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terça-feira, 31 de outubro de 2023

AVAAZ pede para que Biden peça a Israel - ou determine - que suspea os bombardeios aos palestinos da Faixa de Gaza

 

Mais de 9 mil pessoas morreram na Palestina e em Israel, e uma criança é morta a cada 15 minutos em Gaza. Isso é uma loucura total e está piorando. Como aliado mais próximo de Israel, o presidente dos Estados Unidos tem a chave para um cessar-fogo que evitaria a morte de milhares de outras pessoas -- assine este apelo urgente pela paz e nós o entregaremos ao presidente Biden e à imprensa do mundo inteiro.

 

Caro presidente Biden e líderes globais,

Quantas crianças mais precisam morrer para que os senhores apoiem o apelo global por um cessar-fogo? 

Quantas são suficientes? 

Como pessoas de todo o mundo, pedimos um cessar-fogo imediato e o fim do bloqueio em Gaza. 

Parem o derramamento de sangue de pessoas inocentes.

Cessar-fogo AGORA!

Mais de 2 milhões de pessoas vivem em Gaza, e quase 50% são jovens e crianças menores de 18 anos. O bloqueio as deixou praticamente sem água potável, comida ou combustível.

Isso é ilegal nos termos do direito internacional. Os hospitais estão operando civis feridos sem anestesia. Imagine: crianças machucadas, gritando, sem analgésicos para ajudá-las.

Isso não é um ataque direcionado ao Hamas -- é uma punição coletiva de um povo inteiro.

O povo israelense também corre perigo. Após os horrores cometidos pelo Hamas, seu primeiro-ministro de extrema direita, que se assemelha a Trump, está levando Israel para uma guerra que pode durar anos e custar milhares de vidas. Apoiar os cidadãos israelenses não significa apoiar o primeiro-ministro Netanyahu ou apoiar uma guerra cruel que deixará todos menos seguros.

Com governos poderosos, como o dos EUA, permitindo a guerra de Netanyahu, as vozes dos senhores da guerra são mais altas do que as que pedem paz. E podemos mudar isso se agirmos juntos, exigindo a liderança necessária para trazer segurança e justiça para os dois lados.

Junte-se ao apelo global para ACABAR com essa insanidade antes que seja tarde demais. Deixe sua voz abaixo e a Avaaz publicará nossa mensagem em anúncios em todo o mundo, e a entregará diretamente aos principais chefes de Estado.

Junte-se ao apelo global para acabar com essa guerra agora!

Não há libertação para nenhum de nós quando permitimos que pessoas inocentes sofram dessa forma, e todos nós temos um papel importante para impedir isso. Podemos ser as pessoas que escolhem a justiça, e não a vingança. Que escolhem a vida, e não a morte. Que escolhem a paz, e não a guerra. Vamos fazer o mundo acordar para a razão juntos e juntas!

Com esperança e determinação,

Nell, Abdelrahman, Alice, Fadi, Christoph, John, Kanika, Lily, Mo, João e todo o time da Avaaz

 

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Ponto de inflexão: Congresso precisa reagir a escárnio de Dino - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo - VOZES   

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, comparece à Câmara para prestar informações à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, nesta quarta-feira, após duas ausências em convocações para prestar depoimento à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Parlamentares da oposição se mostraram indignados após o ministro ter justificado a ausência desta terça com a alegação de uma suposta "falta de segurança" de ir ao colegiado. 
 Em ofício encaminhado ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), Dino justificou a falta às ameaças feitas por parlamentares do colegiado que, segundo ele, representam "grave ameaça" à sua integridade física.
 
O ministro que consegue frequentar favelas dominadas pelo crime organizado sem qualquer escolta alegou falta de segurança para pisar no Congresso, a Casa do Povo. 
Eis o nível de deboche a que chega o ministro comunista. 
Mas se essa postura de puro escárnio passar impune, estaremos diante de um perigoso ponto de inflexão.

Ludmila Lins Grilo, a juíza perseguida pelo sistema, comentou: "Guardadas as devidas proporções, eventual inércia do Legislativo federal ante o comportamento de Flávio Dino poderá ter o mesmo efeito da inércia do ex-presidente quando foi impedido pelo STF de nomear o delegado Ramagem. Nas duas situações, é o ponto de não retorno: se deixar por isso mesmo, o respectivo Poder não recupera nunca mais a pouca autoridade que tinha". [indiscutível que o Governo do capitão Bolsonaro começou a se esfarelar, acabar, quando naquele fatídico dia não deu um murro na mesa, ação com a qual mostraria quem realmente mandava.] 

Ela está certa. Há momentos decisivos em que a inação é um convite a mais ação nefasta do outro lado. Muitas vezes escolhemos o caminho "pacifista" de evitar conflitos necessários, mas isso é visto como um convite a novos ataques por parte do adversário. Ganhar tempo não é uma opção.
A afronta precisa ser retaliada, ou o inimigo vai testando mais e mais os limites, pois por onde passa um boi, passa uma boiada. Isso é "diplomacia" básica, que só funciona com "sticks & carrots". Infelizmente tem muita gente que, para evitar todo tipo de confronto, tenta comprar sua falsa paz temporária com mais e mais "cenouras". 
O resultado é o avanço do inimigo, como aprendeu a turma democrata com seus acordos com Irã, que financia os terroristas do Hamas.
 
Flavio Dino desrespeitou o povo brasileiro ao ignorar a convocação do Congresso, e o fez com pitadas fortes de escárnio
O comunista sabe que está acima das leis e não liga para a democracia, pois o PT deve ter expectativas de avançar com seu projeto de venezuelização do Brasil, para adotar logo uma "democracia relativa" que descarta o povo.
 
É por isso mesmo que o Congresso deve se unir e reagir, pedindo a cabeça de Dino, exigindo uma punição exemplar.  
Se nada acontecer, não só Dino, mas todos os comunistas vão ler essa covardia parlamentar como um sinal verde para seu projeto totalitário de poder. Ou a democracia enquadra o comunista, ou será tarde demais para se falar em democracia. 
Dino tem que cair! [Dino pode se considerar no chão, derrubado;  a dúvida é se continuará igual a um zumbi até o próximo carnaval ou cai antes do Natal.]


Rodrigo Constantino,
colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


A CPI que abriu a caixa-preta das ONGs da Amazônia - Silvio Navarro

Cristyan Costa

Em quatro meses, comissão no Senado revelou ao país um esquema de exploração de pessoas simples, roubo de riquezas naturais e ameaça à soberania nacional

Senador Plínio Valério (PSDB-AM) e cacique xavante Arnaldo Tsererowe | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

No fim de 2021, a Revista Oeste publicou uma reportagem com várias perguntas até então sem respostas, sobre as ONGs que parasitam a Amazônia — assunto que a maioria dos brasileiros ainda desconhece. Quase dois anos depois, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) conseguiu finalmente abrir a caixa-preta do terceiro setor que atua no bioma, expondo uma relação promíscua de décadas entre universidades públicas, governos federal e estaduais, e organizações transformadas em sacrossantas pelo establishment ambientalista. 
A CPI revelou, ainda, a exploração de indígenas e de pequenos agricultores, o roubo de riquezas naturais e a cumplicidade e omissão do Estado para defender a soberania vilipendiada do nosso país.

O véu que a CPI tirou da caixa também mostrou o envolvimento de peixes grandes do atual Poder Executivo presos nas redes das ONGs. A preocupação é tamanha que, na semana passada, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foi chamado ao Palácio do Planalto para dar explicações sobre por que a CPI chegou tão longe e como não conseguiu impedir a sua prorrogação. Há poucos dias, o presidente da CPI, Plínio Valério (PSDB-AM), colheu 41 assinaturas para adiar os trabalhos até dezembro. A CPI iniciou as atividades em junho. Agora, com o fim da CPMI do 8 de Janeiro e da CPI do MST, sobra apenas a fiscalização das ONGs.

O governo subestimou a CPI
desde o início, não acreditando sequer que ela seria montada, e concentrou os esforços em cooptar a CPMI e as demais. Uma vez instalada, Wagner tentou garantir a relatoria, mas sem sucesso. Partiu para o ataque logo na primeira sessão. Acompanhado da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Wagner disse a Valério que os trabalhos dele começavam “natimortos”, em virtude de um acórdão do Tribunal de Contas da União que supostamente havia isentado as ONGs de irregularidades perante o Fundo Amazônia. Bravata, constaram os trabalhos da comissão, em audiências futuras.il

Agora que já adquiriu velocidade de cruzeiro, a CPI avança contra ONGs maiores, como o Instituto Socioambiental (ISA), e órgãos do governo, a exemplo da Funai e do Ibama. E as reações começaram. 
Nesta semana, a procuradora-geral interina da República, Elizeta Ramos, que se articula para ficar no cargo, não quis receber uma denúncia da CPI, sobre uma diligência na Reserva Chico Mendes, tutelada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), subordinado à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, empoderada por estrelas de Hollywood e pela velha imprensa brasileira.
 
O contra-ataque também começou na mídia, onde a estratégia principal era fingir que a CPI não existia, principalmente na Rede Globo
No último fim de semana, o apresentador Luciano Huck, alinhado às pautas de extrema esquerda e muito próximo de Marina, convidou um ribeirinho ao seu programa para contar como subiu na vida no ramo do “turismo sustentável”, em vez de extrair madeira e outras riquezas naturais para cuidar da própria família. Durante o programa, fica-se sabendo que a ONG Fundação Amazônia Sustentável, investigada pela CPI, é a “grande responsável” por ajudar o homem a ascender socialmente, de maneira “ecológica e sustentável”.
 
A farsa do ICMBio e do ISA
A mais recente descoberta tirada da caixa-preta pela CPI desmentiu a narrativa segundo a qual todas as ONGs e seus satélites atuam em prol do bem. Durante uma diligência em Epitaciolândia (AC), a pouco mais de 200 quilômetros da capital Rio Branco, membros da comissão testemunharam a realidade análoga à escravidão dos moradores da Chico Mendes. De acordo com o relator da CPI, Márcio Bittar (União Brasil-AC), essas pessoas vivem algemadas em uma “prisão verde” construída pelas ONGs e que impede o progresso. 
Conforme Bittar, pequenos agricultores da região precisam pedir permissão do ICMBio até mesmo para cortar uma árvore ou ter acesso à luz elétrica. “As pessoas se sentem enganadas, perseguidas, escravizadas, tuteladas e sem esperança alguma”, afirmou Bittar. “O que encontramos lá foi pobreza e muita miséria. Precisam do Estado para tudo.”

O relator lembrou que, há alguns anos, quando o país decidiu criar unidades de conservação gigantescas, nem todas as pessoas que moravam onde ocorreriam essas demarcações estavam cientes das mudanças. Dessa forma, produtores rurais que viviam há 50 anos num território se tornaram invasores do dia para a noite. “Essas famílias entraram para a ilegalidade”, constatou Bittar. “Mas nunca foram intrusos.” Em uma representação ao Ministério Público Federal, a CPI apontou uma variedade de crimes cometidos por agentes do ICMBio contra essas pessoas. Entre as irregularidades que constam no documento, há violência contra a mulher, maus-tratos e apropriação indébita de bens.

“O colega que está na Academia produz estudos para sustentar a visão política dos que estão no governo e embasar os interesses econômicos daqueles que se dizem defensores de ‘causas relevantes’.”

A situação de abandono e negligência do Estado — em parceria com as ONGs — vivida pelos produtores rurais da Reserva Chico Mendes é a mesma de indígenas de Pari-Cachoeira, em São Gabriel da Cachoeira (AM). Há anos, os indígenas da região aguardam promessas das ONGs, que vão da implantação de saneamento básico à construção de um açude. Essas obras, contudo, nunca saíram do papel. A pouca infraestrutura que existe ali é fruto de ação dos moradores com a prefeitura. Os indígenas afirmam, ainda, que nunca viram um centavo do dinheiro embolsado por essas organizações que captam recursos do Fundo Amazônia. Para obter o dinheiro, as ONGs informam ao Fundo que estão executando projetos em prol de comunidades locais. Paralelamente, essas organizações, como o ISA, divulgam na imprensa as iniciativas, muitas delas irreais, segundo a CPI.

Pouco se sabe sobre João Paulo Capobianco, fundador do ISA. Atualmente, ele é secretário-executivo de Marina Silva e trabalha com muita discrição. O cargo é uma espécie de “número dois” na pasta. Em outros governos do PT, ele chegou a presidir o ICMBio. Para a surpresa de poucos, o ISA, recentemente, entrou para o governo Lula oficialmente, depois de vencer um processo seletivo interno do Meio Ambiente para integrar a Comissão Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa.

Relação promíscua e lucrativa
O nome de Marina Silva e de outras pessoas do governo Lula não veio à tona apenas no caso envolvendo o ICMBio. A CPI descobriu que o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, do qual a ministra é conselheira honorária, recebeu R$ 35 milhões do Fundo Amazônia, em 2022, e gastou R$ 24 milhões desse montante com consultorias, viagens e folha de pagamentos. Esse tipo de gasto tem sido comum nas ONGs. Em 2019, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) obteve quase R$ 2 milhões do Fundo para capacitar 17 técnicos em um curso de “geotecnologia”.

Além dessa despesa, o Imazon pagou mais de R$ 200 mil para a pesquisadora Brenda Brito, em 2013, no ano seguinte à sua saída da ONG, onde ocupava o cargo de diretora-executiva. Brenda recebeu R$ 160 mil, em 2013, para produzir relatórios de regularização fundiária de interesse da ONG. Ela também embolsou mais R$ 60 mil, entre abril e julho de 2014, para realizar um trabalho semelhante ao executado na primeira parceria. O comportamento tem sido rotineiro nas ONGs da Amazônia. A CPI identificou que, em dez anos, cinco ONGs investigadas receberam quase R$ 1,5 bilhão do Fundo.

Ex-ministro do Meio Ambiente, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) denunciou a prática em uma audiência da CPI.  
Segundo ele, servidores simpáticos a ONGs trabalham em diferentes governos. 
Depois de um tempo, passam a atuar nas universidades para produzir trabalhos a favor do terceiro setor, e aqueles que estavam nas faculdades vão para o governo. “É uma ciranda, na qual um assina o cheque para o outro e legitima o discurso do colega”, observou. “Ora atuam nos governos, ora nas universidades, ora nas ONGs. Um dá dinheiro ao companheiro.” A CPI batizou esse ciclo descrito por Salles de “relação promíscua”.


Salles explicou, ainda, que quem está no governo dedica-se a mandar dinheiro para a pesquisa do colega que está na Academia. “O colega que está na Academia produz estudos para sustentar a visão política dos que estão no governo e embasar os interesses econômicos daqueles que se dizem defensores de ‘causas relevantes’.” Salles contou também que ONGs financiam jornalistas para participação em eventos no exterior. Entre 2019 e 2021, período no qual esteve no governo, o Instituto Clima e Sociedade foi uma das principais patrocinadoras de seminários e demais atos internacionais com a presença de jornalistas.

Legado da CPI
A CPI chegou incólume à atual fase por causa de alguns elementos:
o primeiro deles tem a ver com a falta de cobertura da grande mídia que, deliberadamente, fingiu que a comissão não existia. O segundo fator diz respeito ao desdém e à ignorância do Palácio do Planalto, que escalou o senador Beto Faro (PT-PA) para fazer o contraponto. O parlamentar, contudo, pouco frequentou as audiências e sempre saiu mais cedo das oitivas do dia.

O presidente da CPI disse estar satisfeito com o trabalho desempenhado até o momento. Isso porque, segundo ele, além de ter mostrado ao país o que havia na caixa-preta das ONGs, a CPI está construindo um relatório com uma série de propostas legislativas que vão dar mais transparência ao Fundo Amazônia e ajudar as pessoas que moram na floresta. Entre as iniciativas está o Cadastro Nacional de ONGs, para o país saber quantas organizações existem, a criação de mecanismos de identificação do dinheiro que vem do exterior, e uma quarentena para quem sai de uma ONG poder trabalhar no Estado. “O que nós investigamos é um esquema que está aí há anos”, constatou Valério. “Desfazê-lo não é uma tarefa fácil. Mas estamos conseguindo desmascarar hipócritas e mostrar ao Brasil o que há dentro da tão falada caixa-preta das ONGs.”

Mais uma diligência da CPI das ONGs, hj no território Parecis, para mostrar o lado que deu certo, onde indígenas se insurgiram contra mordacas das ONGs, Funai , Ibama, e órgãos como ICMBIO, criados só para reprimir, punir e isolar comunidades . Enfrentaram e tem riqueza p seu povo pic.twitter.com/ULZYLJXS7x— Plínio Valério (@PlinioValerio45) October 26, 2023

Leia também “A farsa da política ambiental de Lula”

 

Coluna Cristyan Costa, jornalista - Revista Oeste


Brasil - A fala de Lula e a histeria da mídia sobre a suposta agressão em Roma - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

A bancada feminina governista da esquerda está cobrando de Lula mais representatividade no governo, após a demissão da agora ex-presidente da Caixa Econômica, Rita Serrano, que aconteceu para colocar um presidente indicado pelo Centrão.

Já é a terceira mulher que Lula tira de um de seus ministérios: tirou a Ana Moser, do Ministério do Esporte, e tirou a ministra do Turismo, Daniela Carneiro. 
 Agora, em 38 ministérios, são apenas nove mulheres.  
Dá uma proporção assim: de uma mulher a cada quatro homens. 24% sendo mulheres.  
Lula respondeu que vai dar mais representatividade às mulheres. 
Eu não entendi essa aritmética. Tira três, será que vai botar quatro, cinco? Onde? [o mais certo é que saiam mais duas sumidades em nada = a ministra 'estepe' e a 'irmão da vereadora'.]
Que estranho.

O que disse Lula sobre a suposta agressão em Roma
Eu estava revendo aqui uma fala do presidente Lula, quando a maior parte da mídia noticiou com histeria que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e seu filho haviam sido agredidos no aeroporto de Roma Leonardo da Vinci.

O presidente Lula, indignado, acompanhou a “indignação da mídia” e disse que essa “gente agressora” - ou seja, a família Mantovani e o genro Alex Zanatta - devia ser “extirpada”. Isso é a linguagem do Hamas para os israelenses, né? 
Além disso, ele ainda disse que eles parecem “animais selvagens”. 
Sem ter informações. Indo na onda da histeria midiática. 
E as autoridades brasileiras, policiais e judiciais, foram no mesmo ritmo. A família Mantovani foi devassada, tiraram celulares, entraram na casa, revistaram computadores, tudo. Como se fossem “criminosos perigosíssimos”.
Bom, primeiro sai uma perícia, mas não de um perito da Polícia Federal, e sim de um agente dela, dizendo que a suposta agressão “parecia um tapa”. 
Eu olhei uma imagem estáticapor que congelaram a imagem, não sei.
As imagens dinâmicas, onde as pessoas aparecem se movimentando estão em segredo de justiça.

Na imagem estática a gente vê que há uma superposição do braço de uma pessoa com a cabeça de outra, mas no ângulo em que a gente olha para os pés, onde estão os indivíduos, dá para perceber que eles estão com uma distância de um metro e meio ou dois metros, não tem como um braço alcançar a cabeça.

O novo laudo pericial
Neste sábado (28) saiu um laudo da polícia italiana dizendo que pode ter havido apenas “um toque, um leve toque”.  
Ou seja, o que era um aparente tapa, agora tocou levemente os óculos do filho de Moraes. 
O mesmo filho que foi desenhado por um jornal do Rio de Janeiro como um menininho recebendo um tapa na cara com os óculos saltando longe. 
Tudo isso fazia parte da histeria. Ao que tudo indica, a polícia lá da Itália também não deu muita atenção para o caso.
 
Nesta sexta-feira (27), ficamos sabendo que o ministro do STF, Dias Toffoli, autorizou o ministro Moraes, "agredido", a ser o assistente da acusação
É incrível, a vítima é assistente da acusação.
Isso não é novidade, porque nos próprios julgamentos do STF, como o inquérito que o ex-ministro Marco Aurélio Mello chama de “fim do mundo”, o Supremo é a vítima. E além disso, ainda investiga, faz tudo. 
No julgamento dos invasores do 8/1, na Praça dos Três Poderes, invadiram também o Supremo. Nesse julgamento o Supremo também é vítima e está julgando e condenando as pessoas a 17 anos de prisão.

Se alguém me contasse que isso estaria acontecendo em algum país, eu diria: não, isso é impossível. Aquele que é a vítima acusar, investigar e julgar? Isso é impossível.

Mesmo com todos esses acontecimentos, continua escrito lá no inciso 37 do artigo 5º da Constituição Federal: não haverá juízo ou tribunal de exceção.


Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES