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quinta-feira, 23 de julho de 2020

Bia Kicis: a ascensão e queda de uma das mais fervorosas bolsonaristas

João Pedroso de Campos 

Fiel aliada do presidente, deputada foi retirada de uma das vice-lideranças do governo no Congresso após votar contra o Fundeb na Câmara  

MISSÃO - Kicis, em frente ao STF: “Só falta babarem em cima dos processos” Cristiano Mariz/VEJA 

A retirada da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) de uma das vice-lideranças do governo no Congresso, decretada por Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 22, é mais um chega pra lá do presidente em um de  seus aliados mais fiéis. De procuradora do Distrito Federal a blogueira de direita e terceira deputada federal mais votada do DF em 2018, na onda do bolsonarismo, Bia tinha proximidade com o capitão  desde a campanha eleitoral que fez dele presidente da República.

Eleita pelo PRP, que ela trocou pelo PSL ao tomar posse, Bia Kicis teve papel decisivo na escolha de Paulo Guedes como futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro, posição que fez do “posto Ipiranga” o fiador de um candidato pouco familiarizado com o tema e acalmou o mercado diante do avanço do capitão nas pesquisas  eleitorais. Foi ela quem intermediou, ao lado do empresário Winston Ling, seu amigo, a sugestão do nome de Guedes a Bolsonaro. O primeiro encontro do namoro entre o futuro presidente e o futuro ministro, em novembro de 2017, em um hotel do Rio de Janeiro, teve as presenças de Bia, Ling, o filho Zero Três, Eduardo Bolsonaro, e o ex-ministro Gustavo Bebianno. 

Em VEJA - Leia MATÉRIA COMPLETA


terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Bolsonaro, ascensão e queda - VEJA - Blog do Noblat


Por Ricardo Noblat

O sofrimento do patriarca

O presidente Jair Bolsonaro desmaiou e por isso caiu e bateu com a cabeça no chão do banheiro da área residencial do Palácio da Alvorada? 
Ou apenas caiu por que escorregou ou tropeçou em alguma coisa? Essa era a pergunta que muitos se faziam, ontem à noite, em Brasília, e que estava sem resposta até esta madrugada.
 
Se ele caiu por ter desmaiado, o caso pode inspirar maiores cuidados. Levado às pressas para o Hospital das Forças Armadas, uma tomografia computadorizada não detectou alterações no seu crânio, segundo nota oficial do governo. Ficaria em observação por 6 ou 12 horas, devendo ser liberado logo em seguida. Com 64 anos de idade, Bolsonaro sempre gozou de boa saúde. Quando serviu ao Exército ganhou o apelido de “cavalão”, tal era sua disposição física que lhe rendeu boas notas em competições esportivas. Foi elogiado muitas vezes por seu desempenho. Arriscou a vida para salvar um colega paraquedista que se afogava.

[o que a imprensa tem apresentado como uma anormalidade, chegam a falar até ser paranóia, - na política do vale tudo para diminuir o presidente Bolsonaro - é um procedimento perfertamente normal na segurança de chefes de Estado e de Governo, especialmente quando  as atitudes daquela autoridade incomodam criminosos perigosos, alguns em posição de mando e capazes de qualquer ato criminoso para impedirem que seus crimes sejam descobertos e tenham a execução dificultada. De qualquer forma, embora como consequência da facada e da própria idade, o presidente não pode ser mais o 'cavalão',mas, lhe sobram disposição e votos para mais mandatos no cargo -  que voltou a ser honrado na presidência do capitão,

Na maior parte das vezes, a ação de segurança é executada  contra os desejos da autoridade objeto da proteção.]
 
Não tivesse levado a facada que quase o matou em Juiz de Fora, estaria em forma. A facada pode tê-lo ajudado a se eleger presidente, mas fragilizou seu corpo e principalmente sua mente. Foi operado mais de uma vez em menos de um ano. Usa uma tela para proteger seu abdómen. Sente dores com frequência.

Ter visto a morte de perto mexeu muito com sua cabeça. Vive assombrado. Receia ser alvo de um novo atentado. Enxerga perigo por toda parte. Presidente algum desde a redemocratização do país escolheu ser refém de um aparato de segurança tão gigantesco como o que o protege. Apesar disso, ele cobra sempre mais. Quando Bolsonaro fala que só será candidato à reeleição se sua saúde permitir, não está blefando. Muito menos se vitima para atrair mais votos. De fato, ele não parece nem um pouco disposto a pôr sua vida novamente em risco para exercer por mais quatro anos uma tarefa que tanto o desagrada.

Sua intenção inicial ao lançar-se candidato a presidente era ajudar os filhos em suas carreiras políticas. Não imaginava que venceria. Na hora que sua vitória foi anunciada, teve uma crise de choro. Mais tarde, confessou que se sentia esmagado pelo que acabara de acontecer. Sabia que carecia de preparo para o novo ofício. Os filhos Flávio e Eduardo tiveram votações expressivas nos rastros do pai. Mas um ano depois, Flávio está cada vez mais enroscado com a Justiça, e Eduardo frustrado por não ser embaixador do Brasil em Washington. A família jamais se sentiu tão acuada. Natural que o patriarca sofra com tudo isso.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA
 

domingo, 11 de novembro de 2018

Apoiado pela indústria de armas, Onyx já associou ativismo LGBT a pedofilia [por acaso o ministro errou? quem viu algum erro, que o acuse com provas.]

Em eleições de 2002 a 2014, 12% de suas receitas de campanha vieram de empresas de armas, com as quais manteve relação próxima. Uma de suas bandeiras é a modificação do Estatuto do Desarmamento, que tende a ser uma das primeiras iniciativas do governo Bolsonaro. O deputado apresentou uma série de projetos, por exemplo, para permitir que as polícias estaduais atuem na liberação de licenças -e não só a PF, como é atualmente.
Veterinário, Onyx, 64, disse em 2016 que adquiriu armas após passar por uma "situação de gravidade", que não detalha: "Isso já tem quase 30 anos, eu nunca mais deixei de estar acompanhado de uma arma que sempre trouxe segurança e proteção para a minha família."

São várias propostas antenadas com o bolsonarismo, como a ampliação dos excludentes de ilicitude (evita que virem crimes situações de legítima defesa ou ação de forças de segurança) e a flexibilização da posse de armamentos.  Entre outros projetos nessa linha, estão propostas para aumentar a licença para até três armas, a criação do "porte rural de arma de fogo" e a possibilidade de emissão de autorização a quem responde a inquéritos ou processos penais.

A relação de Onyx com Bolsonaro vem desde o início dos seus mandatos. Os dois estiveram na linha de frente do bloco parlamentar que coordenou a vitoriosa campanha contra o desarmamento no referendo promovido em 2005.  Também naquele ano, Onyx havia obtido projeção nacional ao integrar a CPI dos Correios, uma das que apuraram o escândalo do mensalão. O forte viés antipetista já havia se revelado anos antes no âmbito regional. Como deputado estadual, foi ferrenho opositor do governo do petista Olívio Dutra no Rio Grande do Sul (1999-2002), que passou por turbulências como uma investigação sobre a relação do partido com bicheiros.

Dessa experiência, o novo ministro escreveu um livro, batizado de "500 Dias do PT no Governo São Outros 500". Com o passar dos anos, sua bibliografia antipetista ganhou três novos volumes, o último deles publicado neste ano -"A Máfia da Estrela: Ascensão e Queda do Império Petista".  Nada disso o impediu de ter boa relação com o PDT, partido de quem foi aliado em 2014 e legenda de seu suplente na Câmara. O novo chefe da Casa Civil já prestou homenagens a Leonel Brizola, fundador do PDT e ícone da esquerda.

Em meio à aproximação com o capitão reformado, encampou o discurso do perigo "comunista" e do risco da "pátria grande" latino-americana - a união com outros governos de esquerda. Também passou a enfatizar questões de moral e costumes. Em 2017, após uma exposição de arte sobre diversidade ter sido suspensa diante de críticas de movimentos conservadores, ele apresentou um projeto propondo a criminalização da utilização de recursos públicos em projetos que "promovam a sexualização precoce de crianças"

Em discurso no plenário, naquela época, mencionou uma mobilização internacional que passava pela ONU para promover a "ideologia de gênero" tendo em vista o controle populacional. "Não há separação entre ideologia de gênero, agenda LGBT, feministas e pedófilos", disse ele na ocasião.  Procurado para comentar o assunto, ele não respondeu.  Desde o ano passado, Onyx já vinha atuando na articulação da candidatura de Bolsonaro. O seu partido, o DEM, ainda vinha cogitando lançar o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), à Presidência, mas o gaúcho já comunicara que marcharia em 2018 com o militar reformado.

Durante a pré-campanha, Maia previu atritos entre o dissidente de seu partido e o então candidato do PSL. "Ele [Onyx] é muito mais liberal que o próprio partido hoje. E Bolsonaro é um político que defende uma política de mais intervenção do estado. Foi assim que votou a vida inteira, em algum momento vai ter uma divergência."  Maia, na ocasião, mencionou que Onyx já havia sido contra o ingresso do partido em uma rede internacional da corrente Democracia Cristã, defendendo a permanência no movimento "Internacional Liberal". O
período anterior à campanha eleitoral ainda rendeu visibilidade pela relatoria do projeto de Medidas contra a Corrupção, que acabou não sendo aprovado, mas também proporcionou a sua pior pendência com a Justiça. Em 2017, com a delação da JBS, ele confessou que recebeu R$ 100 mil de caixa dois do grupo na eleição de 2014.

Onyx comanda o diretório gaúcho do DEM desde a década passada e tem sido praticamente o único integrante de destaque no estado.  Em 2015, o novo chefe da Casa Civil conseguiu emplacar seu filho Rodrigo Lorenzoni, 39, em uma diretoria de uma fundação no governo de José Ivo Sartori (MDB).  Neste ano, Rodrigo tentou a Assembleia gaúcha, mas não se elegeu. Fez 17 mil votos, ante 183,5 mil do pai. É Rodrigo quem toca o hospital veterinário da família, fundado pelo pai de Onyx na década de 1950, em Porto Alegre.
Antes de entrar na política, o novo chefe da Casa Civil foi presidente, por seis anos, de um sindicato de veterinários em Porto Alegre, até 1990.

ISTO É ONYX LORENZONI
- Veterinário e empresário, se lançou na política no Rio Grande do Sul na década de 1990
- Foi deputado estadual de 1995 a 2002 -se elegeu primeiro pelo PL (atual PR)
- Eleito para a Câmara em 2002, se projetou no escândalo do mensalão, em CPI que tratou do caso
- Relatou o projeto que ficou conhecido como Medidas contra a Corrupção, em 2016. Decidiu se aliar a Bolsonaro mesmo contra seu partido
- Em 2018, foi o segundo mais votado à Câmara no RS, com 183,5 mil votos

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