Justiça do Rio bloqueia contas da
Associação de Veteranos da FEB
Estado cobra na justiça R$ 1 milhão e 600 mil
de aluguéis em atraso.
Crise atinge ex-pracinhas às vésperas dos 70 anos do fim da 2ª Guerra.
O juiz Claudio Augusto Annuza Ferreira, da 11ª Vara de Fazenda Pública do Rio, determinou o bloqueio das contas bancárias da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira ( ANVFEB). A crise se acentua na entidade, criada para preservar a história e memória dos ex-combatentes, às vésperas das comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra, na sexta-feira (8).
Crise atinge ex-pracinhas às vésperas dos 70 anos do fim da 2ª Guerra.
O juiz Claudio Augusto Annuza Ferreira, da 11ª Vara de Fazenda Pública do Rio, determinou o bloqueio das contas bancárias da Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira ( ANVFEB). A crise se acentua na entidade, criada para preservar a história e memória dos ex-combatentes, às vésperas das comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra, na sexta-feira (8).
Museu que conta a história da luta dos soldados brasileiros na Itália no Centro do Rio
A decisão é um
desdobramento do processo que a associação está travando com o governo do estado do Rio para manter
a Casa da FEB, inaugurada em 1976, na
Rua das Marrecas, 35, no Centro da cidade. Na ação, o estado cobra na justiça
R$ 1 milhão e 600 mil de aluguéis
que não foram pagos nos últimos 13 anos.
De acordo com a direção da
associação, o terreno do prédio foi cedido pelo governador Carlos Lacerda, na
década de 60.
Na época, os ex-combatentes se uniram e construíram o prédio
atual (com cinco andares), onde funciona o museu que guarda a memória dos 25 mil
pracinhas brasileiros que lutaram na Itália entre 1943 e 1945. De acordo
com o general Mário Rosendo de Melo,
a missão do museu é resgatar e não deixar perder a memória dos soldados que
lutaram na Itália e no Brasil durante o período da guerra. Ele lamenta a crise que a instituição está passando. "Nos bloquear é rasgar a história do
Brasil. O estado às vezes não sabe o que faz. Ele se perde na imensidão de
coisas que acontecem no dia a dia. Eles estão cobrando uma taxa de ocupação.
Nós somos utilidade pública e agora vem cobrando isso. Setenta anos da Segunda
Guerra Mundial, todo mundo reverencia e hoje nós estamos sofrendo",
disse.
Os problemas começaram com a redução de associados há cerca de cinco anos. Entre as medidas de contenção, a Casa da FEB passou a abrir duas vezes por semana para visitas ao museu. O trabalho de 11 pessoas na instituição é feito por colaboradores, filhos e netos de ex-combatentes. No museu da FEB é possível ver uniformes, armas, instrumentos de comunicação usados no campo de combate. Entre as lembranças está a pedra original da capela erguida pelos pracinhas brasileiros na cidade de Staffoli, e um vidro com terra de Monte Castelo, trazida por um soldado brasileiro.
Memória
Israel Rosenthal, 94 anos, é um dos ex-combatentes brasileiros que
lutaram na Itália na Segunda Guerra Mundial. Setenta anos depois, com boa memória e humor afiado ele
relembrou para o G1 os principais momentos
dos três meses que serviu na Itália. Ele conta que a maior experiência foi
levar para toda a vida a amizade e a confraternização dos companheiros com quem
conviveu.
Rosenthal não seguiu no
Exército, mas a sua rotina nestes 70 anos é frequentar a Casa da FEB e conversar sobre a guerra.
Fonte: G 1