Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador simbologia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador simbologia. Mostrar todas as postagens

domingo, 31 de julho de 2022

A guerra das pautas - Alon Feuerwerker

Análise Política

Desde a redemocratização, é rotina nas nossas eleições presidenciais os contendores apresentarem-se como a essência do altruísmo. Nunca se trata de entronizar certo grupo para aplicar certo programa, mas de fazer a eterna escolha decisiva para a salvação nacional. A circunstância de isso coincidir com a ocupação do Estado por certa corrente ou conglomerado seria apenas isso, uma circunstância.

Tal narrativa, além de capturar votos, leva a vantagem de oferecer uma razão heróica para aderir ao poder, ou à expectativa dele. A arte da política reside também em defender o próprio interesse, e o do grupo, mas em dar a impressão de estar defendendo, antes de tudo, o interesse geral. O príncipe precisa cultivar duas lealdades fundamentais para preservar o pescoço: a lealdade da corte e a da massa.

Na utopia,
poderíamos estar às vésperas de uma campanha em que sobressaíssem os caminhos para reindustrializar o Brasil, retomar o desenvolvimento acelerado, atrair capital para o necessário salto na infraestrutura, melhorar radicalmente a educação básica, acabar com o subfinanciamento da Saúde, atacar a criminalidade e construir um sistema político capaz de produzir estabilidade e progresso social.

Mas há a possibilidade, e isso não é um lamento, é constatação, de essa pauta vital ser interditada nos próximos dois ou três meses, com o Brasil ocupado discutindo se é mais importante salvar o país do bolsonarismo ou do petismo. Na cúpula intelectual, o antibolsonarismo ganha de goleada. No povo, está bem mais apertado. [COMENTANDO: os intelectuais não contam, são uma minoria insignificante; já o povo garante mais quatro anos de governo do 'capitão do povo'.]

E o apelo salvacionista desta vez vai se polarizando em torno da dita questão democrática. Diferente de 2018, quando o demônio da hora era a corrupção. E o PT está levando vantagem. Por seus acertos, [COMENTANDO: acertos? tem um candidato que foge do povo, procura até impedir que certos fatos sejam mencionados; além do mais,  o descondenado quanto fala é para falar mal da classe média, dizer que polícia não é gente, lamentar que 'meninos' não possam roubar (não falamos de furto e sim de roubo) e outras lorotas.]  pelos erros do adversário, mas também por razões históricas.

Apontar o dedo contra o petismo pela proximidade com governos de esquerda mal vistos no Ocidente não parece, até o momento, fazer efeito. Pois o PT não carrega no currículo o apoio ou o elogio ao golpe de 1964 [COMENTANDO: - entre os notoriamente contra o Governo Militar instalado em 1964, encontramos grande parte dos tais intelectuais, a maioria do  pessoal da cultura - alguns manifestam a contrariedade pisoteando a nossa Bandeira = a Bandeira Nacional = e outros expoentes do mal.] e, regra geral, respeitou, ou foi forçado a respeitar, o resultado das eleições presidenciais que perdeu. Nem no impeachment de Fernando Collor o petismo foi protagonista.  Deixou isso para o então PMDB e o PSDB.

Luiz Inácio Lula da Silva e o PT estão jogando essencialmente dentro das regras há quatro décadas. Esse é um fato. E isso está ajudando um e outro a ficar bem posicionados para agora colher os frutos. Esse é outro fato.  Do lado oposto do ringue, Jair Bolsonaro foi produto da implosão da Nova República e agora assiste à aglutinação dos remanescentes dela em torno da defesa e do resgate daquela simbologia, sintetizada na ideia da frente ampla. [COMENTANDO: - a pergunta de Stálin ressurge; só que agora não são divisões seu objetivo e sim quantos votos os que são contra Bolsonaro, contra o Brasil, a favor da volta da corrupção à cena do crime, possuem?  
Surge outra pergunta: alguém já 'perdeu' tempo, em uma pesquisa séria e imparcial da aprovação pelo povão do Governo Militar. 
Vale lembrar que ter simpatia, gostar do Governo Militar instalado em 1964 não é sinônimo de ser golpista. 
Ao contrário: é exemplo de ser DEMOCRATA dentro da ORDEM E PROGRESSO, com OBEDIÊNCIA e RESPEITO ao ordenamento legal da República Federativa do Brasil.]
 
A convergência é facilitada pelo contraste com as teses sempre professadas pelo “capitão do povo”, como diz o jingle. E facilitada também pela até agora importância que o incumbente dá ao debate sobre o voto eletrônico.  Eleições têm um pouco de judô. Se acertar a pegada no quimono do oponente, é meio caminho andado na luta. Por enquanto, a agitação da “salvação da democracia” tem ajudado Lula a agregar apoio político por gravidade e funcionado como freio adicional para impedir, ou dificultar, Bolsonaro de capitalizar alguns recentes dados positivos no universo da economia. [COMENTANDO: - Há sérias dúvidas se a maioria do povo brasileiro está mais preocupada com a economia REAL = empregos, alimentação, transporte = melhores condições de vida, ou com a narrativa de que é preciso salvar a democracia. 
Salvar o que não corre nenhum risco? 
A democracia brasileira está sendo respeitada,  as instituições funcionando, eleições me menos de 90 dias = não corre perigo, portanto, não tem necessidade de ser salva - passaria a correr risco de ser pisoteada caso a esquerda ganhasse as próximas eleições.]

Aqui, a inércia do debate joga ao lado de Lula. Quem precisa criar o fato novo, voltar a pauta para os assuntos econômicos, é o presidente. [COMENTANDO: as melhoras na economia, em pleno andamento = destacando redução do desemprego, revisão para cima do PIB, inflação em queda (em processo de elevação em todas as economias do mundo, o que inclui grandes potências econômicas, tais como Estados Unidos, União Europeia e outros países.] 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Brasil na berlinda - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Com Bolsonaro remendando estragos, Doria, Huck e Moro se mostram ao mundo

Sem o presidente Jair Bolsonaro, mas com seus rivais João Doria e Luciano Huck, o Fórum Econômico Mundial deste ano, em Davos, pode jogar o Brasil na constrangedora situação de país digno de uns bons puxões de orelha por maltratar o meio ambiente, ameaçar a mídia, provocar líderes mundiais, enaltecer ditadores e, agora, ultrapassar todos os limites trazendo Hitler e o nazismo ao ambiente.[felizmente, estou sempre atento ao que é publicado na mídia e hoje aprendi que o Fórum de Davos é um SUPREMO TRIBUNAL UNIVERSAL que julga  os países que ousam sair do politicamente correto - deixando de seguir conceitos e regras estabelecidas pela agonizante esquerda.]



O puxão de orelhas deve começar com a Greta, a menina que virou personalidade internacional pela defesa da natureza, foi chamada de “pirralha” por Bolsonaro e devolveu com ironia. Uma adolescente dando lições em Davos a poderosos cheios de pretensão e ideias equivocadas, não raro perigosas. Delicioso. Ninguém diz, mas Bolsonaro teve dois bons motivos para não ir a Davos. Um é que certamente baixou uma baita insegurança depois do vexame na estreia no fórum em 2019. Se mal conseguiu falar coisa com coisa quando ainda era cercado de expectativas, imaginem agora, depois de tudo?



O segundo motivo é que Bolsonaro achou que Donald Trump não iria. Se Trump não vai, esse encontrinho de grandes líderes internacionais, megainvestidores, homens das finanças e do pensamento não serve pra nada. [tem grande prestígio, palco de grandes negociações, mas, não se destina a julgar países que lá estão como participantes e não como réus.
Basta se ver o rol dos participantes para se deduzir, sem erros, que os que pretendem julgar o Brasil e o presidente Bolsonara não encontrarão campo fértil. ] Mas a aposta foi errada: Trump anunciou que vai, mesmo acossado pelo processo de impeachment – ou até por causa dele. Assim, o governo brasileiro é representado pelo ministro Paulo Guedes, integrantes de sua equipe e os presidentes do BNDES e da Eletrobras, que têm o que oferecer e o que pedir a investidores. Só que eles querem falar em privatizações e concessões, mas muitos dos interlocutores preferem ouvir sobre algo mais abstrato, mas potente: democracia.



Assim, a presença de Doria e Huck tem uma simbologia especial. O governador leva na mala um portfólio de oportunidades e deve ter ensaiado bem o personagem moderno, de braços abertos para investimentos, que se coloca como alternativa a Bolsonaro. Alternativa também à direita e conservadora, mas menos beligerante e de mais bom senso. Nem pró-Pinochet e Goebbels nem terraplanista. Ou seja, “normal”. E Huck? Devagar, com uma viagem daqui, uma palestra dali, agora uma ida a Davos, ele vai construindo um nome, uma imagem, uma candidatura. No mínimo, vai perdendo o pânico de quem pulou de véspera da campanha de 2018, depois de aprender que o mundo de celebridades é muitíssimo diferente do mundo hostil, ácido, da política. [a presença do governador de São Paulo, pode resultar até em  captação de investimentos;
já o animador de auditório pode fazer um showzinho para ajudar a passar o tempo;
felizmente, os brasileiros começam a dissociar ser um animador de auditório de ser um bom administrador.
Bolsonaro não precisa se apresentar em todos os encontros e Moro já tem o seu lugar = próximo ministro do STF ou, o mais provável, candidato a vice-presidente da República em 2022 fazendo dobradinha com o presidente Bolsonaro.

A propósito a brilhante  recepção em Stanford ao ministro Paulo Guedes mostra que a ausência do presidente Bolsonaro, está sendo brilhantemente preenchida. Os presidentes dos Estados Unidos Donald Trump, da China Xi Jinping e Vladimir Putin da Rússia, certamente não serão alvos de perguntas inadequadas ao Fórum, que pelo ]



E que personagem Huck apresenta no teatro de Davos? O do cara que deu certo, quer dar sua contribuição para um Brasil melhor e está contra “tudo o que está aí”, principalmente a pobreza, a desigualdade, a exclusão de gerações, uma atrás da outra. Com Doria e Huck lá, um terceiro personagem vai metendo a cara cá, aprendendo a enfrentar curiosos, críticos ou inimigos ferozes e se preparando para o futuro. Pode não estar claro nem para ele mesmo, mas com o troféu de personagem mais popular do governo, mais do que o presidente, Sérgio Moro pode não estar em Davos hoje, mas está no jogo de 2022. Enquanto isso, Bolsonaro vai convivendo com as próprias fragilidades, tentando remendar o que ele mesmo esgarçou. Começa a testar a atriz Regina Duarte na Cultura, já esqueceu as denúncias contra o ministro Marcelo Álvaro Antonio, assiste de camarote à tragédia no Ministério da Educação e fecha olhos e ouvidos para as peripécias do seu homem da Comunicação. [o Ministério da Educação - que esperamos logo absorva a Secretaria de Cultura - tem sido vítima de uma sistemática campanha de sabotagem;
convenhamos que o cargo de ministro da Educação envolve a gestão, a coordenação de um Ministério, sendo corrigir provas tarefa a ser executada por especialistas no assunto.
Um lembrete:
-  ministro de Estado da Saúde sequer precisa ser médico;
-  ministro do STF não precisa ser bacharel em Direito.]


Autodeterminado exterminador das esquerdas, Bolsonaro é todo aplausos para Ernesto Araújo, Ricardo Salles e Damares Alves – como era com Roberto Goebbels Alvim – e já tem o culpado n.º 1 por todas as mazelas do governo: a mídia. Bolsonaristas tupiniquins estimulam, mas o mundo, e não só o mundo de Davos, está de olho. Huck, Doria e Moro, também. [enquanto os dois primeiros cuidam de Blsonaro e por tabela do próprio Moro, Bolsonaro e Moro cuidam de governar - ou tentar, já que o Governo do presidente Bolsonaro tem sido boicotado de todas as formas.
Graças a Deus, resta um consolo: só se chuta, quem incomoda.]

Eliane Cantanhêde,  jornalista - O Estado de S. Paulo

terça-feira, 28 de maio de 2019

O bolsonarismo existe

A existência do bolsonarismo projeta o antibolsonarismo e até o seu líder: Rodrigo Maia

O principal resultado das manifestações de domingo foi confirmar que a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência não foi só um episódio e que o bolsonarismo vingou. Ocupou um vácuo político na campanha e se consolida com a rejeição ao que o próprio presidente chama de “velha política” e os seus filhos e os olavistas desdenham como “establishment”, mas tem um nome: instituições, à frente os Poderes da República.
O bolsonarismo fecha os olhos, os ouvidos e a razão ao despreparo e aos erros crassos de Jair Bolsonaro em nome de “algo maior”: uma ideologia, o conservadorismo de costumes, as reformas liberais (que, aliás, vários outros candidatos defendiam) e o combate ao crime (que eles também pregavam), mas a liga mais poderosa é a rejeição contra o Congresso, o Supremo, a mídia. Ou seja, o “sistema”. [é de se esperar, por ser o correto que um governo democraticamente eleito, ao assumir cumpra o que prometeu durante a campanha - pelo menos o que for possível e isto o governo Bolsonaro está tentando fazer, com algum atraso, visto interferências do seu próprio núcleo.
Mas, as intromissões começam a cessar e nós - os eleitores de Bolsonaro - esperamos que ele comece a cumprir o que prometeu, se articulando com o Congresso e tendo como 'norte' o entendimento que cada Poder da República cumpra suas atribuições constitucionais, sem excesso e/ou interferência na seara dos demais poderes e também sem omissão.]
A economia derrete, mas o presidente dá prioridade a armas e transforma suas crenças pessoais em política de Estado, contra a defesa do meio ambiente, as universidades, as pesquisas, a área de Humanas. E ele rechaça os políticos, mas dá um excesso de poder nunca visto aos próprios filhos – aliás, políticos, um deles enrolado com um esquema no Rio que pode ser tudo, menos uma saudável “nova política”. Bolsonaro já derrubou ações da Petrobrás, criou sobressaltos na CEF, assustou a comunidade internacional, gerou temores na China e no mundo árabe e se mete despudoradamente nas eleições da Argentina.
O bolsonarismo, porém, não está nem aí para isso. Prefere acreditar, e alardear pelas redes sociais, que é tudo fake news, perseguição de uma imprensa esquerdista e mal-intencionada. O que importa para o bolsonarismo não é Bolsonaro, é o que ele representa. Bolsonaro é fraco, mas a simbologia (ou o marketing) dele é forte. [entendemos que não há perseguição ao governo Bolsonaro por parte da imprensa, havendo apenas uma tendencia de parte da mídia  de maximizar os erros do governo, omitir ou diminuir  os acertos.
 
Quanto as universidades, existem abusos em algumas, que vão desde a promoção, utilizando recursos públicos,  de seminários sobre temas insignificantes, até mesmo bizarros - até seminário sobre filosofia do sexo anal foi realizado em universidade pública cursos desnecessários, servidores da USP ganhando acima do teto, sendo recordista um professor com salário de mais de R$60mil e outros aspectos que estão detalhados aqui e/ou aqui.
 
O tão falado corte nos recursos das universidades é na realidade o contingenciamento, prática feita por todos os governos, há mais de 50 anos.
 
Quem sofre mesmo, estando totalmente abandonado, desamparado é o ensino fundamental e até mesmo o básico.]

Quem foi às ruas no domingo, em mais de 150 municípios, de todas as unidades da Federação, comprou a ideia de que ele é como um Dom Quixote contra os males e os maus do Brasil. Mas eles precisam tomar cuidado. A existência do bolsonarismo automaticamente projeta o antibolsonarismo. Manifestações a favor (aliás, inéditas em início de governos) chamam manifestações contra. Isso significa uma polarização perigosa: o “nós contra eles” da era do PT, com o sinal contrário.
As multidões de domingo foram uma demonstração de força e produziram fotos poderosas, mas elas já lançam até os potenciais líderes de hoje e do futuro. Quem desponta entre os bolsonaristas é Sérgio Moro, mas ele é muito além disso: rechaçado por petistas, é endeusado por diferentes frentes e setores da sociedade. E quem surge no horizonte para comandar o antibolsonarismo? O presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Quanto mais o bolsonarismo eleger Maia como inimigo número um, mais ele ganha força no antibolsonarismo, difuso e ainda confuso, mas real.
Maia e o DEM, porém, devem se descolar o quanto antes do Centrão, que Jair Bolsonaro chama de “palavrão” e transformou, habilmente, na síntese de tudo o que há de ruim, de podre, de execrável na política. Apesar de ter sido filiado a siglas que são, ou bem poderiam ser, desse bloco, como PP, PTB, PRB e o próprio PFL, que deu origem ao DEM de Rodrigo Maia. Outra ironia nessa história é que Centrão e bolsonarismo estão unidos em torno de pelo menos uma bandeira: a reforma da Previdência. Nunca se viu manifestação a favor da reforma, só contra. Pois, agora, os bolsonaristas nas ruas e o Centrão no Congresso é que vão aprovar a reforma e garantir não apenas a aposentadoria das novas gerações, mas também as chances de recuperação econômica do País. Tudo o que Bolsonaro precisa fazer é não atrapalhar. Ou parar de atrapalhar.