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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Desembargadora tenta deixar prisão por covid, mas é desmascarada pela PGR

Presa pela Operação Faroeste, Lígia Maria Lima teve pedido de prisão domiciliar negado pelo STF

Presa desde novembro do ano passado, a desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia Lígia Maria Ramos Cunha Lima tentou ir para a prisão domiciliar sob o argumento de ser do grupo de risco para a covid-19 — mas omitiu no pedido de habeas corpus feito ao STF já ter tido a doença.

A informação sobre o diagnóstico positivo da desembargadora, alvo da Operação Faroeste, foi apresentado ao STF pela Procuradoria-Geral da República, responsável pelas investigações. Com o auxílio do material apreendido pela Polícia Federal nas buscas e apreensões, a PGR encontrou mensagens e laudos que dão conta do contágio pela desembargadora antes de sua prisão.

No parecer apresentado ao Supremo, o subprocurador Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho registra:ainda que a Literatura Médica já tenha registrado casos de reinfecção pelo vírus mundo afora, não há, conforme demonstrado no anterior parecer neste HC, como se proceder ao afastamento da preventiva da paciente ao fundamento da pandemia viral”.

A ministra Rosa Weber, vice-presidente da Corte e responsável pelo plantão, concordou com a PGR e manteve a desembargadora na Penitenciária da Papuda, em Brasília. A decisão foi tomada nesta terça-feira. Um detalhe: na troca de mensagens apresentada pela PF à PGR, é possível ver que a desembargadora, em posse do seu resultado positivo, prefere omitir a informação dos colegas de sessão com quem havia tido contato. “Não quero que divulgue,  pois estive na sessão de ontem”, escreveu para a sua secretária.

Blog Radar - Robson Bonin - VEJA

 

 

sábado, 19 de dezembro de 2020

Quem vai pagar a conta? - O Globo

Ascânio Seleme 

Quem pagará a conta de quem se negar a tomar vacina contra Covid?

Custos serão altos, mas ainda mais grave é o número assustador de mortes que a doença continuará produzindo, por causa e entre os negacionistas

Não se preocupe, se você se vacinar direitinho, tomar as duas doses como recomendado, não vai ser infectado por negacionistas, seja um vizinho, um parente, um amigo ou um desconhecido com quem esbarrar na rua. [não pode ser omitidos: e não estiver naquele percentual de ineficácia da vacina.
Calma! somos a favor da vacina e logo que esteja disponível, vamos nos empenhar para receber a imunização. A maior parte do nosso pessoal foi devidamente vacinado contra umas dez moléstias e nunca fomos contraímos nenhuma delas.
O que nos entristece mesmo é que abundam supremas decisões sobre a vacina, são feitas críticas e ameaças contra e a favor e a VACINA NÃO APARECE.
Também sentimos um certo desconforto quando constatamos que milhares e milhares de vidas continuam sendo perdidas para o infarto, AVC, câncer e outras moléstias e parecem valer menos do que as vidas ceifadas pela covid-19.] Você estará imune. Do ponto de vista da sua saúde ou da sua família, não precisa fazer mais nada, embora seja conveniente manter o uso de máscaras por ainda algum tempo. Também não custa nada lavar sempre as mãos com bastante água e sabão. Seu problema será outro e terá natureza financeira. Você vai solidariamente pagar a conta que os que se negaram a tomar a vacina contra a Covid acabarão gerando para os cofres públicos. E ela não será pequena.

Imagine o cenário final, pós-vacinação. Neste momento, 46 milhões de brasileiros, ou 22% da população, não estarão imunizados e continuarão a exercer pressão sobre a rede pública de saúde. [importante: qual a duração do efeito imunizante da vacina? é algo ainda incerto, devido a doença ter menos de um ano e a vacina um ou dois meses. Se o efeito for inferior a dois anos, antes de terminar a vacina de uma fase, outra terá que ser iniciada. Temos que rogar a DEUS para que a imunização seja permanente.] Se hoje os leitos dos hospitais estão quase 100% ocupados por pacientes com Covid, no futuro terão 22% da sua capacidade tomada por pessoas infectadas por uma doença que poderia ser evitada. Quem vai pagar esta conta? Você e eu. Na verdade, este volume pode ser maior, se os planos de saúde corretamente se recusarem a pagar internações hospitalares e remédios de quem se recusou a se vacinar. Se a doença era evitável, os planos vão recorrer e os pacientes com planos poderão acabar na rede pública.

Se a Justiça acabar obrigando os planos de saúde a pagar as contas dos negacionistas, o que sempre é possível, mesmo assim você e eu arcaremos com um custo adicional. Ninguém aqui é bobo, claro que os planos repassarão a conta para toda a sua clientela. Nós.

Haverá ainda outros custos indiretos gerados pelos negacionistas mas que serão arcados por nós. Primeiro, calcule o impacto que terão sobre a cadeia produtiva quando o mundo voltar ao normal. Se uma gripezinha de influenza afasta uma pessoa por dois ou três dias do trabalho, uma infecção pela Covid pode tirar o funcionário por até 14 dias da linha de produção, quando não o afastar definitivamente. Isso tem um custo que as empresas pagam e repassam aos preços dos produtos e serviços que você e eu iremos consumir.

Os não vacinados vão também compor uma nova estatística de morbidade no Brasil. Com a vida de volta ao normal, os 22% de não vacinados serão eventualmente contaminados e muitos vão morrer. Aos números. Mantida a média de 1.000 óbitos por dia, morrerão então 220 negacionistas a cada 24 horas. Em um ano, serão 80 mil. Mais do que os 12 mil que falecem a cada ano por câncer de próstata ou mama, os 44 mil que morrem em razão de doenças hipertensivas ou os 54 mil que são acometidos de diabetes. Trata-se de índice igual ao de mortes por infarto, que também somam 80 mil por ano. [morreram de infarto, AVC e outras doenças vasculares, este ano, de 1 janeiro a 15 outubro 2020, 350.000 brasileiros e o câncer tem que ser somado os vários tipos.

Só a soma das doenças citadas neste parágrafo (excluídos os negacionistas que não se pode estimar quantos serão - ainda não existe tais vítimas e nada garante que vão existir) - ultrapassa em muito as da covid-19. Lembrando que não estão incluídas as de mais de uma dezena de tipos de câncer não citados.]

Sim, há os que já foram infectados e dizem que não vão se vacinar porque já têm anticorpos, como afirma o magnífico Jair Bolsonaro. Estes ignoram a potencialidade da reinfecção ou o surgimento de cepas diferentes que podem lhes acometer. Vejam o caso da gripe influenza, que já exige quatro vacinas diferentes para ser obstruída. Na rede pública, as vacinas aplicadas são as trivalente, que imunizam contra até três variações da doença. Na rede privada já estão sendo aplicadas as tetravalente.

Claro que os custos serão altos, mas ainda mais grave é o número assustador de mortes que a doença continuará produzindo depois da vacinação em massa, por causa e entre os negacionistas. E elas ocorrerão por todos os lados, mas serão maiores nos grotões bolsonaristas. São os seguidores fiéis de Sua Excelência que mais se rebelam contra a vacina. Seguem o líder cegamente, como ratos ao flautista de Hamelin, mesmo que seja em direção ao hospital ou ao cemitério.

Rebanho

O que vai acontecer com aqueles que se recusarem a ser vacinados? 
Certamente perderão alguns direitos, como o de frequentar escolas, academias e clubes. Devem também perder o acesso a bolsas e outros auxílios oficiais, o direito de participar de concursos públicos e de votar. Podem ainda ser proibidos de viajar de avião e ônibus. E também não serão imunizados. Serão apenas parte do rebanho.

Eles erram
Presidentes erram. Sarney errou na economia, mas foi o presidente que avalizou a reabertura democrática. [avalizar a tal reabertura = embrião da 'nova República' = foi um erro maior do que todos os erros que cometeu na economia.]  Collor errou ao confiscar a poupança dos brasileiros e ao permitir que seu contador PC Farias trocasse influência por dinheiro, muito dinheiro. Mas é verdade também que abriu a economia brasileira para o mundo.  

(..........)

O Globo - MATÉRIA COMPLETA - Ascânio Seleme, jornalista



 

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Mitos e verdades sobre a capacidade de reinfecção do novo coronavírus

Quem já teve a doença está imune, afinal? Pode contaminar outras pessoas? Eles deverão tomar vacina? Novos estudos esclarecem as questões 

A imunidade pós-infecção pode ser conferida por vários tipos de respostas do nosso sistema imunológico, mas na prática, fora dos laboratórios de pesquisa, o parâmetro historicamente mais associado com proteção é o desenvolvimento de anticorpos do tipo IgG. Apesar de resultados de pesquisas terem sido conflitantes em vários aspectos da COVID-19 (e este é um deles), quanto maior o número de pessoas participantes de estudos sobre a duração da imunidade e quanto mais prolongado for o tempo de acompanhamento, mais precisos serão as informações resultantes.

Como o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado há menos de um ano atrás, ainda não é possível ter uma resposta definitiva para esta pergunta tão importante. Mas um dos melhores estudos que fez esta análise por um período prolongado, acaba de ser publicado. Os participantes, 12.219 trabalhadores de saúde de quatro Hospitais de Oxford em Oxfordshire no sudeste da Inglaterra, foram testados inicialmente, e depois várias vezes para anticorpos IgG, por 30 semanas. Após a testagem inicial de anticorpos IgG, 11.052 tiveram o resultado negativo e 1.167 positivo.. Dos 11.052 que eram inicialmente IgG negativos, 76 acabaram tendo o teste padrão para detecção de SARS-CoV-2 (RT-PCR) positivo durante o período de avaliação. Já entre os 1.167 que já tinham anticorpos IgG inicialmente, nenhum desenvolveu sintomas de COVID-19 nas 30 semanas de seguimento!

Porém, durante testagem de rotina três trabalhadores assintomáticos entre estes 1.246 (0.2%) tiveram o teste de RT-PCR para COVID positivos até 6 meses depois de testarem positivo para anticorpos IgG. Deixando de lado certas críticas ao estudo, como a possibilidade de falsos positivos e negativos da RT-PCR, do estudo ter sido feito boa parte em momento em que a epidemia não estava tão intensa na Inglaterra, de não sabermos se as pessoas estavam se expondo mais ou menos à infecção, de não ter avaliado imunidade celular só anticorpo, este estudo demonstra que a presença de anticorpos IgG está associado a risco muito baixo de se infectar com SARS-CoV-2 em um período de no mínimo 6 meses, e que ter uma segunda infecção sintomática é muito incomum (https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.11.18.20234369v1.full.pdf). Por outro lado não deixa dúvidas que mesmo entre assintomáticos, existe reinfecção.

Quando os pesquisadores admitem que houve uma reinfecção?
Para contar como um caso de reinfecção, um paciente deve ter tido um teste de RT-PCR (padrão ouro para confirmação laboratorial da infecção por SARS-CoV-2) duas vezes em pelo menos um mês, sem sintomas entre eles. Porém sabemos que um segundo teste também pode ser positivo se o paciente tem apenas um resíduo persistente de RNA viral de sua infecção original, seja este pedaço de vírus infectante ou não.

Como se não bastasse esta complexidade, sabemos que uma parcela não insignificante dos infectados parece ter mais dificuldade de se livrar do SARS-CoV-2, que talvez fique escondido em reservatórios no intestino, o que está sendo chamado de Covid-prolongado (“long covid”). Justamente para não confundir reinfecção (se livrar totalmente do vírus e depois se infectar novamente) com Covid-prolongado (demorar muito para se livrar do único vírus que infectou), os critérios adotados atualmente para caracterizar reinfecção são muito rigorosos.

Além dos dois testes de RT-PCR positivos separados por um mês sem sintomas, só é considerado reinfecção quando na primeira infecção foi realizado o estudo do código genético do SARS-CoV-2 por sequenciamento, e o mesmo estudo for realizado na segunda infecção, para que seja desta forma comprovada infecção por cepas com código genético ao menos um pouco diferentes entre ambas as infecções. Como o sequenciamento do SARS-CoV-2 não é feito de rotina, na prática, muitos casos que são considerados covid-prolongado talvez sejam verdadeiramente reinfecção.

Além disto, testa-se muito menos do que se deveria testar pelas técnica de RT-PCR, principalmente em pessoas sem ou com poucos sintomas, de modo que se a pessoa se infectou sem ou com poucos sintomas na “primeira” ou na “segunda” vez, já pode não estar sendo incluída no grupo dos reinfectados. Por fim, se a pessoa se infectou realmente duas vezes, mas com cepas genéticamente iguais, o que não é impossível visto o SARS-CoV-2 não ter grande variabilidade genética, não será considerado formalmente reinfecção.

Incluídos nestes critérios bastante rígidos, temos até o presente momento, entre 60 milhões de infectados no planeta, apenas 25 casos comprovados de reinfecção, sendo 5 graves na segunda infecção, listados e atualizados no site https://bnonews.com/index.php/2020/08/covid-19-reinfection-tracker para quem quiser acompanhar. Certamente na vida real o número de reinfectados já é muitas ordens de magnitude maior.

Sou IgG positivo, posso então ficar absolutamente tranquilo e baixar a guarda nos cuidados com o vírus?

(..........)

A diversidade limitada do SARS-CoV-2 muito provavelmente permitirá que uma vacina seja suficiente para nos proteger de todas as cepas diferentes (https://www.pnas.org/content/117/38/23652). Mais tranquilizantes são os dados do estudo de Oxford acima descritos, que somado as outras evidências nos permite um otimismo cauteloso em relação as reinfecções. A regra, a princípio, é que uma vez infectado a grande maioria das pessoas está protegida por bom tempo. Como toda regra tem exceções, reinfecções por SARS-CoV-2 existem.

Podemos, sim, acreditar que a onda de vacinas chegará antes da marola de reinfecções graves. Até que as vacinas cheguem, mesmo entre os já infectados, fica valendo o uso de máscaras, lavar as mãos com frequência e medidas de isolamento social.

Letra do Médico - Blog em VEJA - MATÉRIA COMPLETA