Em conversa com Dilma, presidente indonésio nega clemência a brasileiro
Marco Archer Cardoso
Moreira deve ser executado à meia-noite de domingo no país asiático. Ele
foi condenado por tráfico internacional de cocaína em 2004
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, negou o pedido de clemência feito por Dilma Rousseff em favor do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira,
que foi condenado à morte e deve ser executado no país asiático. Dilma
conversou com o líder indonésio por telefone nesta sexta-feira e pediu
que a decisão fosse revista. Mas o presidente alegou que o processo
respeitou as leis do país e que não há razão para cancelar a aplicação
da pena.
Com a recusa, Marco Archer – condenado por tráfico de drogas – deve ser
mesmo executado por um pelotão de fuzilamento à 0h de domingo no horário
local, 15 horas do sábado no horário de Brasília.
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte na Indonésia
(Reprodução/Facebook /VEJA)
Segundo o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco
Aurélio TOP TOP Garcia, o presidente indonésio não aceitou rever a pena
de outro brasileiro, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, também
sentenciado à pena de morte por tráfico de drogas. "Não houve
sensibilidade por parte do governo da Indonésia para o pedido de
clemência do governo brasileiro não só para Marcos Archer como também
para Rodrigo Muxfeldt", afirmou Garcia.
Marco Aurélio TOP TOP Garcia disse que episódio deve ter influência sobre as
relações diplomáticas entre Brasil e Indonésia: "A presidente lamentou
profundamente essa posição do governo indonésio e chamou atenção para o
fato de que essa decisão cria uma sombra nas relações dos dois países",
disse ele. Garcia disse que conversou com o chanceler Mauro Vieira nesta
sexta e que todas as alternativas de retaliação estão sendo estudadas. [comentário estúpido do babaca do TOP TOP. A vida de um traficante não vale nada e será assim que o assunto será considerado e encerrado.]
Marco Archer foi condenado à pena de morte em 2004, depois de ser
preso com 13 quilos de cocaína. Todos os recursos judiciais apresentados
pela defesa do brasileiro foram negados. Nos últimos anos, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva enviou duas cartas ao governo da Indonésia
pedindo clemência; Dilma Rousseff mandou outras quatro. As autoridades
do país asiático nunca demonstraram a intenção de rever a pena aplicada.
Tolerância zero – O atual governante do país, Joko
Widodo, assumiu a presidência em outubro e implantou uma política de
tolerância zero para traficantes, prometendo executar os condenados por
esse tipo de crime. Ele tem apoio da população, amplamente favorável à
pena de morte. "Mandamos uma mensagem clara para os membros dos cartéis
do narcotráfico. Não há clemência para os traficantes", relatou à
imprensa local Muhammad Prasetyo, procurador-geral da Indonésia, sobre
as execuções.
A postura do governante indonésio foi criticada pela
Anistia Internacional (AI). “Só 10% dos países recorrem a execuções e a
tendência é decrescente desde o fim da II Guerra Mundial. É inaceitável
que o governo da Indonésia manipule a vida de dois brasileiros para fins
de propaganda de sua política de segurança pública”, disse Atila Roque,
diretor-executivo da AI.
“Mereço mais uma chance”, diz brasileiro condenado na Indonésia
Amigo diz que brasileiro 'sempre teve um otimismo muito grande, até exagerado'. A execução está marcada para este sábado [todo bandido sempre alega inocência ou que merece mais uma chance.]
"Estou ciente de que cometi um erro gravíssimo, mas mereço mais uma
chance, porque todo mundo erra”. Com essas palavras, o brasileiro Marco
Archer Cardoso Moreira fez um pedido por sua vida, dias antes da data marcada para sua execução
por fuzilamento na Indonésia.
Na gravação, o brasileiro condenado à
pena de morte em 2004 depois de ser preso com 13 quilos de
cocaína demonstra arrependimento e diz estar passando por um momento
difícil. “É um momento muito difícil pra mim. Estou sofrendo. Peço às
autoridades que zelem pelo meu caso”.
Ele afirma que tem o desejo de ensinar os jovens a não cometerem o
mesmo erro que ele ao se envolver com drogas. “Meu sonho é sair daqui,
voltar para o Brasil e expor meu problema para os jovens que estão
pensando em se envolver com drogas (...) Quero voltar para o meu país,
pedir perdão a toda a minha nação e ensinar para os jovens que a droga
só leva a dois caminhos: ou a prisão ou à morte”.
O brasileiro afirma manter as esperanças de que “sua estrela vai
brilhar mais uma vez”. “Vou lutar até o fim. Porque a minha vida não
pode acabar dessa maneira dramática, eu sendo fuzilado aqui na
indonésia”.
'Otimismo muito grande' – O depoimento, gravado na
terça-feira, foi publicado na internet pelo cineasta Marcos Prado, que
está fazendo um documentário sobre a história. Em entrevista ao site de
VEJA, o cineasta contou que o brasileiro "tinha muita esperança em
conseguir o perdão". “Ele sempre teve um otimismo muito grande, até
exagerado, costumava dizer que tinha sete vidas e que ia sobreviver a
mais essa, assim como nas vezes anteriores em que esteve à beira da
morte nos acidentes que sofreu voando de asa delta”.
A execução de Moreira está marcada para a tarde deste sábado, pelo horário de Brasília. Nesta sexta, o Itamaraty informou que o presidente indonésio, Joko Widodo, negou um pedido de clemência feito por Dilma Rousseff.
Widodo assumiu a presidência em outubro e implantou uma política de
tolerância zero para traficantes, prometendo executar os condenados por
esse tipo de crime. Ele tem apoio da população, amplamente favorável à
pena de morte.
Fonte: Revista Veja