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quarta-feira, 23 de março de 2022

Dólar abaixo de R$ 5 reais é uma lição perfeita da futilidade que é fazer análise econômica de torcida - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Nem paraíso, nem inferno

Aconteceu: o dólar, que já andava voando baixo, foi negociado por menos de R$ 5 nestes últimos três dias, incluindo hoje. O Brasil, então, deve ter chegado ao paraíso, pois todos os economistas, analistas de banco e comunicadores da área econômica asseguravam que o dólar alto era o inferno. Mas é óbvio que o Brasil não subiu a paraíso nenhum de três dias para cá, certo?  
O que aconteceu, então? Aconteceu que também não tinha caído no inferno quando o dólar estava mais alto – e que você apenas perdeu o seu tempo se ficou prestando atenção aos atestados de desgraça perpétua que enchem todos os dias o noticiário econômico deste país.

As notícias sobre a queda do dólar são apresentadas com o máximo de discrição, e sem comentário; dólar em queda é o contrário de nervosismo econômico, e isso não é um fato que se encaixa no noticiário economicamente correto. De qualquer forma, é um fato que está aí – o dólar, como sempre, está valendo o que vale, e ignora, também como sempre, o que os economistas da universidade acham dele. Sua queda, agora, não é mérito do governo, assim como suas altas não são culpa dele; ela quer dizer, unicamente, que está sobrando dólar no Brasil, e que a oferta é maior que a procura. Está sobrando dólar, no momento, porque a entrada de investimento estrangeiro, a começar pela Bolsa de Valores, está batendo recordes.

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O dólar abaixo de R$ 5 reais é uma lição perfeita da futilidade que é fazer análise econômica de torcida.  
A Confederação Nacional da Calamidade torce diariamente por uma crise fatal recessão, inflação, desemprego, falência de tudo, ruína, fome. 
Acha que assim fica mais fácil o seu candidato ganhar a eleição para presidente da República. Mas o Brasil não está em crise
Naturalmente, vão continuar insistindo que está; é inevitável, quando o noticiário econômico se transforma em parte do noticiário eleitoral. Mas é inútil. O que tem de acontecer vai acontecer.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Banho de água fria

PIB e estudantada nas ruas encolhem o que seria a melhor semana de Bolsonaro

[A estudantada nas ruas não conta, visto ser formada em grande parte por idiotas úteis aos interesses antipatrióticos da quadrilha do 'quanto pior, melhor'; a maioria dos que são realmente estudantes - entre os que posam de estudantes tem militantes da quadrilha citada - sabe que protestar por cortes que não ocorreram, equivale a  servir de idiota para uma causa contra o Brasil;

o PIB, qualquer pessoa medianamente informada sabia que seria negativo ou, se muito, igual a zero.

Curioso é que ninguém destaca que a ideia do Supremo participar do pacto do foi do presidente daquela Corte; 

alguns jornais, - vide destaque parágrafo abaixo  - tentam até atribuir a ideia original do pacto ao nosso presidente da República.

Ainda sobre as manifestações mantemos o entendimento que são desnecessárias , visto que ainda que 10.000.000 decidam ir as ruas para protestas contra os cortes (que não ocorreram, contingenciar não é cortar) ou 10.000.000 expressem nas ruas posição favorável ao governo Bolsonaro, nada vai mudar, haja vista que o Congresso Nacional é quem decide sobre as leis - contamos que o STF em algum momento vai deixar de usurpar competência constitucional  do Poder Legislativo (legislar) e se limitar a julgar.]

A expectativa de que esta fosse a melhor semana do presidente Jair Bolsonaro, em seus cinco meses de governo, ruiu ontem com o anúncio do PIB negativo e o despertar de um velho ator da política brasileira: a estudantada. Uma nova fase de recessão entrou no radar e o bolsonarismo conseguiu acionar o antibolsonarismo. 

Desde as manifestações de domingo a seu favor, Bolsonaro andava saltitante e feliz. Propôs um “pacto” ao Legislativo e ao Judiciário (aliás, alvos dos atos bolsonaristas), aprovou sem dificuldade a MP que reformou a Esplanada dos Ministérios e foi a pé, simpaticamente, ao Congresso.

Dizem que “alegria de pobre dura pouco”, mas, desta vez, foi a alegria do presidente que durou apenas três dias. Já na quinta-feira, o desânimo voltou a turvar o ambiente político, econômico e, consequentemente, social. Agora, com uma novidade: o intocável Paulo Guedes começa a ser arranhado. A queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre não surpreendeu o mercado, mas contém alguns dados de doer. Foi o primeiro recuo desde 2016 e escancarou a dificuldade do País em garantir investimento. Por quê? Porque os erros políticos do governo Bolsonaro afetam a confiança e a economia. Quem investe num ambiente desses, cheio de trapalhadas e incógnitas?

Um dos erros é provocar, sistematicamente, um setor com alto poder de mobilização, a educação. O primeiro ministro, Vélez Rodríguez, foi engolido por um redemoinho ideológico. O segundo, Abraham Weintraub, já assumiu cutucando a onça com vara curta. Ambos veem esquerdistas por todos os lados, mas Weintraub foi das palavras aos atos, com cortes no orçamento das universidades, desdém pela área de Humanas e redução das pesquisas (sem falar na desconfiança de órgãos de excelência como IBGE e Fiocruz, que têm fortes laços com a academia). De tanto insistir, o governo conseguiu devolver os estudantes às ruas, depois de anos e anos de preguiça, leniência e alegre promiscuidade da UNE com o poder na era PT.


Bolsonaro teve uma inegável vitória com as manifestações de domingo. Agora, está zero a zero. Os atos a favor dele tinham pauta genérica, com público aberto, e os de ontem tinham foco específico, reunindo estudantes, professores e suas famílias, mas também ocorreram em todos os Estados e no DF. Fazendo as contas, o resultado é que os times entraram em campo e não vão sair tão cedo. É bom para o governo ter “povo” nas ruas o tempo todo? Difícil achar que sim.

Foi embalado pelo apoio de domingo que o presidente resgatou a proposta de um “pacto nacional” feita pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli. Fala-se em pacto quando o ambiente político e econômico não é bom, recorre-se à “governabilidade” e o grande beneficiário é sempre o mesmo: o presidente da República.

Todos os presidentes pós-redemocratização tentaram articular em algum momento um pacto em torno de si, mas o único grande pacto realmente efetivo no País foi o governo Itamar Franco, na base do “quem pariu Mateus que o embale”. Todas as forças políticas relevantes, exceto o PT, cumpriram o compromisso de garantir uma travessia tranquila de dois anos após o impeachment/renúncia de Collor.

Para qualquer pacto é preciso uma disposição de acertar e de somar, não dividir. Se a previsão do PIB cai pela 13.ª semana, a sensação é de que o governo não está acertando. E os atos de ontem funcionam como um banho de água fria. Os bolsonaristas vão ter de fazer muita manifestação para tentar reverter o desânimo, mas nem eles nem Paulo Guedes podem tudo. O presidente precisa dar uma forcinha.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Por um pacto nacional

É preciso que haja sabedoria suficiente para que a escolha do eleitor, qualquer que seja ela, seja o prenúncio da concórdia nacional e da retomada do crescimento sustentável

Uma campanha eleitoral é, por definição, o momento em que distintos modelos políticos e visões de mundo são confrontados, muitas vezes de forma ruidosa, na expectativa de convencer o eleitor a sufragar uma dentre as diversas propostas apresentadas. Logo, numa campanha não se pode esperar um clima de harmonia e concórdia, e, às vezes, até mesmo os limites da civilidade, no calor dos discursos, são ultrapassados. Esse embate tem sido especialmente virulento nestas eleições, levando muitos a considerar que, qualquer que seja o desfecho, as consequências serão apocalípticas e as divisões político-ideológicas, insuperáveis. 

Mas a verdade é que os candidatos e seus eleitores chegaram ontem ao dia decisivo do primeiro turno da eleição presidencial ante o imperativo de, uma vez fechadas as urnas e conhecidos os resultados, aceitarem o veredicto eleitoral. Esse é o pressuposto de uma disputa democrática - vence quem tem mais votos. A partir da aceitação do resultado, estarão dadas as condições para que se alcance alguma forma de convergência em torno de interesses comuns. É isso o que se espera do próximo governo e também dos partidos que lhe farão oposição. 

Para os que duvidam dessa possibilidade de entendimento, tendo em vista o grau de animosidade que grassou na campanha, em especial nas redes sociais, é preciso lembrar da experiência de muitos países que conseguiram superar divergências políticas que, em alguns casos, levaram até mesmo à guerra civil. O Brasil, a despeito da hostilidade manifestada por diversos grupos de simpatizantes dos principais candidatos a presidente, está a léguas de experimentar o grau de ódio que poderia levar a um conflito mais sério; logo, o diálogo é perfeitamente possível. 

Será no campo político e institucional, e não na confusão nas ruas, que as diferentes ideias para o País deverão ser expostas, negociadas e submetidas ao escrutínio democrático. Não há outro caminho, razão pela qual se espera que o próximo governo tenha a grandeza de respeitar a oposição, tão legitimamente eleita quanto o presidente; e que os partidos de oposição, por sua vez, aceitem as derrotas que os colocaram nessa condição. Pode parecer óbvio - como, de fato, é -, mas não é possível imaginar qualquer outro caminho para a pacificação do Brasil que não passe pelo comezinho respeito às decisões soberanas do Congresso, alcançadas por meio do voto. 

Não se espera que adversários deixem de sê-lo de uma hora para outra. No entanto, é preciso que as lideranças políticas, tanto do governo como da oposição, tenham em mente que o Brasil, dada a terrível conjuntura econômica e social, corre sério risco de se tornar ingovernável - e, aí sim, estará criado o ambiente que inviabiliza a democracia. Se não é isso o que se deseja, então o primeiro passo, depois das eleições, será abandonar a retórica incendiária, que tem envenenado o debate nacional, e procurar os interesses em comum - que certamente existem, a despeito das aparências. 

O maior desses interesses é, com certeza, o compromisso político, sem o qual não haverá a superação da grave crise econômica e a retomada do desenvolvimento. Para isso - repetimos - não há outro caminho que não seja o entendimento geral em torno de reformas profundas, que já tardam. Para que esse compromisso seja celebrado, será necessária uma dose considerável de disposição democrática de todos os atores políticos, que devem finalmente colocar os interesses do País acima de suas idiossincrasias.  

Mas apenas isso não basta. Será preciso também que o próximo presidente exerça com responsabilidade o mandato que os eleitores depositarem em suas mãos. Numa democracia, saber ganhar é tão importante quanto saber perder. Embora seja pilar da soberania popular, o voto direto não dá ao presidente eleito poder ilimitado nem o dispensa da negociação no Congresso. Na história recente, dois presidentes que agiram dessa forma imprudente, atirando gasolina ao fogo da crise, sofreram impeachment, desfecho sempre traumático para o País. Por esse motivo, é preciso que, em meio a tanta crispação, haja sabedoria suficiente para que a escolha do eleitor, a ser feita hoje, qualquer que seja ela, seja o prenúncio da concórdia nacional e da retomada firme do crescimento sustentável.

 Editorial - O Estado de S. Paulo

 

domingo, 11 de janeiro de 2015

Saem os bilhões, voltam os centavos

Como é difícil saber para que lado o Buscapé corre depois de aceso, a turma de Dilma terá de pensar em algo melhor do que receber patrocinadores de vândalos no Planalto 

Começou de novo. E, um ano e meio depois das manifestações que sacudiram o país em junho de 2013, governo algum tem noção do que fazer com isso. Muito menos como coibir o vandalismo, o desrespeito com a coletividade, o quebra-quebra. Tudo do mesmo jeitinho: uns poucos provocam, incendeiam lixo, estraçalham vitrines, forçam a reação da polícia, que, como patinho, cai na provocação, arreganha o cassetete, lança gás e atira balas de borracha na turba. Prende e depois solta.

De um lado, não dá mais para o Movimento Passe Livre (MPL), que organiza os eventos contra as tarifas de transporte urbano, se eximir de responsabilidades quanto às depredações. De outro, já teria dado tempo de os governos se prepararem. No mínimo, adquirir caminhões com jatos d’água, algo usado em todas as partes do mundo. Os motivos dos organizadores são os mesmos: impedir os reajustes de passagens já concedidos em pelo menos 10 capitais e em outras grandes concentrações urbanas, como Campinas (SP).

Na cidade de São Paulo, a exigência é mais aguda: não se trata de anular o aumento das tarifas - congeladas desde 2011. Querem ampliar ganhos, até por que saíram absolutamente vitoriosos nas jornadas de junho, derrotando de uma só vez o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), agora reeleito. Parece absurdo, mas para vários lados o melhor é ser assim mesmo.

A quebradeira garante ao MPL cobertura televisiva e primeiras páginas na internet e nos jornais. Dá repercussão ao movimento. Ao mesmo tempo, beneficia o PT, afastando das ruas aqueles que querem ocupá-las sem baderna e por motivos que vão muito além do reajuste das tarifas. A lista vai de Fora PT ao impeachment de Dilma, do não à corrupção à imbecilidade – felizmente isoladíssima – da volta dos militares ao poder. [respeito a colunista mas asseguro que um País que elegeu e reelegeu uma coisa como o Lula, elegeu e reelegeu um  estrupício como a Dilma, só tem a ganhar se MILITARES PATRIOTAS - não me refiro aos melancias - assumirem o Governo.]

Ainda que possam incomodar os petistas Haddad e o recém empossado governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o reinício da pendenga do passe livre pode ser benéfico a Dilma. Redireciona o foco.Em vez dos bilhões afanados da Petrobrás, o país começará discutir os R$ 0,50 a mais cobrados nos ônibus e trens de São Paulo ou os R$ 0,40 adicionados ao transporte público do Rio.

Black blocs e as bombas da PM substituirão as manchetes dos escândalos diários de corrupção patrocinados pelo governo. Marqueteiro algum poderia pensar coisa melhor.
Mas, como é difícil saber para que lado o Buscapé corre depois de aceso, a turma de Dilma terá de pensar em algo melhor do que receber patrocinadores de vândalos no Planalto ou na balela de um pacto nacional, que começaria pela reforma política por meio de um plebiscito inconstitucional.

Não colou em 2013 e não há a menor chance que emplaque agora. Dilma e o MPL terão de entender que o país já não é o mesmo. Algo dificílimo para ambos.

Fonte: Mary Zaidan É jornalista. E-mail: zaidanmary@gmail.com 
Twitter: @maryzaidan