A panela de pressão está em fogo
máximo: o
promotor Cássio Conserino, do Ministério Público paulista, intimou o
ex-presidente Lula, sua esposa Marisa Letícia e o ex-presidente da empreiteira
OAS, Leo Pinheiro, para
depor como investigados no caso do apartamento de Guarujá. Acabou a fase do
disfarce, em que todo mundo sabia quem estava sendo investigado mas ninguém
confirmava nada. Lula, sua esposa e Leo
Pinheiro devem depor no dia 17, às 11 horas.
Não é este o único problema do
Número 1, como era chamado por amigos empreiteiros. Atribui-se à
Odebrecht e à OAS o patrocínio da reforma do sítio de Atibaia, o que pode configurar
retribuição por favores recebidos do governo federal. O alto funcionário da Odebrecht
que coordenou a construção do estádio do Corinthians, Frederico Barbosa, foi
identificado por fornecedores e empregados como executor da reforma; e disse
que colaborou mesmo, mas só para ajudar, sem cobrar nada, porque, afinal,
estava de férias e tinha tempo sobrando. Pois é.
E o Ministério Público Federal
vem alcançando pessoas próximas de Lula.
Junte-se tudo ─ e
aquele personagem coberto de Teflon, em que nenhuma acusação grudava, passa a
apresentar falhas no revestimento. O curioso é que, normalmente,
investiga-se alguém que diz que é dono de algo e se suspeita de que não é. Aqui é o oposto: Lula diz que não é dono do apartamento na praia, nem do imóvel de Atibaia conhecido como
Sítio do Lula, que sua família e amigos (entre eles o ex-governador Zeca do PT, de
Mato Grosso do Sul) costumam frequentar. Frase de Zeca do PT: “Eu que ensinei o Lula a pescar. Ele é bom
de pesca, mas no sitio dele os peixes são criados para que só ele consiga
fisgá-los”.
É
mas não é
A esposa de Lula comandou as obras de reforma do
apartamento na praia. O
engenheiro Armando Dagre, da Talento Construtora, executou o trabalho,
encomendado e pago pela OAS. Disse que nunca teve contato com Lula, mas sempre
com a esposa Marisa Letícia. Numa das vezes, Marisa
Letícia visitou o apartamento que, segundo Lula, não é do casal, em
companhia de um filho, Fábio Luís, do então presidente da OAS, Leo Pinheiro, e
de um engenheiro da empreiteira.
Não
é mas é
O Instituto Lula diz que o ex-presidente tinha uma
cota do prédio mas não exerceu a opção de compra ─ logo, o apartamento de Guarujá não é dele. Mas, conta Lenir de
Almeida Marques, gente de casa, prima do ministro de Lula Luiz Gushiken,
lulista desde o tempo de sindicato, “todos pegamos as chaves no dia 5 de junho, inclusive dona
Marisa”.
Lula
quis processar o repórter Germano de
Oliveira, do Globo, que deu a notícia, mas a queixa foi rejeitada
pela Justiça.
Hora
da arrumação
Seria interessante alguém dar um balanço na série de
escândalos, para esclarecer quem é quem e o que de fato está acontecendo.
Uma das coisas mais curiosas, por exemplo, se refere ao sítio de
Atibaia. A reforma foi feita, afinal, pela OAS, pela Odebrecht ou por um
consórcio informal das duas gigantes da empreita? Terá a OAS se limitado, no
caso de Atibaia, à reforma da cozinha?
Outra dúvida: se o ex-presidente Lula não é
dono do apartamento da praia, por que foi lá tantas vezes? Teria convocado
motorista, seguranças, convidado a esposa, simplesmente para dar um passeio e
assistir à obra do apê que deixara de comprar? Teria vontade apenas de se
solidarizar com os cumpanhêro operários?
Mais uma: o lobista que prometeu aos
procuradores que, em troca da redução da pena, diria que José Dirceu lhe
sugerira que passasse um tempo fora do país, depois desmentiu tudo ao juiz
Sérgio Moro, depois confirmou tudo, diz que mudou de posição porque seus netos
foram ameaçados. Mas por que terá levado mais de 24
horas para relatar a ameaça a procuradores e juiz?
Pode
ou não pode?
Em primeiro lugar, este colunista é contra tudo que atrapalhe o
funcionamento normal da cidade e prejudique o direito de ir e vir da grande
maioria da população. Mas é preciso ver o que se pode
fazer e o que não se pode. O Movimento Passe Livre, em suas marchas (sempre no horário que mais
prejudicava o trânsito), teve de enfrentar a
Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Mas um
movimento de manifestantes favoráveis à volta da ditadura militar, que ocupou
por mais de três horas uma das avenidas mais importantes de São Paulo, a
Marginal, estrangulando todo o trânsito da cidade, não foi incomodado. Por que a diferença de tratamento? Menino
mimado não pode, filhote da ditadura pode? O
governo tucano paulista precisa explicar sua passividade no caso dos
saudosistas dos militares no poder. [os
moleques do MPL promovem depredações, incêndios, destroem o patrimônio público,
agridem policiais e prejudicam o trânsito – como bem diz o colunista suas manifestações
ocorrem sempre no horário que mais prejudica o trânsito.
Já os manifestantes favoráveis à
volta do GOVERNO MILITAR apenas causaram transtornos no trânsito, no mais a
manifestação transcorreu tranquila.
Enquanto os marginais do MPL além de prejudicar
o trânsito, cometeram vários outros
delitos, os que são favoráveis ao retorno dos militares = restabelecimento da
LEI e da ORDEM = apenas prejudicaram o trânsito.]
Fala, Geraldo Alckmin!
Onde está a autoridade?
Onde está a autoridade?
O
presidente do Sindicato dos Motoristas de Táxi de São Paulo, Antônio Matias,
postou vídeo numa rede social criticando o Uber, serviço de transporte
compartilhado, e ameaçando: “A palhaçada
na cidade acabou e, agora, é cacete”. Acusa também o prefeito Fernando Haddad, do PT, de não cumprir
compromissos que assumiu com a categoria. Prefeito, quem vai dar queixa à Polícia? Ameaçar a ordem pública, com
cacete ou não, é crime.
Fala, Fernando Haddad!