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quarta-feira, 1 de março de 2023

A pizza de Lula - Roberto Rachewsky

Lula dá nova versão à velha falácia de que economia é jogo de soma zero. A pizza produzida pelo Brasil é suficiente para todos matarem a fome. Ela só está mal distribuída. Se há famélicos é porque há gordos. É o que diz Lula.

O Brasil não produz uma pizza. Não existe essa grande unidade que poderia ser fatiada e distribuída igualmente entre todos. A soma da riqueza nacional é mera estatística, é apenas a representação matemática da soma de cada pizza que pertence a cada brasileiro porque foram eles que botaram a mão na massa, de corpo e alma.

O direito de preparar, fazer e consumir a sua pizza faz parte do direito à vida que não inclui ganhar um pedaço de pizza tirado à força dos outros.

O governo arranca das mãos dos brasileiros um naco de quase metade das pizzas produzidas. Se há quem não tem pizza para si, ou é porque não faz por merecer, ou porque o governo abocanha boa parte, ou porque o governo não deixa que mais pizzas sejam produzidas, ou todos os três de uma vez.

Economia não é jogo de soma zero. A pizza dos famélicos é feita e cresce na medida que os gordos querem fazer as suas. Quando alguém quer investir para lucrar, ele irá precisar da cooperação voluntária e remunerada de outros que podem ajudá-lo na criação de valor, do qual ficarão com uma parte.

O Lula é imprestável. Adora a pizza alheia que conquista com corrupção e roubo. Se há famélicos no Brasil, ninguém é mais culpado disso do que ele e seu partido.

*Publicado originalmente na página do autor no Facebook.

 

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Superpoderes: Massa é a última bolacha no pacote para salvar a Argentina

Com um presidente totalmente impotente - e uma vice potentíssima -, o novo ministro da Economia tem uma chance, bem pequena, de evitar o desastre

 Kirchnerismo, albertismo e massismo. São estas as correntes que se entrechocam no governo argentino.

O albertismo entra aí quase que como uma formalidade. Alberto Fernández é hoje um presidente totalmente decorativo, com apenas três assessores da sua quota no próprio governo, submetido à supervisão de um adulto, Sergio Massa, chamado para ser o terceiro ministro da Economia em um mês na condição de última esperança de salvação nacional.

É um peso grande demais para qualquer mortal, considerando-se o estado de desarranjo quase terminal do país. Mas até adversários concordam que, se tem alguém que pode fazer esta tentativa, Sergio Massa é o cara. Amanhã é o Dia D em que ele toma posse e anuncia seu pacotaço. Vai precisar de toda a sorte que puder amealhar.

Com eleitorado próprio –  20% dos votos quando se candidatou a presidente, na época em que estava rompido com Cristina Kirchner -, ele não é economista, mas talvez a capacidade política seja a característica mais importante nesse momento de crise existencial. Como presidente da Câmara dos Deputados, cargo que está deixando para entrar no governo – uma operação de altíssimo risco -, Massa certamente aprimorou sua habilidades políticas

Se ser um economista respeitado pesasse, Martín Guzmán, pupilo de Joseph Stiglitz, não teria pedido demissão em 2 de julho e sua substituta, Silvina Batakis, não teria durado exatamente 24 dias no cargo.O pequeno recuo no dólar e a melhora no risco país que acompanharam a nomeação de Massa são, evidentemente, episódicos. Mesmo com superpoderes e o comando de uma pasta que funde Economia, Desenvolvimento Produtivo e Agricultura, ele poderá fazer muito pouco se não conseguir superar o maior obstáculo a um rearranjo econômico – sinônimo, realisticamente, de cintos apertados – que salve o país do abismo: Cristina Kirchner.

“Estar à frente de um superministério não te transforma, do nada, em superministro”, ironizou Carlos Raymundo Roberts no La Nación. O colunista também citou a análise bem sucinta feita por um governador peronista: “Em momentos de tanta incerteza, Massa representa para Alberto e Cristina uma certeza: os dois sabem que vai ferrar com eles”.

O verbo usado foi um pouco mais explícito.

O confronto com Cristina envolve coisas bem mais concretas do que a necessidade, óbvia, de aperto nas contas públicas e respeito aos contratos. São ministérios e cargos-chave. Cristina controla as pastas do Interior, da Justiça, da Defesa e da Cultura, além da secretaria de Energia – o foco do confronto que derrubou Guzmán -, o Banco Central, a estatal petrolífera, os equivalentes ao SUS e ao INSS e a Receita Federal.

A receita já tinha uma área dominada, através da qual “dados fiscais estratégicos eram fornecidos ao kirchnerismo cada vez que havia uma batalha contra algum dirigente político ou empresarial que resistisse à música dos tempos atuais”, segundo descreveu no Infobae o analista político Fernando González.

Ou seja: Sergio Massa entra no governo numa posição de vulnerabilidade com a missão de fazer o que Cristina e seus sequazes não querem de jeito nenhum, atacar o déficit fiscal, para começo de conversa, como parte de um plano de estabilização geral. O item mais flamejante do déficit equivale aos subsídios e programas sociais que seguram – ou seguravam – o governo sem uma explosão das ruas, expressão que na Argentina é literal.

Sem contar fatores como descontrole cambial, inflação embicando para 100% até o final do ano, desabastecimento e confronto direto com o agronegócio, agravado por retenções e impostos punitivos, embora seja responsável por “sete dólares de cada dez que entram no país”, segundo lembrou Nicolás Pino, o presidente da Sociedade Rural, na abertura da tradicional exposição feita no bairro de Palermo. Excepcionalmente, os movimentos sociais resolveram não protestar na abertura da exposição, o que na Argentina é visto como um sinal de paz em direção a Sergio Massa.

Qual chance tem o novo ministro de dar certo num ambiente assim?

Baixíssima.

Por que Sergio Massa está entrando nesse barco?

Poder, obviamente.

Ele quer ser presidente – tem eleição no ano que vem -, salvar o país de si mesmo, um país consumido pela volúpia populista que o devora há quase oito décadas e que continua a esperar um salvador da pátria.    

“Ordem, coordenação e planejamento”, prometeu Massa, provavelmente sabendo que será quase impossível fornecer qualquer um desses elementos.

Fontes do mercado financeiro reconheceram quase unanimemente no novo superministro um pragmático, um homem com quem se pode conversar, mas o bichinho da ambição – o único que leva alguém a se colocar numa posição assim – vai ter que conviver com o estranho pacto feito com Cristina Kirchner e uma crença quase generalizada de que o arranjo vai durar pouco.

Vilma Gryzinski, Blog Mundialista - VEJA


domingo, 31 de julho de 2022

A guerra das pautas - Alon Feuerwerker

Análise Política

Desde a redemocratização, é rotina nas nossas eleições presidenciais os contendores apresentarem-se como a essência do altruísmo. Nunca se trata de entronizar certo grupo para aplicar certo programa, mas de fazer a eterna escolha decisiva para a salvação nacional. A circunstância de isso coincidir com a ocupação do Estado por certa corrente ou conglomerado seria apenas isso, uma circunstância.

Tal narrativa, além de capturar votos, leva a vantagem de oferecer uma razão heróica para aderir ao poder, ou à expectativa dele. A arte da política reside também em defender o próprio interesse, e o do grupo, mas em dar a impressão de estar defendendo, antes de tudo, o interesse geral. O príncipe precisa cultivar duas lealdades fundamentais para preservar o pescoço: a lealdade da corte e a da massa.

Na utopia,
poderíamos estar às vésperas de uma campanha em que sobressaíssem os caminhos para reindustrializar o Brasil, retomar o desenvolvimento acelerado, atrair capital para o necessário salto na infraestrutura, melhorar radicalmente a educação básica, acabar com o subfinanciamento da Saúde, atacar a criminalidade e construir um sistema político capaz de produzir estabilidade e progresso social.

Mas há a possibilidade, e isso não é um lamento, é constatação, de essa pauta vital ser interditada nos próximos dois ou três meses, com o Brasil ocupado discutindo se é mais importante salvar o país do bolsonarismo ou do petismo. Na cúpula intelectual, o antibolsonarismo ganha de goleada. No povo, está bem mais apertado. [COMENTANDO: os intelectuais não contam, são uma minoria insignificante; já o povo garante mais quatro anos de governo do 'capitão do povo'.]

E o apelo salvacionista desta vez vai se polarizando em torno da dita questão democrática. Diferente de 2018, quando o demônio da hora era a corrupção. E o PT está levando vantagem. Por seus acertos, [COMENTANDO: acertos? tem um candidato que foge do povo, procura até impedir que certos fatos sejam mencionados; além do mais,  o descondenado quanto fala é para falar mal da classe média, dizer que polícia não é gente, lamentar que 'meninos' não possam roubar (não falamos de furto e sim de roubo) e outras lorotas.]  pelos erros do adversário, mas também por razões históricas.

Apontar o dedo contra o petismo pela proximidade com governos de esquerda mal vistos no Ocidente não parece, até o momento, fazer efeito. Pois o PT não carrega no currículo o apoio ou o elogio ao golpe de 1964 [COMENTANDO: - entre os notoriamente contra o Governo Militar instalado em 1964, encontramos grande parte dos tais intelectuais, a maioria do  pessoal da cultura - alguns manifestam a contrariedade pisoteando a nossa Bandeira = a Bandeira Nacional = e outros expoentes do mal.] e, regra geral, respeitou, ou foi forçado a respeitar, o resultado das eleições presidenciais que perdeu. Nem no impeachment de Fernando Collor o petismo foi protagonista.  Deixou isso para o então PMDB e o PSDB.

Luiz Inácio Lula da Silva e o PT estão jogando essencialmente dentro das regras há quatro décadas. Esse é um fato. E isso está ajudando um e outro a ficar bem posicionados para agora colher os frutos. Esse é outro fato.  Do lado oposto do ringue, Jair Bolsonaro foi produto da implosão da Nova República e agora assiste à aglutinação dos remanescentes dela em torno da defesa e do resgate daquela simbologia, sintetizada na ideia da frente ampla. [COMENTANDO: - a pergunta de Stálin ressurge; só que agora não são divisões seu objetivo e sim quantos votos os que são contra Bolsonaro, contra o Brasil, a favor da volta da corrupção à cena do crime, possuem?  
Surge outra pergunta: alguém já 'perdeu' tempo, em uma pesquisa séria e imparcial da aprovação pelo povão do Governo Militar. 
Vale lembrar que ter simpatia, gostar do Governo Militar instalado em 1964 não é sinônimo de ser golpista. 
Ao contrário: é exemplo de ser DEMOCRATA dentro da ORDEM E PROGRESSO, com OBEDIÊNCIA e RESPEITO ao ordenamento legal da República Federativa do Brasil.]
 
A convergência é facilitada pelo contraste com as teses sempre professadas pelo “capitão do povo”, como diz o jingle. E facilitada também pela até agora importância que o incumbente dá ao debate sobre o voto eletrônico.  Eleições têm um pouco de judô. Se acertar a pegada no quimono do oponente, é meio caminho andado na luta. Por enquanto, a agitação da “salvação da democracia” tem ajudado Lula a agregar apoio político por gravidade e funcionado como freio adicional para impedir, ou dificultar, Bolsonaro de capitalizar alguns recentes dados positivos no universo da economia. [COMENTANDO: - Há sérias dúvidas se a maioria do povo brasileiro está mais preocupada com a economia REAL = empregos, alimentação, transporte = melhores condições de vida, ou com a narrativa de que é preciso salvar a democracia. 
Salvar o que não corre nenhum risco? 
A democracia brasileira está sendo respeitada,  as instituições funcionando, eleições me menos de 90 dias = não corre perigo, portanto, não tem necessidade de ser salva - passaria a correr risco de ser pisoteada caso a esquerda ganhasse as próximas eleições.]

Aqui, a inércia do debate joga ao lado de Lula. Quem precisa criar o fato novo, voltar a pauta para os assuntos econômicos, é o presidente. [COMENTANDO: as melhoras na economia, em pleno andamento = destacando redução do desemprego, revisão para cima do PIB, inflação em queda (em processo de elevação em todas as economias do mundo, o que inclui grandes potências econômicas, tais como Estados Unidos, União Europeia e outros países.] 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político