Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador nucleares. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador nucleares. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 24 de março de 2022

Temor de guerra com a Rússia faz Otan limitar ajuda militar à Ucrânia - Folha de S. Paulo

Aliança repete receita de sanções e aumento de entrega de armas mais leves, além de advertir a China

 Após dias falando grosso, a Otan moderou o tom e manteve um receituário convencional na sua reunião realizada para discutir o primeiro mês da guerra de Vladimir Putin na Ucrânia. "Temos responsabilidade de assegurar que o conflito não escale", disse o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, sem usar o termo Terceira Guerra Mundial.

Assim, foram repetidos anúncios feitos ao longo das duas últimas semanas. Haverá um incremento no envio de armas mais leves, como mísseis antitanque, à Ucrânia, e mais ajuda financeira a Kiev para tocar seu esforço de guerra.

O esperado protocolo de ação em caso de Putin usar armas de destruição em massa (nucleares, químicas ou biológicas) contra os ucranianos não foi divulgado. O norueguês Stoltenberg apenas repetiu que tal uso causaria risco de contaminação a países da Otan vizinhos à Ucrânia, e que isso "teria grandes consequências".

Foi mais próximo de uma ameaça a Moscou em sua fala, apesar de declarações anteriores mais duras. No mais, a Otan irá enviar a Kiev equipamentos de detecção e descontaminação contra o eventual uso dessas armas, seguindo a ativação de regimentos especializados que os usam em todo o Leste Europeu.

O motivo da cautela é o temor dos membros mais ocidentais da Otan de que a crise possa escalar para um conflito mundial. A Ucrânia é aliada, mas não membro da aliança, mas um ataque a um país do clube ou o envolvimento direto dele nos combates poderia levar, como disse o presidente americano, Joe Biden, à Terceira Guerra Mundial.[o que nenhum país do mundo deseja; uma escalada na guerra atual, localizada e podemos considerar 'administrada', levaria a última guerra mundial = os países ocidentais, para felicidade dos habitantes do planeta Terra, são bem conscientes para não esticar demais a corda. O ex-comediante precisa aceitar que se for necessário o Ocidente o forçará a aceitar uma paz nas condições impostas pela Rússia. 
Entre Zelensky e Putin, este é o mais odiado, mas o que tem condições de impor sua presença ao Ocidente.]

"Seria mais devastador do que agora", disse Stoltenberg, uma obviedade mesmo sem incluir o fato de Rússia e EUA detêm 90% das armas nucleares do mundo - na Otan, França e Reino Unido também têm as suas.

Ainda assim, ele citou algo que irá ser ouvido Moscou: a promessa de colaborar com planejamento de defesa de países como Geórgia, onde Putin lutou uma guerra com sucesso para evitar a entrada da nação na aliança em 2008, e na Bósnia, que se vê ameaçada pelos aliados do russo na Sérvia.

Duas reuniões subsequentes do G7 (grupo de países ricos) e da União Europeia discutirão mais sanções à Rússia, o outro instrumento usado pelo Ocidente e aliados até aqui para pressionar Putin. Biden, por sua vez, desembarcou com uma promessa de receber 100 mil refugiados nos EUA e de doar US$ 1 bilhão em ajuda humanitária a Kiev, que já viu 3,5 milhões de cidadãos fugirem do país.

Antes do começo da reunião, a aliança ouviu por vídeo o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em seu enésimo pronunciamento para pedir mais ajuda ocidental e alertar para os riscos que a Otan corre.Ele havia trazido como cartão de visitas um ataque inédito a navios russos em um porto ocupado no sul de seu país, enquanto um aliado de Putin, o norte-coreano Kim Jong-un, causou surpresa ao fazer seu maior teste de míssil nuclear capaz de atingir dos EUA até aqui. "Eu tenho certeza de que vocês sabem que a Rússia não pretende parar na Ucrânia. Membros orientais da Otan [serão os próximos]. Estados Bálticos e Polônia, com certeza", disse, atiçando nações do clube militar que mais temem Moscou.

Com efeito, ele não citou o pedido pela implantação de uma zona de exclusão aérea sobre seu país, que equivaleria a uma declaração de guerra à Rússia --e o temor, explicitado por Biden mas não muito compartilhado por exemplo pelos poloneses, de um conflito mundial.

Zelenski lembrou, contudo, a rejeição dos EUA à oferta de Varsóvia de entregar jatos de combate MiG-29 para Kiev. "Vocês podem nos dar 1% dos seus aviões, Um por cento de seus tanques. Um por cento!", falou, lembrando a necessidade de sistemas antiaéreos mais potentes.

A aliança tem 3.890 caças e aviões de ataque e 9.460 tanques de guerra principais. Antes da guerra, a Ucrânia tinha 116 jatos de combate e 858 tanques, e a Rússia, 1.021 e 3.300, respectivamente, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. Por óbvio, os números dos dois beligerantes já mudaram.

O ucraniano não falou sobre a questão da entrada de seu país na Otan, possibilidade que é motivo central declarado por Putin para sua guerra. Ele já admitiu que isso não deve ocorrer, ainda que Stoltenberg tenha citado que a política de "portas abertas" da aliança segue valendo. Até aqui, a Otan manteve um fluxo de armas para a guerrilha empreendida por Kiev: mísseis antitanque e antiaéreos portáteis, de fácil manuseio e boa eficácia.

Stoltenberg seguiu o que Biden fizera na semana passada e advertiu a China a não apoiar, nem militarmente, nem economicamente, a aliada Rússia na guerra. Não elaborou, contudo, sobre quais sanções Pequim enfrentaria neste caso.[a duvida é: será que a China está considerando as ameaças do representante da Otan?]

Ele reafirmou que a Otan deverá dobrar a capacidade militar no seu flanco leste, que hoje tem cerca de 40 mil soldados sob comando da aliança. Falou em aumentar o número de unidades multinacionais com novas bases na Bulgária, Eslováquia e Romênia. Citou a presença de dois grupos de porta-aviões, um britânico e outro norte-americano, nas águas em torno do continente, e prometeu mobilizar mais caças e sistemas antiaéreos.

Ele, que deixaria o cargo que ocupa desde 2014 neste ano e teve o mandato prorrogado até setembro do ano que vem, não deu números ou prazos exatos para esses movimentos, que alimentarão o discurso de Putin de que o Ocidente está tentando cercar a Rússia desde que expandiu-se sobre o antigo espaço da União Soviética após o fim da Guerra Fria, há 30 anos.

O Kremlin ainda não fez comentários. Na quarta (23), uma reunião do seu Conselho de Segurança foi coalhada de falas duras, com o ex-presidente Dmitri Medvedev ameaçando o Ocidente com uma escalada, talvez nuclear. O tema está na praça por cortesia de Putin. Cinco dias antes da guerra, ele comandou um grande exercício de forças estratégicas, e seu pronunciamento anunciando a invasão sugeriu que quem se intrometesse no conflito poderia sofrer um ataque atômico. Três dias depois do início das hostilidades, colocou suas forças nucleares em prontidão.O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, repetiu a doutrina nuclear russa à rede CNN na terça: se houver um risco existencial, e um confronto com a Otan, o botão atômico pode ser acionado. 

Mundo - Folha de S. Paulo/UOL


sábado, 19 de março de 2022

Putin acuado na Rússia? - Carlos Alberto Sardenberg

Fala de Putin sugere problemas com aliados do seu governo

As mais recentes declarações de Putin sugerem que ele enfrenta problemas internos com seus aliados no governo e na economia. O ditador russo ameaçou a “quinta coluna” – expressão antiga que designa a ação política de grupos locais em favor de outros países. No caso, russos que estariam passando o que ele, Putin, chamou de falsas informações sobre perdas de seu exército na Ucrânia.

Putin e sua 'cara de preocupado' com as interpretações que a mídia militante, pró Biden e trupe,  apresenta sobre o que ele pensa

A população russa só recebe informações da imprensa estatal. Jornalistas estrangeiros foram expulsos. Logo, apenas pessoas privilegiadas e com boa posição dentro do sistema de governo podem ter acesso a outras informações – essas produzidas [criadas]  pela imprensa ocidental mostrando os fracassos das tropas terrestres russas e a forte resistência dos ucranianos. É claro que os comandantes russos e o próprio Putin têm essas informações – outro sinal de que há vazamentos internos. [o mais triste é que enquanto a mídia pró esquerdismo progressista narra que Putin perde a guerra, centenas de ucranianos morrem em uma luta,  que não possuem nenhuma condição de vencer e da qual só resta a opção pragmática, inclusive já aventada por Israel.]

A conclusão não é difícil: ao atacar a quinta coluna, os traidores locais, Putin está nos indicando que membros de seu governo sabem e comentam sobre a real situação da guerra. Estariam presos? Mortos?

Claro, não se sabe, mas pela reação do ditador, surgiu alguma oposição ou resistência a seu comando. Além disso, Putin fez um ataque direto aos oligarcas, aqueles, afirmou, que não podem viver sem suas casas em Miami ou Biarritz, sem ostras, sem foie gras — e por aí foi. Ora, todos os oligarcas russos alcançaram esse gosto pela vida de ostentação graças à amizade e aos favores de Putin. Se o ditador os ataca tão diretamente, eis aí outro sinal: há oligarcas, os primeiros atingidos pelas sanções econômicas do Ocidente, que estão pedindo o fim da invasão.

Detalhe: entre os que têm casa em Biarritz está uma das filhas de Putin, Katerina Tikhonova, que a herdou de seu ex-marido, Kyrill Shamalov, filho de um banqueiro. A casa foi adquirida de Gennady Timchenko, oligarca do setor de petróleo, um dos mais próximos de Putin. A mansão, aliás, foi invadida por um ativista francês, que pretende utilizá-la como refúgio para exilados ucranianos.[convenhamos que residir, 'se refugiar' em Biarritz,não combina com a condição de exilado.]

A população russa não sabe disso. E Putin não está preocupado com essas mentiras. Mas parece, sim, preocupado com rachaduras no seu sistema ditatorial. No Ocidente, essa situação causa, ao mesmo tempo, alento e preocupação. Alento, porque sugere que Putin pode ser derrubado pela sua própria turma, o que já aconteceu com outras ditaduras.  E preocupação porque um líder totalitário acuado pode desencadear mais violência – tanto interna, quanto externa. Ele tem armas químicas e nucleares.

Como o Ocidente pode reagir? Entregar a Ucrânia de mão beijada, por medo do que Putin possa fazer, seria simplesmente consagrar a ditadura. [será que o destaque  "consagrar a ditadura' embute alguma pretensão de desencadear um apocalipse mundial = acabar com o planeta para demonstrar repúdio a uma ditadura? demonstração que só será vista pela tripulação  da estação espacial internacional na ocasião da hecatombe nuclear.]  A OTAN entrar na guerra diretamente, com aviões, por exemplo, pode ser o pretexto que Putin espera para fazer alguma loucura mais raivosa.

Resta o que se está fazendo: armar as forças do presidente Zelensky, fornecer mantimentos e recursos financeiros. [o inconveniente do que dizem está fazendo, é que tem um único resultado concreto: aumenta a mortandade dos ucranianos = mais civis inocentes mortos em uma guerra já perdida.]Neste último aspecto, é notável a ação de algumas empresas, como a do sistema Airbnb. Pessoas de países ocidentais entram no site e alugam casas de ucranianos, enviando  o pagamento imediatamente. Dinheiro na mão de famílias cujas residências estão sendo atacadas.

Estamos vendo exemplos práticos de algo que se discute há muito tempo por aqui: a responsabilidade moral das empresas. Perdem dinheiro para defender os valores da democracia, das liberdades individuais, do respeito à lei internacional. Pode parecer romântico, mas é disso que se trata: Zelensky torna-se um  herói mundial, aplaudido em parlamentos de diversos países, pelo seu patriotismo e pela defesa de valores.

Foi o grande erro de Putin. Acreditar no que ele mesmo dizia quando ainda podia participar de reuniões Internacionais, como as do G20: que a democracia ocidental estava morta, que o “progressismo” era uma bobagem e que a União Europeia era um saco de gatos.

Agora, estão todas as democracias unidas contra a ditadura. Resta uma dor imensa: é o povo da Ucrânia que está carregando o fardo mais pesado. [vale a pena para o povo da Ucrânia? morrer para defender posições que só interessam aos aliados de palanque?]

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

 Coluna publicada em O Globo - Economia 19 de março de 2022

 

sábado, 18 de dezembro de 2021

Robôs armados: o sonho e o pesadelo - Revista Oeste

Spot, o cachorro robô | Foto: Boston Dynamics
Spot, o cachorro robô - Foto: Boston Dynamics 

Se você pensou em adquirir um robô desses, sinto muito. O vídeo acima é uma encenação produzida por um estúdio de efeitos especiais. Mas o conceito, mesmo que fictício, fica valendo: um “policial” ou “segurança” que obedecem a todas as nossas ordens, é infalível, indestrutível, capaz de acertar no alvo correto com um único tiro, sem que nenhuma bala se perca. E incapaz de agir por impulso, nervosismo ou falha.

É bom ir se acostumando com a ideia. O processo ainda está no início, mas é irreversível. A combinação de robôs e armas já é uma realidade. Veja o exemplo do “cão robô armado” apresentado recentemente numa feira de artigos militares e de segurança realizada em Washington.

Este é um modelo ainda sem nome do “robô quadrúpede” Vision 60, construído pela Ghost Robotics e equipado com uma arma da Sword International. A arma possui zoom 30X, câmera termal e alcance de 1.200 metros. Eles já estão sendo testados pelos militares americanos. Segundo o site The Verge, esse cachorrão mecânico mal-encarado está patrulhando o perímetro da base Tyndall, da Força Aérea. A ideia inicial dos militares foi usar o robô para vigiar locais que não são “desejáveis para seres humanos nem veículos” — como o pântano da Flórida, onde está localizada a base.

Enxames de drones
O futuro desses robôs militares inclui funcionar como torres móveis de sinal de celulares, desarmar bombas e detectar armas CBRN (químicas, biológicas, radiológicas e nucleares). Ou simplesmente dar tiros. A empresa Boston Dynamics se nega a desenvolver robôs letais. Outras, como a Ghost/Sword, não enxergam problema nisso e projetam seus Laws — sigla em inglês que significa Sistema de Armas Autônomas Letais, ou simplesmente “robôs matadores”.

Robôs já estão fazendo entregas, fritando batatas em lanchonetes, escrevendo peças de teatro e artigos para a imprensa, realizando shows de humor stand up ou simplesmente passeando nas ruas, causando espanto nos cães de carne e osso.

Que os robôs se tornassem armas, era uma questão natural e inevitável. Tão natural e inevitável quanto provocar uma reação de medo. E se os robôs armados fugirem ao controle, como na série de filmes O Exterminador do Futuro?

O lendário secretário de Estado americano Henry Kissinger lançou recentemente um livro se opondo à crescente entrega dos mais poderosos arsenais a sistemas de inteligência artificial. É uma perspectiva de tirar o sono. O pesadelo pode tomar a forma do país A atacando o país B com uma nuvem de drones armados conectados com aviões e navios também funcionando por inteligência artificial. Tudo isso combinado com um ataque de hackers aos sistemas de defesa do inimigo. Essa possibilidade militar é tão arrasadora que pode levar o país B a usar seu próprio sistema automático de defesa para um contra-ataque preventivo e… estabelece-se o caos.

O homem que salvou o mundo
O que nos faz lembrar de Stanislav Petrov. Você provavelmente nunca ouviu falar de Stanislav Yevgrafovich Petrov. Mas estamos vivos em parte por causa dele.

Petrov era um operador de radar das Forças Armadas da União Soviética. Em 26 de setembro de 1983, ele observou no radar que aparentemente um míssil americano havia sido disparado em direção à Rússia, seguido por cinco outros foguetes.

Sua obrigação como militar era avisar imediatamente o fato a seus superiores. O protocolo era claro: em caso de ataque nuclear, a URSS deveria responder com um ataque maciço de seus próprios mísseis em direção aos EUA e seus aliados. Que responderiam da mesma forma e, assim, a civilização estaria extinta, assim como a vida no planeta Terra.

Mas Stanislav Petrov sentiu que havia algo errado. Se os americanos estivessem atacando mesmo a União Soviética, por que usariam apenas seis mísseis? Ele decidiu esperar por mais alguns angustiantes minutos antes de dar o alerta ao Kremlin. E então os supostos “mísseis americanos” sumiram de seu radar. Era apenas um falso alarme, provocado por um fenômeno meteorológico. Os minutos de hesitação de Petrov se tornaram o exemplo mais clássico da diferença que faz o fator humano numa situação tensa e letal ao extremo. Um sistema de inteligência artificial talvez não esperasse esses preciosos minutos antes de responder ao falso ataque.

Drones autônomos foram usados pela primeira vez por uma milícia na Líbia, no ano passado, para caçar e matar automaticamente soldados leais a um chefão local. Outro uso prático aconteceu também em 2020, quando uma arma de altíssima precisão foi montada por agentes israelenses numa estrada do Irã. Quando reconheceu seu alvo — Mohsen Fakhrizadeh, chefe do programa nuclear iraniano —, a arma disparou automaticamente. O tiro foi tão certeiro que a mulher do cientista, que viajava a seu lado, não sofreu nenhum arranhão.

(...)

A China está criando ‘enxames’ de pequenos drones, enquanto a Rússia construiu um tanque robô

Robôs podem ser usados em trabalhos policiais até mesmo sem estar armados. A cidade de Huntington Park, na Califórnia, está testando o HP Robocop, um modelo K5 produzido pela Knightscope, ao preço médio de US$ 65 mil por ano, o equivalente a R$ 369 mil. O “guarda” em formato oval passa 24 horas por dia, sete dias por semana registrando o que acontece ao redor dele usando quatro câmeras permanentemente conectadas à central de polícia. Um botão em seu corpo pode ser usado pelos cidadãos para chamar os policiais humanos em emergências. E o robô ainda dá lições de civilidade, repetindo mensagens como “Mantenha o parque limpo”. O número de crimes já caiu na zona patrulhada pelo HP Robocop.

No fim de novembro, o governo da Nova Zelândia aderiu a um plano para banir os chamados sistemas autônomos de armamento, os killer robots. Já fazem parte desse movimento outros 30 países, incluindo o Brasil.

O terror vindo do alto
Segundo a organização Anistia Internacional, “países como EUA, China, Israel, Coreia do Sul, Rússia, Austrália, Índia, Turquia e Reino Unido estão investindo pesadamente no desenvolvimento de sistemas autônomos. O Reino Unido, por exemplo, está desenvolvendo um drone automático que pode voar em modo autônomo e identificar um alvo dentro de uma área determinada. A China está criando ‘enxames’ de pequenos drones que podem ser programados para atacar tudo o que emita a temperatura corporal, enquanto a Rússia construiu um tanque robô que pode ser equipado com uma metralhadora ou um lançador de granadas”. A Anistia Internacional age numa “coalisão de 180 ONGs internacionais, regionais e nacionais com parceiros acadêmicos trabalhando em 66 países para assegurar o controle humano sobre o uso da força através do desenvolvimento de uma nova lei internacional”.
(...)

Leia também “O dono do mundo” 

Dagomir Marquezi, colunista - Reivsta Oeste

 

sábado, 16 de outubro de 2021

China Arma-se até os dentes. - Judith Bergman

Judith Bergman

Quando a "China é 'Intocável' em Termos de Poderio Militar"

  • "O crescimento explosivo da China e a modernização de suas forças nucleares e convencionais são de tirar o fôlego. Sem rodeios, este termo, de tirar o fôlego, não é o bastante." — Almirante Charles Richard, Comandante do Comando Estratégico, Espacial e de Defesa de Mísseis dos Estados Unidos, Simpósio de 12 de agosto de 2021.
  • "Tem havido muita especulação por aí afora sobre o porquê deles terem entrado nessa empreitada. Agora eu só quero dizer que realmente não importa o porquê... O que importa é que eles estão avolumando a capacidade de levar a efeito qualquer estratégia de uso nuclear plausível, a última peça do quebra-cabeça das forças armadas capazes de coerção." — Almirante Charles Richard, 12 de agosto de 2021.
  • Embora a política nuclear oficial da China seja de "mínima dissuasão" e de "política de não ser o primeiro a usar" (a bomba atômica), não há razão para a comunidade internacional confiar nas doutrinas oficialmente comunicadas. A China continua fortalecendo o potencial militar espacial, apesar de seu posicionamento público contra o uso bélico do espaço. É amplamente sabido que a China não honra suas promessas, conforme evidenciado por, entre outras coisas, militarização de ilhas artificiais no Mar do Sul da China ou a violenta repressão em Hong Kong em violação do tratado registrado pela ONU sobre o território.
  • "Os americanos já deveriam estar cansados de saber, tanto quanto os chineses, qual o patamar de energia nuclear que a China realmente precisa montar. Seria uma força nuclear forte o suficiente para fazer os EUA, dos militares ao governo, tremerem na base..." — Asia Times, citando o Global Times, 11 de maio de 2020.
  • "As atitudes do Departamento de Propaganda do Partido Comunista da China (CCP) há muito batem de frente com a postura mais agressiva e não com a política oficial, é preciso ficar de olho no que eles fazem, não no que dizem." — Almirante Charles Richard, 12 de agosto de 2021.

A China está multiplicando significativamente seu potencial de armamentos nucleares. Recentemente inúmeros relatórios mostraram que a China está construindo 120 silos de mísseis para armazenamento de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) perto de Yumen em Gansu, outros 110 silos perto de Hami na parte oriental da região de Xinjian e mais 40 silos em Ordos na Mongólia Interior. Os ICBMs são mísseis com alcance mínimo de 5.500 quilômetros, projetados acima de tudo para o lançamento de armas nucleares.

"A construção dos silos em Yumen e Hami constitui a maior expansão do arsenal nuclear chinês que se tem notícia," de acordo com um relatório de Matt Korda e Hans Kristensen, da Federação de Cientistas Americanos sobre o campo de Hami. "No cômputo geral... as descobertas indicam que a China pode estar construindo cerca de 300 novos silos para o armazenamento de mísseis"salientaram eles em setembro.

"O número de silos de mísseis aparentemente em construção é semelhante ao número total de ogivas nucleares do atual estoque chinês, excedendo o número de silos de mísseis operados pela Rússia, se aproximando do número de silos operados pelos Estados Unidos, compreendendo a maior construção de silos desde que os Estados Unidos e a Rússia estabeleceram suas forças de ICBMs durante a Guerra Fria."

Em maio, o Global Times, jornal estatal chinês, asseverou que especialistas militares chineses instaram o governo a aumentar o número de armas nucleares. Song Zhongping, especialista militar chinês e comentarista de TV, ressaltou ao Global Times:

"ponderando que os EUA consideram a China seu principal inimigo imaginário, a China precisa aumentar a quantidade e a qualidade das armas nucleares, em especial mísseis balísticos lançados por submarinos, para proteger efetivamente a segurança nacional, soberania e interesses para o desenvolvimento."

Também de acordo com o Global Times, "especialistas militares ressaltaram que a China deveria aumentar o número de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) mais avançados, os DF-41..." Os lançadores móveis, contam com um alcance operacional de 15 mil km, fazendo com que possam atingir os EUA e, segundo consta, carregar 10 ogivas nucleares.

Leia mais, aqui.

Original em inglês: China's Vast New Nuclear Build-Up
Tradução: Joseph Skilnik