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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Mais um ministério - Fritura de alta pressão - Merval Pereira


Fritura de Moro é a mais violenta de que se tem notícia

O ministro Sergio Moro não acredita que o presidente Bolsonaro vá dividir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Por isso, considera inútil especular sobre o que acontecerá caso a ideia prospere. Se Bolsonaro quisesse mesmo reforçar a segurança pública, [que vai bem, não precisa de reforço e sim que o Congresso - que reduziu, como bem lembra o colunista no parágrafo abaixo,  os poderes do ministro Sergio Moro no lance do Coaf - pare de boicotar o Governo Bolsonaro e o  Poder Judiciário reduza seu hábito intervencionista sobre o Executivo, o que permitirá o presidente governar com a implementação de novas, e necessárias, medidas na política de Segurança Pública.] convidaria o próprio Sergio Moro para o novo ministério, e nomearia outro ministro da Justiça. (Nesta sexta-feira, o presidente da República recuou e afirmou que a chance de recriação do Ministério da Segurança é 'zero')

A criação do Ministério da Segurança Pública, como existia no governo Michel Temer, só tem sentido se abaixo dele ficar a Polícia Federal, que sairia então da Justiça. Nesse caso, se Moro aceitasse continuar no governo, ele ficaria sem os dois instrumentos básicos que imaginou quando propôs a Bolsonaro unir Justiça e Segurança Pública. O Coaf atual Unidade de Inteligência Financeira — já foi para o Banco Central, e a Polícia Federal iria para a nova pasta. Moro ficaria com os aspectos mais burocráticos do Ministério da Justiça, e com a Funai. Não há razão para retirar do Ministério da Justiça todos os encargos que ele ganhou quando se transformou, por decisão do próprio recém-eleito presidente, em superministério que combateria a corrupção e o crime organizado da mesma forma que teria como objetivo melhorar a segurança pública. Ainda mais com os resultados positivos obtidos, provocando a queda dos índices de criminalidade em todo o país.
O Congresso e o presidente Bolsonaro vêm se encarregando de esvaziar a ação do ministro Moro. Foi o Congresso que tirou o Coaf dele, assim como o juiz de garantias foi criado pelo Congresso, e sancionado pelo presidente Bolsonaro, mesmo com o parecer contrário de Moro. [se o presidente Bolsonara vetasse o veto seria derrubado e haveria um desgaste inútil do Chefe do Poder Executivo - felizmente, o ministro Fux, mesmo atropelando a Constituição, corrigiu as coisas.]
 
Bolsonaro, ao mesmo tempo em que anunciou estar estudando reduzir o tamanho do ministério de Moro, deixou vazar informação de que já decidiu trocar o delegado Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado pelo ministro da Justiça. Já tentou ano passado, mas naquela ocasião Moro conseguiu dissuadi-lo. O fato é que, passado o primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro está tendo que ajustar seus interesses pessoais às promessas da campanha. No início do governo, quando apresentou o projeto sobre flexibilização da posse e do porte de armas, estava sendo coerente, não houve surpresas, mesmo de quem criticou. Mas sua coerência não resistiu à irrealidade de suas promessas. [irrealidade agravada pelo boicote do Congresso Nacional e do próprio Poder Judiciário - qualquer projeto do presidente Bolsonaro é criticado e, a maioria deles, sofre ajustes, seja do Legislativo e do próprio Judiciário, desfigurando-o.

E, infelizmente, o presidente Bolsonaro continua com o péssimo hábito para qualquer autoridade - especialmente quando o atingido pelo mau hábito  é o primeiro mandatário da Nação - de conceder entrevistas, ou falas improvisadas, em corredores.
Tem um porta-voz, mas, cassou-lhe a voz. 

O nosso presidente  precisa seguir o exemplo do presidente Geisel que, raramente, concedia entrevistas. 
Menos mal que o ministro Moro já tem uma conduta próxima a do ex-ministro da Justiça do Governo Geisel, Armando Falcão, que sempre escapava das entrevistas dizendo o óbvio: o futuro a Deus pertence.
Moro, não usa o bordão do ex-ministro, mas, é mais comedido ao falar.]
Prometeu que acabaria com a reeleição, e já pensa não apenas num segundo mandato, mas num terceiro.O combate à corrupção não poderia ter sido sua principal bandeira, pelo passado de ligações perigosas e outras atividades ilegais, como estão sendo reveladas pouco a pouco no processo contra seu filho, senador Flávio Bolsonaro. Foi apenas uma peça de campanha. Começam a aparecer casos dentro do ministério que derrubam a tese de que, até agora, não existe nenhuma denúncia de corrupção no seu governo. Um irmão surge no cenário de Brasília como lobista bem recepcionado nos círculos do poder. O líder do governo, senador Fernando Bezerra, investigado pela Lava-Jato, permanece no cargo, assim como o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, envolvido em denúncias de conflitos de interesses por ser sócio de uma empresa de comunicação que tem clientes de verbas publicitárias do governo que ele mesmo decide.A percepção de corrupção no país, índice medido pela ONG Transparência Internacional, manteve a pior média histórica no primeiro ano de governo Bolsonaro.

[Bolsonaro prometeu que apoiaria um projeto acabando com a reeleição, só que o tal projeto ainda não foi apresentado. No mais, qualquer notícia que possa ser apresentada de forma desfavorável ao presidente da República Federativa do Brasil, JAIR BOLSONARO, é maximizada e apresentada, ainda que esteja no estágio de boato.
Quanto a índices que se refiram a 2019, tem que ser considerado que nenhum presidente, em primeiro mandato, pode ser responsabilizado  por fatos ocorridos nos primeiros meses do ano de sua posse e que, inevitavelmente,  contaminam os resultado total daquele ano. Os dados apresentados pela ONG transparência, nos primeiros dias de janeiro 2020, obviamente, não alcançam na totalidade todo o ano de 2019 - assim, os primeiros meses de 2019 foram herdados do governo Temer e os finais não foram incluídos na média.]

Se o ministro Sergio Moro, como dizem seus amigos, estiver certo, o presidente Bolsonaro está apenas ameaçando dividir o ministério para enfraquecê-lo, dando sequência ao processo de fritura mais violento de que se tem notícia.  Se, no entanto, mudar mesmo a estrutura que deu para Moro, é sinal de que resolveu dar o golpe final, ou por considerar-se forte o bastante para isso, ou porque avalia que se deixar Moro mais tempo com a visibilidade que tem, ele se tornará um candidato à Presidência da República difícil de bater. Cortando-lhe as asas agora, mesmo que ele saia do governo em protesto, o custo a longo prazo seria menor, pois a repercussão negativa não seria suficiente para manter a popularidade de Moro durante os próximos dois anos longe dos holofotes.  Pode estar fazendo um cálculo errado.


Merval Pereira, colunista - O Globo


Bolsonaro recua e diz que chance de recriação do Ministério da Segurança é 'zero' - O Globo

Marcelo Ninio, especial para O GLOBO

Depois de afirmar que estudava mudança, presidente volta atrás e diz, ao desembarcar na Índia, que 'em time que está ganhando não se mexe'

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, ao chegar à Índia, que está descartada a possibilidade de recriar a pasta da Segurança Pública, que ele próprio havia levantado na quinta-feira. A medida implicaria no desmembramento do Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro, mas Bolsonaro afirmou que a chance “é zero”.
A divisão está descartada. Essa questão de alguns secretários estarem querendo a divisão, alguns podem estar bem intencionados, outros podem estar querendo enfraquecer o governo. Não existe qualquer atrito entre eu e o Moro, eu e o Guedes, ou qualquer outro ministro. A chance de dividir no momento é zero. Não sei amanhã, na política as coisas mudam — afirmou.

 


Presidente Jair Bolsonaro desembarca na Índia Foto: PRAKASH SINGH / AFP
Presidente Jair Bolsonaro desembarca na Índia Foto: PRAKASH SINGH / AFP


Para o presidente, que desembarcou em Nova Delhi nesta sexta por volta de 16h (7h30 de Brasília), “o governo está unido” e não há motivos para mudanças no momento.
— O Brasil está indo muito bem, na segurança pública os números demonstram que estamos no caminho certo. A minha máxima é: time que está ganhando não se mexe — disse o presidente, afirmando que não precisou conversar com Moro para esclarecer a questão: — O governo está unido, sem problema. não preciso falar com o Moro, nos entendemos muito bem. Estou até preocupado com a maneira cordial e amistosa com que nos entendemos. Ele tem o seu perfil, os outros ministros têm os seus próprios.

A possibilidade de que o ministério da Segurança Pública seja recriado por Bolsonaro, conforme ele mesmo afirmou na quinta-feira que pode ocorrer, instalou novo conflito na relação dele com o ministro Moro. Aliados do ex-juiz sabem que, se a medida de separar as áreas da pasta for adiante, ele pode deixar a Esplanada dos Ministérios.  É comum receber demanda de toda a sociedade. E ontem eles (secretários) pediram para mim a possibilidade de recriar o Ministério da Segurança. Isso é estudado. Estudado com o Moro. Lógico que o Moro deve ser contra, mas é estudado com os demais ministros. O Rodrigo Maia é favorável à criação da Segurança. Acredito que a Comissão de Segurança Pública (da Câmara), como trabalhou ano passado, também seja favorável. Temos que ver como se comporta esse setor da sociedade para melhor decidir — disse o presidente, ao deixar o Palácio da Alvorada na quinta-feira.

O desfecho para a divergência mais recente deve ocorrer só depois da próxima terça-feira, quando Bolsonaro desembarca em Brasília após uma viagem oficial de seis dias à Índia. Ao longo do último ano, no entanto, outras derrotas sofridas por Moro já o deixaram irritado e, até agora, não o levaram a abandonar o cargo. [agora  cabe perguntar: 
- como fica a situação da turma do 'quanto pior, melhor' que, mais uma vez, é driblada pelo presidente Bolsonaro? 
- e a credibilidade do corregedor-geral dos 3 Poderes, o autonomeado Rodrigo Maia, que criticou Bolsonaro e reforçou a 'barriga' que o presidente passou par a imprensa?]

O Globo - Marcelo Ninio, especial



sexta-feira, 27 de maio de 2016

A chance de Dilma voltar é zero

O ministro da secretaria de Governo diz que Temer vai azeitar a relação com o Congresso, superar a crise e ampliar os votos no Senado para confirmar o impeachment

O ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, falava ao telefone e engolia o último naco de fruta, enquanto recebia a reportagem de ISTOÉ às 9h da manhã da quarta-feira 25. Desculpou-se pelo mau jeito: “Fui dormir às 5h da manhã, acompanhando a votação da meta fiscal e estou no meu gabinete desde às 7h30, ligando para todos os líderes para agradecer aos que votaram conosco. Não parei um segundo”, justificou.

Na entrevista, Geddel admitiu que o presidente Michel Temer ainda precisa resolver “estresses” no Congresso, mas demonstrou confiança para a derradeira votação no Senado que selará o destino da presidente afastada, Dilma Rousseff. “Ela perdeu qualquer legitimidade de falar em voltar. A presidente afastada cometeu crime de responsabilidade e tenho certeza de que o Senado cumprirá seu papel histórico. A tendência é aumentar ainda mais essa votação”, afirmou.

ISTOÉ – Quais são os principais desafios do governo hoje no Congresso?
Geddel Vieira LimaApós a vitória importante da meta fiscal, agora é a desvinculação da DRU (Desvinculação de Receitas da União), que queremos fazer na próxima semana.

ISTOÉ – O novo governo vai retirar o projeto de CPMF que foi enviado à Câmara por Dilma Rousseff?
Geddel – Isso ainda não foi firmado. O presidente Temer tem deixado claro que o governo precisa, por meio de medidas econômicas, demonstrar que não é perdulário, que tem preocupação com gasto público, que não vai cometer exageros e que é austero. Só depois, se mostrar que é necessário o aumento de arrecadação com o incremento de imposto provisório, isso será discutido.

ISTOÉ – Como o sr. avalia a relação do governo Temer com o Congresso?
Geddel – Precisamos azeitar a relação, resolver um estresse ali, outro aqui, a ansiedade natural dos parlamentares de participarem mais ativamente. Temos um novo momento, um presidente aberto ao diálogo, que permite uma proximidade maior. A sensação que eu tenho é que você vinha de uma estrutura represada para um governo aberto. Eu já ouvi até dizer que você não podia sequer andar tranquilamente aqui pelo 3º e 4º andar do Palácio do Planalto. O presidente recebe a toda hora, as portas estão abertas. Aqui, vêm 50 parlamentares por dia. A gente tenta atender todo mundo e quando não consegue saem zangados. Você vê que é um choque de diálogo e de abertura que deixa as pessoas com essa ansiedade natural.

ISTOÉ – Essa ansiedade dos parlamentares que o sr. diz é por obtenção de cargos no governo?
Geddel – Claro que tem o desejo dos partidos da base de participarem de cargos. Nós vamos tratar isso como sempre: com absoluta naturalidade e tranquilidade. Ainda que o presidente da República quisesse, ele não teria quadros. Nós precisamos fazer consultas, ouvir pessoas e os partidos políticos têm legitimidade para indicar posições. Essa legitimidade se consolida na medida em que trazem nomes com currículos respeitáveis.

ISTOÉ – Aliados da presidente Dilma têm dito que são necessários apenas dois votos para reverter a situação no Senado. O que o sr. acha disso?
 Se ela realmente tivesse amor pelo País, já teria renunciado. Dilma perdeu legitimidade de falar em voltar

Geddel – Se ela realmente tivesse amor pelo País, já teria renunciado. Ela perdeu qualquer legitimidade de falar em voltar. Isso é um prejuízo ao país. A chance de a Dilma voltar é zero, ela cometeu crime de responsabilidade e tenho certeza de que o Senado cumprirá seu papel histórico. Acho que a tendência é aumentar ainda mais essa votação. Essas são as sinalizações que estamos recebendo.


Ler a íntegra da entrevista, clique aqui