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sábado, 10 de novembro de 2018

O Itamaraty deve servir ao Brasil

O Brasil precisa de uma política externa. Não a do PT que alinhou o nosso país ao que há de pior no mundo


O Brasil precisa de uma política externa. Não a do PT que alinhou o nosso país ao que há de pior no mundo. Não custa recordar que durante os treze longos anos do reinado petista, o Itamaraty acabou se transformando em um puxadinho dos interesses partidários do PT. Foi uma guinada à esquerda. E à serviço dos interesses do partido-mãe do petrolão. Na América Latina, Cuba foi privilegiada. Recebeu generosos empréstimos do BNDES e foi defendida em vários fóruns internacionais pela nossa diplomacia. Os países bolivarianos acabaram sendo tratados como aliados preferenciais. 

Bolívia pode encampar refinaria da Petrobras pagando indenização simbólica. A Venezuela foi considerada aliada preferencial. Foram estabelecidos acordos de cooperação que não acabaram descumpridos, empréstimos não foram pagos e a ditadura chavista encontrou no Brasil um fiel aliado. Não é possível esquecer o episódio de Honduras e a invasão da nossa embaixada por Zelaya, uma espécie de Cantinflas da política do século XXI. Também vale recordar o apoio entusiástico de Lula às FARC, grupo terrorista colombiano.

Na África ficou célebre as relações com as ditaduras que receberam doações simuladas em empréstimos. Tudo, segundo a justificativa petista, para estimular a venda de serviços de empresas brasileiras que, por sinal, receberam o pagamento com recursos oriundos dos contribuintes brasileiros, enquanto as ditaduras pediram – e a maioria obteve — o perdão das dívidas. Tudo sob o manto da solidariedade com o continente de onde o Brasil recebeu milhões de escravos entre os séculos XVI a XIX. No norte da África a aliança mais comemorada foi com a Líbia, que, à época, estava tiranizada pelo ditador Muamar Khadafi.

A ênfase da política externa era o estabelecimento das relações Sul-Sul. O afastamento em relação aos Estados Unidos fazia parte do projeto estratégico petista. Também foram abertas dezenas de embaixadas e consulados — em países sem nenhuma tradição comercial com o nosso país — e nos órgãos internacionais o Brasil votava à favor das ditaduras basta recordar o episódio de Darfur, no Sudão. Lula apoiou um antissemita para a direção da Unesco — candidatura que acabou derrotada. O objetivo final era obter um assento permanente no Conselho de Segurança da Onu. Deu tudo errado. E, pior, o Brasil acabou tendo sua diplomacia desmoralizada, não ampliou sua presença nos fóruns internacionais e bilhões de reais foram desperdiçados.


Marco Antonio Villa, historiador, escritor e comentarista

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Na Corte do crime organizado

O diagnóstico do Ministro Raul Jungmann, da Defesa, sobre o Rio de Janeiro “um estado capturado pelo crime organizado” -, sob intervenção militar, aplica-se, a rigor, a todo o país.
A começar por Brasília.

O que a Lava Jato tem exibido, há três anos, com minúcias de detalhes, não é outra coisa senão a degradação institucional decorrente da presença de criminosos, autônomos ou em quadrilhas, em alguns dos mais altos cargos da República, nos três Poderes.  Não começou com Temer, que nada mais é que a continuidade do governo anterior, do PT, em que figurou como vice.

Tal como Dilma, Temer foi imposto ao PT por Lula como o vice ideal para o avanço da obra petista. Os dois primeiros mandatos de Lula prepararam a máquina estatal, via aparelhamento, para o estágio seguinte, que seria o início do processo revolucionário.
Tudo isso está nas atas do 5º Congresso do PT, realizado em Salvador, em 2015. Lula construiu as bases da aliança com os países bolivarianos, integrantes do Foro de São Paulo, aos quais brindou com financiamentos do BNDES, para obras de infraestrutura e reaparelhamento da força militar. Preparou o ambiente.

A Força Aérea venezuelana, reequipada com verba brasileira, possui jatos russos de última geração capazes de fazer o trajeto Caracas-Brasília em 30 minutos. Os nossos fazem em 3,30 horas.  Internamente, Lula rejeitou, de início, a proposta de José Dirceu de aliança formal com o PMDB. Optou por comprar apoio no varejo, estratégia que vigeu até o advento do Mensalão, denunciado, em 2005, por um dos parceiros, o deputado Roberto Jefferson, do PTB, que se sentiu logrado na repartição do butim estatal.

Lula, apesar do escândalo, reelegeu-se. Mas aproximou-se mais do PMDB, tornando-o parceiro preferencial, passando a dispor de maior espaço na máquina estatal, da qual não mais se afastaria.  No governo Dilma, a parceria formalizou-se. E Temer, que presidia o PMDB e já havia presidido a Câmara diversas vezes, foi o ungido. Como virtuose do fisiologismo, cumpriria, como de fato cumpriu, o papel de garantir a coesão do partido.
A esse projeto se associou, com entusiasmo, o então governador do Rio, Sérgio Cabral, mais próximo de Lula e Dilma que qualquer outro governador petista. O resultado é conhecido.

O ponto fora da curva, nessa parceria que parecia indestrutível, foi o choque entre Dilma e Eduardo Cunha no segundo mandato da presidente. Nem Temer conseguiu (ou quis) contorná-lo.  Dele, resultou o impeachment e o olho gordo do PMDB em abocanhar sozinho o poder. Mas o staff do partido que serviu a Lula e Dilma é o mesmo que serve a Temer – inclusive os ministros demitidos por denúncias de corrupção: Geddel Vieira Lima, Romero Jucá, Henrique Alves, que integravam o núcleo duro palaciano.

Os que estão na marca do pênalti, citados em delações – Eliseu Padilha, Moreira Franco, Helder Barbalho -, também serviram ao PT. Sarney Filho (PV) e Gilberto Kassab (PSD), embora de outras legendas, sentem-se (e são) parte da mesma família, desde Lula. Temer é, pois, coautor da herança maldita que administra. E até o ministro que escolheu para geri-la, Henrique Meirelles, é parte do legado. O que os distingue é que o PMDB não está comprometido com a causa revolucionária do Foro de São Paulo, o que explica a fúria de seus antigos aliados. Frustrou o projeto bolivariano.

O roubo petista ia além do simples propósito de tornar os seus agentes ricos (sem, claro, deixar de atende-los). Visava, sobretudo, à sustentação de um projeto criminoso – e permanente - de poder. O roubo do PMDB é o convencional. Atende às demandas pessoais do infrator. O do PT, por ter em vista a causa revolucionária, de unir o continente pela esquerda, banalizou o milhão e o bilhão.

Chegou ao trilhão – e quebrou o país. Mas não apenas. Os vínculos com o narcotráfico, em especial as Farc, explícito nas atas do Foro de São Paulo, inaugurou um período de leniência na legislação penal e de forte estímulo ao crime organizado. O Rio é o epicentro dessa ação. No período petista, o Brasil deixou de ser apenas corredor de exportação da droga; tornou-se o segundo consumidor de cocaína do mundo e o primeiro de crack. A inteligência do Exército já detectou que o país já é também produtor, abrigando aqui gente dos cartéis vizinhos.

O ministro Jungmann informou que o Estado Maior das Forças Armadas que se instalou no Rio e deve permanecer até o final de 2018 – constatou que ao menos dois países vizinhos, cujo nome, por motivos óbvios, não pode ainda citar (mas que todos sabemos ser Bolívia e Colômbia), incorporaram o lucro do tráfico ao seu PIB.  Tornaram-se narcocracias e, como tal, tornam mais complexo o desbaratamento do crime organizado. O Brasil hoje é um imenso Rio de Janeiro, cuja capital está na Esplanada dos Ministérios.

Fonte: Ruy Fabiano, jornalista - Blog do Noblat