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sexta-feira, 30 de junho de 2023

População - O bom e o ruim dos números do Censo - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

PIB

A população do país chegou a 203,1 milhões em 2022, com aumento de 6,5% frente ao censo demográfico anterior, realizado em 2010.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Não é uma boa notícia... é boa, mas não é boa, como diria a ex-presidente Dilma: nossa população não cresceu como esperávamos. Somos 203 milhões de brasileiros, e não 215 milhões. 
O IBGE chegou a projetar que a população havia subido para 213 milhões, mas constataram outra coisa no Censo. 
Mesmo considerando que 4% das residências não atenderam, projetou-se um número de moradores, e chegaram a pouco mais de 203 milhões de habitantes.
 
A notícia boa é que, na última década, crescemos 0,5% ao ano, enquanto na década anterior crescíamos o dobro disso, e lá atrás crescíamos 2%, 3%.  
Quando eu nasci, nós éramos um quinto, 20% do que somos hoje. Crescemos muito e isso demanda serviços públicos de saúde, de educação, de transporte, é um desafio. 
Escola para todo mundo, emprego para todo mundo, renda para todo mundo, alimento para todo mundo. Estamos crescendo menos.
 
Qual é o lado ruim, afinal? Crescer menos é bom. 
Mas a população inativa está crescendo e a população ativa está se estabilizando. 
Isso significa que menos pessoas vão ter de sustentar mais pessoas na Previdência Social
E aí vamos precisar de outra reforma de Previdência, cobrar mais caro. 
Ou então fazer as pessoas se prevenirem já, com seus fundos.

Veja Também:



 
Vamos ver outros números interessantes
Dos 5.570 municípios, 3.168 cresceram, os outros 2.399 diminuíram. 
Os que mais cresceram estão em Roraima, Santa Catarina e Mato Grosso – e a atividade econômica atraindo gente. 
Por exemplo, no topo da lista, com crescimento de 189%, está o município de Canaã dos Carajás (PA), porque existem duas minas lá da Vale. Já o que mais caiu, perdendo 46% da população, foi Coatiba (BA). 
Eu estou falando do município, não da cidade. 
Está cheio de jornalista que jura que “cidade” e “município” são a mesma coisa, mas não são. É que eles vivem em cidade grande e confundem a cidade, que é a sede do município, é o aglomerado urbano, com o município, que é a área toda, área urbana e área rural. 
Eu sempre digo, brincando, que se cidade fosse o mesmo que município, então a maior cidade do mundo seria Altamira (PA).
 
A cidade mais populosa do Brasil continua sendo São Paulo – é o município mais populoso também, porque em São Paulo cidade e município têm a mesma área. 
São 11,5 milhões de habitantes, mais que o Rio Grande do Sul, que está mais estabilizado – a população caiu em 58% dos municípios gaúchos. 
A capital que mais perdeu população foi Salvador: 258 mil pessoas a menos, ou 10%. 
O Rio de Janeiro perdeu 109 mil pessoas nesses 10, 12 anos. Já Boa Vista (RR) passou de 284 mil habitantes para 413 mil, aumento de 45%. 
 Em 2010, o país tinha 67 milhões de residências, agora tem 90 milhões. De 2010 até hoje, a população cresceu 6,5%, mas o número de residências subiu 34%.
 
Mais imposto nos combustíveis, e tráfico em aeroportos
A partir desta quinta-feira tem mais imposto sobre a gasolina, mais 34 centavos por litro de gasolina e 22 centavos por litro de etanol. 
E, por fim, um alerta para o pessoal que usa aeroportos diferentes de Guarulhos. 
A polícia centraliza muito a investigação de drogas em Guarulhos, mas estão pegando drogas em aeroportos secundários também. 
Apreenderam agora 3 quilos de cocaína no aeroporto de Florianópolis, com uma mulher boliviana que estava indo para a Índia. 
Imaginem se ela é pega num daqueles países que prevê pena de morte por transportar drogas? [seria uma traficante a menos = melhor que uma amais.]

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 3 de janeiro de 2021

Exemplo de administração - O Estado de S. Paulo

Opinião

Em dois anos, Ministério da Infraestrutura firmou reputação de ‘oásis’ no atual governo

O Ministério da Infraestrutura arrecadou R$ 87,5 milhões em outorgas com o leilão de quatro terminais portuários em Alagoas, Bahia e Paraná. “Fechamos o ano em grande estilo”, celebrou o ministro Tarcísio de Freitas. Mais do que isso, o leilão simboliza a boa trajetória de uma das poucas pastas que, em dois anos de governo, tiveram um balanço positivo e mesmo excepcional na comparação com o restante da máquina pública.

Só em 2019, foram 27 leilões de concessão: 13 terminais portuários, 1 trecho da Ferrovia Norte-Sul, 2 rodovias e 12 aeroportos. O saldo em 2020 só não foi melhor porque, em razão da pandemia, foi preciso prudentemente adiar as concessões de rodovias e sobretudo de aeroportos, um dos setores mais severamente afetados.

Transporte e logística são gargalos crônicos da produtividade e competitividade nacional, notadamente do agronegócio, cujo alto desempenho “da porteira para dentro” é desidratado pelas condições precárias de infraestrutura quanto maior seja a distância até o comprador. 

No pós-guerra, o País fez altos investimentos em infraestrutura (em sentido amplo, incluindo eletricidade, saneamento e telecomunicações), chegando a uma média de 5,42% do PIB nos anos 70. Em anos recentes, a média está abaixo de 2%. Especialistas como Claudio Frischtak, da Inter B. Consultoria, estimam que nos próximos 20 anos seria preciso aumentar a média para algo entre 4% e 6%. Mas a má governança, insegurança jurídica e regulatória e legislação anacrônica são entraves a isso. Muito além da bem-sucedida agenda de concessões, cujos melhores frutos serão percebidos no médio prazo, o Ministério da Infraestrutura teve muito boa atuação nestas áreas.

Já ao ser indicado, o ministro Tarcísio de Freitas anunciou que adotaria um programa especificamente voltado para o combate à corrupção, fundamentalmente um setor marcado, até recentemente, pelo tráfico de influências e vantagens indevidas, bem como um protocolo para a seleção de servidores. Na sua posse, declarou que, além das concessões, seriam prioridades o equilíbrio da regulação; a modernização dos processos; e a diversificação da matriz de transportes, incluindo setores subutilizados, como ferrovias, cabotagem e hidrovias. Ao longo de dois anos, o Ministério firmou uma reputação de “oásis” ou “ilha de excelência” no governo. 

Formado com as melhores notas na história do Instituto Militar de Engenharia, Freitas é servidor de carreira na Controladoria-Geral da União, atuou como consultor legislativo na Câmara dos Deputados e teve atuação marcada por rigor técnico e espírito público no Departamento Nacional de Infraestrutura (no governo Dilma Rousseff) e na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (no governo Temer).

Em contraste com a maioria dos ministros de pastas estratégicas do governo Bolsonaro, a gestão de Freitas se destaca pela ausência de ruídos ideológicos e pelo pragmatismo. Enquanto o “superministro” da Economia, Paulo Guedes, por exemplo, alardeia planos bombásticos, mas jamais concretizados de desestatização, Freitas cumpriu o que prometeu, usando mesmo estatais outrora condenadas, como a EPL e a Valec, como ferramentas de planejamento e incubadoras de projetos. Enquanto o ministro do Meio Ambiente deixa em seu rastro um campo minado para os investidores, Freitas fechou uma parceria histórica com a Climate Bonds Initiative para a emissão de “selos verdes” no setor de infraestrutura.

Na pandemia, o ministro atuou rápido para aliviar as pressões sobre um dos setores mais devastados, a aviação, e costurou com o Congresso o aporte de recursos para obras via emendas parlamentares, garantindo a geração de empregos sem ameaça aos pilares fiscais. Também negociando com o Congresso, conseguiu aprovar duas minirreformas – da desburocratização dos portos públicos e do Novo Marco das Ferrovias – e o projeto BR do Mar, na Câmara, que impulsionará a navegação de cabotagem. [as dificuldades orçamentárias não podem ser esquecidas, mas é conveniente que o ministro busque mudanças que aumentem o trnasporte ferroviário e fluvial - liquidando a dependência do Brasil ao transporte rodoviário = mais caro, mais ineficiente e que nos submete  aos caprichos dos caminhoneiros.] Por tudo isso, o Ministério da Infraestrutura é hoje um exemplo para a administração pública brasileira. Pena que seja uma gritante exceção no seu próprio governo.

 Opinião - Notas & Informações - O Estado de S. Paulo

 

sábado, 19 de janeiro de 2019

A sombra de Queiroz

Do ponto de vista prático, nada acontecerá ao presidente, protegido pela temporária imunidade. Mas o desgaste político não cessa

[ACUSAÇÕES precisam de FATOS para sustentá-las;
INVESTIGAÇÕES precisam transformar indícios, ou atipicidades, em FATOS para fundamentar futuras denúncias com FATOS,
já que denúncias só PROSPERAM com FATOS. 
Síntese: CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS, SEM FATOS NÃO EXISTE CRIME.]

Quando o já eleito presidente Jair Bolsonaro admitiu, em dezembro passado, que o dinheiro depositado na conta de sua mulher, Michelle, por Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, na ocasião servindo ao filho Flávio Bolsonaro, então deputado estadual pelo Rio, era o pagamento de uma dívida pessoal, os integrantes do Ministério Público estadual que investigavam as movimentações financeiras atípicas de Queiroz discutiram se deveriam consultar o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o foro privilegiado, já que Jair Bolsonaro era deputado federal à época dos fatos. [qual crime Bolsonaro cometeu?
se houve crime e o MPE não denunciou,houve prevaricação o MP supondo que houve crime denuncia e a Justiça decide se procede ou não a denúncia.

A turma do Ministério Público Federal do Rio achava que era o melhor caminho, para resguardar a investigação e evitar uma anulação mais adiante. O MP estadual foi contra, porque Jair Bolsonaro não era investigado. Agora, seu filho Flávio fez o que nem o MP estadual quis, correndo o risco de levar ao Supremo uma investigação sobre o presidente da República. Isso porque se a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, assumisse a investigação, poderia recomeçar todo trabalho, incluindo sobre o dinheiro depositado na conta da mulher do presidente.
Só não haverá problema maior porque o ministro Marco Aurélio Mello, relator do caso, já deu a entender, como era esperado, que manterá o processo na primeira instância. Tanto ele quanto o ministro Luiz Fux, que suspendeu temporariamente o processo alegando que ele poderia ser anulado caso Marco Aurélio concordasse com algum ponto da reclamação, votaram no Supremo pela forma mais rigorosa de restrição. Essa decisão, tomada devido a uma proposta do ministro Luís Roberto Barroso, teve 7 votos favoráveis integralmente, contra 4 dos ministros que, favoráveis à restrição do foro, queriam que a prerrogativa valesse inclusive para crimes comuns, mesmo que não tivessem qualquer relação com o mandato.

Do grupo derrotado, Dias Toffoli e Gilmar Mendes queriam estender a redução do foro a todas as autoridades que têm esse direito. Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski concordaram em aplicar a nova regra apenas a deputados e senadores.
Seria improvável, portanto, que houvesse uma manifestação do Supremo em apoio ao pleito do filho do presidente, e muitos juristas consideram que Fux foi exageradamente cauteloso, pois a própria reclamação era indevida diante da decisão do plenário do Supremo.
O presidente Jair Bolsonaro deu uma explicação sobre o dinheiro na conta de sua mulher, alegando que se referia a um empréstimo que fizera a Queiroz. E esclareceu que, na verdade, não foram apenas R$ 24 mil depositados na conta de sua mulher, mas R$ 40 mil pagos em dez cheques de R$ 4 mil. [quem? quem? no Brasil seja um 'supremo ministro' ou um desempregado, não já socorreu ou se socorreu de um amigo,emprestando ou pedindo algum dinheiro para uma emergência?
quem declarou a operação ao Imposto de Renda?]
Tanto na ocasião da denúncia, quanto agora, Bolsonaro tratou de explicar o seu caso, mas não defendeu nem o filho Flávio, nem o assessor Queiroz. Ontem, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse que o presidente considera que esse assunto não lhe diz respeito.
[certo o general Heleno: 
sem procuração de Bolsonaro para defendê-lo, e também sem competência para tanto, apenas lembro que o pai não tem obrigação, ou interesse, ou qualquer outra razão para acompanhar as finanças do filho  (exceto em situações excepcionais, o que tudo indica não é o caso)- especialmente sendo o mesmo maior de 21 anos.]

A explicação do presidente para o seu caso parece plausível, inclusive porque terá que corrigir a declaração de imposto de renda para incluir o empréstimo. Mas Flávio Bolsonaro continua com atitudes que sugerem que não quer esclarecer os fatos. Ele disse, por exemplo, que Queiroz havia lhe dado “explicações razoáveis”, mas não revelou quais seriam elas. O próprio Queiroz deu uma entrevista ao SBT em que disse que seu dinheiro provinha de uma atividade paralela à assessoria parlamentar: vendedor de caros usados. Mas não mostrou recibos [o Queiroz estava concedendo uma entrevista, obrigação de apresentar documentos ele tem diante das autoridades competentes.] nem explicou por que todos os assessores de Flávio Bolsonaro depositavam todo início do mês, quando recebiam salário, uma quantia em sua conta. Só se todos compraram carros usados com ele.
Queiroz prometeu apresentar as provas em seus depoimentos no Ministério Público, mas deixou de comparecer a duas audiências, e acabou se internando no hospital Albert Einstein para uma operação de retirada de um tumor maligno. Agora, Flávio Bolsonaro tenta parar as investigações e anular as provas obtidas até agora. Do ponto de vista prático, nada acontecerá ao presidente Bolsonaro enquanto estiver na presidência da República, protegido pela temporária imunidade.
 [além do fato de que nenhuma acusação pesa contra Bolsonaro, o que existe é o fato de grande parte da Imprensa não aceitar Bolsonaro na presidência da República e a estes eu poderia usar aquela expressão que começa com f..., mas, por respeito aos meus leitores, lembro aos INCONFORMADOS que JAIR BOLSONARO É Presidente da República, continuará sendo, com as bençãos de DEUS ate 31 de dezembro de 2022  e a hipótese de ser reeleito ainda está cedo para ser cogitada.
Óbvio que o Brasil tem bons aeroportos que podem servir de alívio,  reduzindo um pouco o desgosto dos sempre derrotados.]

Merval Pereira - O Globo

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Temer diz que governo acionou 'forças federais' para desbloquear estradas

Ele disse que 'minoria radical' insiste na paralisação, apesar do acordo do governo com caminhoneiros. Segundo ministério, caminhões não poderão ficar nem nos acostamentos. 

O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (25), em pronunciamento no Palácio do Planalto, que acionou forças federais para desbloquear estradas, ocupadas por caminhonheiros em greve. Temer optou por acionar as forças federais depois de se reunir com ministros para uma "avaliação de segurança" no país, já que a greve dos caminhoneiros continuou, apesar do acordo firmado entre governo e representantes da categoria na noite de quinta (24). 

Segundo a assessoria do Ministério da Segurança Pública, as forças federais incluem Exército, Marinha, Aeronáutica, Força Nacional de Segurança e Polícia Rodoviária Federal (PRF). O governo informou que já entrou em contato com governadores, para que as polícias militares também sejam utilizadas na operação para desbloquear rodovias estaduais. Em razão da paralisação, faltam alimentos em supermercados e combustível em postos de gasolina. O transporte coletivo em diversas cidades foi afetado, indústrias pararam atividades e voos começaram a ser cancelados por falta de combustível nos aeroportos.
"Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e estou solicitando aos senhores governadores que façam o mesmo."
Temer disse que tomou a decisão para evitar desabastecimento generalizado para a população. "Não vamos permitir que a população fique sem gêneros de primeira necessidade. Não vamos permitir que os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas. Não vamos permitir que crianças sejam prejudicadas pelo fechamento de escolas. Como não vamos permitir que produtores tenham seu trabalho mais afetado", afirmou Temer.  O governo vai publicar um decreto na tarde desta sexta-feira para autorizar o acionamento das forças federais. 

Apesar do decreto ainda não ter sido publicado, as Forças Armadas já estão mobilizadas, segundo o governo, mas vão esperar a publicação para iniciar os trabalhos.
Ainda de acordo com a assessoria, as rodovias devem ser totalmente liberadas. Com isso, caminhoneiros manifestantes não poderão ficar nem no acostamento. Os militares vão poder entrar em caminhões, se for o caso, para retirá-los da via. Os caminhões poderão ser apreendidos e os motoristas, presos. O governo informou que já entrou em contato com governadores, para que as polícias militares também sejam utilizadas na operação para desbloquear rodovias estaduais. Segundo o governo, a prioridade do desbloqueio é garantir abastecimento de combustível em seis aeroportos e duas termelétricas. Entre os aeroportos, estão Brasília, Recife, Congonhas, Confins e Porto Alegre. 


 

 

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Polícia e Forças Armadas fazem operação conjunta em comunidades do Rio

As forças federais e as polícias estaduais fazem hoje (27) uma operação conjunta para prender suspeitos no complexo do São Carlos e no morro da Mineira, no centro do Rio de Janeiro. Os alvos são pessoas suspeitas de participar dos confrontos pelo controle dos pontos de venda de drogas na Rocinha, zona sul da cidade.

Entre os alvos da ação estão  Marcelo Bernardino da Fonseca, conhecido como “Limão da 40”, que é apontado pela polícia como chefe da quadrilha que controla o comércio de drogas no Morro de São Carlos, e Leonardo Miranda da Silva, o “Léo Empada”, apontado como braço-direito de Limão da 40 e como líder da tentativa invasão da Rocinha, no dia 17 de setembro. Mais dois suspeitos de integrar a quadrilha também estão sendo procurados pela polícia.

Logo no início da operação, houve troca de tiros na comunidade. De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança, as tropas das Forças Armadas estão responsáveis pelo cerco da comunidade, enquanto os policiais fazem as incursões na favela para cumprir os mandados judiciais. Algumas vias próximas das comunidades estão interditadas e o espaço aéreo da região central do Rio foi restringido, mas isso não chega a afetar o funcionamento dos aeroportos.

A operação é mais um desdobramento do Plano Nacional de Segurança, que envolve a cooperação de órgãos federais estaduais e municipais, com o objetivo de combater o crime organizado no Rio, principalmente o tráfico de drogas e o roubo de cargas.

Fonte: Agência Brasil - Colaborou Ícaro Matos – Repórter do Radiojornalismo

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Tumulto no Aeroporto Santos Dumont

Novas regras de inspeção provocam tumulto no Aeroporto Santos Dumont

Longas filas se formaram para revistas de passageiros no setor de embarque

[o terrorismo deve ser combatido com rigor e todas as medidas preventivas são válidas; só que as autoridades não podem esquecer que só no Rio o número de assassinatos - por falta de policiamento preventivo nas ruas - ultrapassa por mês ao número de mortos em Nice e nada é feito para combater de forma efetiva e eficaz as causas da matança.
Turistas e viajantes devem ser protegidos, ter segurança efetiva e permanente - mesmo em época que não seja de grandes eventos - mas o brasileiro comum, o cidadão comum, também precisa ser protegido = a vida dele vale tanto quanto a do turista.]
 
Houve confusão no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, nesta segunda-feira, primeiro dia das novas regras de inspeção para voos nacionais e internacionais. Por volta das 6h, era grande o número de passageiros aguardando em filas para serem revistados. Foi preciso criar uma fila para passagem com embarque imediato. Mas segundo passageiros que acompanharam o tumulto, muitas pessoas que não tinha o embarque imediato entraram nesta fila. O problema aconteceu entre 6h às 7h, considerado horário de pico, quando 3.600 passageiros embarcavam no terminal - sendo 2.500 pela Gol. Três filas em formato de caracol se formaram em frente ao setor de embarque. Centenas de pessoas foram prejudicadas. 
 
Hoje de manhã foram muitas filas, e houve um pouco de confusão porque era muita gente. Tinha poucos agentes orientando. Então montamos uma fila preferencial para quem estava com embarque imediato. Eles dividiram com quem não estava de embarque imediato. Quem chegava não sabia dessa informação e entrava na fila de embarque imediato. Então ficou um pouco confuso. Era muita gente, dava voltas e voltas na fila. Depois aumentou o número de agentes, mas no começo não havia muitos agentes da Infraero. Eu não cheguei a ver ninguém perdendo o voo — contou Gabriela Santos, de 28 anos, gerente de uma loja próximo ao setor de embarque. 
Essa era a situação no Aeroporto Santos Dumont, hoje pela manhã, por conta das novas medidas de segurança.
 O executivo francês Olivier Custeau, de 50 anos, que mora no Rio, considera normal as medidas rigorosas e chegou a mencionar o atentado em Nice, na França, quando mais de 80 pessoas foram mortas:  — Acho perfeitamente normal diante do que aconteceu em Nice, o terrorismo e dos Jogos Olímpicos chegando. Acho muito importante esta medida — disse ele, que recebeu um saco plástico para guardar celular e o computador para passar pelo raio X.

A engenheira de produção Tais Moura Sá Barroso, de 26 anos, acha importante zelar pela segurança. — Acho importante porque precisamos prezar por segurança independente de Olimpíada. Acho importante ter esse tipo de controle e acho que não é tão rigoroso como nos voos internacionais, mas agora vou tentar chegar mais cedo — afirmou ela antes do embarque para São Paulo.

Especialista em TI, Rômulo Coutinho, de 30 anos, chegou mais cedo no aeroporto porque foi avisado. — Estou vendo um pouco antes agora porque a companhia me avisou que inspeção ia ser mais rigorosa, que a gente ia pegar uma fila maior. Então recomendaram chegar uma hora e meia mais cedo. Estou entendendo que é para segurança aqui do país, porque está vindo gente de um monte de lugar. É importante essa preocupação. Não é o ideal, mas faz parte da vida — disse Coutinho.

Policial civil de São Paulo aposentado Carlos Roberto dos Santos, de 54 anos, afirmou que não vê problema numa inspeção mais rigorosa. — Acho que toda a medida de segurança é bem-vinda, apesar do atraso que vai proporcionar. Pode inibir — acrescentou.


REPERCUSSÃO NAS REDES
As novas medidas de segurança nos aeroportos do Rio repercutiram nas redes sociais nesta segunda-feira. "Bom dia pra quem acordou as 4 da manha pra ir no aeroporto e se deparar com a patética nova revista", escreveu um internauta no Twitter.
Outro disse que "#SP e #RJ vivendo um caos no #aeroporto por causa de uma #fiscalização mais rigorosa, mas a bandidagem rola solta nas ruas! Kd a #segurança?"

 Fonte: O Globo


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Exército poderá gastar até R$ 146 mil em serviços de bordo em voos de comandante



Em 2015, não houve despesas desse tipo
O Exército poderá gastar até R$ 146 mil em serviços de bordo em viagens oficiais do Comandante do Exército, Eduardo Dias da Costa Villas Bôas. O serviço será oferecido em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) originados nos aeroportos do Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Campo Grande, Recife e Porto Alegre. Os pagamentos, de acordo com o Exército, serão realizados conforme os serviços pedidos, que incluem café, lanche, almoço e jantar.

Segundo a assessoria do Exército, a prioridade do Comando é utilizar voos comerciais sempre que possível. Porém, justificam as despesas ao dizer haver ocasiões em que isso não é viável como, por exemplo, em voos para a Amazônia.

No ano passado, não houve gastos do Exército com serviços de bordo.

Fonte: Revista Época

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dirceu admite que o comportamento de Lula ao abandoná-lo segue o adotado pelos ratos quando o navio começa a afundar: abandonar a embarcação



Ressentido, Dirceu sente abandono até de Lula
Ex-ministro fica sem defesa do PT e se queixa da falta de apoio público. Mesmo assim, amigos garantem que não há hipótese de delação premiada
Dias antes de ser preso na 17ª fase da Operação Lava-Jato, o ex-ministro José Dirceu, de 69 anos, se mostrava vencido. Ligava para a família pedindo que o visitassem porque poderia “ser preso a qualquer hora”. Na semana que antecedeu a prisão, em conversa com amigos, chegou a calcular que ficaria preso por pelo menos “seis ou oito meses”. A tensão resultou em uma crise de hipertensão, com pico de pressão arterial de 19 por 12 (o normal é 12 por 8).

Nos últimos tempos, Dirceu se mostrava ressentido com lideranças do PT, sobretudo com Lula, com quem não fala desde antes de sua condenação no mensalão. Queixava-se da falta de apoio público por parte da cúpula do partido. Como esperava, sua defesa não foi feita, mais uma vez, na reunião de terça-feira da Executiva Nacional do PT. Desde que começou a cumprir pena, ele deixou de participar dos destinos políticos do partido e pouco foi visitado pelos “companheiros”. Em março deste ano, seu almoço de aniversário, antes marcado pela presença de políticos de todos os calibres, contou com poucas pessoas e nenhum figurão da legenda.

Há tempos a base de apoio de Dirceu deixou de ser sua corrente interna do partido, a Construindo Um Novo Brasil, e passou a ser o “setorial” da juventude. São esses jovens que organizam manifestações de apoio e gritam, em eventos petistas, “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”. O grito de guerra, no entanto, não foi entoado no último congresso nacional do partido, em junho passado. E a julgar pela reação dos petistas depois da revelação das evidências de que o ex-ministro teria recebido benesses pessoais como uma milionária reforma em sua casa e o aluguel de um jato particular talvez não volte a ser ouvido tão cedo. 

Integrantes do partido dizem que a suspeita de ter usado um esquema de corrupção para “enriquecimento pessoal” feriu a sensibilidade dos militantes.

CONTABILIDADE FICAVA POR CONTA DO IRMÃO
Mesmo com o faturamento de quase R$ 40 milhões de sua empresa, a JD, Dirceu nega ter enriquecido e diz ter dívidas de R$ 3 milhõesacumuladas com a defesa em processos e as atividades políticas. Em conversas com amigos antes da prisão, Dirceu admitiu erros: deixar que a Jamp, do operador Milton Pascowitch, pagasse suas despesas diretamente e pedir pagamentos adiantados, operação típica de lavagem de dinheiro.

Segundo amigos, até recentemente ele não sabia como a questão financeira era gerida. A contabilidade ficava por conta do irmão Luiz Eduardo, também preso. Luiz Eduardo foi escolhido justamente por características que agora podem complicar Dirceu: é um sujeito simples, completou só o ensino médio, nunca teve relação com a política ou vida pública e pode não saber como responder aos investigadores. De antemão, Dirceu acredita que será condenado. E diz lamentar não ter mais 50 anos para ter tempo de cumprir a pena e tentar redimir a biografia. Segundo amigos, não há hipótese de que ele aceite delação premiada.

O ex-ministro sustenta que o dinheiro que recebeu não era propina, mas resultado do trabalho como consultor internacional. Diz que valores recebidos enquanto preso vinham de taxas de sucesso dos negócios que intermediava. E afirma que o jatinho à sua disposição não era luxo, mas necessidade — ele quase apanhou algumas vezes em saguões de aeroportos pelo Brasil. A despeito do ostracismo no partido, fazia sempre um diagnóstico de política, assunto do qual declinava apenas para assistir ao desenho “Peppa Pig” com a filha Maria Antonia, de cinco anos.

Fonte: O Globo