Esta terça-feira (1º) é dia de
reabertura do Judiciário, neste ano eleitoral. E entre as primeiras
pautas, estão as federações de partidos, inventadas porque as coligações
foram proibidas e é preciso saltar por cima da cláusula de barreira que
pega os nanicos;
- outro tema será a data de início para contar a
inelegibilidade de oito anos da Lei da Ficha Limpa, outra hipocrisia
igual à primeira, porque o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já
lavou a ficha de condenado em três instancias que é hoje candidato, sem
esquecer que foi o presidente do Supremo que presidiu o julgamento no
Senado que baniu ad hoc da Constituição a inelegibilidade por oito anos
da presidente condenada.
Não podemos nos queixar que
estejam ocultando algo, porque claramente podemos acompanhar os
movimentos. Tudo é feito em nossa cara, talvez na aposta de que não
pensamos nem somos capazes de imitar os caminhoneiros canadenses. São
evidentes as ações para fustigar o candidato à reeleição.
A obrigatoriedade de um
presidente da República comparecer pessoalmente diante de um delegado da
Polícia Federal na última sexta-feira (28), pode ser incluída no
conjunto de provocações, como apreender o telefone celular do chefe de
Estado, ou de impedi-lo de nomear um subordinado, ou de tornar pública
reunião interna da Presidência, entre outras.
O tal “vazamento” do inquérito
dos hackers no TSE não existiu, porque se refere a documentos
distribuídos aos deputados pelo relator da Comissão Especial da PEC do
Voto Impresso, deputado Felipe Barros. A comissão aprovou a requisição à
Polícia Federal e recebeu os inquéritos de invasão de computadores do
TSE. Não havia sigilo sobre os documentos. O delegado federal que
trabalhou no caso confirmou, em depoimento, que não havia sigilo no
inquérito.
O caso é de extrema gravidade,
pois levanta preocupações do eleitor sobre a segurança da contagem de
seu voto. Quando o presidente se manifestou sobre a violação do sistema
do tribunal, aí apareceu a versão do sigilo desrespeitado, corroborada
pela delegada escolhida por Alexandre de Moraes para tocar o caso.
O assunto, de 2018, estava
dormido, mas a insistência do ministro Moraes despertou novamente a
polêmica. Por que não emitir um comprovante, como fazem as maquininhas
de cartões de crédito, como garantia de checagem, se houver dúvida?
Seria tão simples. Por que ter medo disso? Além de tudo, o TSE comprou,
em 2020, 180 mil urnas da Positivo, com entrada para impressora.
Se as
Forças Armadas vão acompanhar, a convite do TSE, certamente não será
para endossar qualquer disfunção no cômputo dos votos. O mais difícil
para alguns do TSE será deixar cristalina a isenção requerida em relação
à disputa eleitoral.
Uma ministra do Supremo recém
participou de reunião política em São Paulo. Há poucos meses, oito do
Supremo decidiram que o condenado duas vezes em três instâncias, é
elegível – e é o principal adversário do candidato à reeleição, que tem
sido fustigado por juízes do mesmo tribunal, que integram o TSE.
Vão ter
que fazer um esforço sobre-humano para ganhar confiança do dono da
eleição, que é o eleitor, que certamente tem acompanhado de rabo de olho
toda a movimentação dos que vão apurar o voto que é origem do poder.