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sábado, 29 de abril de 2023

Chama o Sherlock, pessoal! - Percival Puggina

         A majestática frieza que caracteriza a Esplanada dos Ministérios e os prédios da Praça dos Três Poderes nunca me empolgou, seja como arquiteto, seja como cidadão. 
 Os ministérios me sugerem peças de dominó alinhadas para caírem em cascata, embora, na vida real, sejam moeda política preciosa na tesouraria do governante. 
Os três poderes, na minha concepção, são um erro porque deveriam ser quatro. Como consequência nunca nos faltaram na história da República usurpadores para esse quarto poder – o  indispensável Poder Moderador – cuja carência é causa de muitas das nossas crises. Mas isso é assunto para outro artigo. [será que esse parágrafo sobreviverá,  se o 'ministério da verdade' for aprovado?] 
 
Vamos ao mais recente mistério brasiliense, que está a cobrar vaga para um Sherlock Holmes na CPMI da Censura.  
O que me inquieta não é o fato que vi causar grande contrariedade entre alguns protagonistas deste momento político. Não me interessa saber quem vazou os vídeos tomados no interior do Palácio do Planalto
O importante é terem chegado ao conhecimento público. 
O que me suscita enorme curiosidade é o motivo para tantas horas de gravação terem sido postas sob sigilo por quem diz que nunca os assistiu antes de aparecerem na tela da tevê. [outro parágrafo que talvez leve até a ser 'interpretado' como motivo para acelerar a criança do 'ministério da verdade' - dispensando perder tempo com a tramitação legislativa.]

Chama o Sherlock, pessoal!

Também me intriga que os processos referentes aos envolvidos naqueles atos tenham seguido curso antes de serem tais imagens devidamente estudadas e se incorporarem ao conjunto probatório encaminhado à PGR e ao STF. 
Quando isso acontece, por falta de tempo, conforme tem sido dito, a autoridade encarregada pede a prorrogação do prazo
Vídeos tomados por dezenas de câmeras de vigilância instalados em cena de crime não se empacotam para serem assistidos quando der tempo. Mesmo assim, as peças acusatórias foram dadas por prontas e encaminhadas pela PGR ao STF.

Chama o Sherlock, pessoal!

Perante o mistério e na falta do Sherlock, minha intuição me leva a crer que tenha sido a pressa, também neste caso, a grande inimiga da perfeição (ou amiga da imperfeição). 
Isso combina bem com algo que tem sido para lá de frequente em nosso ambiente político e judiciário. 
O exemplo mais recente foi a votação do pedido de urgência para votar a projeto da Lei Brasileira da Censura pelo plenário da Câmara. 
A urgência foi aprovada na correria, atropelando a sensatez, e com menos de uma dúzia de parlamentares conhecendo o conteúdo daquilo a que concediam tanta urgência. Era para engolir tudo enrolado, mesmo! De afogadilho, sem tempo para serem advertidos sobre o que estavam aprovando.
 
No caso dos eventos do dia 8 de janeiro, minha intuição me diz que o urgente era tornar réus os recolhidos no magote de prisões feitas na frente do QG do Exército. 
E aí me socorro do ministro Gilmar Mendes quando verberava sua indignação, em reuniões do pleno do STF, contra o que chamava “condenações em cambulhada” que ocorriam em Curitiba como consequência das investigações, confissões e delações da Lava Jato.

Agora, quem se desagradou com o juízo de Curitiba declara réus cidadãos indiciados em pacotes de cem e de duzentos! Bota cambulhada nisso! A pressa é amiga da imperfeição.  Na dúvida, chama o Sherlock, pessoal. [CONCLUSÃO: CERTA? ERRADA? (Só o tempo, pós 'ministério da verdade', dirá.) Nos parece que ver uma matéria maravilhosa como a presente, publicada na sua inteireza, torna urgente um 'ministério da verdade'.]

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

 

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Manifestação pró-armas em Brasília - DF 9 de julho de 2020

Ato Democrático pelo livre porte de Armas realizado em Brasília, dia 9/7/2020

Esplanada dos Ministérios


Um grupo realizou um protesto, na manhã desta quinta-feira (9), a favor da legalização do porte de armas no país. A manifestação ocorreu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 


2005. Um certo deputado chamado  protestava sozinho contra o desarmamento em frente ao Congresso. É, as coisas mudaram muito! 


                                          Pátria Digital - Foto
O ato pacífico pedia pelo direito do cidadão de defender-se, com maior flexibilização da posse e do porte de armas Ato em defesa das armas foi realizado na manhã desta quinta-feira (9) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O grupo de manifestantes pediu a flexibilização da posse e do porte de armas, além de maior liberdade para atiradores esportivos, caçadores e colecionadores de armamentos. 

Outra pauta do ato, denominado de Caminhada pela Liberdade, foi a defesa do governo de Jair Bolsonaro e da independência dos Poderes. Os manifestantes vestiam branco e carregavam bandeiras do Brasil, além de faixas sobre o direito de defesa.
G 1

domingo, 21 de junho de 2020

MANIFESTAÇÕES - Atos contra e pró-Bolsonaro mobilizam 900 PMs em Brasília neste domingo

Trânsito de veículos será proibido na Esplanada dos Ministérios

Governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou que o trânsito de veículos no local está proibido desde as 23h59 de sábado (20/6). No entanto, a circulação de pedestres está autorizada. Apesar da medida, manifestações estão mantidas

[Ibaneis se contradiz, se enrolando até quando tenta se explicar.
Para impedir uma manifestação pacífica de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, o governador do DF usa como pretexto evitar aglomerações.
Só que, ao mesmo tempo, libera para 'rua de lazer' = aglomerações = o Eixão, já era liberado, e a W 3 Sul.
Em síntese, a manifestação pró Bolsonaro, concentra eventual aglomeração em um único ponto - limitando a área sujeita a eventual contágio da covid-19 - já a liberação das vias, acrescentando a W 3 Sul, com maior proximidade das residências com a área liberada, espalha vários focos de contágio.
Concentrar muitos em uma aglomeração maior, limita o alcance de eventual contágio - já formar várias pequenas aglomerações, aumenta o risco de contrário, tendo em conta que próximo a cada local haverá um grupo de eventuais transmissores da covid-19.
Não esqueçam que os ônibus, são as maiores fontes de contágio, por formarem várias pequenas aglomerações móveis.]

Apesar das recomendações de isolamento social, dois protestos estão marcados para este domingo (21/6), na Esplanada dos Ministérios. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 900 militares farão a segurança do local. A corporação informou que haverá uma estrutura de comando instalada na região. Para evitar conflitos, os manifestantes do movimento a favor do presidente Jair Bolsonaro ficarão na parte sul da Esplanada; já o movimento Todos pela Democracia, na área mais ao norte da via.

Desde o início a noite desse sábado (20/6), manifestantes pró Bolsonaro se reúnem em frente ao Superior Tribunal Federal. Com bandeiras do Brasil e faixas de apoio ao presidente, o grupo protestava de forma pacífica. Reinaldo de Oliveira, um dos voluntários do movimento, afirma que o protesto deverá ocorrer por todo o dia, sem horário determinado para o fim.

A partir das 9h, manifestantes do movimento popular Todos pela Democracia começam a se concentrar em frente à Biblioteca Nacional. A caminhada, contra o racismo e o fascismo, será feita pelo lado norte da Esplanada e deverá durar menos de 3h. Logo após o fim, a recomendação dos organizadores é que os participantes se dispersem. Assessor de imprensa do movimento, Daniel Lima ressalta que o grupo sabe que não é o melhor momento para as manifestações, “mas elas se fazem necessárias na atual condição brasileira.”

Trânsito
O trânsito na Esplanada dos Ministérios está fechado neste domingo. Uma nota emitida pelo Departamento de Trânsito de Brasília (Detran-DF) informou que o trânsito de veículos está interditado desde a altura da Rodoviária até a Praça dos Três Poderes. O anúncio foi feito pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Durante a semana o governador Ibaneis Rocha (MDB) já havia a proibido a circulação no local por causa de ameaças ao bispo Marcony Ferreira e à Catedral de Brasília, onde o grupo fora desautorizado a se instalar pelo sacerdote. “Não vou admitir baderna na minha cidade”, afirmou o governador, na última quarta-feira.

Segundo consta na nota emitida pelo Detran, o órgão, a Polícia Militar e o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER) controlam o tráfego, nas vias N2 e S2, a desde as 23h59 de ontem. O intuito é melhorar a fluidez, garantir a segurança e coibir irregularidades no local.
“O trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios ficará interditado no domingo (hoje), desde a rodoviária até a Praça dos Três Poderes, pela via S1; e desde a L4 até a rodoviária, pela N1. Todos os acessos da via S2 para a via S1, e da via N2 para a via N1 também serão fechados”, diz o texto.

Os veículos que vierem pela S1 serão desviados para as vias S2 e N1, na altura da Biblioteca Nacional. O trecho entre o Anexo IV da Câmara dos Deputados e a Procuradoria Geral da República, também, fica fechado na via S2, portanto, o trânsito de veículos será desviado em direção à S3. Segundo informações passadas pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), o modelo aplicado para não prejudicar o transporte público será o mesmo utilizado na ocasião anterior: os coletivos que circulam pela via S1 trafegam pela via S2; e os ônibus que passam pela via N1, utilizam a via N2. O embarque e desembarque devem ser feitos nestas vias.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a interdição na via é apenas para veículos e não haverá proibição do trânsito de pedestres. De acordo com a pasta, haverá reforço do policiamento no local e monitoria constante, da região, feita pelo Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB).

Correio Braziliense


terça-feira, 16 de junho de 2020

Ibaneis fecha Esplanada nesta terça (16) e quarta (17) - Jornal de Brasilia

William Matos

Fica proibido o trânsito de veículos e pedestres na via. Medida visa por fim às aglomerações, bem como conter manifestações antidemocráticas

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, decretou o fechamento da Esplanada dos Ministérios nesta terça (16) e quarta-feira (17). A medida proíbe o trânsito de veículos e pedestres na via. O decreto visa dar fim a aglomerações, em prevenção ao novo coronavírus.  Também tem por objetivo conter as manifestações antidemocráticas registradas nas últimas semanas.

Ibaneis também levou em consideração as ameaças do grupo 300 do Brasil ao bispo dom Marcony Vinícius Ferreira. O sacerdote pertence à Cúria Metropolitana, localizada na Catedral Nossa Senhora Aparecida, na Esplanada.  Desta forma, ficam permitidos de transitar na via apenas autoridades e servidores públicos federais devidamente identificados e que estejam em serviço; Os departamentos de Trânsito (Detran-DF) e de Estradas de Rodagem (DER-DF) ficarão responsáveis por fiscalizar o local.

Quem descumprir a medida poderá ser multado e responder administrativa e penalmente, nos termos previstos em lei. Ir contra o decreto pode acarretar em crime de infração de medida sanitária.




Jornal de Brasília


quinta-feira, 21 de maio de 2020

Até papagaio bate continência - O Globo

Ascânio Seleme 


Os milhares de cargos federais entregues a militares, suas famílias e seus amigos se transformam em motivadores do apoio a Bolsonaro

Nunca, desde abril de 1985, as Forças Armadas foram usadas de maneira tão escancarada em favor de um projeto político. E nunca, em toda a história do Brasil, cederam tão docilmente. A ocupação das estruturas do Executivo por militares já depõe sobre a subserviência [sic]  das forças ao presidente Bolsonaro. Não se trata de disciplina, de obediência ao comandante em chefe, que podem ser até a desculpa oficial, mas é porque há uma compensação. Com esse loteamento de cargos, Jair Bolsonaro interfere à vontade em todas as instâncias de poder militar, sobretudo no Exército. Não fosse assim, sua ordem para a revogação de três portarias do Comando Logístico do Exército que estabelecem controle, identificação e rastreabilidade de armas e munições jamais passaria. Passou e foi mais um dos muitos ataques de Bolsonaro ao Estatuto do Desarmamento, que o Ministério Público Federal denunciou por inconstitucional. O presidente já baixou diversos decretos autorizando porte, aumentando volume de compra de munições, reduzindo idade e ampliando áreas para uso de armas de fogo. Quase todos foram revogados depois de reconhecidas suas inconstitucionalidades. [o argumento de 'inconstitucionalidade' dos decretos só prosperou, não pela revogação das portarias e sim por ao revogá-las o Executivo fazia mudanças em normas estabelecidas por lei - o 'estatuto do desarmamento' que já agoniza.
Ocorreu uma falha na utilização de um Decreto para revogar disposições que apesar de constarem de portarias, tinham amparo em lei.] 

Um desses decretos aumentava de 50 para 5.000 o número de munições que poderiam ser compradas anualmente por qualquer pessoa que tivesse arma registrada. Ela autorizava a compra de pouco mais de 2 bilhões de balas por ano, permitindo que se dessem quase 6 milhões de tiros a cada dia no Brasil. Caiu, claro. Em outro, Bolsonaro flexibilizava de tal forma a lei de compra de armas que um cidadão como você e eu poderia ir ao mercado e comprar um fuzil para defesa pessoal. Há quem veja nisso apenas o atendimento de uma pauta da turma da bala. Ma há os que veem mais do que isso. Haveria um projeto em curso para armar e municiar pessoas e grupos que apoiam o presidente? O fato é que as pessoas estão cada vez mais à vontade para portar armas. No acampamento paramilitar da Esplanada dos Ministérios há gente armada, como revelou a líder do grupo, Sara Winter. Ela disse que as armas servem para o grupo se defender. Se defender de quê? Todos os acampados de Brasília são radicais antidemocráticos e atacam sistematicamente o Congresso, o Supremo e a imprensa, e muitos são membros efetivos ou reformados de forças militares.

Nesse sentido, os milhares de cargos federais entregues a militares, suas famílias e seus amigos se transformam em motivadores do apoio a Bolsonaro. Além de membros das três Forças Armadas, há cargos ocupados por oficiais e praças da ativa ou da reserva das forças auxiliares estaduais, como PMs e Bombeiros, e por delegados e agentes das polícias Civil, Federal e Rodoviária. A aposta é consolidar de tal maneira a presença militar e policial nas estruturas do poder que qualquer solavanco que ameace esses empregos se transforme num gatilho de defesa do governo.

Eles estão por todos os lados, nos ministérios, nas autarquias, nas estatais, nos bancos oficiais. Mas o caso do Ministério da Saúde é exemplar. Lá há tantos militares em cargos de chefia, 18 segundo contabilidade do GLOBO, que até papagaio bate continência. A expressão é do falecido escritor Joel Rufino, se referia à antiga CBD, Confederação Brasileira de Desportos e dava conta da militarização da seleção brasileira sob o comando do almirante Heleno Nunes. [irônico é que nos tempos da chamada militarização da seleção,  na qual "até papagaio bate continência", a seleção ganhava títulos;
já agora, que  não bate continência, os títulos escassearam - de SELEÇÃO BRASILEIA em maiúscula, passou a timinho.
Oportuno enfatizar que papagaio bate continência, os militares prestam continência.]  Na Saúde do general Pazuello ocorre o mesmo.

A explicação de que são bons porque são disciplinados é mais esfarrapada que pano de chão velho. Ninguém é melhor em qualquer coisa apenas porque foi ou é militar. Com certeza, pode-se garantir apenas que os militares são melhores em ordem unida. Fora isso, podem ser melhores ou piores, de acordo com a formação acadêmica de cada um. O que está ocorrendo sob o manto da eficiência militar é a distribuição de cargos com salários que variam de R$ 10 mil a R$ 39 mil. E, nas ruas, colegas de farda, amigos e parentes armados e municiados servem de apoio. Assim Bolsonaro se protege, dando boquinhas aos militares e bocarras ao centrão.

Ascânio Seleme, jornalista - O Globo



sábado, 9 de maio de 2020

Apoiadores de Bolsonaro fazem manifestação na Esplanada dos Ministérios - Correio Braziliense


Manifestantes criticam a imprensa, o STF e agentes de saúde em ato que, segundo os organizadores, reuniu 10 mil carros


Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestam na Esplanada dos Ministérios na manhã deste sábado (9/5). O tom do protesto é crítico a governantes, à imprensa e ao Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente.  Os manifestantes iniciaram uma carreata na altura do Museu Nacional, puxada por um caminhão militar e um trio elétrico. Por volta das 10h30, os veículos iam até a Biblioteca Nacional. Organizadores falam em mais de 10 mil carros.
 
Na calçada do Museu Nacional, um grupo de cerca de 100 pessoas se aglomera fora dos carros. Manifestantes sem máscaras são maioria, mas também são vistas proteções faciais com a bandeira do Brasil e com estampas militares.   No trio elétrico, organizadores e participantes gritam palavras de ordem. Os protestos mesclam apoio ao presidente e indignação contra parlamentares, ministros, jornalistas e especialistas em saúde pública. 

A última manifestação semelhante foi marcada por críticas aos poderes democráticos, tema que começou a ser ponderado neste sábado. "Que fique claro para a imprensa porca, não queremos derrubar o STF, queremos derrubar os 11 ministros", disse um homem que não se identificou.  "Estamos cansados da ditadura do STF. Alexandre de Moraes é advogado de uma empresa ligada a facções como o PCC", afirmou uma manifestante. 

Sérgio Moro, comunismo, Cuba, PSol, PT e isolamento social também foram pautas de gritos de protesto, entre desabafos e informações inverificadas. Protestantes também afirmam que moradores de diversos estados participam do ato em Brasília.

Política - Correio Braziliense



domingo, 3 de maio de 2020

Na Esplanada dos Ministérios, manifestantes atacam Moro, Maia, Alcolumbre e STF e defendem Bolsonaro







sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Bolsonaro recua e diz que chance de recriação do Ministério da Segurança é 'zero' - O Globo

Marcelo Ninio, especial para O GLOBO

Depois de afirmar que estudava mudança, presidente volta atrás e diz, ao desembarcar na Índia, que 'em time que está ganhando não se mexe'

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, ao chegar à Índia, que está descartada a possibilidade de recriar a pasta da Segurança Pública, que ele próprio havia levantado na quinta-feira. A medida implicaria no desmembramento do Ministério da Justiça, comandado por Sergio Moro, mas Bolsonaro afirmou que a chance “é zero”.
A divisão está descartada. Essa questão de alguns secretários estarem querendo a divisão, alguns podem estar bem intencionados, outros podem estar querendo enfraquecer o governo. Não existe qualquer atrito entre eu e o Moro, eu e o Guedes, ou qualquer outro ministro. A chance de dividir no momento é zero. Não sei amanhã, na política as coisas mudam — afirmou.

 


Presidente Jair Bolsonaro desembarca na Índia Foto: PRAKASH SINGH / AFP
Presidente Jair Bolsonaro desembarca na Índia Foto: PRAKASH SINGH / AFP


Para o presidente, que desembarcou em Nova Delhi nesta sexta por volta de 16h (7h30 de Brasília), “o governo está unido” e não há motivos para mudanças no momento.
— O Brasil está indo muito bem, na segurança pública os números demonstram que estamos no caminho certo. A minha máxima é: time que está ganhando não se mexe — disse o presidente, afirmando que não precisou conversar com Moro para esclarecer a questão: — O governo está unido, sem problema. não preciso falar com o Moro, nos entendemos muito bem. Estou até preocupado com a maneira cordial e amistosa com que nos entendemos. Ele tem o seu perfil, os outros ministros têm os seus próprios.

A possibilidade de que o ministério da Segurança Pública seja recriado por Bolsonaro, conforme ele mesmo afirmou na quinta-feira que pode ocorrer, instalou novo conflito na relação dele com o ministro Moro. Aliados do ex-juiz sabem que, se a medida de separar as áreas da pasta for adiante, ele pode deixar a Esplanada dos Ministérios.  É comum receber demanda de toda a sociedade. E ontem eles (secretários) pediram para mim a possibilidade de recriar o Ministério da Segurança. Isso é estudado. Estudado com o Moro. Lógico que o Moro deve ser contra, mas é estudado com os demais ministros. O Rodrigo Maia é favorável à criação da Segurança. Acredito que a Comissão de Segurança Pública (da Câmara), como trabalhou ano passado, também seja favorável. Temos que ver como se comporta esse setor da sociedade para melhor decidir — disse o presidente, ao deixar o Palácio da Alvorada na quinta-feira.

O desfecho para a divergência mais recente deve ocorrer só depois da próxima terça-feira, quando Bolsonaro desembarca em Brasília após uma viagem oficial de seis dias à Índia. Ao longo do último ano, no entanto, outras derrotas sofridas por Moro já o deixaram irritado e, até agora, não o levaram a abandonar o cargo. [agora  cabe perguntar: 
- como fica a situação da turma do 'quanto pior, melhor' que, mais uma vez, é driblada pelo presidente Bolsonaro? 
- e a credibilidade do corregedor-geral dos 3 Poderes, o autonomeado Rodrigo Maia, que criticou Bolsonaro e reforçou a 'barriga' que o presidente passou par a imprensa?]

O Globo - Marcelo Ninio, especial



domingo, 21 de abril de 2019

Desgaste do STF fortaleceria o plano da extrema direita

Salvar o que resta

Na situação extravagante em que está o Brasil, as decorrências sutis das anormalidades são piores do que a turbulência evidente, como a originada na reação polêmica do Supremo Tribunal Federal a ameaças e ataques. Caso os ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes não tragam, com as investigações em curso, conclusões que justifiquem suas criticadas providências, o incremento à perda de autoridade do Supremo será grande e gravíssimo. Não passa de bom tranquilizante a crença na firmeza da democracia incipiente em que estamos. Não pela presença, no poder, dos generais reformados que alicerçam o governo e servem de pedestal para Jair Bolsonaro posar de presidente. Os ventos poluídos vêm de outro quadrante.

Com a imprevista vitória eleitoral de Bolsonaro, a extrema direita passou a considerar viável o seu projeto, que, por definição, não se destina a um regime de consolidação do Estado democrático de Direito, liberdades civis, eleições livres, pluralidade política. Muito ao contrário. Tal projeto é que explica as escolhas desatinadas na composição do governo, continuadas a cada dia. Anúncios frequentes de medidas insensatas, umas, revoltantes outras. E mesmo atitudes que perturbam ministros, para maior embaraço da governança.

Por mais que a atual composição do Supremo possa ser insatisfatória, na média, para o devido pelo mais alto tribunal, por certo o é também para o plano de extrema direita. Por isso, Bolsonaro e os direitistas que o circundam incluíram no projeto da Previdência, apresentado por Paulo Guedes, a antecipação de cinco anos na aposentadoria compulsória de ministros dos tribunais superiores. Do Supremo, pois. Se aprovada, a antecipação permitirá a Bolsonaro nomear ministros ao seu feitio. São citados, aliás, para a primeira nomeação, João Gebran, desembargador da corrente extremada no Tribunal Regional Federal do Sul, e depois, claro, o retribuído Sergio Moro. [a imprensa livre permite divagações que vão da criação  de  planos inexistentes, incluindo  imaginárias agressões à consolidação do Estado Democrático de Direito (consolidação esta que fatos recentes mostram que  o maior obstáculo é,  por suprema ironia, a Corte Suprema) até mesmo  indicando possíveis nomeados para uma função que ainda depende:
-  do imponderável; 
-  ou de uma mudança na Constituição.]

Desgaste maior do Supremo, portanto, fortaleceria o plano da extrema direita. Duvidosa embora, para muitos estarrecidos com a série de decisões decepcionantes do tribunal, ainda é lá que permanece a possibilidade de dificultar-se o plano medievalesco personificado em Jair Bolsonaro.

PREPARATIVOS
Eduardo Bolsonaro, deputado, anda pela Europa para contatos com líderes da extrema direita. De sua missão só se sabe que boa coisa não pode ser.

O general Augusto Heleno Pereira, do Gabinete de Segurança Institucional e um caso à parte entre os generais do governo, requereu e Sergio Moro determinou: ocupação da Esplanada dos Ministérios pela Força Nacional. Por 33 dias. Para “prevenir manifestações”, sobretudo motivadas pelo Dia do Trabalho. Não um mês ou dois, mas 33 dias precisos. E por causa de um. [A Esplanada dos Ministérios precisa se livrar do péssimo hábito de ser considerada o quintal dos bagunceiros.
Queiram ou não, ela sedia os Três Poderes da República.
Tentem fazer na Avenida Pensilvânia um centésimo do que a porcalhada da esquerda já fez na Esplanada e serão implacavelmente reprimidos.] 
 
 
Jânio de Freitas - Folha de S. Paulo



 

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

'Nossa bandeira jamais será vermelha', diz Bolsonaro em discurso no Planalto

Após receber a faixa de Temer, presidente faz pronunciamento para o público no Parlatório do Palácio do Planalto 

Após receber a faixa presidencial de Michel Temer, o presidente Jair Bolsonaro discursou no parlatório do Palácio do Planalto, dizendo que vai libertar o Brasil do " socialismo ". No final de sua fala, segurou uma bandeira do Brasil e disse estar disposto a dar seu sangue para que ela não vire "vermelha":
— Essa é a nossa bandeira, que jamais será vermelha. Só será vermelha se for preciso nosso sangue para mantê-la verde e amarela.

Apesar da orientação da segurança do governo, o presidente manteve a tradição e desfilou em carro aberto da Catedral de Brasília até o Congresso. A Esplanada dos Ministérios recebeu público de todo o Brasil para a posse. De ônibus, avião e em caravanas, apoiadores do presidente eleito começaram a chegar a Brasília no fim de semana.

O empresário André Rhouglas conta que chegou à Praça dos Três Poderes por volta de 6h30. Pegou um lugar na grade, na frente da rampa do Palácio do Planalto, onde Bolsonaro receberá a faixa.
- O importante é estar no meio do povo.  O importante é estar no meio do povo, no sol na chuva. Mostrar apoio para Bolsonaro, para o Sérgio Moro, para mudar o Brasil - disse ele, que veio de Belo Horizonte, carregando um cartaz com fotos do futuro ministro da Justiça.


Extra Globo

 

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Mistério e risco





Há uma velha máxima de que ministro da Fazenda só é popular se estiver fazendo alguma coisa errada. Portanto, quem ocupa esta pasta nem deveria querer a popularidade, porque isso certamente afetaria a tinta da sua caneta, com a qual ele toma decisões necessárias, mesmo que impopulares, e rejeita os muitos pedidos de vantagens com o dinheiro público.

O ministro Henrique Meirelles tem 75% de desaprovação e apenas 6% de aceitação, segundo o barômetro político Estadão/Ipsos. E pertence a um governo cuja aprovação se aproxima de zero. Sua candidatura pelo PSD, assumida claramente no programa partidário desta semana, e na entrevista que concederá na sede do partido hoje, é um mistério e um risco.

Mistério é em que se sustenta uma candidatura assim tão sem perspectivas? O que leva Meirelles a pensar que ele conseguirá vencer as barreiras praticamente intransponíveis da impopularidade do atual governo? Se ele fosse uma pessoa com carisma e capaz de inspirar empatia natural, mas entre os seus atributos não estão estes.  O risco é maior do que o mistério, porque o país está numa situação complexa. Tem um enorme déficit primário, o Orçamento de 2018 está sem bases porque não foram aprovadas as medidas de ajuste fiscal, que estão sendo barradas na Justiça, como a do adiamento do reajuste salarial do funcionalismo federal. Há uma reforma da Previdência que precisa ser defendida. E talvez seja preciso subir impostos. Um ministro da Fazenda com uma agenda de candidato poderá se equilibrar por mais de três meses nesse duplo papel? Como ministro, ele precisa ter rigor, dizer muito “não” aos lobbies, defender medidas amargas e rejeitar os pedidos dos seus colegas dos ministérios setoriais. Se ficar bem falado pelos colegas da Esplanada dos Ministérios estará fazendo algo errado, para atrair o apoio de eleitores terá que tomar decisões perigosas.

Ontem, o ministro disse que não está descartado o aumento de impostos. Isso provoca antipatia geral do público pagante de impostos porque a carga tributária já é alta. Quando fez essa declaração, talvez mirasse as agências de risco que estão ameaçando mais um rebaixamento do Brasil, pelo fato de não haver perspectivas de aprovação da reforma da Previdência, o que piora as projeções do déficit público e da dívida. Mas o que agrada à S&P ou à Moody's não tem capacidade de atrair votos numa disputa presidencial.  O ministro pode estar pensando no precedente criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que saiu do Ministério da Fazenda para uma candidatura bem sucedida. 

Mas FH fez a primeira campanha no meio da implantação do Plano Real e aquela conjuntura não pode ser reproduzida. Meirelles quer capitalizar os avanços que este governo conseguiu na economia, ao tirar o país da recessão e da inflação de dois dígitos deixadas pela ex-presidente Dilma. Mas essas conquistas não levaram a um aumento significativo do bem-estar econômico, porque o clima ainda é recessivo, e o desemprego, alto demais. A cesta de Natal está mais barata, alimentos estão com preços menores, caíram os aluguéis, mas a população ainda tenta esticar o orçamento após um período de queda forte da renda e aumento do endividamento e do desemprego. O que foi conseguido pela atual política econômica, e por uma safra espetacular, não teve o mesmo efeito de mudança da água para o vinho que se conseguiu em 1994 com o Plano Real que derrubou a inflação. A taxa acumulada foi de 258% no primeiro semestre daquele ano eleitoral, e de 17% no segundo semestre. Na travessia de um para outro ambiente econômico, o eleitor foi às urnas.

Eu ouvi a frase que abre esta coluna do economista Mário Henrique Simonsen. E ele se referia à popularidade de Dilson Funaro, em 1986. Funaro era aplaudido nas ruas de todo o país, no auge do Plano Cruzado, que levou à maior vitória do PMDB no país. O tamanho do erro da Fazenda pôde ser medido na volta da hiperinflação. Agora o contexto é outro. Nada haverá que por um passe de mágica alavanque a candidatura do ministro da Fazenda. O risco é ele usar os próximos três meses para, com cabeça de candidato, tomar decisões populistas na cadeira onde deveria estar pensando em medidas que ajudassem à estabilização fiscal, mesmo que fossem impopulares.


Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo