentes, ele foi acusado pelo ministro de espalhar “notícias fraudulentas” sobre as eleições.

Por onde anda Carmen Lúcia? Até mesmo o esquerdista Glenn Greenwald questionou sobre a postura da ministra: "Segundo Carmen Lúcia, a lei das Fake News que Moraes está usando para mandar censurar quem quer que seja expirou no dia seguinte às eleições de 2022. Mas quando se venera líderes autoritários, ninguém se importa se eles têm base legal para suas ordens".

Aplaudir a censura durante a eleição era do interesse dos esquerdistas, que agora se mostram preocupados com o poder arbitrário do STF. 
Mas mesmo quem pregou "censura temporária" tem o direito de perguntar: e agora, qual o pretexto? Moraes pode fazer o que quiser de sua cabeça? Pergunta retórica, claro. Sabemos a resposta.
 
Mesmo quando ele resolve soltar um inocente há pouco a comemorar, além da soltura em si. Foi o caso do humorista Bismark.  
O ministro Alexandre de Moraes concedeu, nesta quarta-feira (14), liberdade provisória ao humorista Bismark Fugazza, do Canal Hipócritas, que estava preso desde 17 de março no Complexo Médico Penal do Paraná. Viva! Mas calma antes de festejar tanto assim...

O relatório final da Polícia Federal sobre o caso apontou, em 12 de maio, que "Não foi possível evidenciar, de maneira minimamente razoável, que Bismark tenha praticado ou promovido a prática dos atos atentatórios às instituições democráticas ocorrido no dia 08/01/2023". A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou contra a manutenção da prisão, que durou 90 dias. E mesmo assim ele ficou preso esse tempo todo, sem nada de substancial contra ele?!

No mais, eis as condições da soltura: Moraes determinou uma série de medidas cautelares ao humorista, como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de deixar a cidade onde mora e proibição do uso de redes sociais. Fugazza também teve cancelados seu passaporte e seus registros de armas de fogo e deverá se apresentar semanalmente à Justiça por tempo indeterminado. Ou seja, Bismark segue tratado como um perigoso marginal, enquanto Lula é presidente e Sérgio Cabral virou influencer.
 
Nesse contexto, é impossível concluir duas coisas: que ainda existem Estado de Direito e democracia no Brasil; e que Alexandre de Moraes é o único responsável por sua destruição. 
Todos os ministros supremos são cúmplices, fora muita gente da velha imprensa, dos demais poderes e de entidades como OAB. 
Não dá para culpar só Alexandre pela censura. 
Carmen Lúcia gosta de uma boa retórica, mas eis o fato: o cala a boca continua vivo, bem mais vivo do que durante o regime militar...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 22 de abril de 2023

G. Dias – o malvado favorito de Lula - Gilberto Simões Pires

SUPERVILÃO

O general -gonçalves dias-, ou g.dias (as letras minúsculas são propositais), quer por seu avantajado porte físico quanto pelas tiranias que adora praticar, ontem, logo após o vazamento das imagens inéditas das -INVASÕES DO DIA 8 DE JANEIRO- ganhou fama nas redes sociais por conta da semelhança que guarda com -GRU- o SUPERVILÃO -MALVADO FAVORITO (de LULA)-, que congela pessoas, fura filas, é desagradável e sonha em cometer o Crime do Século. 

 CUMPLICIDADE DAS FORÇAS ARMADAS

Na medida em que assistia as imagens altamente comprometedoras, mostrando a manobra estrategicamente calculada, comandada e executada pelo general g.dias, no dia 8 de janeiro, quando ocorreram os -ATOS DE PURO VANDALISMO- que a mídia e esquerdistas em geral apontaram, de pronto, que a destruição foi obra -exclusiva- de BOLSONARISTAS ANTIDEMOCRÁTICOS, ouvi, através do alto-falante da minha televisão, o silencioso estrondo sepulcral emitido pela cumplicidade das nossas Forças Armadas. 

MELANCIAS PODRES

De imediato, por conta da lógica de raciocínio, me veio à mente que os representantes técnicos das Forças Armadas, indicados para inspecionar os códigos-fonte da -URNA ELETRÔNICA-, são da mesma índole do general g.dias, o MALVADO FAVORITO DE LULA, do TSE, e do STF. Ou seja, na cesta que a iludida sociedade brasileira acreditava, piamente, que só continha bons, confiáveis e maduros frutos, na mais verdade o que predomina são MELANCIAS PODRES. O silêncio das FFAA dá razão para tanto.  

 CPMI DISPENSÁVEL

Há quem diga agora, mais do nunca, que a CPMI DO DIA 8 DE JANEIRO tem tudo e mais um tanto para ser instalada. Pois, no meu claro entender, as imagens que foram vazadas mostram que a CPMI é totalmente DISPENSÁVEL.  
Afinal, tudo que ela poderia provar, as imagens são pra lá de esclarecedoras. Mais: em caso de instalação da CPMI, os parlamentares deveriam se debruçar quanto à LISURA DAS ELEIÇÕES, que as FFAA não se comprometeram por questões ideológicas.   
 
Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Voa, canarinho - Gazeta do Povo

Guilherme Fiuza 

                                                      Foto: Bigstock
– Parabéns, presidente.

– Obrigado.

– O senhor foi fabuloso na campanha.

– Não tanto quanto a justiça eleitoral.

– Modéstia sua.

– Sei dar o crédito a quem merece.


– O senhor é justo.

– Não tanto quanto a justiça eleitoral.

– Ninguém é tão justo quanto a justiça.

– Nenhuma justiça é tão justa quanto a justiça eleitoral.

 

– Ela foi impecável.

Impecável sou eu. Ela foi uma mãe.

– Qual foi a parte que o senhor mais gostou?

– A parte da lisura.

– É um valor que o senhor aprecia, né?

– Claro. Todo homem liso gosta de lisura.

– Faz sentido. E bota liso nisso!

– Já fui mais. Desde que a polícia me pegou percebi que não sou mais tão liso.

– Discordo.

– Por quê?

 

O senhor escapou de mais de 20 anos de prisão pela fresta do Supremo. É a prova de que continua liso.

– Não tinha pensado nisso. Obrigado.

– Só estou dizendo o óbvio.

– Tá insinuando que eu não entendo o óbvio?


– De jeito nenhum...

– Tá me chamando de burro?


– Imagina, presidente. O senhor achou que não era mais tão liso por pura modéstia, não por burrice.

– Ah, tá. Gostei disso. Pode repetir?


– Claro: o senhor achou que não era mais tão liso por pura modéstia, não por burrice.

– Pode tirar a burrice?

 

– Hein?

– Já que eu não sou burro você não precisa falar mais de burrice, só de modéstia.

– Ah, claro: o senhor achou que não era mais tão liso por pura modéstia.

– Ficou melhor assim. Agora fala aquela frase do Uílio.

Ok: candidato, o senhor não deve nada à Justiça.

– Que candidato, idiota?! Tá vendo algum candidato aqui? Eu fui eleito, porra!


– Desculpe, presidente. O senhor pediu para eu repetir a frase famosa do Bonner e achei que era pra ser literal.

Literal é a tua cara, imbecil. Fala direito.

– Ok: presidente, o senhor não deve nada à Justiça.

– Não devo mesmo. É a Justiça que me deve.

 

– Sem dúvida. Mas o senhor não acha que com a sua eleição já está pago?

– Vou avaliar. Não quero mais dinheiro. Quero reparação moral.


– Aí o senhor tem toda razão. Moral é tudo num homem.

– Tudo também não. Vamos com calma.

– Me empolguei. É a alegria da vitória. Mas vamos lembrar que a justiça eleitoral obrigou a imprensa a dizer que o senhor é inocente.

– Não fez mais que a obrigação dela.


– Sem dúvida. Mas nem todos cumprem suas obrigações...

– É verdade. Tudo bem, tá pago. Não vou mais exigir nada. Nem tenho mais tempo pra isso. Preciso montar o meu ministério.

– Boa sorte, presidente. Já decidiu quem vai comandar a economia?

– Estou entre o Mercadante, o Palocci, o Delúbio e a Dilma.


– Esse país vai voar.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Mesmo derrotado, Bolsonaro insiste em críticas ao TSE e volta a levantar suspeita sobre lisura das eleições em 2022 - O Globo

Sem apresentar provas, presidente afirmou que votação de proposta sobre voto foi 'recado' e se disse 'feliz' com Congresso

Derrotado em votação da Câmara, que rejeitou o voto impresso, o presidente Jair Bolsonaro manteve os ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dizendo que o resultado mostrou que parte do Legislativo não acredita na "lisura das eleições", mesmo sem ter provas. Apesar da derrota, Bolsonaro disse que agradeceu aos deputados que votaram de forma favorável à proposta.  — Estou feliz com o Parlamento brasileiro. Não tivemos 308 votos, mas (foi) 229 a 218 (votos), se não me engano. 10, 11 (votos) de diferença, pouca coisa. Mas é uma demonstração que esse pessoal votou de forma consciente e deu um grande recado ao Brasil. Eles não acreditam na lisura das eleições — disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. [ao que se sabe o Congresso Nacional, ontem, via Câmara dos Deputados, rejeitou uma PEC que era do interesse do presidente Bolsonaro e do Brasil - exercendo a sua prerrogativa, legítima e exclusiva, de legislar  = função que a Constituição atribui ao Poder Legislativo = Congresso Nacional - e, em casos excepcionais, ao Poder Executivo, via Medida Provisória. 
Não foi aprovado nenhum ato impedindo o presidente Bolsonaro, de ter opiniões e exercer o seu direito de criticar.
Aliás, tem coisas que só acontecem no Brasil. Ontem determinada emissora de TV, no seu noticiário louvando os  (mal) feitos da Covidão,. mencionou que o depoente do dia, havia praticado atos antidemocráticos ao criticar a composição da Covidão. 
Pelo amor de DEUS, considerar ato antidemocrático criticar uma CPI presidida por um senador,  o Aziz,  que  quando  era governador do Amazonas teve a esposa e irmãos presos por envolvimento com corrupção na área da Saúde daquele estado; tem como relator, um senador, o Renan Calheiros,  que responde a nove inquéritos criminais e só no período em que está relator foi alvo de indiciamentos pela PF; tem entre seus integrantes um senador, o petista Humberto Costa, vulgo 'drácula', envolvido com a operação sanguessuga e um outro, Jader Barbalho, pioneiro no uso de algemas (ele algemado)
Tem sentido chamar de  ato antidemocrático falar a verdade?]
 
A Câmara dos Deputados rejeitou na terça-feira, em plenário, a proposta que previa a implementação do voto impresso a partir de 2022, com 229 votos a favor e 218 contra, além de uma abstenção. O texto foi arquivado, já que são necessários ao menos 308 votos para alterar a Constituição. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse na segunda-feira que Bolsonaro teria se comprometido a respeitar o resultado da votação, mesmo que fosse derrotado. [a rejeição da PEC já era esperada = os deputados por razões amplamente conhecidas, não ousam contrariar o Supremo - um exemplo do afirmado é que abriram mão da prerrogativa constitucional de libertar um parlamentar preso por ordem do STF; assim, rejeitar a PEC do     VOTO AUDITÁVEL e atender um capricho do ministro Barroso, era esperado.
Ainda que a Câmara aprovasse o agora loquaz  senador Romildo Pacheco, presidente do Senado, retardaria a apreciação da PEC aprovada na Câmara e com isso impediria que o aprovado pelos deputados fosse aprovado pelo Senado Federal a tempo de atender os preceitos do artigo 16 da CF.
Resta agora aos defensores do VOTO AUDITÁVEL mostrar que acoplar uma impressora a cada urna eletrônica, NÃO ALTERA O PROCESSO ELEITORAL = assim, não é necessário uma PEC e sim uma Lei infraconstitucional.]

Nesta quarta, Bolsonaro afirmou que parte dos que votaram contra a proposta, assim como parte dos que não participaram de sessão, foram "chacoteados" e tinham medo de uma "retaliação": — Quero agradecer à metade do parlamento que votou favorável ao voto impresso. Parte da outra metade que votou contra, que entendo que votou chantageada. Uma outra parte que se absteve, nessa parte, não são todos, mas alguns ali também não votaram com medo de retaliação.

Entrevista: 'Tropa circundando Congresso é mau agouro', avalia historiador José Murilo de Carvalho

O presidente disse que as eleições do ano que vem terão a "mácula da desconfiança": — E eu perguntaria agora aqueles que estão trabalhando por interesses pessoais, não são interesses do Brasil, se eles querem enfrentar eleições no ano que vem com a mácula da desconfiança, que não é de agora.

Na semana passada, o TSE abriu um inquérito administrativo para apurar os ataques sem provas que Bolsonaro vem fazendo ao sistema eletrônico de votação, e pediu que ele seja investigado também em um inquérito já aberto no Supremo Tribunal Federal (STF).  Bolsonaro fala na possibilidade de irregularidades nas eleições desde a disputa de 2018. A partir de março de 2020, começou a prometer que iria apresentar "provas" de fraudes. Entretanto, em transmissão realizada há duas semanas, o presidente admitiu que não tem provas, apenas "indícios" e "suspeitas", a maioria deles baseados em vídeos antigos já desmentidos pelo TSE.

Na semana passada, 15 ex-presidentes do TSE, além da cúpula atual do tribunal, divulgaram uma nota defendendo o sistema atual de votação do Brasil. Além disso, oito procuradores-gerais da República também se manifestaram recentemente em defesa da urna eletrônica, que Bolsonaro questiona sem apresentar provas de fraude. [o próprio TSE divulgou uma Nota na qual reconhece a ocorrência de "acesso indevido", em 2018,  ao sistema eleitoral. 
O complicador da confiabilidade das urnas eletrônicas não é a  possibilidade de fraudes terem ocorridas no passado e sim que o sistema atual - sem o registro impresso do voto, único meio palpável, visível, de que não ocorreu fraude (por óbvio, válido apenas para eleições futuras) a possibilidade, a eventualidade, da ocorrência de fraudes permanece.
Resta agora aos defensores do VOTO AUDITÁVEL mostrar que acoplar uma impressora a cada urna eletrônica, NÃO ALTERA O PROCESSO ELEITORAL = assim, não é necessário uma PEC e sim uma Lei infraconstitucional.]

Política - O Globo


sábado, 3 de dezembro de 2016

A pane seca de Renan



Avise à torre que o senhor não tem mais condições de pilotar nada, muito menos votação no meio da noite

Se o combustível de um presidente do Senado for a credibilidade. Se a autonomia de um presidente do Senado depender de sua lisura. Se um presidente do Senado, na linha sucessória da Presidência da República, se tornar réu do Supremo Tribunal Federal por peculato (traduzindo: desvio de verba pública para uso pessoal)... A emergência estará configurada. 

Renan Calheiros, avise à torre que o senhor não tem mais condições de pilotar nada, muito menos votação contrabandeada no meio da noite sujeita a trovoadas. Não finja ser pane elétrica, não culpe o Judiciário, diga logo que é pane seca e que lhe falta o combustível da credibilidade. Ninguém acredita quando o senhor elogia a Lava Jato e condena a corrupção. 

Admita que calculou mal os riscos e que, de tanto desafiar as regras e a sensatez, de tanto se sentir protegido pela máquina do PMDB, acima das nuvens, de tanto agir no limite da paciência da sociedade, acabou vitimado pelo sentimento de onipotência, talvez herdado de seu padrinho José Sarney.  Faça como fez há nove anos, quando renunciou à presidência da mesma Casa para não ser cassado, ao ser acusado de pagar a pensão de sua filha extraconjugal com dinheiro de empreiteira. Voltou depois, com a bênção de todos, Sarney e Lula e seus companheiros. Sempre com aquele risinho. Renan responde a mais 11 processos no STF, oito deles da Lava Jato. Ou Renan é culpado ou é o político mais perseguido da história do Brasil.

O rabo preso gigantesco de Brasília explica a cumplicidade, no Senado, de figuras como Fernando Collor e Lindbergh Farias. Eles estavam entre os 14 senadores que apoiaram Renan na pressa de votar o projeto da Câmara, que desfigurou as dez medidas anticorrupção de iniciativa popular. Renan nem queria votação nominal, só voto simbólico. Sua manobra foi desmascarada a tempo. A maioria no Senado percebeu que o plano de voo de Renan era irresponsável. Renan descobriu que não tinha autonomia.

Na Câmara, o rabo preso aliou Pedro Paulo a Jandira Feghali e Indio da Costa contra o pacote original anticorrupção. O PT de Lula e Dilma e o PRB de Crivella também se aliaram contra o pacote anticorrupção e a favor de enquadrar o Judiciário. Jair Bolsonaro e Jean Wyllys – que sempre viveram aos cuspes e berros – se uniram a favor das medidas anticorrupção mas foram derrotados.

Há um claro conluio político, liderado por investigados na Lava Jato, para melar investigações de propina, caixa dois e corrupção. Sob o pretexto de coibir abusos de autoridade que devem mesmo ser refreados para evitar o “espetáculo” e o desrespeito a direitos dos delatados –, o Congresso ameaça uma operação que mudou o Brasil para sempre.

Antes do juiz Sergio Moro e a equipe de Curitiba, sabíamos dos desvios de dinheiro público, mas não se imaginava o grau, ou o valor. Não se imaginava a amplitude das quadrilhas no Poder. Os métodos, os laranjas, os superfaturamentos, as joias da Coroa e a total impunidade de quem dilapidava obras de infraestrutura e serviços essenciais. Além dos roubos, terão de ser atacados com urgência os privilégios, as mordomias, os supersalários na casta política. Mas já é um começo de moralização do serviço público.

Renan, em evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), afirmou que o sistema político brasileiro está “falido e fedido”. Não percebe que estão colando nele a pecha de cinismo? Sua eloquência contra o presidencialismo não comoveu. O presidente da OAB, Claudio Lamachia, defendeu o afastamento imediato de Renan. Não como admissão de culpa, mas para não comprometer os trabalhos do Senado, enquanto for réu no STF.

Por que esse açodamento do Congresso, em dezembro, perto do Natal e de mais um recesso de verão? Dá para entender o “timing”. Vem aí a mãe de todas as delações. A maior empreiteira do país, a Odebrecht, envolvendo 75 executivos e ex-dirigentes, deve citar 200 políticos. Pai e filho, Emilio e Marcelo Odebrecht assinaram a delação premiada, prometeram pagar multa de R$ 6,8 bilhões e pediram desculpas por “práticas impróprias”. É com esperança, não com ceticismo, que leio o comunicado histórico da Odebrecht.

“Não importa se cedemos a pressões externas. (...) Fomos coniventes com tais práticas. (...) Foi um grande erro, uma violação dos nossos próprios princípios, uma agressão a valores consagrados de honestidade e ética.” E por aí vai. Leiam. As dez medidas de compromisso com o futuro da Odebrecht são exemplares. No topo da lista: “Combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas, inclusive extorsão e suborno”.

Quando leremos desculpas e compromissos de nossos políticos? Se o Brasil está em pane seca, com milhões de pessoas devolvidas à pobreza, é por ganância e incompetência de seus governantes. [os culpados pela devolução de milhões de pessoas à pobreza estão claramente identificados: Lula e Dilma - usaram de recursos fraudulentos para tornar miseráveis em remediados e que estavam ascendendo rapidamente com o método imbecil de Dilma: que se valeu de um aumento na renda dos pobres de R$2,00, mensal, para decretar que não mais existia miséria no Brasil.
E para Dilma e Lula sempre vale seguir o exemplo da Itália do final da Segunda Guerra Mundial ao punir exemplarmente Benito Mussolini e sua amante Clara Petacci.]

 Fonte: Ruth de Aquino - Época