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quarta-feira, 12 de julho de 2023

Está tudo perfeitamente normal no Brasil… - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Fiquei alguns minutos diante da tela em branco, cursor piscando, sem saber sobre o que escrever. 
É o dilema que muito comentarista, em especial quem escreve colunas diárias, enfrenta cedo ou tarde. 
Mais um texto sobre o surrealismo que tomou conta do nosso país? 
Tentar criticar com seriedade um circo? Nah, cansei.
 
Aí bateu uma inspiração: e se eu for sarcástico?!  
Ao menos posso colocar em forma de humor meu desabafo para fora, e com menos risco de novas perseguições (há mais o que possa ser feito contra mim?). 
"Mas brasileiro não entende ironia", dizem alguns céticos. 
Não sei quantos conseguem capturar o sarcasmo - e sou contra ele, que fique claro para o STF. Mas resolvi tentar.
 
E logo veio o título desse texto à minha mente. 
Poxa, eu fico todo dia tentando alertar que não dá para levar qualquer notícia a sério em nosso país, pois tudo está invertido, os corruptos estão no poder, os autoritários posam de salvadores da democracia, e ainda assim a velha imprensa fica lá, tratando cada acontecimento como se fosse na Suíça!
 
Lula nega que tenha tido toma-lá-dá-cá para aprovar na Câmara a reforma tributária, e Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, o partido de Bolsonaro, concorda! Tudo normal, claro. 
Foram apenas uns dez bilhões de reais em emendas parlamentares em poucos dias, e ministérios na fila: o Centrão já dá como certa a entrada triunfal no governo Lula, diz colunista do Globo.
 
Nada para se ver aqui, gente. O editorial do Estadão, em coro com comentaristas da Globo, disse que é tudo "parte do jogo".  
Só antes, no governo Bolsonaro, é que o "orçamento secreto" era ainda pior do que o mensalão. Agora não. O Brasil voltou. 
Odebrecht pode voltar a fazer negociatas, digo, negócios com a Petrobras, enquanto Sergio Cabral atua como blogueiro de turismo.
 
Em paralelo, o governo Lula e a ditadura comunista da Venezuela montam uma agenda para avançar relações bilaterais. Maduro foi recebido como estadista por nosso presidente, que também sai em defesa do companheiro da Nicarágua, uma ditadura comunista que persegue cristãos. 
Na campanha, o TSE não deixou jornais sérios como a Gazeta do Povo lembrarem do elo profundo entre PT e ditadores comunistas. Tudo normal.
 
Por falar em comunista, agora o ministro Alexandre de Moraes leva ao conhecimento de Lula que considera Flavio Dino um bom nome para o STF. O primeiro indicado foi o advogado particular de Lula, seu amigo sem mestrado ou doutorado em Direito, mas que garantiu sua soltura e elegibilidade, contando com uma ajudinha do próprio Supremo
Zanin e Dino no STF: tudo normal, gente. Outro assunto?
 
O tenente-coronel Mauro Cid vai depor na CPI dos "atos golpistas" fardado, e isso incomoda nossa imprensa. 
Ele opta pelo silêncio, mas senadores e deputados de oposição falam por ele e por milhões de brasileiros: trata-se de um preso político, claro, enquanto o general G. Dias, que ciceroneou os "terroristas" naquele dia e falsificou relatório para a CPMI, um pouco mais grave do que adulterar cartão de vacina experimental que nunca deveria ter sido obrigatória, segue livre, leve e solto por aí.
 
O Brasil está de volta! E segue avançando... rumo a qual destino não parece importar muito. 
Há uma montanha de dinheiro a ser distribuída no processo, e depois a elite tucana vê onde isso vai dar. Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro.  
E para colocar uma cereja nesse bolo fecal, temos o governador que despontava como grande esperança dos brasileiros decentes indo até a festa pop de Gilmar Mendes em Lisboa para bajular nosso STF e afirmar, com todas as letras, que o Estado Democrático de Direito vai muito bem em nosso país, que a democracia é robusta e aponta para a direção certa. Ai de quem criticar Tarcísio... falta pragmatismo!

Está tudo perfeitamente normal em nosso bordel, digo, país. Anormal é quem pensou que poderia transformar o Brasil num país mais sério em apenas quatro anos...


Rodrigo Constantino, colunista -Gazeta do Povo - VOZES

 


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Bolsonaro, ascensão e queda - VEJA - Blog do Noblat


Por Ricardo Noblat

O sofrimento do patriarca

O presidente Jair Bolsonaro desmaiou e por isso caiu e bateu com a cabeça no chão do banheiro da área residencial do Palácio da Alvorada? 
Ou apenas caiu por que escorregou ou tropeçou em alguma coisa? Essa era a pergunta que muitos se faziam, ontem à noite, em Brasília, e que estava sem resposta até esta madrugada.
 
Se ele caiu por ter desmaiado, o caso pode inspirar maiores cuidados. Levado às pressas para o Hospital das Forças Armadas, uma tomografia computadorizada não detectou alterações no seu crânio, segundo nota oficial do governo. Ficaria em observação por 6 ou 12 horas, devendo ser liberado logo em seguida. Com 64 anos de idade, Bolsonaro sempre gozou de boa saúde. Quando serviu ao Exército ganhou o apelido de “cavalão”, tal era sua disposição física que lhe rendeu boas notas em competições esportivas. Foi elogiado muitas vezes por seu desempenho. Arriscou a vida para salvar um colega paraquedista que se afogava.

[o que a imprensa tem apresentado como uma anormalidade, chegam a falar até ser paranóia, - na política do vale tudo para diminuir o presidente Bolsonaro - é um procedimento perfertamente normal na segurança de chefes de Estado e de Governo, especialmente quando  as atitudes daquela autoridade incomodam criminosos perigosos, alguns em posição de mando e capazes de qualquer ato criminoso para impedirem que seus crimes sejam descobertos e tenham a execução dificultada. De qualquer forma, embora como consequência da facada e da própria idade, o presidente não pode ser mais o 'cavalão',mas, lhe sobram disposição e votos para mais mandatos no cargo -  que voltou a ser honrado na presidência do capitão,

Na maior parte das vezes, a ação de segurança é executada  contra os desejos da autoridade objeto da proteção.]
 
Não tivesse levado a facada que quase o matou em Juiz de Fora, estaria em forma. A facada pode tê-lo ajudado a se eleger presidente, mas fragilizou seu corpo e principalmente sua mente. Foi operado mais de uma vez em menos de um ano. Usa uma tela para proteger seu abdómen. Sente dores com frequência.

Ter visto a morte de perto mexeu muito com sua cabeça. Vive assombrado. Receia ser alvo de um novo atentado. Enxerga perigo por toda parte. Presidente algum desde a redemocratização do país escolheu ser refém de um aparato de segurança tão gigantesco como o que o protege. Apesar disso, ele cobra sempre mais. Quando Bolsonaro fala que só será candidato à reeleição se sua saúde permitir, não está blefando. Muito menos se vitima para atrair mais votos. De fato, ele não parece nem um pouco disposto a pôr sua vida novamente em risco para exercer por mais quatro anos uma tarefa que tanto o desagrada.

Sua intenção inicial ao lançar-se candidato a presidente era ajudar os filhos em suas carreiras políticas. Não imaginava que venceria. Na hora que sua vitória foi anunciada, teve uma crise de choro. Mais tarde, confessou que se sentia esmagado pelo que acabara de acontecer. Sabia que carecia de preparo para o novo ofício. Os filhos Flávio e Eduardo tiveram votações expressivas nos rastros do pai. Mas um ano depois, Flávio está cada vez mais enroscado com a Justiça, e Eduardo frustrado por não ser embaixador do Brasil em Washington. A família jamais se sentiu tão acuada. Natural que o patriarca sofra com tudo isso.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA