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terça-feira, 21 de julho de 2015

Futuro de Dilma na bolsa de apostas. Ela cai em 30, 60 ou 90 dias? ou não cai? mais cotado em 30 dias, 59% e menos cotado o não cai = 0,0002%

Futuro de Dilma vira bolsa de apostas

Com as bolas de cristal espatifadas – ninguém consegue de fato prever o que virá a seguir no enredo da crise política o futuro do governo Dilma parece ter virado o objeto de uma barulhenta bolsa de apostas.

Dilma fica e a economia se recupera a partir de 2016, sendo que em 2018 o oneroso ajuste atual seria uma lembrança vaga. Dilma fica, mas enfraquecida ou “sangrando” conforme o vocabulário da política. Dilma tem o mandato encurtado. Dilma sai com Temer. Dilma sai, Temer fica. Dilma fica, mas com parlamentarismo (este já rejeitado em dois plebiscitos populares, em 1963 e 1993). E por aí vai.[a rejeição do parlamentarismo em dois plebiscitos populares não deve ser interpretada como expressão de desaprovação do povo brasileiro àquele sistema de governo. 
Em 1963, além das condições serem completamente diferente das de agora - o que ocorria em Brasília em uma semana só alcançava os grotões do Brasil uma semana depois ... se sabia das greves pela não circulação de trens... o rádio era a fonte mais confiável e eficiente de notícias... - a capacidade de causas danos que o governo a ter seus poderes reduzidos pelo parlamentarismo era mínima.
Todos esses fatores reduzindo ao mínimo a divulgação das vantagens ou desvantagens do regime.
Em 1993, a situação era totalmente diferente. O Brasil estava, especialmente se comparado com agora, relativamente bem e o plebiscito foi mais fruto de uma exigência descabida dos autores da 'constituição cidadã'.
"[AGORA É DIFERENTE. SE TRATA DE SALVAR O BRASIL. E A SALVAÇÃO DA NOSSA PÁTRIA COMEÇA COM O AFASTAMENTO SUMÁRIO DA ATUAL PRESIDENTE.
Com Dilma na presidência o BRASIL SE ACABA. 

A Dilma tem que sair. Qualquer coisa é melhor que ela, ou, no mínimo,  menos danosa ao Brasil que ela.

Vale o Temer, vale o Eduardo Cunha, vale o Renan, vale até o Lewandowski. 
É questão de desespero mesmo, salvar o Brasil a qualquer custo. A corja petralha tem que ser afastada.
Vale até a INTERVENÇÃO MILITAR CONSTITUCIONAL.]
 
A impressão que se tem é que, a cada nova rodada do pregão, os atores políticos lançam ao ar seus balões de ensaio. Esta é uma imagem recorrente na política. Desenha-se uma projeção de futuro, um enredo. O mais recente é a de que o país – após delações atingirem diretamente o presidente da Câmara e a PF fazer apreensões na casa de senadores viverá uma crise institucional com consequências imprevisíveis. Fim de Mundo. Precipício. 

Seja como for, a bolsa de apostas serve ao teste de teses, ao sopesar de possibilidades, à medição e avaliação de forças. A cada onda de boatos, a cada evento, um caco fica.  Talvez esteja aí, porém, um dos principais nós do quadro político atual: as forças estão fragmentadas. No Congresso Nacional são 28 partidos, muitos de tamanho médio. Os principais, divididos internamente. O PT é governo mas sua base denuncia o ajuste, centro atual da política econômica; o PMDB está dentro e fora do barco simultaneamente, beneficiando-se (eternamente) da ambiguidade; o PSDB não tem consenso sobre a agenda anti-Dilma, nem sobre pautas socialmente sensíveis como a redução de maioridade penal, entre outras; lideranças individuais, como Cunha, ganham agora os holofotes se equilibrando na corda bamba das delações.

O que dita o contexto é a imprevisibilidade. Em tese as próximas semanas arrefecerão o ritmo da crise, afinal o Congresso está em recesso. Mas quais novidades virão da Justiça em Curitiba? E do que está arquivado, sabe-se lá aonde e por quem, em formato de vídeos ou áudios, com novas e supostas “bombas”, o que será detonado e quando? Mas serão “bombas” de verdade ou factoides?

Fonte: Blog do  Rogério Jordão

domingo, 19 de julho de 2015

A vez dos oligarcas

Merval Pereira disse tudo quando deu o título de “A vez dos oligarcas” à coluna em que tratou da diligência da Polícia Federal nas casas e escritórios de políticos envolvidos na Lava-Jato. Da Casa da Dinda do senador Fernando Collor saíram uma Lamborghini, uma Ferrari e um Porsche. A frota do ex-presidente deve à Viúva R$ 343 mil de IPVA, e o sócio do posto de gasolina de Maceió em cujo nome está o Porsche nunca ouviu falar dele. Os brinquedos do senador sexagenário deram cores cinematográficas à operação policial, mas no centro do problema estão as informações dadas pelo empreiteiro Ricardo Pessoa e pelo operador Alberto Youssef à Lava-Jato. Eles teriam pagado R$ 29 milhões a Collor em troca de favores na Petrobras. 

O senador foi à tribuna e acusou a Polícia Federal de ter sido truculenta, extrapolando “todos os limites” da legalidade (as diligências foram autorizadas por três ministros do Supremo Tribunal Federal). Chegando a vez dos oligarcas, começava o espetáculo da reação da oligarquia. Collor é um ex-presidente da República, filho de senador, neto de ministro. Na mesma diligência, a PF foi à casa do senador Fernando Bezerra Coelho, no Recife. Polícia na casa de um Coelho foi coisa nunca vista. FBC foi ministro da doutora Dilma, é pai de deputado, sobrinho de ex-governador, neto do coronel Quelê, condestável de Petrolina, onde o sobrenome da família honra o aeroporto, o estádio, um parque, um bairro e uma orquestra.

Noves fora a reação de Collor, o presidente do Senado, Renan Calheiros, ex-vice-presidente da Petroquisa, ministro da Justiça de FHC e pai de Renan Filho, atual governador de Alagoas, disse que a ação da Polícia Federal “beira a intimidação”. Renan é investigado pelo Supremo. Além disso, rola no tribunal um processo em que é acusado de pagar mesada à mãe de uma filha extraconjugal com dinheiro da empreiteira Mendes Junior. 

Coube ao vice-presidente Michel Temer o brilho do rubi da coroa da rainha da Inglaterra. Ele disse que “temos que buscar no país uma certa tranquilidade institucional porque essas coisas estão, digamos assim, abalando um pouco a natural tranquilidade que sempre permeou a atividade do povo brasileiro”. A pedra da coroa da rainha não é rubi, mas um espinélio, e a frase de Temer, digamos assim, não quer dizer nada. Que “coisas”? A Lava-Jato, a diligência autorizada pelos ministros do Supremo, ou as petrorroubalheiras? Soltou o enigma e viajou com a família para Nova York.  Renan Calheiros disse também que a democracia está em jogo. Falso. Ela vai bem, obrigado. O que está em jogo é a definição do alcance das leis.

O esperneio oligárquico, bem como as ameaças de Eduardo Cunha, revelam a tática de fim do mundo. Articulam o fim dos tempos, interessados em criar uma crise institucional cujo propósito exclusivo é abafar a Lava-Jato. Lastimavelmente, a doutora Dilma não conseguiu se tornar um fator de estímulo aos procuradores e magistrados. Ficou neutra contra. Podendo ser parte da solução, pedala como parte do problema. 

O golpe do parlamentarismo
A repórter Raquel Ulhoa avisou: arma-se no Congresso um golpe para mutilar a Presidência da República estabelecendo um regime parlamentarista. Numa ponta dessa conversa, para logo, já se viu o senador Renan Calheiros. Noutra, defendendo a ideia para mais adiante, entrou o deputado Eduardo Cunha. Pairando sobre ambos há uma parte do tucanato, desencantada com as bandeiras do impedimento, das contas do TCU e dos processos do Tribunal Superior Eleitoral. [não é só o tucanato que está desencantado com as grandes possibilidades de Dilma e a petralhada saírem impunes.
O povo também está e por isso qualquer medida que puna Dilma e a petralhada terá o apoio popular.]

A manobra depende da existência de um clima de inquietação, com a economia em queda e o desemprego em alta. Disso, a doutora vem cuidando. Para piorar, o Congresso aprova maluquices que agravam as dificuldades. O caldo entornará com as manifestações de agosto (desprezando-se a possibilidade de surgimento de manifestantes contra golpes, ladroagens e truques dos suspeitos de sempre). 

O parlamentarismo pode ser instituído com a aprovação por maioria de três quintos das duas Casas do Congresso, em duas votações. São necessários 51 dos 81 senadores e 308 dos 513 deputados. Isso só se consegue com uma crise do tamanho da de 1961, quando o país esteve à beira da guerra civil, e aprovou-se uma emenda parlamentarista, mutilando o mandato de João Goulart. 

É muito comum ouvir-se falar em “golpe paraguaio” ou “golpe boliviano”. A manobra criaria o “golpe brasileiro”, superando de longe os dois outros. O parlamentarismo foi rejeitado pela população em dois plebiscitos, sempre por larga maioria. O primeiro deu-se em 1963, e o segundo, em 1993. Nele, o regime parlamentar teve 16,5 milhões de votos, contra 37,2 milhões dados ao presidencialismo. O restabelecimento da monarquia teve 6,8 milhões.
De acordo com o processo legislativo e a Constituição, seria mais fácil revogar a Lei Áurea, sancionada a partir de um simples projeto de lei votado pelos deputados e senadores. Ela nunca foi submetida a um referendo, quanto mais a dois. A velha e boa plutocracia nacional deve reconhecer que essa mágica é impossível, mas ela haveria de lhe fazer o gosto. 

A ruína do Inca
As convicções partidárias do ministro Arthur Chioro conseguiram o que a ditadura nem tentou: degradar o Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro.  Os generais mantiveram na direção do serviço Moacir Santos Silva, o médico de Jango. Com Chioro, um sindicato de servidores públicos federais na Saúde ganhou uma sala no Inca, enquanto cinco das 11 salas de cirurgia estão fechadas por falta de anestesistas. 

A média de espera para uma cirurgia, que já foi de 20 dias, está em dois meses, tempo suficiente para tornar inútil o procedimento.

Estou fora
No dia do fatídico jantar da doutora com José Eduardo Cardozo e o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, na cidade do Porto, Teori Zavascki estava no mesmo hotel, pois compareceria ao mesmo evento que juntaria o colega e o ministro da Justiça
Se tivesse sido convidado, não iria. Se o convidaram, não foi.

Fonte: O Globo - Elio Gaspari 
 

segunda-feira, 9 de março de 2015

É só o começo

A crise começou no mensalão em 2005 e se agrava com descobertas diárias sobre a roubalheira na Petrobras

Começou há exatamente um ano, com a polícia no rastro de Alberto Youssef. Na segunda-feira, 10 de março de 2014, ele acordou com uma tarefa definida: viajar a São Luís, transportando R$ 10 milhões, suborno para que agentes públicos do Maranhão liberassem o pagamento de R$ 113 milhões ao grupo UTC/Constran. Atravessou a semana em preparativos. Na segunda-feira seguinte, 17 de março, saiu de São Paulo, fez escala em Brasília e seguiu para São Luís. No hotel, ao perceber a vigilância, entregou a mala com o dinheiro e voltou no quarto onde esperou a prisão. Foi a última missão de Youssef.

Doze meses depois, tem-se meia dúzia de senadores, duas dezenas de deputados federais e quatro dezenas empresas nacionais e estrangeiras enredadas em múltiplos inquéritos sobre um bilionário roubo na maior empresa estatal, a Petrobras. Três semanas atrás, no último de seus depoimentos sigilosos, Youssef resumiu o objetivo — um projeto de poder, cuja raiz foi o mensalão: “O parlamentar não recebia por uma votação específica, mas recebiam valores mensais e ficavam vinculados a votar (no Congresso) junto com a liderança, em favor do governo.”

A certeza de impunidade prevaleceu pelo menos até meados de novembro passado. Dissipou-se com as prisões de executivos e controladores de empreiteiras: “A gente não acreditava a investigação que fosse chegar a essa profundidade”, disse em juízo na semana passada um outro operador financeiro do grupo, Shinko Nakandakari. Antes mesmo de iniciar os 49 inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria Geral da República afirma ter coletado “indícios sólidos de participação nas empreitadas criminosas” dos presidentes do Senado e da Câmara ou seja, dois dos três personagens na linha sucessória da República —, e boa parte das bancadas do PT, PMDB e PP.

O procurador-geral sentiu-se confortável para afirmar, em petição ao Supremo, que uma das formas de lavagem do dinheiro roubado era a campanha eleitoral: “Adotada sobretudo em épocas de campanhas eleitorais, era a realização de doações ‘oficiais’, devidamente declaradas, pelas construtoras ou empresas coligadas, diretamente para os políticos ou para o diretório nacional ou estadual do partido respectivo, as quais, em verdade, consistiam em propinas pagas e disfarçadas do seu real propósito.”

Vai precisar demonstrar, individualmente, como o dinheiro roubado transitou dos cofres da Petrobras até as contas de campanhas eleitorais. As evidências acumuladas nos processos contra empresas, em Curitiba, indicam que acabou-se a era da corrupção anônima na política brasileira. A essa altura, é impossível visualizar um epílogo. O quadro sugere, no curto prazo, uma debilidade do Congresso, o que costuma favorecer o governo — especialmente numa conjuntura em que os presidentes do Senado e da Câmara sonhavam com a submissão da Presidência da República a uma espécie de parlamentarismo forçado. 

É possível que para assegurar-se do enfraquecimento deles, o Executivo passe a jogar mais intensamente com seu próprio instrumental de investigações (Polícia Federal, Receita, Coaf, Banco Central) e, ao mesmo tempo, construa “pontes” legislativas com a oposição liderada pelo PSDB.

Vai depender de habilidade política, mercadoria escassa nos quatro anos de governo Dilma Rousseff e, mais rara ainda, na última década petista. Sobretudo porque o PT, alguns de seus líderes, apadrinhados, aliados e contas de campanha estão no epicentro. A crise começou no mensalão em 2005 e há 12 meses se agrava com descobertas diárias sobre a roubalheira nos cofres da Petrobras. Única certeza possível: é só o começo.
Fonte: José Casado - O Globo