Em eleições de 2002 a 2014, 12% de suas receitas de campanha vieram de empresas de armas, com as quais manteve relação próxima.
que tende a ser uma das primeiras iniciativas do governo Bolsonaro. O
deputado apresentou uma série de projetos, por exemplo, para permitir
que as polícias estaduais atuem na liberação de licenças -e não só a PF,
como é atualmente.
São várias propostas antenadas com o bolsonarismo, como a ampliação
dos excludentes de ilicitude
e a flexibilização da
posse de armamentos. Entre outros projetos nessa linha, estão propostas para aumentar a
licença para até três armas, a criação do
e
a possibilidade de emissão de autorização a quem responde a inquéritos
ou processos penais.
no referendo promovido em
2005. Também naquele ano, Onyx havia obtido projeção nacional ao integrar a
CPI dos Correios, uma das que apuraram o escândalo do mensalão. O
no Rio Grande do Sul (1999-2002), que passou por
turbulências como uma investigação sobre a relação do partido com
bicheiros.
Dessa experiência, o novo ministro escreveu um livro, batizado de
"500 Dias do PT no Governo São Outros 500". Com o passar dos anos, sua
bibliografia antipetista ganhou três novos volumes, o último deles
publicado neste ano
-"A Máfia da Estrela: Ascensão e Queda do Império
Petista". Nada disso o impediu de ter boa relação com o PDT, partido de quem
foi aliado em 2014 e legenda de seu suplente na Câmara. O novo chefe da
Casa Civil já prestou homenagens a Leonel Brizola, fundador do PDT e
ícone da esquerda.
Em meio à aproximação com o capitão reformado, encampou o discurso do
perigo
"comunista" e do risco da "pátria grande" latino-americana -
a
união com outros governos de esquerda. Também passou a enfatizar questões de moral e costumes. Em 2017, após
uma exposição de arte sobre diversidade ter sido suspensa diante de
críticas de movimentos conservadores, ele apresentou um projeto propondo
a
criminalização da utilização de recursos públicos em projetos que
"promovam a sexualização precoce de crianças"
Em discurso no plenário, naquela época, mencionou uma mobilização
internacional que passava pela ONU para promover a
"ideologia de gênero"
tendo em vista o controle populaciona
l. "Não há separação entre
ideologia de gênero, agenda LGBT, feministas e pedófilos", disse ele na
ocasião. Procurado para comentar o assunto, ele não respondeu. Desde o ano passado, Onyx já vinha atuando na articulação da
candidatura de Bolsonaro. O seu partido, o DEM, ainda vinha cogitando
lançar o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), à Presidência,
mas o gaúcho já comunicara que marcharia em 2018 com o militar
reformado.
Durante a pré-campanha, Maia previu atritos entre o dissidente de seu
partido e o então candidato do PSL.
"Ele [Onyx] é muito mais liberal
que o próprio partido hoje. E Bolsonaro é um político que defende uma
política de mais intervenção do estado. Foi assim que votou a vida
inteira, em algum momento vai ter uma divergência." Maia, na ocasião, mencionou que Onyx já havia sido contra o ingresso
do partido em uma rede internacional da corrente
Democracia Cristã,
defendendo a permanência no movimento
"Internacional Liberal". O
período anterior à campanha eleitoral ainda rendeu visibilidade
pela relatoria do projeto de Medidas contra a Corrupção, que acabou não
sendo aprovado, mas também proporcionou a sua pior pendência com a
Justiça. Em 2017, com a delação da JBS, ele confessou que recebeu R$ 100
mil de caixa dois do grupo na eleição de 2014.
Onyx comanda o diretório gaúcho do DEM desde a década passada e tem sido praticamente o único integrante de destaque no estado. Em 2015, o novo chefe da Casa Civil conseguiu emplacar seu filho
Rodrigo Lorenzoni, 39, em uma diretoria de uma fundação no governo de
José Ivo Sartori (MDB). Neste ano, Rodrigo tentou a Assembleia gaúcha, mas não se elegeu.
Fez
17 mil votos, ante 183,5 mil do pai. É Rodrigo quem toca o hospital
veterinário da família, fundado pelo pai de Onyx na década de 1950, em
Porto Alegre.
Antes de entrar na política, o novo chefe da Casa Civil foi
presidente, por seis anos, de um sindicato de veterinários em Porto
Alegre, até 1990.
ISTO É ONYX LORENZONI
- Veterinário e empresário, se lançou na política no Rio Grande do Sul na década de 1990
- Foi deputado estadual de 1995 a 2002 -se elegeu primeiro pelo PL (atual PR)
- Eleito para a Câmara em 2002, se projetou no escândalo do mensalão, em CPI que tratou do caso
- Relatou o projeto que ficou conhecido como Medidas contra a
Corrupção, em 2016. Decidiu se aliar a Bolsonaro mesmo contra seu
partido
- Em 2018,
foi o segundo mais votado à Câmara no RS, com 183,5 mil votos
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