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sábado, 26 de maio de 2018

Exército escolta caminhões e fura bloqueio de grevista na Reduc - Escoltados pelo Exército, caminhões com combustível deixam a Reduc



Combustível é destinado a garantir o fluxo de abastecimento das Forças Armadas



Militares das Forças Armadas chegaram à Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde alguns caminhoneiros protestam nesta sexta-feira. Por volta das 15h, um comboio com carros e motocicletas chegou pela Rodovia Washington Luís. Às 17h, os militares escoltaram caminhões de combustível que saíram da refinaria para garantir o fluxo de abastecimento das Forças Armadas. Pediram só pra dar um tempinho, mas já me liberaram para seguir viagem — disse um motorista de um caminhão que estava transportando pequena quantidade de massas.


Forças Armadas estão estacionadas dentro do pátio da Reduc - Marcelo Theobald / Agência O Globo - [PE - Polícia do Exército - sempre pronta  para qualquer missão]


A Polícia Militar confirmou, durante esta manhã, que dois caminhões de combustível saíram escoltados da Reduc. Ainda de acordo com os militares, eles foram abastecer quartéis de Mesquita, Campo Grande e unidades da PM no Estácio e em Sulacap. O protesto é acompanhado por por policiais rodoviários federais e policiais militares, além de muitos curiosos. Douglas Ramos, de 28 anos, veio cavalgando do Bairro Pilar, em Caxias, na Baixada Fluminense, para observar o protesto. — Acho justo o movimento deles. Tem mesmo de protestar para conseguir algo — disse Douglas, enquanto cavalgada com a égua Iara, de oito anos.

Em nota, o Gabinete de intervenção federal pontuou que, desde o início da greve, "monitora os impactos" para o estado. O planejamento do gabinete prevê a atuação das forças seguranças estaduais e, caso necessário, das forças federais. Ainda em nota, o interventor federal, General Walter Braga Netto, reforça que todas as providências necessárias estão sendo tomadas. — Minha principal preocupação é com a população, para que não haja desabastecimento — diz o interventor no texto, que volta a destacar a normalidade de combustível nas instituições policiais e no curso das operações previstas.


Muita gente também está aproveitando o protesto para tentar ganhar um dinheiro extra. Um motorista de ônibus, que está de folga e pediu para não ser identificado, está vendendo salgados e guaranás na beira da Washington Luís. Leonardo Ribeiro, de 32 anos, também aproveita a ocasião. Durante a noite ele trabalha como motorista de aplicativo. Já de dia, se torna vendedor de quentinhas. A iguaria é vendida a R$ 12. — Já trabalho na região com quentinhas há 3 anos. Esperava que com o protesto fosse vender muito mais . Porém, não posso reclamar. Já vendi 40. Só sobraram duas.


Uma equipe do GLOBO constatou, no fim desta manhã, que os motoristas são obrigados a parar no acostamento, onde os manifestantes permanecem, e podem fica impedidos de trafegar por mais de uma hora. Duas viaturas da Policia Rodoviária Federal (PRF)acompanhavam os caminhoneiros, mas não impediram a ação enquanto a reportagem estava presente. Procurada, a PRF ainda não retornou. No início da tarde, os caminhoneiros liberaram a pista para a passagem de veículos e soltaram fogos. Além disso, agitaram uma bandeira durante o protesto.


O Globo

 

Fúria sobre rodas

Um misto de chantagem, oportunismo e falta de responsabilidade jogou o País no imponderável caos. Na boleia dos caminhões que travaram as estradas Brasil afora um retrato dramático de quão frágil ainda segue a nossa economia. Com o Governo acuado, nas cordas, refém de um Congresso venal e a bordo de claras ambições eleitoreiras, havia muito pouco a fazer. E o mergulho profundo numa espiral de anarquia e confrontos de rua pareceu inevitável. O retrato desse descalabro foi mostrado ao vivo, todos os dias. Produtores de laticínios e frigoríficos jogavam fora, por incapacidade de escoar, milhões de litros e toneladas de mercadoria. Os bloqueios infernizavam a rotina nacional. 

Nem vans levando oxigênio de uso hospitalar passavam. Postos abarrotados de carros à espera de abastecimento. Aeroportos no limite do colapso aéreo. Ameaças de escassez de suprimentos básicos em supermercados, armazéns e farmácias. Sobrepreços e ágios de toda natureza. A bagunça virou tônica. O Brasil experimentou dias de Venezuela. Não poderia ser diferente em um país onde 70% dos fornecimentos dependem do transporte rodoviário. É de certa forma inaceitável assistir a uma nação inteira refém de uma categoria. É também inconcebível que um cartel de distribuidoras os reais articuladores por trás da paralisação queira impor sua vontade, arrancando vantagens setoriais às custas do sacrifício da população. De outro lado, a política de reajustes dos combustíveis seguindo a variação do dólar, como ocorre em boa parte dos mercados mundo afora, carrega aqui um componente de injustiça. Cerca de 80% do consumo interno é atendido via produção local e a paridade com a moeda americana não deveria, por isso mesmo, servir de referência essencial. Nessa toada, o valor do diesel, para ficar no caso mais emblemático, cresceu cerca de 50% no ano, diante de uma inflação irrisória, praticamente inviabilizando a atividade de frete. O alerta sobre o perigo da situação foi feito diversas vezes e de maneira antecipada, sem que respostas eficazes e soluções saíssem.

Apenas diante da desordem instalada autoridades trataram de dar agilidade às discussões. Faltou diálogo, faltaram planejamento e negociação. Restou o confronto. No ringue do combate o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez as vezes de imperador que decreta de quem é a razão. Tratou de agir como dono do espetáculo. Mostrou cara feia e falou grosso. Parecia se deleitar com os devaneios do poder. Tal qual um César, de início somente admitiu discutir e avaliar os impostos em uma semana. Ou os grevistas aceitavam o prazo ou nada feito. Jogou literalmente querosene no fogaréu. Os articuladores reforçaram as trincheiras. Em 23 estados e no Distrito Federal quilômetros de fila eram formados por um comboio desgovernado, em perigoso protesto. Tiros, pneus furados ou queimados, paravam os motoristas à força. Diante do estrangulamento da malha rodoviária e da iminência do desastre, Maia se viu na obrigação de recuar na sentença. Perdeu a parada. Tratou o assunto à toque de caixa. Na verdade, o Parlamento não fez o mínimo necessário do seu papel para barrar a chantagem em curso. 

Lideranças dos caminhoneiros exigiram o imediato expurgo do PIS/Cofins até o final do ano, além da suspensão da CIDE. O achaque ganhou força. O Senado capitulou. Teve de agendar às pressas uma reunião na última sexta-feira para votar o tema. A Petrobras, de sua parte, anunciou uma redução de 10% no preço do diesel, com duração de 15 dias. Era insuficiente para suspender o movimento. Pior: nas bolsas, as ações da empresa voltaram a ser bombardeadas. O trabalho delicado e competente de reerguer a companhia depois do desfalque gigantesco praticado pela quadrilha petista enfrentava seu maior teste. 

A fórmula de correções diárias das tarifas de combustíveis tem que ser inapelavelmente revista. Há severas distorções nessa política. O problema da volta atrás é o perigo de recaída no modelo populista, praticado na gestão Dilma, que quase quebrou a estatal. A bagunça generalizada que se viu por esses dias demonstra, tristemente, que o Brasil vai chegando arrebentado às próximas eleições. Existe um quase conluio de forças contrárias a sabotar o empenho de alguns poucos para a retomada do crescimento e normalidade de mercado. Não deveria ser assim. O prejuízo dessa tática recai sobre todos – inclusive os sabotadores. A armadilha e torcida que opositores fazem contra as gestões de rearrumação propostas pelo governo, por exemplo, pode ter um troco caro, cobrado nas urnas por quem não aguenta mais tanta malandragem.

Carlos José Marques,  diretor editorial da Editora Três

Foto: Marcos Bezerra/Futura Press
 

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Temer diz que governo acionou 'forças federais' para desbloquear estradas

Ele disse que 'minoria radical' insiste na paralisação, apesar do acordo do governo com caminhoneiros. Segundo ministério, caminhões não poderão ficar nem nos acostamentos. 

O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (25), em pronunciamento no Palácio do Planalto, que acionou forças federais para desbloquear estradas, ocupadas por caminhonheiros em greve. Temer optou por acionar as forças federais depois de se reunir com ministros para uma "avaliação de segurança" no país, já que a greve dos caminhoneiros continuou, apesar do acordo firmado entre governo e representantes da categoria na noite de quinta (24). 

Segundo a assessoria do Ministério da Segurança Pública, as forças federais incluem Exército, Marinha, Aeronáutica, Força Nacional de Segurança e Polícia Rodoviária Federal (PRF). O governo informou que já entrou em contato com governadores, para que as polícias militares também sejam utilizadas na operação para desbloquear rodovias estaduais. Em razão da paralisação, faltam alimentos em supermercados e combustível em postos de gasolina. O transporte coletivo em diversas cidades foi afetado, indústrias pararam atividades e voos começaram a ser cancelados por falta de combustível nos aeroportos.
"Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos senhores governadores que façam o mesmo."
Temer disse que tomou a decisão para evitar desabastecimento generalizado para a população. "Não vamos permitir que a população fique sem gêneros de primeira necessidade. Não vamos permitir que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas. Não vamos permitir que crianças sejam prejudicadas pelo fechamento de escolas. Como não vamos permitir que produtores tenham seu trabalho mais afetado", afirmou Temer.  O governo vai publicar um decreto na tarde desta sexta-feira para autorizar o acionamento das forças federais. 

Apesar do decreto ainda não ter sido publicado, as Forças Armadas já estão mobilizadas, segundo o governo, mas vão esperar a publicação para iniciar os trabalhos.
Ainda de acordo com a assessoria, as rodovias devem ser totalmente liberadas. Com isso, caminhoneiros manifestantes não poderão ficar nem no acostamento. Os militares vão poder entrar em caminhões, se for o caso, para retirá-los da via. Os caminhões poderão ser apreendidos e os motoristas, presos. O governo informou que já entrou em contato com governadores, para que as polícias militares também sejam utilizadas na operação para desbloquear rodovias estaduais. Segundo o governo, a prioridade do desbloqueio é garantir abastecimento de combustível em seis aeroportos e duas termelétricas. Entre os aeroportos, estão Brasília, Recife, Congonhas, Confins e Porto Alegre. 


 

 

PF investiga se há prática criminosa em paralisação de caminhoneiros

A Polícia Federal (PF) instaurou uma investigação para apurar a possível prática de locaute (do inglês lock out, designa greve de trabalhadores com apoio da classe patronal) na paralisação de milhares de caminhoneiros que, desde a última segunda-feira (21), interditam parcialmente as estradas de quase todo o país. Em nota, a PF se limitou a informar que está investigando a associação para a prática de crimes contra a organização do trabalho, a segurança dos meios de transporte e outros serviços públicos.

A mobilização dos caminhoneiros vinha sendo monitorada por um gabinete de crise coordenado pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que disse haver indícios de locaute no movimento. Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas caso as estradas não sejam liberadas pelos caminhoneiros. “Quero anunciar um plano de segurança imediato para acionar as forças federais de segurança para desbloquear as estradas. Estou solicitando aos governadores que façam o mesmo. Não vamos permitir que a população fique sem os gêneros de primeira necessidade, que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas e que crianças fiquem sem escolas”, disse Temer durante pronunciamento no Palácio do Planalto.

Ontem (24), nove das 11 entidades representativas do setor de transporte assinaram um acordo com o governo federal para tentar pôr fim à paralisação. Em troca do compromisso da Petrobras de manter, pelos próximos 30 dias, o preço reduzido do óleo diesel nas refinarias e do governo estudar formas de baratear o preço dos combustíveis, as lideranças sindicais que assinaram o acordo prometeram suspender o movimento por 15 dias. A proposta, no entanto, foi recusada pela União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam).

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, disse não acreditar que os caminhoneiros retornem à normalidade nos próximos dois dias. “Este final de semana vai ser para montarmos as estratégias que adotaremos a partir de segunda-feira. Na minha visão, não vamos encerrar o movimento tão cedo.”

Agência Brasil