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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Líder de comissão de 'mortos e desaparecidos': 'O Brasil empregou muito dinheiro em busca de ossada' - Veja

Chefe da Comissão de Mortos critica gastos com desaparecidos da ditadura

'O Brasil empregou muito dinheiro em busca de ossadas... Dinheiro poderia ter ido para saúde e educação', diz Marco Vinícius Carvalho, presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos no governo Jair Bolsonaro


Presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos do governo Jair Bolsonaro,  Marco Vinícius Carvalho Marco Vinícius Carvalho decidiu mexer mais uma vez com os fantasmas do país.

Ao Radar, ele criticou o dinheiro gasto pelo governo na procura de desaparecidos políticos.
“O Brasil empregou muito dinheiro em busca de ossadas. De 1.047, localizou apenas duas. Gastou 500.000 dólares. Dinheiro que poderia ter ido para saúde e educação. Talvez essas pesquisas de DNA pudessem ter sido estruturadas na nossa Polícia Federal e o custo seria bem menor”, diz.

O material de banco de dados com amostras de sangue de familiares foram enviados para Holanda e Bósnia, países com tecnologia apropriada.

domingo, 1 de setembro de 2019

Governo planeja mudar o Bolsa Família para construir uma ‘marca social’ - O Globo

Proposta prevê ampliar número de beneficiários do programa e cortar deduções no Imposto de Renda


Leia tambem: Para Sergei Soares, pesquisador do Ipea, há ‘buracos na colcha’ social
 
A proposta do Ipea unifica quatro benefícios que hoje custam aos cofres públicos R$ 52 bilhões por ano e contemplam 80 milhões de pessoas: Bolsa Família, salário-família, abono salarial e dedução de dependente no IR. Os pesquisadores sugerem unificar esses programas para criar um “super Bolsa Família”, como tem sido chamado pelos técnicos do governo. Custaria os mesmos R$ 52 bilhões, mas cobriria 92 milhões de beneficiários.

Estrutura diferente
O novo sistema teria uma estrutura de pagamentos diferente da atual. Hoje, o Bolsa Família é pago a famílias cuja renda é de menos de R$ 178 mensais por pessoa. Os benefícios que compõem o programa variam, de acordo com o número de crianças, adolescentes e gestantes. Há ainda um benefício extra para os que estão em situação de extrema pobreza, com renda per capita abaixo de R$ 89. Em média, cada família recebe R$ 188,51, segundo dados do Ministério da Cidadania.

A principal novidade da proposta é a criação de um benefício universal, de R$ 45, pago a todas as crianças e adolescentes do país de até 18 anos, independentemente da renda familiar. Um segundo benefício seria voltado a crianças de 0 a 4 anos de famílias pobres, com renda de até R$ 250 por pessoa — linha de corte maior que a atual. Se, depois desses dois tipos de repasse, a renda familiar continuar abaixo desse limite, haveria ainda um benefício extra de R$ 44 por pessoa. 

Para a conta fechar, seriam extintos o salário-família, auxílio mensal pago a trabalhadores formais com filhos de até 14 anos, e a dedução por dependente no IR. A compensação seria a renda universal para crianças. O abono salarial continuaria a existir, mas restrito às famílias mais pobres.

Viu isso? Governo quer rever isenções de IR sobre títulos do mercado financeiro e portadores de doença grave
 
A proposta prevê ganho ou manutenção de renda para os beneficiários do Bolsa Família. Uma família com renda per capita de R$ 160 e três crianças, por exemplo, tem direito hoje a um benefício de R$ 130. No novo sistema, receberia R$ 135. Se uma das crianças tiver menos de 4 anos, o valor subiria para R$ 225. Há casos, no entanto, em que o novo sistema reduziria o valor. Para essas situações, o projeto prevê um benefício de transição, que complementaria a renda.

A mudança nas regras pode impactar a vida de pessoas como a dona de casa Juliana de Sousa, de 23 anos. Na casa dela, na periferia de Teresina, no Piauí, o Bolsa Família ajuda com R$ 104 por mês. Não é muito para as necessidades da família, cuja única renda é um salário mínimo que o marido dela, Francisco de Sousa, de 26, ganha como vendedor em uma funerária. O casal é pai de Lara, de 4 anos, e de Pedro, de 3. Por problemas de saúde, a menina ainda precisa de fraldas descartáveis, e o benefício ajuda nessa despesa. — Usamos os R$ 104 em pacotes de fraldas, das mais baratas. Para comprar as melhores, que não assam a pele, precisaríamos de R$ 450 por mês. O dinheiro do Bolsa Família não dá nem para as fraldas, mas, sem ele, não sobraria nada mesmo — diz Juliana, que conta com a ajuda de familiares para comprar alimentos.

Em busca de desassistidos
A sugestão do Ipea também busca alcançar pessoas que hoje não recebem qualquer tipo de auxílio do governo, mas estão em situação vulnerável. É o caso de Rita Barros, de 46 anos. Ela trabalha como diarista e ainda faz bicos como cabeleireira para reforçar a renda mensal, que não passa de dois salários mínimos. Foi assim que ela criou sozinha a primeira filha, Rithyele, hoje com 23 anos, e ainda sustenta a segunda, Beatriz, de 13. Ela já tentou, mas não conseguiu o Bolsa Família porque sua renda não é baixa o suficiente para se enquadrar no programa. Por outro lado, como não tem emprego formal, não conta com abono salarial ou deduções no Imposto de Renda.
Sempre tive que trabalhar demais para sustentar minhas filhas. O Bolsa Família ajudaria, mas não faria tanta diferença. Conheço gente que ganhou e, ainda assim, teve dificuldades para se manter — diz Rita, moradora do Andaraí, na Zona Norte do Rio.

Já a bancária Viviane Louvem, de 40 anos, tornou-se mãe há apenas quatro meses. Vive com a pequena Maria Clara e o marido, o administrador Alexei Gabetto, de 48, na Tijuca. Apesar do orçamento equilibrado, usa deduções de gastos com saúde e educação no IR. Com a filha, passa a ter devolução de imposto por dependente. Se o novo sistema for implantado, essa dedução será trocada pelo benefício universal, bem menor.
— Usei esse benefício na pós-graduação e para tratamentos de saúde, porque meu convênio tem reembolso muito baixo. Agora, pretendo usar para amenizar gastos com minha filha — diz Viviane. — Ainda é difícil confiar na qualidade dos serviços públicos.
Para sair do papel, a sugestão do Ipea precisa de emenda à Constituição. Na equipe econômica, o plano é tratado como preliminar. Segundo o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, a implantação deve ser gradual:

É bom destacar que o governo Bolsonaro é um governo com forte apelo social. Nós nos preocupamos com o lado social. A liberação do FGTS e do PIS-Pasep mostra isso. Agora, esse programa visa melhorar a situação dos desalentados brasileiros. É uma marca social do governo.
Colaboraram Efrém Ribeiro e Amanda Pinheiro, estagiária sob supervisão de Alexandre Rodrigues

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

'Reforma da Previdência é o que importa; Bolsonaro precisa entrar no jogo'

Vem pro jogo, Jair 

O sucesso da reforma da Previdência depende sobretudo do engajamento de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro ganhou um simpático apoio num evento público com três governadores recém-eleitos no RS, em GO e em SP: uma adesão “irrestrita” (Eduardo Leite), “total” (Ronaldo Caiado) e “firme” (João Doria) à reforma da Previdência. E ouviu, no mesmo evento, um duro recado: “Jair, vem pro jogo, e traz teu capital político”. O mesmo pedido já havia sido feito antes por Rodrigo Maia, presidente da Câmara e agora a figura política de referência para o governo Bolsonaro. Tem sido repetido por diversos líderes partidários. E está em destaque nas análises fornecidas por consultorias políticas e de risco: a reforma da Previdência é o único assunto que importa para definir o sucesso deste governo. E ela depende hoje, basicamente, do presidente.

Há um sentido crítico muito evidente nesses “pedidos”. Sendo a reforma da Previdência, antes de mais nada, uma batalha de comunicação, e batalha de comunicação é a capacidade de fazer prevalecer uma narrativa (ou desconstruir uma oposta), cabe a Bolsonaro usar a habilidade que demonstrou nas eleições de dirigir-se ao “homem simples” e engajar-se diretamente em convencer o dileto público a engolir medidas que serão inevitavelmente impopulares. Economistas alertam para o fato de que não adianta sequer pensar num “plano B” para o governo no caso de não aprovação ou de uma aprovação de reforma demasiadamente aguada. As consequências da não aprovação para a economia seriam catastróficas em prazo bem curto. O tempo está trabalhando contra o País e, portanto, o emprego do capital político não só é necessário como urgente.

Há mais um alerta na praça se Bolsonaro estiver disposto a considerá-lo. Tanto os governadores experimentados e veteranos no Legislativo (como Caiado) quanto os jovens e recém-chegados à “grande articulação” (como Leite) apontam para um elemento essencial na política: o ambiente. O atual ainda seria favorável a empurrar em direção à reforma um Congresso fracionado, desarticulado e – como todos sabem – muito bem dominado por interesses setoriais e corporativos dos mais diversos tipos.

Tão ou mais que o presidente, os governadores estão lidando com uma bomba fiscal de proporções catastróficas e que, em alguns casos, já paralisou a máquina pública especialmente em setores como segurança pública, saúde e educação. Em boa parte, a “velha” política dos governadores (a do domínio por eles de bancadas no Congresso) está sendo substituída por uma “nova” política na qual o aperto das contas e a quase incapacidade de fazer funcionar a máquina pública empurram esses chefes dos executivos estaduais a algum tipo de entendimento com a União.

Há um outro lado, pendurado no da reforma da Previdência, que os governadores estão entendendo bastante bem. Uma hipotética mexida na estrutura tributária (que eles querem) pressupõe algum tipo de acerto nas questões fiscais, e as duas juntas trazem à mesa a famosa e interminável discussão do “pacto federativo”. Os R$ 100 bilhões que viriam para os cofres públicos com a cessão onerosa combinada lá atrás com a Petrobrás já são um teste entre a equipe econômica de Paulo Guedes e alguns governadores que olham (com razão) gulosamente para esse caixa.

É mais um assunto para ser decidido com participação do Congresso, num sistema no qual toda questão conflituosa política acaba judicializada (imaginem a Previdência...), com partidos fracionados, lideranças velhas desgastadas, as novas ainda incipientes e uma parte do governo achando que consegue administrar via redes sociais. É só um pedaço do jogo que está armado. Os envolvidos acham que falta Jair pular com vontade pra dentro dele. 
 
 

sábado, 6 de outubro de 2018

Moleques de recados


Haddad acusa o governo de vender para os americanos a estatal que o PT assaltou durante 13 anos consecutivos


“15 bilhões de dólares custava e Petrobras quando nós assumimos. Hoje, ela custa U$ 80 milhões a valor de mercado. Sabe por quê? Porque nós multiplicamos por 10 o investimento da Petrobras. Sem isso, nós jamais acharíamos o pré-sal, que é o passaporte para o futuro se vocês pararem de vender pros americanos o que é do povo. Vou retomar o petróleo da Petrobras pra investir em saúde e educação”.


(Fernando Haddad, candidato a presidente pelo PT, no debate da Globo, acusando o governo Temer de vender para os americanos a estatal assaltada durante 13 anos pelo maior esquema corrupto da historia, chefiado pelo presidiário que reduziu um ex-prefeito de São Paulo a moleque de recados)