Futuro de Dilma vira bolsa de apostas
Com as bolas de cristal espatifadas – ninguém consegue de fato prever o que virá a seguir no enredo da crise política – o futuro do governo Dilma parece ter virado o objeto de uma barulhenta bolsa de apostas.Dilma fica e a economia se recupera a partir de 2016, sendo que em 2018 o oneroso ajuste atual seria uma lembrança vaga. Dilma fica, mas enfraquecida ou “sangrando” conforme o vocabulário da política. Dilma tem o mandato encurtado. Dilma sai com Temer. Dilma sai, Temer fica. Dilma fica, mas com parlamentarismo (este já rejeitado em dois plebiscitos populares, em 1963 e 1993). E por aí vai.[a rejeição do parlamentarismo em dois plebiscitos populares não deve ser interpretada como expressão de desaprovação do povo brasileiro àquele sistema de governo.
Em 1963, além das condições serem completamente diferente das de agora - o que ocorria em Brasília em uma semana só alcançava os grotões do Brasil uma semana depois ... se sabia das greves pela não circulação de trens... o rádio era a fonte mais confiável e eficiente de notícias... - a capacidade de causas danos que o governo a ter seus poderes reduzidos pelo parlamentarismo era mínima.
Todos esses fatores reduzindo ao mínimo a divulgação das vantagens ou desvantagens do regime.
Em 1993, a situação era totalmente diferente. O Brasil estava, especialmente se comparado com agora, relativamente bem e o plebiscito foi mais fruto de uma exigência descabida dos autores da 'constituição cidadã'.
"[AGORA É DIFERENTE. SE TRATA DE SALVAR O BRASIL. E A SALVAÇÃO DA NOSSA PÁTRIA COMEÇA COM O AFASTAMENTO SUMÁRIO DA ATUAL PRESIDENTE.
Com Dilma na presidência o BRASIL SE ACABA.
A Dilma tem que sair. Qualquer coisa é melhor que ela, ou, no mínimo, menos danosa ao Brasil que ela.
Vale o Temer, vale o Eduardo Cunha, vale o Renan, vale até o Lewandowski.
É questão de desespero mesmo, salvar o Brasil a qualquer custo. A corja petralha tem que ser afastada.
Vale até a INTERVENÇÃO MILITAR CONSTITUCIONAL.]
Seja como for, a bolsa de apostas serve ao teste de teses, ao sopesar de possibilidades, à medição e avaliação de forças. A cada onda de boatos, a cada evento, um caco fica. Talvez esteja aí, porém, um dos principais nós do quadro político atual: as forças estão fragmentadas. No Congresso Nacional são 28 partidos, muitos de tamanho médio. Os principais, divididos internamente. O PT é governo mas sua base denuncia o ajuste, centro atual da política econômica; o PMDB está dentro e fora do barco simultaneamente, beneficiando-se (eternamente) da ambiguidade; o PSDB não tem consenso sobre a agenda anti-Dilma, nem sobre pautas socialmente sensíveis como a redução de maioridade penal, entre outras; lideranças individuais, como Cunha, ganham agora os holofotes se equilibrando na corda bamba das delações.
Fonte: Blog do Rogério Jordão
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